
Programa - Comunicação Oral - CO13.12 - Interprofissionalidade na Saúde Coletiva: Formação e Colaboração no SUS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
PERCEPÇÕES SOBRE O IMPACTO DA METODOLOGIA BALINT-PAIDEIA NA CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA E-MULTI
Comunicação Oral
1 UDESC/Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis-SC
2 Secretaria Municipal de Saúde de Recife-PE
Período de Realização
Janeiro a julho de 2025.
Objeto da experiência
Trazer a reflexão crítica das autoras enquanto docentes de aprendizagem na primeira turma de formação das equipes e-Multi realizado pela ENSP/Fiocruz.
Objetivos
Refletir sobre os impactos na capacitação de profissionais da Atenção Primária de diferentes cidades brasileiras para o atendimento integrado e qualificado, através da articulação dos saberes e práticas multiprofissionais, sob a ótica das docentes de aprendizagem na formação das equipes e-Multi.
Descrição da experiência
As docentes de aprendizagem foram previamente capacitadas no final de 2024 pela instituição idealizadora da formação (ENSP/Fiocruz). Em 2025, foram realizados 18 encontros síncronos online pela plataforma Zoom, semanalmente, com base na metodologia Balint-Paideia. Participaram integrantes das equipes multiprofissionais (e-Multi) já existentes em diferentes municípios do estado da Bahia, compostas por fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, entre outras categorias.
Resultados
A turma foi bem heterogênea, composta por diferentes categorias e experiências profissionais na APS. Os resultados foram visíveis: melhora na comunicação interprofissional; maior colaboração na condução de casos; mudança de práticas; aumento da satisfação e valorização da equipe e-Multi; melhora na qualidade do atendimento ao paciente. O Método Balint-Paideia permite uma maior aproximação dos casos clínicos com a realidade das participantes, repercutindo em seus processos de trabalho locais.
Aprendizado e análise crítica
A vivência reforçou a importância que as equipes multiprofissionais têm na produção de cuidado no território. A multiplicidade de áreas e experiência dos profissionais exigiu uma mediação constante para garantir a compreensão e interesse por todos, adaptando o Balint-Paideia e outras metodologias ativas para o ambiente online. A formação online traz desafios, como problemas de conexão e recursos disponíveis, bem como frequência comprometida pela rotina de trabalho desses profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância de abordagens pedagógicas ativas e focadas na prática para os profissionais da e-Multi. A adaptação para o ambiente online permitiu a superação das barreiras. Os desafios enfrentados foram oportunidades de aprendizado e aprimoramento das estratégias pedagógicas. Iniciativas como esta são essenciais para garantir a oferta de cuidado em saúde cada vez mais colaborativo, humano e eficaz.
PRÁTICAS INTERPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO BÁSICA: AVALIAÇÃO DA COLABORAÇÃO ENTRE EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
A interprofissionalidade é essencial para qualificar o cuidado na Atenção Básica, superando a fragmentação do modelo biomédico. Este estudo avalia a colaboração entre profissionais de diferentes núcleos em Unidades Básicas de Saúde do Distrito Federal, com foco na adoção de práticas colaborativas e seus impactos na resolutividade e integralidade do cuidado.
Objetivos
Avaliar a colaboração interprofissional entre membros das equipes da Atenção Básica e investigar o grau de adoção de práticas colaborativas no processo de trabalho em unidades de saúde da região centro-sul do Distrito Federal.
Metodologia
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e exploratório, realizado em Unidades Básicas de Saúde da região centro-sul do Distrito Federal, cenários do Programa de Residência Multiprofissional da Fiocruz Brasília. Participaram 65 profissionais de diferentes categorias, que responderam a um questionário sociodemográfico e à Escala de Avaliação da Colaboração Interprofissional em Equipe (AITCS II-BR). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e cálculo de médias e coeficientes de correlação, classificando os resultados em zonas de conforto, alerta e perigo, conforme a percepção dos profissionais sobre parceria, cooperação e coordenação no trabalho em equipe.
Resultados
Os resultados indicaram percepção positiva quanto à parceria (média 3,97) e cooperação (média 4,24), com destaque para comunicação, respeito e definição conjunta de metas. A dimensão coordenação apresentou média inferior (3,23), com fragilidades na inclusão de usuários nas reuniões de equipe (média 2,06). Profissionais relataram barreiras como sobrecarga de trabalho, ausência de espaços formais para planejamento e liderança pouco compartilhada. A diversidade de tempo de atuação e formação entre os profissionais revelou potencial para complementaridade, mas também desafios para a consolidação de práticas interprofissionais efetivas.
Conclusões/Considerações
A colaboração interprofissional mostrou-se promissora para qualificar o cuidado na Atenção Básica, mas enfrenta entraves estruturais e organizacionais. A inclusão efetiva dos usuários e a gestão compartilhada ainda são desafios. O fortalecimento da educação interprofissional, da gestão participativa e de espaços de planejamento são estratégias fundamentais para consolidar práticas colaborativas e ampliar a resolutividade dos serviços.
EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E AS PRÁTICAS COLABORATIVAS NO ATRAVESSAMENTO DO USUÁRIO EM TESTE RÁPIDO POSITIVO PARA HEPATITE C E HIV NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.
Comunicação Oral
1 UFPB
Período de Realização
A prática colaborativa interprofissional vivida realizou-se no período de fevereiro-abril de 2025.
Objeto da experiência
Prática colaborativa interprofissional nas atividades curriculares do Estágio Supervisionado Interprofissional (ESI) no Ensino Superior.
Objetivos
Descrever a produção do cuidado ao usuário com HIV/AIDS e HEPATITE C na perspectiva da integralidade, intersetorialidade e interprofissionalidade, desde o diagnóstico, tratamento e acompanhamento contínuo e proporcionar formação interprofissional em saúde aos estudantes da graduação de Odontologia.
Descrição da experiência
A experiência, sistematizada descreve o vivenciado na linha de cuidado ao paciente com HIV/AIDS e Hepatite, com interação entre o usuário, os profissionais da enfermagem, medicina da Estratégia Saúde da Família e os estudantes de Odontologia durante o estágio interprofissional de uma Instituição Federal de Ensino no Nordeste do Brasil, cuja intencionalidade foi oferecer um cuidado em saúde, a partir das necessidades do usuário, durante o seu caminhar na Rede de Atenção à Saúde (RAS).
Resultados
O teste rápido de Hepatite C e HIV oportuniza a notificação do caso, inserindo o usuário na rede de cuidado, proporcionando a produção de um plano de cuidado com o envolvimento do usuário para a tomada de decisão e sua construção. A continuidade do cuidado deu-se pela articulação da Atenção Primária a Rede Especializada. A intenção dos profissionais de trabalharem de forma interprofissional facilitou a comunicação com o usuário e entre os membros da equipe para a construção do plano de cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A formação interprofissional, por meio da interação e problematização entre diferentes profissões com a participação de usuários, desenvolvendo práticas colaborativas, a partir do reconhecimento de papéis e de relações horizontalizadas entre os participantes no processo de cuidar. Adotar a interprofissionalidade nas práticas e nos processos formativos reflete na colaboração, compartilhamento e equalização de poderes, contribuindo para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
É importante estabelecer nos serviços de saúde uma formação interprofissional para uma prática colaborativa, considerando a atenção centrada no usuário. É necessária para desconstruir o paradigma biomédico e permitir mudanças de um modelo de atenção com ênfase na promoção da saúde e para que a produção do cuidado alcance as inúmeras realidades de territórios diversos, através da equidade e da colaboração interprofissional.
ESTÁGIO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE: A PRÁTICA DA SAÚDE COLETIVA NA GRADUAÇÃO DE CURSOS DA SAÚDE NA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Comunicação Oral
1 Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
Período de Realização
Este estágio acontece desde 24.1, com graduandos de cursos da área da saúde da Unifor.
Objeto da experiência
Apresentar o Estágio Interprofissional, com graduandos da Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Ed. Física, Nutrição, Odontologia, Psicologia.
Objetivos
Esta experiência tem como objetivo principal divulgar um estágio curricular que se propõe a mediar intervenções em equipes interprofissionais, prioritariamente na atenção primária à saúde, com atitude humanizada, ética e colaborativa, bem como analisar contextos de prática dos territórios.
Descrição da experiência
O estágio acontece com turmas de 6 alunos de 3 cursos, e professores da Saúde Coletiva, que rodiziam em 2 campos de prática ao longo do semestre, entre UBS, CAPS, Escolas, ONG, CRAS. Com carga horária de 72h, iniciam com uma integração em que são discutidos a educação em saúde no contexto interprofissional, a dimensão do território, a interlocução entre campo e núcleo, e os cenários de aprendizagens. Por fim, os alunos seguem para as atividades práticas, a partir de um diagnóstico situacional.
Resultados
Já realizaram o estágio 400 alunos e 25 professores. Desde o início as atividades problematizam a pratica da saúde coletiva e suas especificidades, vivenciando os conflitos entre as disciplinas e as possibilidades de práticas em equipamentos de saúde, educação e assistência. Fizemos ações com distintos grupos (crianças, adolescentes, idosos, usuários do SUS e SUAS) baseadas nas demandas identificadas, como: bullying, saúde mental, violências, inclusão, uso racional de medicamentos, etc.
Aprendizado e análise crítica
Temos o currículo por competências e módulos comuns, para que os alunos se aproximem de cursos distintos desde os primeiros semestres, finalizando com este estágio. Os desafios ainda são muitos, como fragmentação do cuidado, desvalorização dos saberes e dificuldade com intervenções pautadas na clínica ampliada. Mas, temos avanços, como o entrelace de conteúdos e integração dos alunos, valoração da leitura do território e vulnerabilidades, a criatividade e adequação das ações elaboradas, etc..
Conclusões e/ou Recomendações
O Estágio Interprofissional em Saúde mobiliza cursos, alunos e professores que precisam estar atentos para os desafios impostos pela formação em saúde geralmente centrada na doença e no indivíduo. Desde seu início, o estágio permite, de forma intensa, a vivência dos campos de prática com um olhar coletivo e colaborativo, assumindo a premissa central da Saúde Coletiva, de compreender o fenômeno saúde-doença e sua produção social.
LIGA CATALANA DE SAÚDE COLETIVA (LSCS): FORMAÇÃO, AÇÃO E ARTICULAÇÃO INTERDISCIPLINAR NO FORTALECIMENTO DO SUS.
Comunicação Oral
1 UFCAT
Período de Realização
de 08 de outubro de 2022 a 09 de junho de 2025
Objeto da experiência
As ações de extensão interdisciplinar da Liga Catalana de Saúde Coletiva (LCSC) na Universidade Federal de Catalão (UFCAT).
Objetivos
Compartilhar, refletir e discutir as ações da Liga Catalana de Saúde Coletiva (LCSC) com a participação de discentes da enfermagem, psicologia, ciências sociais, engenharia, movimentos sociais na perspectiva da formação crítica reflexiva e compromisso social.
Descrição da experiência
A LCSC reúne estudantes de cursos de graduação, em encontros semanais para atividades formativas, discussões e trocas de experiências sobre temáticas envolvendo a Saúde Coletiva e planejamento de atividades voltadas para as necessidades da comunidade. Os integrantes participam de reuniões e capacitações do Conselho Municipal de Saúde do Município, ações do PSE para fortalecimento do SUS, e vivências de escuta da população e suas experiências no SUS.
Resultados
A atividade de extensão interdisciplinar, possibilitou o desenvolvimento do protagonismo estudantil, com compromisso em construir uma formação crítica em Saúde Coletiva, e em diálogo com os saberes e demandas do território. Além disso, através da realização dos Fóruns de Saúde, ampliou-se o acesso ao direito à informação e incentivou a participação popular na produção de possíveis políticas públicas, essenciais para o fortalecimento do SUS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência na LCSC revelou que a formação em saúde coletiva convida os estudantes a assumirem o compromisso com a defesa da equidade no SUS, e provoca atravessamentos na formação, como o entendimento da saúde como direito, sendo um ato político e de justiça social. Ademais, a atuação interdisciplinar em articulação com o território constitui-se um trabalho potente, na medida em que produz uma educação emancipatória para os estudantes e a comunidade externa.
Conclusões e/ou Recomendações
A LCSC reafirma a importância de iniciativas que integrem formação acadêmica, educação popular e controle social, a serviço do compromisso ético-político do SUS, em defesa do direito humano à saúde. Nesse sentido, recomenda-se a ampliação de projetos que tratem de saúde coletiva com aproximação entre universidade e território, para o fortalecimento do SUS como política pública comprometida com a participação popular e equidade.
METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA FORMAÇÃO DE EDUCADORES NA SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES DE UMA PESQUISA-AÇÃO EDUCACIONAL
Comunicação Oral
1 UFU
2 UFSC
Apresentação/Introdução
O estudo investiga os impactos da aplicação das Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem (MAEAs) integradas à Educação Interprofissional (EIP) na formação de educadores na saúde. Em face dos desafios educacionais, curriculares e tecnológicos contemporâneos, buscou-se fortalecer competências interprofissionais e práticas educadoras sensíveis, crítico-reflexivas, dialógicas e humanizadas no contexto do SUS.
Objetivos
Analisar os efeitos da articulação entre MAEAs e EIP na formação de educadores na saúde, destacando o desenvolvimento de competências interprofissionais e a consolidação de práticas andragógicas críticas e colaborativas.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa-ação educacional realizada entre março e dezembro de 2024, em seis cursos (disciplinas e ações de extensão) com 93 participantes — entre pós-graduandos, docentes e preceptores da saúde. A proposta formativa ancorou-se no construtivismo, na pedagogia freiriana e em abordagens histórico-críticas, integrando MAEAs e EIP. Utilizaram-se recursos digitais e analógicos, com foco no portfólio reflexivo, rodas de conversa, escuta ativa, comunicação não-violenta e avaliação formativa. Os dados foram produzidos por observações, registros fotográficos e audiovisuais, narrativas, questionários e portfólios, e analisados por Análise Temática de Conteúdo.
Resultados
Os resultados revelaram que a integração das MAEAs à EIP favoreceu o protagonismo, a criticidade e o desenvolvimento de competências interprofissionais. A avaliação formativa e o portfólio emergiram como instrumentos potentes de reflexão e aprendizagem. Participantes relataram avanços na compreensão do processo ensino-aprendizagem e maior segurança na atuação como educadores. Entre os desafios, destacaram-se a limitação de tempo, a sobrecarga de tarefas e dificuldades com recursos tecnológicos. Ainda assim, observaram-se ganhos cognitivos, afetivos, criativos e relacionais, com valorização de práticas colaborativas, dialógicas e sensíveis às realidades dos sujeitos e dos serviços de saúde.
Conclusões/Considerações
A articulação entre MAEAs e EIP se mostrou potente para a formação de educadores na saúde, ao integrar teoria, prática e diálogo crítico em processos humanizados, colaborativos e responsivos à diversidade. Reforça-se a importância da formação de educadores como prática contínua e reflexiva, recomendando-se sua ampliação em políticas de educação permanente no SUS.

Realização: