
Programa - Comunicação Oral - CO13.6 - PET-Saúde: ferramenta de formação interprofissional e promoção da equidade
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
PET-SAÚDE EQUIDADE: AQUILOMBAMENTO E ESTRATÉGIAS DE CUIDADO NO SUS COM FOCO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA DA BRASILÂNDIA/SÃO PAULO
Comunicação Oral
1 PUCSP
2 PMSP
Período de Realização
O projeto PET Saúde Equidade de valorização dos trabalhadores SUS acontece de maio/24 até abril/26.
Objeto da experiência
Articula-se universidade, rede de saúde e movimento social para qualificar a atenção à demanda de saúde coletiva e enfrentar o racismo institucional.
Objetivos
Esta prática extensionista na Brasilândia/SP parte do reconhecimento do racismo como determinante social de saúde, em intersecção com os marcadores de gênero, sexualidade e deficiência, com vistas à transversalização da PNSIPN nos processos de trabalho em saúde e promoção de justiça social.
Descrição da experiência
A experiência é realizada em quatro equipamentos da rede pública — UBS Jd. Icaraí, UBS Jd. Paulistano, CER e EEV (Equipe Especializada em Violência) —, a partir da atuação de grupos interdisciplinares. O PET desenvolve pesquisa-intervenção e possibilita levantamento de dados, mapeamento de práticas institucionais e proposição de ações coletivas nos serviços. Em cada polo de atuação, estratégias singulares são desenvolvidas com base nas observações e relatos de campo.
Resultados
Os resultados parciais apontam para o fortalecimento do aquilombamento como eixo estruturante das práticas de cuidado, o engajamento ampliado das equipes na coleta do quesito raça/cor, a articulação com fóruns de aquilombamento e a consolidação de espaços de escuta e formação nos serviços. A análise crítica evidencia que o enfrentamento ao racismo institucional exige não apenas a produção de dados, mas a implicação subjetiva e política das equipes, rompendo com os pactos da branquitude.
Aprendizado e análise crítica
O grupo atua na construção de um instrumento investigativo sobre as relações entre trabalhadores, violências e notificações, visando ampliar o reconhecimento das interseccionalidades nos processos de cuidado e fortalecer estratégias coletivas de apoio institucional com investimento em estratégias de formação permanente com letramento racial com desnaturalização do silenciamento das questões raciais e reconhecimento dos saberes populares e territoriais como fundamentais à produção de cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O aquilombamento das práticas institucionais não se reduz à adesão a protocolos mas envolve a criação de vínculos, a escuta das singularidades e a construção coletiva de alternativas diante das violências naturalizadas. A institucionalização dos fóruns territoriais é uma aposta ética-estética como articulação entre política, formação e cuidado, bem como a valorização de práticas interprofissionais que transversalizem a equidade étnico-racial.
PET-SAÚDE EQUIDADE: RELATO DE ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS POR UM PROJETO NO COMBATE ÀS INIQUIDADES PARA MULHERES TRABALHADORAS DO SUS
Comunicação Oral
1 UFPB
Período de Realização
De 1 abril de 2024 até 31 de março de 2025
Objeto da experiência
Prevenção e enfrentamento a preconceitos e violências sofridas por trabalhadoras do SUS na Paraíba através da integração ensino-serviço-comunidade.
Objetivos
Estimular mudanças nas práticas de serviços de saúde da Paraíba pela integração ensino-serviço-comunidade via PET-Saúde, valorizando e aperfeiçoando trabalhadoras do SUS, considerando aspectos como saúde mental e maternagem, equidade de gênero, identidade de gênero, raça/ etnia, idade e deficiência.
Descrição da experiência
O PET-Saúde Equidade é composto por 62 pessoas (coordenadoras, tutoras, preceptoras, estudantes e orientadora de serviço) que desenvolvem ações sobre temáticas interseccionais voltadas para equidade, valorização e acolhida das trabalhadoras do SUS. Dividido em cinco Grupos Tutoriais (GT): 1. Raça/etnia; 2. Sexualidade/gênero; 3. PCD/envelhecimento; 4. Saúde Mental; 5. Maternagem. As ações são planejadas e desenvolvidas em diversos equipamentos de saúde, educação e assistência social na Paraíba.
Resultados
Os GTs passaram por formações diversas para planejamento e execução de ações de letramento e visibilidade do trabalho feminino, considerando os marcadores sociais, em maternidade, centro de reabilitação, centro de saúde do trabalhador, gestão estadual de saúde e distrito sanitário indígena. Os enfrentamentos às iniquidades consistiram em atividades educativas (cursos, oficinas, palestras, reuniões com trabalhadoras e gestoras etc), envolvendo estudantes, preceptoras e tutoras de 14 graduações.
Aprendizado e análise crítica
O diálogo interseccional possibilitou a visibilidades dessas questões em torno do trabalho e da educação na saúde, bem como a superação de barreiras, potencializando o trabalho em saúde no combate ao racismo, sexismo, etarismo, capacitismo etc vivenciado por trabalhadoras do SUS, que tem gerado sofrimento mental, afetando a qualidade do cuidado à saúde prestado à população. Então, estratégias como as do PET-Saúde Equidade se mostram relevantes como elemento gerador de mudanças sociais.
Conclusões e/ou Recomendações
Para superar as estruturas de opressão e reduzir os determinantes de desigualdades é necessário investir em políticas que promovam mudanças educacionais/culturais. As mulheres trabalhadoras do SUS são as mais prevalentes, entretanto são minorias em cargos de liderança e gestão. Então romper com estruturas patriarcais de poder se apresenta como grande desafio para a construção de um ambiente de trabalho que acolha as necessidades de gênero.
O SABER SE MOVE: INTERSECCIONALIDADE, TERRITÓRIOS ACADÊMICOS E SABERES SITUADOS NA PRÁTICA DO PET-SAÚDE EQUIDADE
Comunicação Oral
1 UFAL
2 Secretaria de Saúde de Maceió-AL
Período de Realização
Maio de 2024 a maio de 2025, correspondente ao primeiro ano de vivência do PET-Saúde Equidade.
Objeto da experiência
Vivência interprofissional e interseccional no GT4 do PET-Saúde Equidade, com práticas formativas críticas na equipe e com profissionais do SUS na UBS
Objetivos
Apresentar a experiência interprofissional e interseccional do GT4 do PET-Saúde Equidade, com a inserção dos cursos das ciências sociais e humanas, e refletir sobre saberes, trajetórias e currículos na formação em saúde comprometida com a equidade e o SUS.
Descrição da experiência
A experiência reuniu discentes, docentes e profissionais da saúde, ciências sociais e humanas, valorizando múltiplos saberes na construção das atividades. Foram promovidos letramentos, oficinas e ações em território com foco na equidade e interseccionalidade. As práticas formativas ocorreram na equipe do PET e com profissionais da UBS. Os desafios incluíram o distanciamento entre as áreas; os ganhos, a crítica ao modelo biologicista e o olhar ampliado sobre o cuidado.
Resultados
As atividades do ano 1 evidenciaram a força do modelo biomédico e produtivista na formação em saúde, marcado por lógicas capitalistas que desvalorizam profissionais e usuários. A interseccionalidade revelou desigualdades estruturais presentes nos cursos e na sociedade, que atravessam as trajetórias dos sujeitos. Saberes situados fortaleceram o vínculo com o território, promovendo práticas críticas e escuta ativa entre estudantes, docentes e profissionais da UBS, gerando deslocamentos no cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A convivência entre diferentes trajetórias acadêmicas e sociais evidenciou contrastes nos percursos formativos e nas oportunidades de vida entre estudantes. As práticas compartilhadas com a equipe do PET e profissionais da UBS ampliaram a análise crítica sobre currículos e cuidado, atravessados por desigualdades estruturais. A diversidade emergiu como potência, promovendo escuta, diálogo e articulação entre saberes técnico-científicos e vivências diversas.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou a importância de formações em saúde críticas, que articulem universidade e SUS com base na equidade, no cuidado ampliado e na justiça social. A inserção das ciências sociais e humanas no PET-Saúde agregou às práticas formativas. Recomenda-se ampliar espaços de troca entre saberes que valorizem a diversidade e fortaleçam a Saúde Coletiva.
APRENDIZADOS APÓS UM ANO NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO PARA A SAÚDE (PET-SAÚDE EQUIDADE): UM PROJETO DE EXTENSÃO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE
Comunicação Oral
1 UFES
Período de Realização
Experiência iniciada em maio de 2024 com continuidade até 2026, duração do ciclo PET-Saúde Equidade.
Objeto da experiência
Ações de educação pelo trabalho na perspectiva da Vigilância em Saúde e das políticas públicas de Equidade do Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
Relatar as experiências desenvolvidas pelo grupo 1 do PET-Saúde Equidade, vinculado ao Núcleo de Prevenção da Violência e Promoção da Saúde (NUPREVI) do município de Vitória, Espírito Santo, segundo o eixo de valorização dos atuais e futuros s trabalhadores do SUS e interseccionalidades no trabalho.
Metodologia
Estudantes de graduação na área da saúde e pedagogia, inseridos no grupo 1 do PET-Saúde Equidade, sob supervisão de tutoras e preceptoras, participaram de formações sobre Violência, Cuidados às Pessoas Vítimas de Violência, Saúde da População LGBTQIAPN+ e questões Etnico-Raciais. Além disso, o grupo participou da elaboração de eventos e produtos, como dinâmica baseada na Educação Popular, cartazes, vídeos e folders sobre Violência no Trabalho, Notificação de Violência e outras temáticas.
Resultados
Como resultados da participação no PET-Saúde Equidade, obtivemos ampliação dos conhecimentos a respeito de temáticas relacionadas à equidade, como Saúde da população LGBTQIAPN+, questões etnico raciais e suas intersetorialidades no SUS. Ademais, o aprimoramento de habilidades como trabalho em equipe interprofissional e criatividade, por meio da elaboração de produtos de caráter interativos-visuais e audiovisuais e a interação com trabalhadores das áreas de assistência e gestão da saúde.
Análise Crítica
Com as atividades de educação permanente desenvolvidas pelo grupo, observa-se que o conhecimento sobre temáticas de equidade se faz fundamental para o processo de formação das futuras trabalhadoras e trabalhadores do SUS, considerando que eles estão expressos nas demandas cotidianas dos usuários dos serviços de saúde e nas ações da Vigilância em Saúde. Ademais, a perspectiva coletiva do programa contribui para a construção das competências necessárias para o trabalho interprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
Com vistas ao eixo temático que orienta as ações do grupo 1 do PET-Saúde Equidade, as experiências desenvolvidas evidenciaram a importância da educação permanente, bem como revelaram que os projetos de extensão podem impactar positivamente nos serviços de saúde, servindo como produtores de conhecimento e de reflexões sobre o cotidiano do trabalho para os atuais e futuros trabalhadoras e trabalhadores do SUS.
VIVÊNCIAS NO PET-SAÚDE EQUIDADE: FORMAÇÃO INTERPROFISSIONAL E PROMOÇÃO DA EQUIDADE NA SAÚDE INDÍGENA EM RONDÔNIA
Comunicação Oral
1 Universidade Federal de Rondônia
Período de Realização
Junho de 2024 a maio de 2025 (o projeto ainda perdura).
Objeto da experiência
Vivências aos alunos de ensino superior com foco na equidade, formação interprofissional na saúde indígena
Objetivos
Descrever as vivências no PET-Saúde Equidade em contextos de saúde indígena; refletir sobre o aprendizado interprofissional e os desafios do cuidado intercultural; e analisar a aplicação de conhecimentos teóricos para atuação sensível às especificidades culturais no SUS.
Descrição da experiência
O grupo realizou atividades na Secretaria Municipal de Saúde, na Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) e no Distrito Sanitário Especial Indígena de Porto Velho, envolvendo estudos de políticas públicas, reuniões interprofissionais e ações educativas. Os acadêmicos desenvolveram pesquisas e ações sobre o luto indígena, determinantes sociais da saúde, Burnout, inclusão linguística para surdos, abordagens decoloniais e o contato com profissionais no cotidiano de trabalho da saúde índigena.
Resultados
Ampliou-se a compreensão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) e das políticas de saúde indígena, além de identificar desafios como barreiras culturais e esgotamento profissional. O grupo desenvolveu habilidades em pesquisa, educação em saúde e colaboração interprofissional, evidenciando a relevância de práticas de adaptação cultural dos cuidados. Em comum, todos reforçaram a importância do trabalho em equipe e do respeito à interculturalidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência desmistificou visões estereotipadas sobre povos indígenas e destacou a complexidade do cuidado intercultural. Criticou-se a aplicação de modelos ocidentais sem adaptação, enfatizando a necessidade de escuta sensível e integração de saberes tradicionais. A vivência reforçou o papel da equidade e da interprofissionalidade na formação em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A participação no PET-Saúde Equidade tem sido transformadora, consolidando uma formação crítica e humanizada. Recomenda-se ampliar espaços de diálogo intercultural, investir em educação permanente para profissionais de saúde e promover práticas de fortalecimento da empatia e interculturalidade. Ademais, a experiência reforçou a importância da integração ensino-serviço-comunidade para a equidade no SUS.
PEDUCA – PROGRAMA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR: EXPERIÊNCIA NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Comunicação Oral
1 Centro Universitário São Camilo (SP/SP)
2 Faculdade de Saúde Pública (FSP/USP)
Período de Realização
De agosto de 2020 até dezembro de 2024.
Objeto da experiência
PEDUCA, programa multidisciplinar, integrado ao currículo escolar, voltado à qualificação de educadores do Estado de SP, sobre alimentação saudável.
Objetivos
Formar educadores a partir de conceitos e práticas reflexivas sobre alimentação adequada e saudável, visando fundamentar a construção de propostas pedagógicas transversais, dentro do currículo, que estimulem padrão alimentar saudável e diminuição da obesidade entre os escolares.
Metodologia
O PEDUCA é um curso de formação, 100%online, Moodle/USP, 110h, vinculado à Secretaria da Educação do Estado de SP (SEDUC), destinado aos educadores, para atuação integrada ao currículo na promoção da alimentação adequada e saudável nas escolas. O conteúdo programático foi composto por temas que envolvem a alimentação e a sua transdisciplinaridade, desde história da alimentação, sustentabilidade, doenças associadas e promoção da saúde. Com aulas, vídeos, podcasts, documentos oficiais, fóruns etc.
Resultados
De 2020 a 2024, o PEDUCA formou mais de 3.000 educadores sobre como criar estratégias sobre alimentação saudável como Tema Contemporâneo Transversal associado ao currículo e ao Projeto Político Pedagógico da escola para auxiliar no combate à obesidade infantil. A maioria da amostra foi composta por mulheres, interessados em adquirir hábitos saudáveis, professores da área de ciências/biologia e, apesar da formação, baixo conhecimento sobre como abordar a alimentação dentro do currículo escolar.
Análise Crítica
A partir do PEDUCA, cada participante elaborou um material pedagógico com abordagem prática e reflexiva, visando consolidar todo o conhecimento adquirido durante o curso, para promover a implementação de ações sobre alimentação saudável no ambiente escolar. As melhores propostas foram publicadas no formato de ebook (https://www.livrosabertos.abcd.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/876). Como limitação, entende-se a necessidade de monitoramento as ações na escola sobre alimentação saudável.
Conclusões e/ou Recomendações
A obesidade infantil configura-se como um agravo nutricional de elevada prevalência e complexidade. Neste sentido, conclui-se que o PEDUCA busca colocar em prática a Educação Alimentar e Nutricional entre os educadores, para que eles se tornem multiplicadores de conhecimento para criar ações planejadas, sistematizadas e regulares para auxiliar no combate e prevenção da obesidade nas escolas estaduais do Estado de SP.

Realização: