Sessão Assíncrona


SA11.4 - MÚLTIPLAS ABORDAGENS DA FORMAÇÃO EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41776 - REFLEXÕES CRÍTICAS SOBRE A COMPLETUDE DO QUESITO RAÇA COR.
ROSEANE MARIA CORREA - ENSP


Período de Realização
A experiência, em forma de observação, teve início em fevereiro de 2020.

Objeto da experiência
Reflexões críticas sobre a completude do quesito raça cor no sistema de informação de saúde por alunos de um mestrado em Saúde Publica.

Objetivos
Notar como profissionais de saúde se posicionam diante da discussão sobre a importância preenchimento do quesito raça cor em formulários de saúde. Dado que é obrigatório segundo a portaria 344 de 2017 nos serviços de saúde, de forma a respeitar o critério de autodeclaração do usuário de saúde.

Metodologia
No período do mestrado foram realizadas anotações de observações sobre a fluência dos profissionais de saúde nas discussões sobre importância do correto preenchimento e completude do requisito raça cor. Feito uma reflexão teórica problematizando a invisibilidade da discussão do quesito raça/cor na formação acadêmica dada a realidade brasileira quem ainda padece com o mito da democracia racial, teoria que alega que todos gozam da mesma oportunidade sem discriminação baseado em raça.

Resultados
Trata-se de alunos graduados na área de saúde com pós-graduação latu senso e cursando mestrado em Saúde Pública. Muitos não tiveram na sua formação discussão sobre raça, racismo e embranquecimento da população brasileira em suas ementas. Os profissionais externavam a ideia de neutralidade para políticas publicas assim como universalização da população, perpetuando assim o silenciamento e invisibilização histórica da população negra.

Análise Crítica
Apesar da PNSIPN publicada em 2009 ter na sua primeira diretriz: Inclusão dos temas Racismo e Saúde da População Negra nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da Saúde e no exercício do controle social na Saúde, é possível identificar profissionais da saúde com um percurso acadêmico sem que raça e racismo na saúde sejam discutidos de forma a basilar. A não discussão do quesito raça cor compromete a qualidade desse dado, a construção de políticas públicas e a assistência.

Conclusões e/ou Recomendações
A produção de conhecimento sobre raça e racismo na formação do profissional de saúde é essencial para preencher o quesito raça/cor. A experiência de compartilhar espaço acadêmico com trabalhadores da saúde de todos os níveis de atenção permitiu perceber que o racismo institucional é obstáculo para equidade racial. Recomenda-se qualificação dos professores e revisão das ementas na formação do profissional da saúde.