Sessão Assíncrona


SA7.1 - SAÚDE DO TRABALHADOR (TODOS OS DIAS)

44680 - REPERCUSSÕES SOBRE A SAÚDE DECORRENTES DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA CADEIA PRODUTIVA DO GESSO NO MUNICÍPIO DE TRINDADE-PE.
ELISANGELA ALVES OLIVEIRA MENDES - INSTITUTO AGEU MAGALHAES- IAM/FIOCRUZ-PE, ALINE DO MONTE GURGEL - INSTITUTO AGEU MAGALHAES- IAM/FIOCRUZ-PE, ANTONIO YGOR MODESTO DE OLIVEIRA - INSTITUTO AGEU MAGALHAES- IAM/FIOCRUZ-PE/ FACEPE, ANA PAULA DIAS DE SÁ - ESCOLA FIOCRUZ DE GOVERNO -BRASÍLIA, ROSELY FABRÍCIA DE MELO ARANTES - INSTITUTO AGEU MAGALHAES- IAM/FIOCRUZ-PE, ANA MARIA PARENTE DE BRITO - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, HELOIZA MORGANA ALVES DA SILVA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO, JOÃO PAULO DO VALE DE MEDEIROS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE, CLAUDENICE FERREIRA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, GYLLYANDESON DE ARAUJO DELMONDES - UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI


Apresentação/Introdução
A cadeia produtiva do gesso no sertão do Araripe em Pernambuco ocupa destaque na economia local como principal empregador devido as reservas de gipsita encontradas e exploradas no subsolo da região. Em cada etapa do processo produtivo, o trabalhador do gesso configura-se com uma maior vulnerabilidade aos processos de adoecimento relacionados à sua prática laboral e as frágeis relações de trabalho.

Objetivos
Analisar as repercussões sobre a saúde do trabalhador decorrentes das condições de trabalho na cadeia produtiva do gesso do município de Trindade-PE.

Metodologia
Trata-se de estudo descritivo, transversal, de abordagem quali-quantitativa, pautado na realização da Análise Coletiva do Trabalho, desenvolvido de abril à setembro de 2022 com um grupo de 10 trabalhadores de gesso do município de Trindade-PE. Durante as reuniões realizadas quinzenalmente, os trabalhadores, mediante a descrição de um dia do seu trabalho, identificam aspectos da sua atividade produtiva ,abordando categorias sociais, ambientais, culturais e econômicas que determinam o grau de exposição ou o dano da atividade produtiva, tanto na vida do trabalhador, como na comunidade e no ambiente.

Resultados
A pesquisa ainda encontra-se em andamento, mas os resultados parciais já evidenciam dificuldade de 78% dos trabalhadores do gesso em relacionar o processo de adoecimento individual e coletivo com sua atividade laboral, além de mais de 92% relatarem dificuldade em se identificarem oficialmente como trabalhador do gesso junto aos órgãos de saúde e previdência devido ao alto grau de informalidade dos vínculos trabalhistas, o que resulta em uma frágil organização sindical da categoria. No que concerne à percepção dos serviços de saúde, 97% não identificam na rede assistencial de saúde da região pontos de atenção que promovam saúde e vinculem o processo saúde-doença às suas atividades laborais.

Conclusões/Considerações
A frágil compreensão individual e coletiva acerca da relação do trabalho e seus efeitos nocivos à saúde de trabalhadores de polos gesseiros torna-se um desafio estrutural para a redução destes riscos. A dificuldade de adesão dos trabalhadores às organizações sindicais e a ausência de políticas públicas direcionadas ao Arranjo Produtivo Local do gesso em Pernambuco ainda se configuram como barreiras na promoção ao trabalho decente na região.