
Programa - Comunicação Oral - CO13.9 - Formação Inovadora em Saúde Coletiva: Metodologias Ativas e Integração no SUS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
LABORATÓRIO DE METODOLOGIAS ATIVAS (LABMA) NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ (UNIFESSPA): AMPLIANDO HORIZONTES FORMATIVOS
Comunicação Oral
1 UNIFESSPA
Período de Realização
Serão descritas atividades do LabMA/Unifesspa desenvolvidas em 2024 e 2025.
Objeto da experiência
Atuação de laboratório da Graduação em Saúde Coletiva da Unifesspa com ações de ensino, pesquisa e extensão na perspectiva da educação popular.
Objetivos
Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes na área de Educação em Saúde previstas nas Diretrizes Curriculares da Graduação em Saúde Coletiva, por meio de atividades curriculares e extracurriculares que buscam o fortalecimento da integração ensino-serviço-comunidade no Sul e Sudeste Paraense.
Descrição da experiência
O LabMA promove ações de educação na saúde, educação em saúde e educação permanente em saúde a partir do horizonte ético-político da educação popular em oito frentes: 1) saúde na escola; 2) saúde ambiental; 3) saúde do trabalhador; 4) comunicação em saúde; 5) controle social; 6) formação profissional do sanitarista; 7) equidade na gestão do trabalho; e 8) artivismos e múltiplas linguagens. É coordenado por dois docentes da Faculdade de Saúde Coletiva, contando com 70 bolsistas ou voluntários.
Resultados
No âmbito da formação de futuros trabalhadores da área da saúde, o laboratório sedia o desenvolvimento de componentes curriculares (como educação popular em saúde, direito sanitário e a supervisão de estágio), bem como promove eventos internos ao grupo e também para toda a comunidade acadêmica. Na educação permanente em saúde do SUS de Marabá/PA e região, tem promovido programas e projetos de extensão, com diferentes segmentos: profissionais de nível técnico e superior, gestores e conselheiros.
Aprendizado e análise crítica
A utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem tem possibilitado processos formativos singulares e potentes, com base no diálogo, protagonismo dos sujeitos, ludicidade e construção compartilhada de conhecimentos. As articulações com os gestores municipais foi um grande desafio: o LabMA geralmente era demandado para desenvolver ações pontuais e meramente informativas. Tal cenário tem se modificado na medida que temos conseguido demonstrar a efetividade de práticas dialógicas.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação de um laboratório na perspectiva da educação popular tem promovido a formação de profissionais com uma postura crítico-reflexiva sobre o trabalho na saúde. Suas ações práticas fomentam uma integração necessária com a rede SUS, o que, consequentemente, tem inclusive fomentado a valorização do profissional sanitarista na região, repercutindo até mesmo na empregabilidade dos egressos da Unifesspa.
CAPACITAÇÃO EM TUBERCULOSE E ILTB PARA ENFERMEIROS DA APS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA PARCERIA ENTRE ACADEMIA E SERVIÇO NO RIO DE JANEIRO
Comunicação Oral
1 FIOCRUZ
2 SMS RIO
Período de Realização
Maio e Junho de 2025
Objeto da experiência
Curso de capacitação para enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS) no manejo da Tuberculose (TB) e Infecção Latente da Tuberculose (ILTB).
Objetivos
Aprimorar o conhecimento e capacitar enfermeiros da APS para o manejo eficaz da TB e ILTB, com foco em diagnóstico, tratamento, prevenção e controle. A iniciativa busca fortalecer a atuação da atenção primária diante da tuberculose como um grave problema de saúde pública no Brasil.
Descrição da experiência
A experiência nasce de uma parceria estratégica entre o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP/Fiocruz) e a Coordenadoria de Atenção Primária 3.1 (CAP 3.1) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. O curso presencial, com carga horária de 28 horas , foi estruturado com aulas teóricas e simulações de casos práticos. A seleção da 2ª oferta priorizou enfermeiros com menor tempo de serviço na APS e sem capacitação prévia na área, visando maior equidade na formação.
Resultados
A iniciativa fortaleceu a articulação entre a academia (ENSP/Fiocruz) e o serviço (SMS-Rio). A alta procura, com 35 vagas ofertadas , distribuídas entre profissionais da CAP 3.1, do CSEGSF, residentes e da ampla comunidade da APS, demonstrou a demanda por formação na área. O conteúdo programático abordou temas desde a determinação social da TB e o racismo estrutural até o manejo clínico, monitoramento e prevenção, qualificando a prática do enfermeiro.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou a importância da educação permanente como ferramenta para qualificar o cuidado na APS. A parceria interinstitucional foi crucial, unindo a expertise acadêmica e a vivência prática do serviço para criar um conteúdo relevante e aplicável à realidade do município do Rio de Janeiro. A seleção focada em profissionais com menor tempo de atuação se mostrou uma estratégia potente para nivelar conhecimentos e fortalecer as equipes, contribuindo para a redução de iniquidades na formação.
Conclusões e/ou Recomendações
A capacitação é uma ferramenta estratégica para o controle da tuberculose, fortalecendo o papel da APS na coordenação do cuidado em rede. Recomenda-se a replicação deste modelo de integração ensino-serviço em outras áreas programáticas e municípios, consolidando-o como uma política de formação contínua no SUS. A avaliação da perspectiva dos profissionais, antes e após o curso, será fundamental para o aprimoramento de futuras ofertas.
CARTILHA EDUCATIVA PARA A POPULAÇÃO IDOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO NA MEDICINA NO CAMPO DA SAÚDE COLETIVA
Comunicação Oral
1 Centro Universitário São Camilo
2 Escola de Enfermagem da USP
Período de Realização
A experiência foi realizada entre março e maio de 2025.
Objeto da experiência
A elaboração de uma cartilha educativa sobre a pessoa idosa como parte da disciplina em Saúde Coletiva no quinto semestre do curso de medicina.
Objetivos
Elaborar uma cartilha educativa sobre temas relacionados a saúde integral da pessoa idosa; discutir o conteúdo da cartilha com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de três Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de São Paulo.
Descrição da experiência
A experiência iniciou-se em sala de aula, estudantes e docentes propuseram a construção de uma cartilha educativa para a população idosa, com os temas: Direitos da pessoa idosa, Redes de Atenção à Saúde (RAS), RAS da Pessoa Idosa, Equipamentos Sociais, Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMPI) e Mudanças Climáticas. Posteriormente, levaram as cartilhas impressas para as UBS e discutiram o conteúdo com ACS, buscando entender a utilidade das informações para o cuidado em saúde.
Resultados
Dos dezoito encontros com os ACS, identificou-se o tema Direitos como entendimento distante, mas pertinente na saúde da população idosa. Houve sugestões de equipamentos sociais e serviços de saúde da RAS presentes no território, que poderiam ser acrescentados na cartilha. O material trouxe uma explicação clara sobre o que é a AMPI, entendendo a UBS como espaço de cuidado integral. Por fim, mudanças climáticas foi um tema inovador no cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A atividade promoveu reflexão crítica sobre o papel do profissional de saúde na luta contra a efetivação dos direitos da população idosa. Os estudantes compreenderam os desafios da intersetorialidade e a importância da comunicação clara e empática. A experiência fortaleceu o vínculo universidade-serviço-comunidade e destacou a extensão como espaço de formação ética, política e técnica, reforçando a responsabilidade social do curso de medicina.
Conclusões e/ou Recomendações
A elaboração da cartilha evidenciou o potencial educativo e transformador da extensão universitária na formação médica. Recomenda-se que atividades semelhantes sejam incorporadas de forma permanente às disciplinas da graduação, favorecendo o engajamento dos estudantes com temas sensíveis como o envelhecimento, a equidade e os direitos humanos. Materiais acessíveis e colaborativos fortalecem a cidadania e o SUS.
COMUNICAÇÃO CLÍNICA DIALOGADA ENTRE FACILITADORES E PROFISSIONAIS ESTUDANTES UTILIZANDO PLATAFORMAS DIGITAIS
Comunicação Oral
1 Sala de Cuidados Antonio Piranema (SCAP/NUSP/FAMED/UFAL)
2 Faculdade de Medicina (CESMAC)
3 Faculdade de Medicina (FAMED/UFAL)
4 Escola Superior da Magistratura de Alagoas (ESMAL)
Período de Realização
Abril de 2024 a abril de 2025.
Objeto da experiência
Comunicação clínica através de encontros síncronos entre facilitadores e profissionais estudantes da Estratégia Saúde da Família no Programa Mais Médicos para o Brasil.
Objetivos
- Fortalecer o diálogo entre pares sobre a comunicação clínica;
- Fomentar a escuta ativa, melhorando a relação médico-paciente;
- Diversificar as formas de qualificação profissional através de ferramentas digitais.
Metodologia
O estudo analisou a participação de profissionais médicos atuantes na Estratégia Saúde da Família, vinculados ao Programa Mais Médicos para o Brasil, no Curso de Especialização em Medicina de Família e Comunidade, chancelado pela UNA-SUS e pela SBMFC e mediado por Instituições de Ensino Superior.
Foram realizados encontros síncronos semanais de 4 horas de duração, através da plataforma RNP, com apresentação de material instrutivo e discussões baseadas em experiências práticas na APS.
Resultados
Os temas discutidos foram trabalhados em dois módulos semestrais, um de introdução à comunicação clínica e a aplicação prática do conhecimento, e outro de introdução à comunicação clínica e a prática do médico de família e comunidade no âmbito do SUS. Cada um destes módulos abordou diversos temas de significado clínico na Estratégia Saúde da Família.
Os facilitadores e profissionais estudantes trouxeram suas consultas videogravadas para apresentar e discutir com todos de cada grupo tutorial.
Análise Crítica
A participação dos facilitadores e profissionais estudantes com vivências práticas de suas atuações na APS trouxeram contribuições únicas e de grande relevância para o aprendizado de todos os envolvidos, repercutindo em suas práticas clínicas com a melhora no atendimento centrado na pessoa.
Tivemos algumas dificuldades, principalmente no início, na adaptação para a videogravação das consultas a serem discutidas nos encontros síncronos, logo superadas e entendidas por todos os participantes.
Conclusões e/ou Recomendações
A boa comunicação clínica, com escuta ativa, centrada na pessoa e humanizada é o grande diferencial na atenção à saúde dos usuários do SUS. Envolver mais profissionais da Estratégia Saúde da Família, buscando novas formas de aprimoramento e envolvendo mais Instituições de Ensino Superior, na graduação e na pós-graduação, e também os representantes da população, irá contribuir para o respeito, a ética e a garantia da eficiência e da integralidade.
DO ENFRENTAMENTO À PRODUÇÃO DE SABERES: A CONSTRUÇÃO DE UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA MULTINÍVEL EM INFECTOLOGIA NO RIO GRANDE DO NORTE
Comunicação Oral
1 SESAP/RN
Período de Realização
De julho de 2022 a junho de 2024.
Objeto da experiência
Construção de curso de formação multinível (técnico e graduação) em infectologia no RN, pautado na educação permanente e na interprofissionalidade.
Objetivos
Relatar, analisar criticamente e avaliar resultados da implantação de um curso multinível e multiprofissional em infectologia, ancorado nos referenciais da saúde coletiva, da educação permanente e da pedagogia problematizadora freireana, frente aos desafios formativos do SUS, acentuados pela COVID-19.
Metodologia
A experiência emerge no contexto da pandemia. Articula serviço de infectologia, a Escola de Saúde Pública e a gestão estadual do SUS. Optou-se pela problematização como método pedagógico e mobilizou o ensino no serviço, o diálogo entre saberes e a análise crítica das práticas. Elaborou-se projeto pedagógico e processos de acreditação institucional. O curso é ofertado de forma integrada (nível médio e superior), valorizando a interprofissionalidade como princípio ético-político no SUS.
Resultados
O processo resultou na institucionalização do primeiro curso multinível e multiprofissional em infectologia no RN, com 72 vagas destinadas a trabalhadores do SUS. A proposta curricular está estruturada em três eixos (transversal, específico e prático) e fundamenta-se na articulação entre teoria e prática, território e serviço. A experiência materializa a práxis freireana, tensiona modelos tradicionais de formação e fortalece a saúde coletiva como eixo epistemológico, político e pedagógico.
Análise Crítica
A construção do curso revelou a potência da educação como prática libertadora, evidenciando que a formação em saúde – quando centrada no trabalho, no território e no diálogo –, amplia a capacidade crítica dos sujeitos e dos coletivos. A pandemia acelerou avanços, mas também escancarou limites estruturais, tensões burocráticas e modelos pedagógicos anacrônicos. Interprofissionalidade passou de retórica a método, ética e prática concreta no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência aponta caminhos para novos modelos de pensar e agir, todos eles baseados na educação permanente, na problematização e na interprofissionalidade, princípios fundamentais para o fortalecimento do SUS. Recomenda-se sua ampliação para outros campos do saber, institucionalizando práticas pedagógicas emancipatórias, alinhadas aos princípios da saúde coletiva, dos direitos sociais e da produção do cuidado no território.
DESAFIOS E POTENCIALIDADES DO USO DE METODOLOGIAS ATIVAS PARA ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: UMA PESQUISA APRECIATIVA.
Comunicação Oral
1 UFSCAR
2 USP-RP
Apresentação/Introdução
Assim como o conceito de saúde passa por um processo de mudança, a formação de profissionais precisa estar alinhada com tais demandas. Diante disso, o processo de ensino aprendizagem também tem dado destaque para a introdução de metodologias ativas, visando a desenvolver autonomia e pensamento crítico. Contudo, essa prática ainda enfrenta desafios.
Objetivos
Identificar os aspectos que facilitam e/ou dificultam a implementação das metodologias ativas em um curso de bacharelado e licenciatura em enfermagem na perspectiva de estudantes.
Metodologia
Trata-se de pesquisa apreciativa desenvolvida em quatro fases: Descoberta, Sonho, Planejamento e Destino. Em cada uma delas os participantes debateram as potencialidades do assunto estudado para desenvolver propostas de mudanças e melhorias no curso. O estudo foi conduzido em seis encontros presenciais, além da realização de entrevistas individuais semiestruturadas no período de maio a novembro de 2024. Participaram 11 estudantes do curso de bacharelado e licenciatura em enfermagem de uma universidade estadual paulista. Os dados foram analisados por meio da técnica de codificação temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.
Resultados
A simulação clínica e o ciclo pedagógico foram eleitas como as melhores práticas de metodologias ativas utilizadas, pois estimulam a participação e autonomia, melhorando a compreensão do contexto do trabalho em saúde. Tais estratégias permitem uma melhor percepção da interdisciplinaridade e aplicabilidade da aprendizagem significativa, além de fortalecerem a formação profissional e cidadã. Há a necessidade de superar a competitividade entre os estudantes, além de investir em condições para a sua aplicação, como infraestrutura e capacitação do corpo docente, evitando a sobrecarga, o adoecimento, o prejuízo ao aprendizado e as resistências à implementação das metodologias ativas no curso.
Conclusões/Considerações
A apreciação do grupo de estudantes revelou que o uso de estratégias de metodologias ativas contribui para a formação de cidadãos e estudantes mais participativos, autônomos e capazes de lidar com as demandas da profissão. Contudo, o grupo destacou que a aplicação das metodologias ativas ainda enfrenta fragilidades relacionadas à sobrecarga discente e à falta de capacitação docente, disputando espaço com o modelo tradicional de ensino.

Realização: