Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC3.1 - POLÍTICAS E PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE SAÚDE DO ADOLESCENTE

38770 - PREVENÇÃO DO SUICÍDIO E ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES: POSSIBILIDADES E DESAFIOS NA ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAMILA NIED - UNISINOS, JOSÉ ROQUE JUNGES - UNISINOS, JARDEL FISCHER LOECK - UNISINOS


Apresentação/Introdução
O presente estudo é fruto de dissertação de mestrado, cujo objetivo foi analisar a atenção à saúde adolescentes com comportamento suicida na RAPS de um município do sul do Brasil, a partir do ponto de vista dos profissionais. A relevância do estudo se dá pelo desafio da prevenção do suicídio nesta população, bem como a urgência do assunto, dado o aumento no número de suicídios nos últimos anos.

Objetivos
Analisar a articulação matricial do CAPS com a APS em relação aos adolescentes com comportamento suicida;
Discutir como os profissionais trabalham a prevenção do suicídio de adolescentes dentro da RAPS.

Metodologia
Pesquisa realizada em um município da região metropolitana de Porto Alegre/RS. Metodologia qualitativa exploratória que utilizou como ferramenta analítica a análise temática proposta por Braun e Clarke (2006). Foram entrevistados em profundidade onze profissionais da RAPS que atuam na assistência a adolescentes: seis profissionais do CAPS e cinco enfermeiras que atuam em ESF. As entrevistas foram entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. Todos os participantes da pesquisa assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e recebeu anuência do município no qual a pesquisa foi desenvolvida.

Resultados
Os resultados apontam três temas: acolhimento e matriciamento, ligados ao aspecto do acesso; cuidado e prevenção direcionados ao tratamento; prevenção universal e intersetorialidade, relacionados com o contexto. As entrevistais revelam que a prevenção do suicídio de adolescentes não será efetiva se ela não for universal, tendo como foco o contexto de sociabilidade dos adolescentes e assumindo uma perspectiva intersetorial. Esse fato demonstra a necessidade de uma abordagem intersetorial do problema, liderado pela Atenção Primária que tem inserção territorial e competência cultural para articular a gestão dessa prevenção.

Conclusões/Considerações
O estudo conclui, a partir das falas dos profissionais, que a mera identificação de casos, com posterior acolhimento e oferta de cuidados por parte dos serviços de saúde, não diminuem o risco de suicídio. O que só ocorre com o uso de estratégias de prevenção intersetoriais, alinhando políticas públicas de áreas prioritárias como educação, saúde e assistência social.