
Programa - Comunicação Oral - CO13.3 - VER-SUS e Extensão: Construindo o SUS através da Formação
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
QUANDO O SUS NOS FORMA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO VER-SUS EM RECIFE
Comunicação Oral
1 UFRB
Período de Realização
A atividade ocorreu em Recife (PE) entre 25 e 31 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Participação no VER-SUS Recife (2025), que integrou formação teórica e prática no SUS, enfatizando atenção básica, saúde mental e controle social.
Objetivos
Descrever e analisar os aprendizados do VER-SUS, promovendo uma compreensão crítica do funcionamento do SUS e destacando a importância dos princípios de universalidade, integralidade e equidade para a saúde pública no Brasil.
Metodologia
A vivência expôs as limitações do SUS, evidenciando falhas estruturais e a luta por uma saúde pública universal. Durante visitas ao CAPS AD CPTRA e ao Hospital das Clínicas, observamos práticas manicomiais e a fragilidade da rede de apoio a populações vulneráveis, como trans e em situação de rua. A escassez de recursos e a falta de formação contínuada comprometem a integralidade do cuidado. A experiência fortaleceu o protagonismo estudantil e a articulação entre saúde e justiça social.
Resultados
Observou-se avanços no acesso e integralidade, mas também fragilidades, como precarização do trabalho e desarticulação entre níveis de atenção. Destacou-se a importância das práticas intersetoriais e da escuta qualificada para garantir os princípios da universalidade e equidade. A experiência ampliou a compreensão dos determinantes sociais da saúde, ressaltando a necessidade de fortalecer a articulação entre setores para a transformação do sistema.
Análise Crítica
A experiência consolidou a compreensão do SUS como sistema em construção, enfrentando desafios políticos e estruturais que limitam sua efetivação plena. Evidenciou-se a necessidade de formação continuada dos profissionais e do fortalecimento do compromisso ético-político, para atuação crítica, articulada e sensível às especificidades locais. A interação com territórios e atores sociais destacou a educação popular como ferramenta de transformação social e promoção da saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência no VER-SUS Nordeste proporcionou uma imersão significativa na realidade do SUS, permitindo uma compreensão crítica sobre suas conquistas e desafios. A experiência evidenciou a importância de uma gestão eficiente, do financiamento adequado e do fortalecimento da educação popular. Embora tenham sido identificadas fragilidades, como o subfinanciamento e a gestão deficiente, também se reconheceu o potencial transformador do SUS.
RELATO DE EXPERIÊNCIA DE AÇÕES EXTENSIONISTAS NA LITERACIA DAS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Comunicação Oral
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Período de Realização
2020 à 2025.
Objeto da experiência
Extensão universitária com foco na divulgação e desmistificação de doenças transmissíveis.
Objetivos
Relatar a experiência de um projeto de extensão no desenvolvimento de atividades desenvolvidas por alunos de graduação, voltadas à literacia de informações em saúde de forma equânime e de fácil leitura pela comunidade.
Descrição da experiência
As ações extensionistas dentro do projeto Epidemiologia e Mídia que tem como foco a literacia, epidemiologia e a vigilância em saúde das doenças transmissíveis e imunopreveníveis se dão por meio de exposições artísticas no espaço universitário, confecção de posts em linguagem acessível e quadros de vídeos e podcasts, como quadros de notícias, há a ênfase comunicativa de divulgação. Os trabalhos são realizados por estudantes de graduação sob orientação docente.
Resultados
No geral, foram produzidos mais de 200 cards informativos com diversas temáticas, assim como cerca de 40 vídeos sobre Enfermagem nas epidemias e seus desdobramentos. Também foram produzidos 30 reels com os principais alertas no âmbito das doenças transmissíveis. Foram realizadas 18 lives sobre temáticas diversas, com difusão marcada pelas 100 mil visualizações e mais de 20 mil likes em publicações. Assim como 2 exposições artísticas dentro do campo de saúde coletiva.
Aprendizado e análise crítica
Essas vivências extensionistas proporcionam aos discentes uma experiência de construção de interligações que ultrapassam os muros da universidade, pois é a partir desses novos mecanismos de comunicação que vínculos são formados, já que essa estratégia de acesso à informação em saúde nas mídias sociais é de fácil compreensão. Adentrar dentro desses espaços para promoção de saúde e prevenção de doenças é possibilitar debates e acessibilidade do público geral.
Conclusões e/ou Recomendações
Dentro dessa perspectiva contemporânea de constantes mudanças, precisa-se criar uma forma de destaque levando informações baseadas em ciência, de uma forma acessível para que haja integração entre os usuários e a comunidade acadêmica, levando conhecimento e possibilidades de aproximação.
VER-SUS/RN EM RETROSPECTIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE SUA REATIVAÇÃO E O PROCESSO DE INSERÇÃO NA POLÍTICA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO NORTE
Comunicação Oral
1 SESAP/RN
Período de Realização
2022 até os dias atuais
Objeto da experiência
Vivências no SUS potiguar por meio do Projeto VER-SUS institucionalizado na política estadual de como estratégia de formação em saúde.
Objetivos
Apresentar a experiência do Projeto VER-SUS institucionalizado no estado do RN, através da SESAP/RN em parceria com a Rede Unida, como estratégia de formação crítica e ética, inserindo estudantes e movimentos sociais nos territórios do SUS e fortalecendo o compromisso com seus princípios.
Descrição da experiência
O Projeto VER-SUS foi iniciado no Rio Grande do Norte em 2014, a partir da mobilização de estudantes da área da saúde, motivados pelo desejo de ampliar sua formação por meio de uma experiência imersiva na realidade do SUS potiguar, além dos limites da formação acadêmica. Em 2022, o projeto foi institucionalizado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (SESAP-RN), sendo incorporado à Política Estadual de Educação Permanente em Saúde e realizando sua primeira edição sob sua coordenação.
Resultados
O projeto impulsionou a reflexão sobre o papel transformador do vivente e ampliou o conceito de saúde entre os participantes. Houve sensibilização de gestores e profissionais para a educação permanente em saúde e o aprimoramento da prática interprofissional, fortalecendo a integração ensino-serviço-gestão-controle social no SUS/RN. Fomentou-se a interiorização de ensino e extensão e o intercâmbio sobre gestão do SUS potiguar, promovendo vivências e debates sobre políticas públicas em saúde.
Aprendizado e análise crítica
Diante do desmonte das estruturas públicas, que compromete o SUS e a qualidade da formação em saúde, destaca-se o risco do ensino a distância (EAD) prejudicar o desenvolvimento das competências práticas essenciais. Ressalta-se, portanto, a relevância da institucionalização de vivências presenciais, como dispositivos formativos que possibilitam análises críticas da conjuntura sob abordagens macro e micropolíticas, fortalecendo a qualificação técnica e ética dos futuros profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
A institucionalização do VER-SUS potiguar integra futuros profissionais aos serviços de saúde, fomentando o diálogo com profissionais, usuários, gestores e movimentos sociais. Esse intercâmbio aprofunda a compreensão da complexidade do SUS, tanto no contexto estadual quanto na dimensão locorregional, permitindo discutir estratégias, soluções e compartilhar experiências. É um benefício mútuo para o Estado e para a formação em saúde no RN.
VIVÊNCIAS NO SUS COMO ESTRATÉGIA DE FORMAÇÃO E ENGAJAMENTO DA JUVENTUDE
Comunicação Oral
1 Fiocruz
Período de Realização
A experiência foi realizada no ano de 2023 e 2024
Objeto da experiência
Apresentar o Projeto ViverSUS - vivências no SUS para jovens estudantes da área da saúde.
Objetivos
O projeto ViverSus tem por objetivo:
Que os estudantes da área da saúde conheçam os serviços de saúde do SUS, suas potencialidades e desafios;
Possam com isso direcionar seu interesse profissional para atuação na saúde pública;
Façam a discussão de reforma curricular em suas universidades.
Descrição da experiência
O ViverSus é uma vivência imersiva de trabalho de base e educação popular na realidade do SUS, onde os movimentos sociais e os estudantes são convidados a contribuírem com ele.
A metodologia é colaborativa desde as formações e o contato com serviços de saúde. A aposta na coletividade proporciona condições múltiplas de interação, possibilidades de inter-relações e espaços educativos em contraponto a uma sociedade marcada pelo individualismo, inclusive nas relações de trabalho.
Resultados
Nos anos de 2023 e 2024 foram realizadas vivências em 10 estados, com formação em múltiplos temas e envolvendo distintos serviços de saúde, colaborando com a formação de 300 jovens, futuros trabalhadores do SUS ou agora, defensores desse sistema.
Aprendizado e análise crítica
Esse projeto teve como aprendizado colocar os educandos também enquanto educadores e como sujeitos colaborativos de todo o processo da vivência, desde a realização de pesquisas para apresentação dos temas de estudos, até a organização da infraestrutura como preparar o café da manhã. Os estudantes tiverem contato com temas que abarcam a saúde coletiva e a determinação social da saúde que muitas vezes não aparece na grade curricular do seu curso de graduação, o que é bastante importante.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que esse tipo de projeto é importante para a formação de futuros profissionais da área da saúde, pois possibilita que esses estudantes conheçam o SUS com todas as suas potencialidades e desafios e possam se interessar em direcionar sua atuação na construção desse sistema. A recomendação é que as vivências no SUS sejam viabilizadas a partir de políticas públicas.
OS ENCONTROS E A CONSTRUÇÃO DO COMUM A PARTIR DO PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SUS | VIVÊNCIAS E ESTÁGIOS NA REALIDADE DO SUS (VER-SUS SUDESTE 2025)
Comunicação Oral
1 USP
2 UFF
3 UFES
Período de Realização
A vivência ocorreu de 10 a 17 de abril de 2025, em Vitória, Espírito Santo - região Sudeste do Brasil.
Objeto da experiência
Uma experiência coletiva de imersão no SUS como território de afetos, escuta, formação e reinvenção do cuidado em saúde como prática política.
Objetivos
Fortalecer o projeto ético-político do SUS por meio da experiência coletiva vivida entre estudantes. Rompendo com a lógica tecnocrata e homogeneizadora do processo profissional, ampliando a potência formativa pelo viver crítico e diverso. Defendendo saúde como direito, território de luta e invenção.
Metodologia
Este relato, mais do que uma descrição de atividades, é uma escrevivência — como ensina Conceição Evaristo —, pois nasce da vivência coletiva, da troca de memórias, da imaginação comprometida com a realidade transformadora. Não é ficção: é recriação de sentidos a partir do vivido, um vivido que é de todos nós. O espaço da vivência, foi produtor de entrelaçamentos, compromissos e valorização do cotidiano do SUS, da ancestralidade e da história coletiva como fontes de saber e poder.
Resultados
A vivência fortaleceu vínculos entre estudantes e o sistema público de saúde, despertou senso crítico quanto ao funcionamento do SUS e da sociedade e reafirmou a educação popular em saúde como instrumento transformador. Produziu mobilizações, mobilizadores, reflexões potentes e desdobrou-se em diversos projetos, pesquisas e ações dos participantes. Intensificou e solidificou o desejo coletivo (e a corresponsabilidade) de defender o SUS.
Análise Crítica
Compreendemos o SUS para além das estruturas técnicas: como espaço de sentidos, memória, política, cultura, resistência e cuidado. A vivência revelou a potência transformadora das redes afetivas/sociais/culturais. Desvelando a urgência do fortalecimento rizomático da saúde como produção ancestral, coletiva e popular, reafirmando o direito do povo. Ampliou os debates da saúde como campo socialmente determinado e de disputas do governo da(s) vida(s).
Conclusões e/ou Recomendações
Reafirmamos o VER-SUS como ferramenta potente de formação crítica e social em saúde. É fundamental que experiências como esta sejam ampliadas e valorizadas nos ambientes educativos, formando profissionais comprometidos com o SUS, com a coletividade, com a diversidade e com o saber popular. Como estudantes da saúde queremos continuar construindo espaços de vivência, debate, expressividade e luta por um SUS popular e de qualidade.
JUVENTUDES EM MOVIMENTO: A FORMAÇÃO DE AGENTES POPULARES DE SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E FORTALECIMENTO DO SUS NO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral
1 Fiocruz-Brasília
Período de Realização
1ª edição realizada entre março e setembro de 2024; 2ª edição em andamento desde abril de 2025.
Objeto da experiência
Formação de Agentes Populares de Saúde, com foco na educação popular, no fortalecimento da participação social e na defesa do SUS nos territórios.
Objetivos
Promover o protagonismo juvenil na promoção da saúde, por meio da formação de jovens do DF; estimular práticas de cuidado coletivo, mobilização popular e controle social do SUS, com metodologias participativas da educação popular e fortalecimento de vínculos nos territórios periféricos.
Metodologia
O curso foi desenvolvido pelo Núcleo de Educação Popular, Cuidado e Participação em Saúde – Angicos, da Fiocruz Brasília, em parceria com movimentos sociais atuantes como educadores. A formação envolveu encontros presenciais, oficinas, rodas de conversa e ações territoriais. Cada turma contou com aproximadamente 20 jovens, organizados em ciclos territoriais. A proposta incluiu articulação com unidades básicas de saúde e a realização de atividades práticas nos territórios.
Resultados
A 1ª edição formou 197 jovens em 17 turmas, distribuídas por diversas regiões do DF. A 2ª edição, em andamento, conta com 13 turmas e cerca de 400 jovens, incluindo cidades não contempladas anteriormente. Observa-se o fortalecimento de práticas de cuidado, escuta e defesa do SUS nos territórios, impulsionado pelo engajamento dos agentes já formados. Destaca-se a atuação de um educando da 1ª edição como educador no novo ciclo, evidenciando o caráter formativo e multiplicador da proposta.
Análise Crítica
A experiência reafirma a potência das juventudes como agentes de transformação na promoção da saúde e no fortalecimento do SUS. Evidencia-se a importância do vínculo com movimentos sociais e da escuta ativa como eixos da formação. Os principais desafios envolveram a permanência dos jovens no curso, o acompanhamento dos territórios e a articulação com os serviços de saúde locais, reforçando a necessidade de políticas públicas que valorizem a educação popular em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação de agentes populares de saúde entre as juventudes do DF revela-se uma estratégia potente para promover o cuidado nos territórios e fortalecer o SUS por meio da educação popular. Recomenda-se ampliar políticas que garantam a permanência dos jovens, o apoio intersetorial e o reconhecimento institucional desses agentes, valorizando sua atuação como elo entre comunidade, serviços públicos e mobilização social.

Realização: