
Programa - Comunicação Oral - CO13.5 - Residências em Saúde: Inovação e Formação para o SUS II
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
MAPEAMENTO DOS EGRESSOS DAS RESIDÊNCIAS MÉDICAS E MULTIPROFISSIONAIS NO ÂMBITO DA APS FINANCIADOS COM BOLSAS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Comunicação Oral
1 UFSC
2 UEL
3 UFSC/UEPG
Apresentação/Introdução
A Constituição Federal (1988) estabeleceu o ordenamento da formação de profissionais da saúde como atribuição do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre diversas iniciativas, as Residências em Medicina de Família e Comunidade (RMFC) e Residências Multiprofissionais (RM) se destacam como padrão de excelência.
Objetivos
Neste contexto, o trabalho objetiva mapear os egressos das RMFC e RM em cenários da Atenção Primária à Saúde (APS), financiados com bolsas do Ministério da Saúde.
Metodologia
Foram utilizados dados do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES/SGTES/MS) sobre egressos que receberam bolsas de residência do Ministério da Saúde entre 2011 e 2024. A partir da planilha disponibilizada, foi construído um banco com informações por ano, modalidade da residência (RMFC ou RM), instituição, unidade da federação (UF) e município de formação. Os dados possibilitaram a análise da evolução cronológica do número de egressos e a construção de mapas de distribuição dos egressos por região, UF e município. O estudo integra o projeto #FuiResidente, que investiga o impacto das residências na formação de competências interprofissionais na APS.
Resultados
Entre 2012 e 2024 concluíram a RMFC e RM com bolsas financiados pelo Ministério da Saúde 4.864 médicos e 9834 profissionais de 13 categorias. A partir de 2022 observa-se certa estabilização no número de egressos. O número de egressos das RMFC é maior na região sudeste e das RM na região Nordeste. Nos estados do AP, AC e MA não foram registrados egressos de RMFC no período; RR, PI, RO e AL apresentam o menor número de egressos e RJ e SP o maior número, com 948 e 860 egressos, respectivamente. Em relação as RM, os estados AC, AP, GO, MT e RR não apresentaram egressos; AM e SE o menor número e SP, PE e CE o maior número, com 1728, 1402 e 1334 egressos, respectivamente.
Conclusões/Considerações
As bolsas de residência do Ministério da Saúde propiciaram a especialização de 14698 profissionais da saúde na APS. Contudo, observa-se uma elevada concentração de egressos da RMFC na região Sudeste, diferente das RM, com maior concentração no Nordeste. A região Norte apresentou um número muito inferior de egressos, apontando para a necessidade de ações indutoras nestas regiões.
REVISTA TRAÇOS - A FORMAÇÃO DE RESIDENTES E ESTAGIÁRIOS DA SAÚDE, ATRAVÉS DOS CAMPOS DA CULTURA, TRABALHO & RENDA
Comunicação Oral
1 Fiocruz Brasília/ NUPOP
2 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Março de 2021 a março de 2025
Objeto da experiência
A experiência da Revista Traços na formação de residentes e estagiários na relação com pessoas em extrema vulnerabilidade.
Objetivos
Qualificar a formação de residentes e estagiários de Psicologia para atuar com populações em extrema vulnerabilidade, em rede (SUS e SUAS) e na perspectiva da autonomia, da cultura e do trabalho & renda.
Metodologia
A Revista Traços é uma das 125 publicações de rua do mundo, com atividades no DF desde 2015 e no RJ desde 2021. A revista é um instrumento de geração de renda e reinserção social para pessoas em situação de rua. Os vendedores, os Porta-Vozes da Cultura (PVC), são parte desse grupo social. Para acompanhar o trabalho do PVC existe uma Equipe Social que acompanha e articula os PVC na relação com as redes SUS e SUAS. Além disso, esta equipe atua na formação de residentes e estagiários.
Resultados
Atualmente a Revista Traços, através da sua Equipe Social atua em parceria, na formação de residentes e estagiários de Psicologia com a ENSP/Fiocruz, com a UFRJ, a UFRRJ, a UFF, a PUC/RJ, a UCL/RJ, o IBMR/RJ, a UDF/DF e o CEUB/DF. Foram qualificados por este processo 50 residentes e aproximadamente 300 estagiários de Psicologia.
Análise Crítica
Como espaço de formação, a Revista Traços valoriza a educação como processo emancipatório (promotor de autonomia e cidadania); a ciência cidadã; a diversidade e multiculturalismo; a equidade e justiça social e; a colaboração e solidariedade. Neste contexto, os residentes e estagiários acompanham as agendas da Equipe Social, contribuindo na sistematização do conjunto de práticas e de informações produzidas, na atuação direta com os PVCs e na articulação com as redes SUS e SUAS.
Conclusões e/ou Recomendações
A parceria com as Instituições de Ensino e Pesquisa, no DF e no RJ, além de fortalecer os processos formativos dos estudantes, reforça ações educacionais que interagem com diferentes campos de atuação (saúde, proteção social, cultura e trabalho & renda), reforçando assim um processo educacional mais plural e cidadão.
VIVÊNCIA EM SAÚDE NA COMUNIDADE: DESAFIOS E APRENDIZADOS NA INSERÇÃO TERRITORIAL DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE COLETIVA EM PALMAS/TO
Comunicação Oral
1 FESP - Fundação Escola de Saúde Pública
Período de Realização
Início em março de 2024, com ações ainda em andamento
Objeto da experiência
Atuação de residentes multiprofissionais de Saúde Coletiva em ações de promoção e educação em saúde na cidade de Palmas/TO
Objetivos
Relatar a experiência vivida por residentes de Saúde Coletiva durante a participação na Unidade Educacional de Saúde na Comunidade, destacando os desafios enfrentados na aproximação com a população e as estratégias utilizadas para promover ações educativas em saúde no território.
Descrição da experiência
A princípio, os residentes foram alocados em setores de Vigilância em Saúde de Palmas/TO, com atividades centradas em epidemiologia. Com a Unidade Educacional de Cuidado em Saúde na Comunidade, houve a inserção em territórios previamente identificados, iniciando a experiência do contato direto com a população. A proposta incluiu a organização de grupos educativos durante o período de 18 meses, com ações de promoção da saúde, exigindo planejamento, articulação e sensibilidade aos desafios locais.
Resultados
Apesar das dificuldades iniciais, como baixa participação comunitária e divergência de agendas, foi possível realizar ações educativas pontuais que possibilitaram reflexões sobre saúde no território. A experiência favoreceu o desenvolvimento de habilidades como escuta ativa, comunicação popular e planejamento participativo, além de proporcionar maior compreensão sobre a realidade dos profissionais que atuam na ponta do SUS.
Aprendizado e análise crítica
A inserção nos territórios revelou o abismo entre a prática técnica da vigilância e a realidade vivida pela população. Isso possibilitou a compreensão de que a promoção de saúde exige mais que conhecimento teórico - requer envolvimento, sensibilidade e articulação intersetorial. A UE de Cuidado em Saúde na Comunidade possibilitou o amadurecimento profissional, ressignificação do papel do residente e uma visão crítica sobre os limites e potencialidades do SUS nas ações comunitárias de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância de estratégias pedagógicas que promovam a vivência no território como parte da formação em saúde. Recomenda-se que programas de residência estimulem mais momentos de imersão comunitária, garantindo espaços de escuta, participação popular e articulação com os serviços da rede, favorecendo práticas mais resolutivas, humanizadas e comprometidas com a equidade em saúde
APRENDIZADOS DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO NA REALIZAÇÃO DE VIVÊNCIAS NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Comunicação Oral
1 ICEPi/SESA ES
2 UFES
Período de Realização
Em julho de 2024 com estudante de graduação capixaba e abril de 2025 com viventes da região Sudeste.
Objeto da experiência
Relatar os aprendizados da Escola de Saúde Pública do Espírito Santo no planejamento e realização de Projetos de Vivência na realidade do SUS.
Objetivos
Contribuir com a reorientação da formação de profissionais da saúde comprometidos ética e politicamente com as necessidades da população e o fortalecimento do SUS Capixaba; a integração ensino-saúde-serviço-comunidade e aproximar a formação dos estudantes com a prática cotidiana dos serviços do SUS.
Metodologia
O Estágio de Vivências no SUS Capixaba ocorreu em julho de 2024, em regime de imersão, nos municípios de Boa Esperança, Jerônimo Monteiro, Laranja da Terra, Nova Venécia e Vila Velha. A partir da instituição do Programa Nacional, essa experiência credenciou o ICEPi em participar da etapa de formação de facilitadores na Região Sudeste, contando com mais de 60 estudantes, entre viventes e facilitadora(e)s, em parceria com a Rede Unida, OPAS, Ministério da Saúde, movimentos estudantis e sociais.
Resultados
Nas Vivências foi pautada na Educação Popular em Saúde e diálogo com saberes e práticas dos territórios, possibilitando escuta ativa e promovendo vínculos entre formação, serviço e comunidade. Estudantes e trabalhadores relataram ampliação do olhar sobre o cuidado, valorização de saberes locais e fortalecimento do pertencimento territorial, evidenciando que a inserção pedagógica no SUS, quando crítica e situada, potencializa aprendizagens significativas e emancipatórias.
Análise Crítica
A vivência contribuiu para a formação ampliada de estudantes da saúde por meio do contato direto com os territórios e serviços do SUS, revelando diferentes níveis de acesso, estruturas e reconhecimento de diferentes saberes e práticas em saúde. A experiência reafirma a relevância de uma formação crítica, territorializada e dialógica na formação em saúde, fortalecendo a construção coletiva de um sistema equitativo, integrativo e popular, evidenciando o papel do SUS como projeto de equidade.
Conclusões e/ou Recomendações
As vivências reafirmam que integrar educação, saúde e território é uma prática ética e política. Projetos de vivências no SUS mostram dispositivos permanentes de formação, fortalecendo a Educação Popular e Permanente em Saúde. Essa aproximação fortalece vínculos e compromissos entre estudantes, trabalhadores, instituições de ensino e territórios, ampliando a potência transformadora do SUS como projeto de sociedade.
UMA EXPERIÊNCIA DE ESPECIALIZAÇÃO COM APRENDIZAGEM ATIVA PARA A SAÚDE NAS CIDADES.
Comunicação Oral
1 Fiocruz
2 iocru
Período de Realização
maio a dezembro de 2024
Objeto da experiência
A realização do curso de Gestão Urbana e Saúde, que abordou políticas, programas e ações interativas entre a saúde e as cidades brasileiras.
Objetivos
Objetivos: habilitar os alunos a reconhecer mecanismos de planejamento e gestão nas políticas públicas urbanas; identificar redes institucionais e organizacionais com a transversalidade da informação e da decisão; dotar os alunos de visão crítica sobre os determinantes da saúde na expansão urbana.
Descrição da experiência
O curso optou pelo uso de metodologias didáticas ativas sob a perspectiva dos determinantes urbanos da saúde. A adoção do ensino baseado em problemas foi fator decisivo a experiência do curso, onde o ensino de pós-graduação exclusivamente expositivo foi substituído pelo método dialógico a partir de situações problema discutidas com o apoio de um quadro conceitual. Assim trabalhamos com trinta alunos,dos quais um terço profissionais de saúde, outro terço é do serviço social e o restante é de exatas.
Resultados
Dos 30 alunos inscritos, 25 entregaram propostas de intervenção sobre um problema associado a um território, abordando temas como: ações de promoção de saúde nas favelas; o controle social como instrumento de fiscalização; direito à cidade das mulheres em situação de vulnerabilidade social; a inspeção de saúde em obras de saneamento; o sentimento de insegurança e medo instaurado na cidade; a população em situação de rua; a gestão de resíduos em locais inadequados; sonoridade urbana e saúde.
Aprendizado e análise crítica
Os temas dos trabalhos finais refletem a formação multiprofissional da turma na abrangência de diversos aspectos da saúde no território metropolitano. A dinâmica de discussões semanais, facilitou o diálogo sobre situações problemas, enriquecida pelos relatos de prática, onde se destacou a experiência pessoal de cada um, filtrada pela ótica dos debatedores convidados nas questões da habitação, uso do solo, mobilidade, saneamento, planejamento urbano, sistema público de saúde, na forma de um painel.
Conclusões e/ou Recomendações
O curso propôs uma discussão sobre determinantes urbanos da saúde coletiva, superando o modelo de observação da saúde da população urbana, existente na área da saúde urbana, e discutindo conceitos da aprendizagem ativa entre os professores e alunos para finalmente propor um plano de intervenção viável, exeqüível e monitorável combinando a área profissional de formação e a especialização, buscando a interação no conhecimento da cidade onde habitamos.
ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS E INSTITUCIONAIS PARA PROMOVER A INCLUSÃO DE MENTORES RESIDENTES EM TERRITÓRIOS VULNERÁVEIS NA FORMAÇÃO EM SAÚDE
Comunicação Oral
1 EBMSP
2 UNEB
Apresentação/Introdução
O Programa de Mentores em Saúde convida pessoas com doenças crônicas a ensinar para estudantes de diferentes graduações em saúde sobre suas experiências de doença, propondo em encontros em seus territórios. Este trabalho discute desafios enfrentados na gestão universitária para incluir mentores residentes em territórios marcados por vulnerabilidades sociais no processo formativo em saúde.
Objetivos
Identificar e analisar estratégias institucionais e educativas que possibilitem a participação equitativa de pacientes de territórios vulneráveis como mentores em um programa formativo na área da saúde.
Metodologia
Este trabalho é baseado em um estudo qualitativo sobre as experiências de adaptação do Programa de Mentores em Saúde, originalmente desenvolvido pela Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) em uma universidade brasileira. Foram analisados documentos institucionais, realizadas entrevistas com gestores, estudantes e mentores participantes, além de grupos focais com os participantes do Programa. A metodologia inclui análise crítica dos determinantes sociais da participação no ensino, com foco interseccional em classe, raça e território. As estratégias de inclusão foram examinadas à luz dos princípios da educação interprofissional, da educação popular em saúde e dos direitos humanos.
Resultados
A experiência brasileira exigiu a criação de estratégias específicas para garantir segurança e dignidade aos mentores, incluindo suporte pedagógico, mediação institucional, oferta de transporte e acolhimento psicossocial. As desigualdades socioeconômicas e raciais impõem barreiras adicionais à participação, em contraste com o modelo canadense, cujos desafios voltam-se para a coordenação logística e manutenção do engajamento. A análise revelou a importância de políticas educacionais sensíveis ao contexto e à produção de estratégias entre universidade, território e população. A escuta ativa e o reconhecimento do saber vivido são fundamentais para consolidar práticas formativas inclusivas.
Conclusões/Considerações
A inclusão de mentores que vivem em contextos de vulnerabilidade demanda adaptações estruturais e simbólicas nas universidades. Tais ações ampliam a potência formativa do ensino, promovendo equidade, escuta e valorização de saberes subalternizados. A experiência aponta para a necessidade de políticas institucionais que sustentem essas práticas como parte indissociável da formação crítica em saúde, interprofissional e socialmente comprometida.

Realização: