Sessão Assíncrona


SA13.2 - INTERSECCIONALIADE, DIREITOS HUMANOS: O RACISMO NA SAÚDE (TODOS OS DIAS)

42893 - SISTEMAS ALIMENTARES, POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA: ALGUMAS INTERFACES COM A SAÚDE
JOSÉ PEDRO DA SILVA NETO - FFLCH - USP, DENISE OLIVEIRA E SILVA - FIOCRUZ / OBHA, DANIELA DA SILVA EGGER - FIOCRUZ E UFRRJ


Apresentação/Introdução
Os povos e comunidades tradicionais de matriz africana são os “epicentros de uma experiência sociocultural” (SILVA, 2021, p. 288) que possuí um continuo negro-brasileiro e diaspórico, e a partir de pontos de convergência e intersecção, possuem interfaces entre as categorias: Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Saúde e Agroecologia.

Objetivos
Observar a caracterização dos sistema(s) alimentar(es) dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana com vistas a elaboração de agendas de pesquisa e estratégias para promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional e da saúde.

Metodologia
O presente trabalho é reflexão oriunda de experiência de pesquisa de natureza qualitativa na qual optou-se pela metodologia de Diagnóstico Participativo, levando em conta a opção por pesquisa participativa e com o intuito de construir conhecimentos que subsidiem a elaboração de agendas de pesquisa e estratégias para promoção da SSAN em interface com a saúde dos povos e comunidades de matriz africana. O diagnóstico foi realizado em ambiente virtual a partir de 16 reuniões municipais e 12 grupos focais com a participação de 95 lideranças tradicionais de matriz africana residentes em 16 municípios brasileiros.

Resultados
A caracterização sociodemográfica das(os) sujeitas(os) da pesquisa e de um sistema alimentar de povos tradicionais de matriz africana, pautado em princípios civilizatórios destes povos, foram alguns dos resultados. Apesar das especificidades de cada povo, de cada unidade tradicional, estruturalmente, trata-se de uma mesma maneira organizativa do mundo no qual as relações natureza-divindades-seres humanos é mediada pelos alimentos em relação direta com a promoção da saúde. Além disso, identificamos as principais questões que potencializam e que dificultam a promoção da soberania alimentar e da saúde coletiva desses povos, demonstrando algumas agendas de pesquisa necessárias.

Conclusões/Considerações
As interfaces propostas são advindas de experiência de pesquisa realizada pela Fiocruz, no âmbito Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) e Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares (OBHA) em conjunto com a organização da sociedade civil, o Fonsanpotma. Desta forma, buscou produzir conhecimentos para proposição no campo da saúde coletiva e da segurança e soberania alimentar e nutricional.