Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 13:10 - 14:40
CC5.11 - SAÚDE MENTAL E SUAS REPERCUSSÕES NA PANDEMIA DA COVID-19

42127 - TRANSTORNOS MENTAIS EM TEMPOS DE COVID-19: A REPERCUSSÃO SUBESTIMADA NO COTIDIANO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
DÉBORA DUPAS GONÇALVES DO NASCIMENTO - FIOCRUZ MATO GROSSO DO SUL, SANDRA MARIA DO VALLE LEONE DE OLIVEIRA - FIOCRUZ MATO GROSSO DO SUL, EVERTON FERREIRA LEMOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL, INARA PEREIRA DA CUNHA - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DR. JORGE DAVID NASSER, LESLY LIDIANE LEDEZMA ABASTOFLOR - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE/MS, MARIA DE LOURDES OSHIRO - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DR. JORGE DAVID NASSER, ROSANA TERESINHA D'ORIO DE ATHAYDE BOHRER - FACULDADE ANHANGUERA, FABRÍCIA BARROS DE SOUZA - FIOCRUZ BRASÍLIA, MARIA FABIANA DAMÁSIO PASSOS - FIOCRUZ BRASÍLIA, SÍLVIA HELENA MENDONÇA DE MORAES - FIOCRUZ MATO GROSSO DO SUL


Apresentação/Introdução
Globalmente profissionais de saúde foram expostos à Covid-19. Estima-se que um quarto da força de trabalho de saúde desenvolveu problemas de saúde mental e foram vulneráveis ao adoecimento e a mortalidade. Os efeitos da Covid-19 na saúde mental impactaram diretamente a força de trabalho em saúde e podem gerar impacto nos cuidados de saúde da população.

Objetivos
Descrever o impacto da pandemia da Covid-19 na saúde mental dos profissionais da saúde. Estimar a prevalência de depressão, ansiedade e estresse; descrever características, a percepção de insegurança e o afastamento por diferentes motivos.

Metodologia
Estudo transversal, no período de novembro de 2020 a abril de 2021, em duas ondas pandêmicas. A coleta de dados foi realizada por meio do envio de questionários eletrônicos, via REDCap. Foram incluídos médicos, profissionais de enfermagem e de odontologia, farmacêuticos e fisioterapeutas, que atuam em serviços de saúde e com cadastro ativo nos conselhos profissionais das respectivas profissões, a partir de um cálculo amostral, proporcionalmente distribuído em Mato Grosso do Sul e Distrito Federal e entre as diferentes profissões. Foi utilizado a Escala DASS-21 e variáveis socioeconômicas, de saúde e trabalho. A aprovação ética foi obtida no CEP Fiocruz Brasília (n.4.401.333).

Resultados
Participaram 1522 profissionais de saúde. Houve prevalência de sintomas depressivos 58,7%, ansiedade 59,7%, estresse 61,7%. Predominaram mulheres (82,6%), com idade mediana de 36 anos e cor branca (52,7%). Esses sintomas estiveram associados ao sexo feminino (p<0.05). Ser médico teve 3,75 vezes mais chances de estar associado a sintomas de depressão do que outras categorias. Em torno de 61% não se sentem seguros quanto as ações de enfrentamento; e 41% se consideram, apenas em parte seguro, com a forma que seu serviço está organizado. Afastamentos do trabalho foram relatados por 5% dos participantes, dos quais 2% estavam relacionados a saúde mental, 1% por Covid -19 e 2% por outros motivos.

Conclusões/Considerações
O impacto na saúde mental pode ser observado por uma elevada prevalência de transtornos mentais e percepção de insegurança entre profissionais de saúde. Ser mulher foi associado ao risco de transtornos mentais e ser médico a sintomas depressivos. A licença relacionada a saúde mental foi maior do que licenças por Covid-19. As consequências futuras são pouco conhecidas e devem permanecer como um dos principais desafios dos serviços de saúde.