Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

41274 - INSEGURANÇA ALIMENTAR E ACESSO A RENDA EM FAMÍLIAS ATENDIDAS POR UMA UBS RURAL DO DISTRITO FEDERAL
MAYARA SUELIRTA DA COSTA - FIOCRUZ BRASÍLIA, DILLIAN ADELAINE CESAR DA SILVA - SES/DF, ETEL MATIELO - FIOCRUZ BRASÍLIA


Apresentação/Introdução
Considerando a primordialidade do direito à alimentação adequada e saudável, e em virtude da situação de vulnerabilidade do meio rural brasileiro, faz-se necessário conhecer o perfil de insegurança alimentar dessa população e identificar os fatores que podem afetar o seu acesso, principalmente diante dessa conjuntura que foi agravado pela situação da pandemia da COVID-19 e sua condução no Brasil.

Objetivos
Verificar a situação de insegurança alimentar no contexto da pandemia pela COVID-19 em famílias atendidas em uma Unidade Básica de Saúde - UBS rural do Distrito Federal e sua associação com a renda durante a pandemia.

Metodologia
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, de delineamento transversal. A coleta de dados foi realizada com 53 famílias adstritas de uma UBS da área rural do Distrito Federal, entre novembro e dezembro de 2021, utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e questionário sobre fatores socioeconômicos. Quanto às análises, variáveis quantitativas foram descritas em frequências e qualitativas em prevalências. Para associação foi utilizado o teste exato de Fischer, considerando-se 5% de significância. O trabalho foi aprovado pelos CEP da Escola de Governo Fiocruz (CAE: 50376821.0.0000.8027) e FEPECS/SES-DF (CAE: 50376821.0.3001.5553).

Resultados
Foram entrevistadas 53 famílias, sendo 48 questionários aplicados com mulheres e cinco com homens, todos considerados responsáveis familiares. Dessas famílias, 47,2% viviam com um salário mínimo ou menos, 26,4% com dois salários mínimos e 26,4% com três salários mínimos ou mais. Quando perguntadas se a renda diminuiu durante a pandemia, 71,7% falaram que sim. A prevalência de insegurança alimentar das famílias foi de 58,5%, quando analisados em quais níveis se encontravam, 48,4% estavam em insegurança alimentar leve, 29% moderada e 22,6% grave. A insegurança alimentar dessas famílias foi associada (p<0,005) a renda e diminuição da renda durante a pandemia.

Conclusões/Considerações
A renda é um dos fatores que tem determinação direta e preponderante sobre a segurança alimentar e impõe aos formuladores de políticas públicas a emergência de ações destinadas a enfrentar a imensa desigualdade social no país e sua influência no acesso das famílias à comida. É mister mencionar que a pesquisa foi realizada no período em que já havia sido suspenso o benefício do auxílio emergencial e encerrava-se o Programa Bolsa Família.