
Programa - Comunicação Oral - CO13.11 - Formação e Gestão em Saúde Coletiva: Integração, Participação no SUS
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
SUPERVISÃO DOS CAMPOS DE FORMAÇÃO EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE CAMAÇARI NA CONSTRUÇÃO DE FLUXOS INSTITUCIONAIS DE ACOMPANHAMENTO.
Comunicação Oral
1 PMC - SESAU - DIPLAN/COGETHS
Período de Realização
O relato compreende o período do primeiro quadrimestre do ano de 2025.
Objeto da experiência
(Re)construção dos fluxos institucionais de integração ensino - serviço - pesquisa - comunidade.
Objetivos
Descrever a experiência da equipe da Coordenadoria de Gestão do Trabalho, Educação e Humanização no Sistema Único de Saúde (SUS) - COGETHS de Camaçari-BA na construção de fluxos institucionais para o monitoramento e avaliação dos campos de formação em saúde.
Descrição da experiência
Trata-se da vivência na construção de fluxos institucionais durante o 1º quadrimestre de 2025. A partir da escuta dos preceptores e instituições formadoras, foram identificadas lacunas na organização e supervisão dos estágios. Em resposta, foram construídos fluxos e padronizações do pedido formal do campo; orientações gerais para os estudantes; pactuação de Planos de Trabalho; além de encontros de acolhimento com os preceptores e criação de canais de comunicação direta com a COGETHS.
Resultados
A institucionalização dos fluxos contribuiu para maior clareza sobre os papéis da gestão, dos serviços e das instituições de ensino (IE). Reduziu-se a informalidade na solicitação de campos e fortaleceu-se o alinhamento entre as propostas formativas e as necessidades dos serviços. Os profissionais passaram a relatar melhor organização dos processos, enquanto as instituições demonstraram maior comprometimento com a pactuação dos estágios.
Aprendizado e análise crítica
O avanço no alinhamento entre a gestão de saúde e as IEs contribuem para a construção de uma relação mais estreita entre a IEs, gestão de saúde municipal e a comunidade, favorecendo a articulação da teoria com a prática e a participação da comunidade nos processos de ensino-aprendizagem. No entanto, ainda é necessário avançar no desenvolvimentos de estratégias de ensino-serviço-comunidade e pesquisa a fim de qualificar as ofertas de cuidado ofertadas aos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção de fluxos institucionais para acompanhamento dos campos de prática fortaleceu a gestão compartilhada da formação no SUS. A experiência evidencia que a clareza de processos e a pactuação entre os atores envolvidos são estratégias potentes para qualificar o campo formativo. Recomenda-se a continuidade e ampliação das ações, com vistas à construção de indicadores, com vistas à integração ensino-serviço-comunidade.
TÍTULO: ENTRE O LOCAL E O REGIONAL: EFETIVIDADE DA GESTÃO INTERSETORIAL DO PSE A PARTIR DE ESTUDOS DE CASO
Comunicação Oral
1 Fiocruz Brasília
2 UCB-DF
3 Universidade de Brasília
4 Fiocruz RJ
Apresentação/Introdução
O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma estratégia intersetorial que articula saúde e educação para promover o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. Este estudo analisa a gestão local do PSE em diferentes contextos municipais, destacando como a governança, conformidade com a política e os arranjos adaptativos influenciam sua implementação.
Objetivos
Analisar a gestão intersetorial do PSE em nível local, a partir de estudos de caso regionais, identificando a operacionalização do Programa a partir de sua governança, conformidade e acomodação na perspectiva dos gestores municipais e atores locais.
Metodologia
Este é um estudo qualitativo, exploratório e baseado em múltiplos estudos de caso em âmbito municipal (Aracruz/ES, Manaus/AM, Benedito Novo/SC, Piripiri/PI, União do Sul/MT). Os critérios de seleção dos territórios do estudo foram desenhados de forma a representar a diversidade regional. Foram realizados grupos focais e observações in loco com gestores e atores locais do PSE em 2024. Foi utilizado como framework analítico as categorias "Governança", "Conformidade" e "Acomodação", e suas subdimensões, combinando dados qualitativos de cada contexto. O projeto foi aprovado pelo CEP da Fiocruz Brasília, CAAE 625477228, Parecer 5656695.
Resultados
A análise revela que a Governança apresenta variabilidade. Em Aracruz e Benedito Novo observa-se maior formalização e participação de parceiros, com GTIs mais estruturados. Manaus e Piripiri enfrentam desafios na regularidade dos GTIs e sustentação financeira, com maior dependência de iniciativas individuais e do contexto político. A Conformidade é impactada pela carência de recursos e rotatividade de equipes em Manaus e Piripiri, enquanto em Benedito Novo apresenta abundância de recursos. O monitoramento é um problema transversal. A Acomodação é evidente em todas as localidades, com gestores buscando soluções criativas frente às lacunas, demonstrando habilidade política na condução do PSE.
Conclusões/Considerações
Os estudos de caso reiteram que a efetividade da gestão local é multifatorial. A instabilidade política e institucional, carência de recursos e a fragilidade do sistema de monitoramento persistem como desafios generalizados, embora com nuances regionais. Fortalecer GTIs, garantir financiamento, investir no monitoramento e ampliar a participação social são cruciais para consolidar o PSE como política pública intersetorial e interfederativa.
PESQUISA FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE NÍVEL MÉDIO PELA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS: TRAJETÓRIAS E IMPLICAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO
Comunicação Oral
1 ESP-MG
Apresentação/Introdução
A pesquisa é desenvolvida desde 2021 pela equipe de pesquisadores da Coordenação de Promoção Cuidado e Vigilância em Saúde (CPCVS) da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) com a finalidade de conhecer a percepção de alunos egressos sobre os cursos desenvolvidos pela CPCVS e a atuação profissional dos egressos concluintes dessas ações.
Objetivos
Analisar e compreender a percepção dos egressos envolvidos nas ações educacionais de nível médio desenvolvidas pela ESP-MG em relação ao processo ensino-aprendizagem, bem como sobre sua inserção e mobilidade ocupacional após a conclusão dos cursos.
Metodologia
Estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado com egressos dos cursos Técnico em Vigilância em Saúde (TVS), Técnico de Saúde Bucal (TSB) e Atualização Pós-técnica em Enfermagem em Doenças Crônicas Não Transmissíveis – APTE-DCNT. Os dados foram coletados por meio de questionários estruturados, autoadministrados, com questões fechadas, de múltipla escolha, estruturadas por meio da Escala de Likert. Foi utilizado o software online Formulários Google. O link foi enviado por e-mail e Whatsapp para os egressos. Os dados coletados foram transcritos e codificados em banco de dados no programa Excel® 2010. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
As taxas de resposta foram de 46% (TVS), 58% (TSB) e 85% (APTE-DCNT). A proporção de mulheres variou de 61,5% (TVS) a 100% (TSB), enquanto as idades variaram de 23 a 63 anos. Dentre os respondentes do TVS, 84% não mudaram de trabalho após o curso; 76% atuam na vigilância em saúde; 89% consideram que o curso produziu mudanças positivas no trabalho. Mais de 90% dos respondentes do TSB e APTE-DCNT consideraram adequados os métodos de ensino e recursos pedagógicos, conteúdos, atividades e carga horária, enquanto mais de 94% consideraram que o curso contribuiu para uma atuação profissional mais crítica e melhor compreensão do SUS.
Conclusões/Considerações
A maioria dos respondentes ficou satisfeita com a formação recebida. O monitoramento da inserção de egressos dos cursos para o nível médio da ESP-MG no mercado de trabalho contribui para o redirecionamento dos processos de trabalho da equipe, gerando mudanças positivas no planejamento das ações educativas e revisão do ciclo de solicitação e oferta de novos cursos, com repercussão na qualidade dos serviços prestados ao SUS no estado.
INTEGRAÇÃO ENTRE INSTITUIÇÃO DE ENSINO E GESTÃO EM SAÚDE PARA DIVULGAÇÃO DAS PRÁTICAS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Comunicação Oral
1 UNEMAT
Período de Realização
Experiências vivenciadas durante os anos de 2022 e 2023
Objeto da experiência
Integração entre instituição de ensino superior, serviços de saúde e gestão dos serviços de saúde para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Objetivos
Relatar a experiência integradora entre instituição de ensino superior e serviços de saúde vivenciada por docentes do Curso de Enfermagem, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)- Campus de Diamantino/MT.
Descrição da experiência
A experiência se oriunda de um conjunto de atividades desenvolvidas entre docentes do Curso de enfermagem e Coordenações de setores da Secretaria Municipal de Saúde de Diamantino, com a finalidade de desenvolver a cultura da pesquisa em serviço, bem como qualificar trabalhadores e serviços de saúde.
Resultados
Foram promovidos: curso de formação de agentes comunitários de saúde e de combate a endemias; organização de duas Semanas de enfermagem; oficina preparatória sobre escrita e construção de trabalhos para o Encontro do Programa Saúde com Agente; Oficinas preparatórias sobre escrita e construção de trabalhos para o XXIII Encontro do Cosems/MT; Oficinas preparatórias sobre escrita e construção de trabalhos para II Mostra de Experiências de Saúde de Diamantino e realização da respectiva Mostra.
Aprendizado e análise crítica
As atividades possibilitaram atualizar 65 servidores; integrar incontáveis servidores e acadêmicos durante os eventos realizados; instrumentalizar mais de 45 servidores dos diferentes níveis de atenção quanto a escrita e pesquisa em serviços de saúde, promovido o encorajamento ao compartilhamento de experiências que variavam desde impactos de projetos de Promoção da saúde a ações coletivas de vigilância em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A proximidade entre as instituições possibilitou evidenciar a dificuldade vivenciada por profissionais que muitas vezes se qualificam ou se envolvem cotidianamente em funções técnicas para melhor atender aos usuários, mas se distanciam de práticas como leitura, escrita acadêmica, pesquisa e comunicação científica. Assim, recomenda-se que instituições de ensino se apresentem disponíveis para auxiliar na formação permanente e qualificação dos serviços.
PRECEPTORIA NO CURSO MAIS SAÚDE COM A GENTE. UMA ESTRATÉGIA EXITOSA PARA QUALIFICAÇÃO E INTEGRAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS) E AGENTE COMBATE A ENDEMIAS (ACE)
Comunicação Oral
1 Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS
Período de Realização
O primeiro período de realização do curso Mais saúde com a gente foi de fevereiro a agosto de 2023.
Objeto da experiência
O Objeto do estudo foi a preceptoria configurada como estratégia exitosa de educação permanente voltada à qualificação técnica dos ACS e ACE.
Objetivos
O objetivo deste relato de experiência é registrar a estratégia exitosa e fortalecer propostas de educação permanente para profissionais da rede, com vistas à integração, formação, aprimoramento e retorno de benefícios práticos ao usuário.
Descrição da experiência
Os ACEs e ACEs inscritos são separados em turmas e os preceptores são selecionados baseados em sua experiência na docência e formação em vigilância em saúde. Estes atuam como eixo de suporte pedagógico e integração teórica e prática, permitindo que os agentes desenvolvessem competências para atuação conjunta e resolutiva no território. As turmas, formadas por 25 alunos, têm encontros semanais onde, através de metodologias ativas, praticamos o que foi visto de teórico na plataforma EAD.
Resultados
Os resultados foram encontros produtivos em espaço seguro de construção coletiva, com intenção de melhorar o acolhimento e a integralidade da assistência aos usuários. Nos encontros foram trabalhados de maneira prática a territorialização, educação em saúde, trabalho integrado e multidisciplinar, saúde nos diversos ciclos de vida, com produções de materiais como mapa dinâmico qualificado e salas de espera nas unidades de saúde da família, além da qualificação na hora das visitas domiciliares.
Aprendizado e análise crítica
O acompanhamento próximo dos preceptores favoreceu troca de saberes, reflexão crítica sobre processo de trabalho e articulação entre vigilância em saúde e atenção primária, fortalecendo atuação multiprofissional e vínculo com comunidade. Ao promover o reconhecimento do papel estratégico dos ACS e ACE no SUS, a iniciativa contribui diretamente para a melhoria dos indicadores de saúde e para o enfrentamento de desafios como a prevenção de doenças e a promoção da saúde nos territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
O caminho para fortalecimento das diretrizes do SUS na atenção primária ainda é longo, porém são ações de investimento em profissionalização e qualificação dos trabalhadores da saúde que vão fortalecer a universalização da saúde, os resultados encontrados evidenciam maior integração entre as equipes, fortalecimento das ações de saúde coletiva e ampliação do acesso e da qualidade da atenção prestada à população.
DESCRIÇÃO DO PERFIL DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE QUE REALIZARAM O CURSO TÉCNICO DO PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE (PSA) NO BRASIL (2022-2023)
Comunicação Oral
1 UFRGS
Apresentação/Introdução
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) que facilitam o acesso dos usuários às ações de saúde em todo o território brasileiro. A formação técnica dos ACS é estratégica para o fortalecimento da Atenção Primária no SUS. O Programa Saúde com Agente (PSA) ampliou o acesso à formação profissional, integrando metodologias ativas e mediações tecnológicas.
Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico dos ACS inscritos no Programa Saúde com Agente (PSA) e avaliar fatores relacionados à conclusão do curso técnico ofertado entre 2022 e 2023.
Metodologia
Estudo transversal com dados de 152.999 ACS inscritos no Curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde do Programa Saúde com Agente, ofertado entre agosto/2022 e dezembro/2023. O curso contou com etapa online, acompanhada por tutores, e etapa presencial, supervisionada por preceptores (1.275 horas). Os dados foram extraídos do sistema de inscrição desenvolvido pela UFRGS, contemplando informações sociodemográficas, tipo de população atendida (urbana, rural, indígena, ribeirinha) e região.
Resultados
A idade média dos participantes foi 43,0 anos, sendo a maioria mulheres (84,7%), de raça/ cor parda (57,4%), atendendo predominantemente a população urbana (66,3%), que atuam nas regiões Nordeste (42,4%), Sudeste (29,9), Sul (10,5%), Norte (10,4%) e Centro-Oeste (6,7%). Uma expressiva parte dos ACS inscritos concluiu com sucesso o curso técnico (97,3%). As principais características dos ACS que não concluíram o curso com sucesso foram sexo masculino (9,2%); idade até 29 anos (11,7%), idosos acima de 60 (10,3%), raça/cor amarela ou indígena (9,5%), atendimento predominante de populações indígenas e ribeirinhas (9,4%) e atuação na região Norte (7,9%).
Conclusões/Considerações
O elevado percentual de conclusão do curso com sucesso sugere que a proposta pedagógica do PSA, alinhada à Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, contribuiu para o êxito formativo dos ACS. Entretanto, o menor sucesso entre populações vulnerabilizadas evidencia desigualdades estruturais na educação técnica. Estratégias mais inclusivas são necessárias para garantir o acesso e a permanência desses grupos nas políticas de formação.

Realização: