Comunicação Coordenada

21/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC1.1 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: INTERFACES COM A POPULAÇÃO INDÍGENA

38666 - INCIDÊNCIA DE MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS ENTRE POVOS INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS RESIDENTES EM MUNICÍPIOS DE GRANDE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NA BACIA DO JURUENA, MATO GROSSO
MARIANA ROSA SOARES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, APARECIDA CAMILA FATIMA REIS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, KESLEY GABRIEL BEZERRA COUTINHO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, MONALISA CAMPOS CHAVES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, SUSI ASTOLFO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, KHALA ANDERSON DE OLIVEIRA GOMES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, MÁRCIA LEOPOLDINA MONTANARI CORREA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, HAYA DEL BEL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, FRANCCO ANTONIO NERI DE SOUZA E LIMA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ- RIO DE JANEIRO, JORGE MESQUITA HUET MACHADO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ- BRASÍLIA


Apresentação/Introdução
O estado de Mato Grosso é o maior consumidor de agrotóxicos do Brasil e lidera o ranking na produção de commodities químico-dependentes. A literatura aponta que exposição parental humana à agrotóxicos considerados teratogênicos e mutagênicos são responsáveis pelo surgimento de uma anomalia congênita, baixo peso ao nascer, nascimento de fetos prematuros, bem como maior risco de morte fetal.

Objetivos
Caracterizar a tendência da incidência de malformações congênitas entre indígenas e não indígenas, e o uso de agrotóxicos nos municípios na bacia do Juruena no estado de Mato Grosso no período de 2010 a 2020.

Metodologia
Estudo ecológico realizado nos municípios de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio que compõe a bacia do Juruena no estado de Mato Grosso com indicadores de saúde, malformações congênita e do uso de agrotóxicos. A coleta de dados deu-se através dos registros de nascimento de malformações congênitas do SINASC e os dados de produção agrícola municipal do IBGE/SIDRA. Calculou-se a taxa de incidência de malformações e do uso de agrotóxicos por ano, em seguida os dados foram inseridos em um gráfico de dispersão, com auxílio do software Excel 2020. Este estudo faz parte do projeto de pesquisa intitulado do “Campo ao Corpo” da UFMT.

Resultados
Ambas taxas apresentaram tendência decrescentes no período analisado, porém entre os povos indígenas as taxas foram maiores, com o pico de 11,2 casos a cada 1000 nascidos vivos, no ano de 2011, enquanto que o uso de agrotóxicos apresentou tendência crescente com um consumo de mais de 252 milhões de litros no ano de 2020.

Conclusões/Considerações
Foi possível identificar a influência negativa da produção agrícola em larga escala e da exposição aos agrotóxicos no nascimento de crianças indígenas e não indígenas, visto que as taxas encontradas foram altas e que a literatura aponta uma forte relação entre a exposição ambiental aos agrotóxicos e os efeitos sob a saúde reprodutiva e fetal.