Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

40583 - VIOLÊNCIA NO TRABALHO E DEPRESSÃO EM TRABALHADORES BRASILEIROS: UMA ANÁLISE COM O MODELO DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS
NÁGILA SOARES XAVIER OENNING - PETROBRAS,PUCE, PATRÍCIA KLARMANN ZIEGELMANN - UFRGS, FERNANDO MARTINS CARVALHO - UFBA, JULIE BODIN - UNIVERSITÉ D'ANGERS, ISABELLE NIEDHAMMER - INSERM -INSTITUT NATIONAL DE LA SANTÉ ET DE LA RECHERCHE MÉDICALE, BÁRBARA NIEGIA GARCIA DE GOULART - UFRGS


Apresentação/Introdução
Estudo exploratório com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) demonstrou a associação entre sofrer violência no trabalho e sintomas depressivos em trabalhadores brasileiros (Oenning et al,2018). Identificou-se a necessidade de explorar os achados iniciais por meio de modelo teórico com hipóteses, a fim de validá-las ou refutá-las utilizando a modelagem com equações estruturais.

Objetivos
Investigar a associação entre sofrer violência no trabalho e sintomas depressivos em trabalhadores brasileiros, com estratos para homens e mulheres.

Metodologia
Estudo transversal com os dados da PNS (2013). A principal questão sobre o modelo foi: “a exposição à violência no trabalho contribui para a ocorrência de sintomas depressivos em trabalhadores brasileiros?”. Os sintomas depressivos foram avaliados como variável latente por meio de nove questões de um instrumento diagnóstico (PHQ-9), e a violência no trabalho como variável endógena, dicotômica e observada. Nove covariáveis observadas foram analisadas no modelo. Entre as 60.202 pessoas entrevistadas, a amostra de trabalhadores incluídos no estudo foi de 34.776 (19.450 homens e 16.992 mulheres). A modelagem de equações estruturais (modelo híbrido) foi aplicada para testar o modelo teórico.

Resultados
Os modelos estruturais para sintomas depressivos apresentaram bom ajuste e explicaram 18,6% e 21,2% das variações das variáveis implicadas, para homens e mulheres, respectivamente. Sofrer violência no trabalho teve um efeito direto positivo na ocorrência de sintomas depressivos em ambos os estratos (homens: Standard Score (SC) = 0,231; p = 0,00; mulheres: SC = 0,193; p = 0,00). Estresse no trabalho e carga horária (apenas homens) foram os fatores ocupacionais que tiveram maior impacto na ocorrência de violência no ambiente de trabalho. A hipótese proposta no modelo teórico foi validada: quanto maior a exposição à violência maior a probabilidade de ocorrência de depressão em ambos os gêneros.

Conclusões/Considerações
O modelo teórico hipotetizado para sintomas depressivos em trabalhadores, com variáveis validadas pela literatura e representando associações diretas e indiretas, foi validado. A exposição à violência no trabalho contribuiu para a ocorrência de depressão em trabalhadores brasileiros ,ressaltando a relevância dos riscos psicossociais do ambiente de trabalho, incluindo o estresse ocupacional.