
Programa - Comunicação Oral - CO13.15 - Educação em Saúde: Construindo Pontes entre Comunidade e SUS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
LITERATURA INFANTOJUVENIL PARA INCENTIVAR O INTERESSE SOBRE CIÊNCIA, SAÚDE E CIDADANIA: A EXPERIÊNCIA PORTINHO LIVRE
Comunicação Oral
1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Período de Realização
Desde o lançamento da Portinho Livre, em outubro de 2023, até junho de 2025
Objeto da experiência
Portinho Livre, plataforma e selo de livros infantojuvenis da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Objetivos
Aliar a arte literária à divulgação científica. Facilitar o acesso a livros que incentivem a criatividade e o pensamento crítico de crianças e adolescentes. Estimular o debate, em sala de aula, de temas relacionados ao universo científico e à saúde pública.
Descrição da experiência
Desinformação, baixa cobertura vacinal, descrédito na ciência: desafios cruciais do presente; desafios inerentes à comunicação pública da ciência e da saúde. Na busca por diversificar estratégias de comunicação e ampliar o diálogo com crianças e jovens, contribuindo para a formação de consciência cidadã, criamos a Portinho Livre. Plataforma e selo de livros infantojuvenis da Fiocruz, conta com 7 obras em acesso aberto e com o Concurso Portinho Livre de Literatura, que terá sua 3ª edição em 2025.
Resultados
Lançamos “Maria Rosa, o amor e as vacinas”, história voltada a crianças de 7 a 8 anos que aborda, de forma lúdica e delicada, a importância da vacinação. Estamos em fase de finalização do livro "Curumim Wiz e a mãe natureza - Uma aventura pela saúde indígena". Reunimos, em acesso aberto, cinco obras já existentes nos acervos da Fiocruz. Lançamos três edições de concurso literário voltados a adolescentes de 13 a 16 anos. Tivemos 4 mil visualizações e 1,9 mil usuários ativos.
Aprendizado e análise crítica
Imaginávamos que conseguiríamos captar facilmente livros já publicados, dentro e fora da Fiocruz. Mas esbarramos num obstáculo: o fato de que muitas narrativas do gênero “informativo” resvalam em tons excessivamente de cartilha; apresentam inconsistências técnicas, nos textos ou ilustrações, bem como clichês e estereótipos que não fazem jus à boa arte literária para crianças e jovens. Outro desafio é a dimensão digital: temos recebido muitas demandas por exemplares físicos.
Conclusões e/ou Recomendações
Nestes quase 2 anos, constatamos que a arte literária pode ser instrumento muito eficaz para abordar temas das ciências e da saúde pública com crianças e jovens. É o que nos mostra o interesse de professores e pais pelas obras, bem como a experiência em eventos e leituras em sala de aula. Por outro lado, é inegável a necessidade de construir estratégias avaliativas ou pesquisas de recepção que identifiquem o uso desses livros pelos públicos-alvo.
DIGNIDADE MENSTRUAL ALÉM DAS GRADES: PROCESSO FORMATIVO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Comunicação Oral
1 UFTM
Período de Realização
fevereiro a dezembro de 2024
Objeto da experiência
Promoção da dignidade menstrual para pessoas que menstruam na prisão e suas familiares através do Projeto E-fluxo: dignidade menstrual além das grades
Objetivos
Promover a reflexão sobre dignidade menstrual no contexto prisional e suas implicações para as pessoas que menstruam e suas familiares, bem como na formação de profissionais da saúde, a partir de um projeto de extensão universitária.
Descrição da experiência
O projeto foi coordenado por uma docente e facilitado por discentes da área da saúde que participaram de formação sobre saúde menstrual, direitos sexuais e reprodutivos, sexualidade e gênero e metodologias participativas. Foram realizadas oficinas de educação menstrual (EM) com as pessoas que menstruam (PQM) na prisão, as quais foram convidadas para as oficinas de costura para produção de mil ecoabsorventes de tecido, distribuídos entre as participantes e familiares.
Resultados
Participaram do projeto, 11 discentes, 29 PQM na prisão e 900 familiares. A menstruação ainda é um tabu e repercute na vida de PQM. Nas oficinas de (EM), as dúvidas foram sobre: higiene intíma e menstrual, identidade de gênero e métodos contraceptivos. As discentes desenvolveram folhetos explicativos e ilustrados para cada encontro, os quais se tornaram material de divulgação nas celas. Foi elaborado um zine pelas participantes, o qual foi distribuído junto com os ecoabsorventes.
Aprendizado e análise crítica
A abordagem participativa facilitou o processo de construção de novos conhecimentos sobre saúde menstrual ao promover acolhimento, linguagem acessível e valorização de saberes. A distribuição de ecoabsorventes de tecido na prisão não se apresentou adequada devido as condições precárias das celas com uso restrito de água e acesso limitado ao sol para secá-los. Entretanto, se apresentou como opção viável para familiares em condições de vulnerabilidade social.
Conclusões e/ou Recomendações
A promoção da dignidade menstrual na prisão deve envolver familiares e contribuir para uma educação menstrual pautada em processos dialógicos e participativos. Os ecoabsorventes de tecido são uma boa opção para pessoas em vulnerabilidade devido ao seu baixo custo e redução no impacto ambiental. Ressaltamos o potencial do projeto na formação e transformação de profissionais de saúde comprometidos com as populações vulnerabilizadas.
ESCOLA CIDADÃ E A EDUCAÇÃO EM SAÚDE MENSTRUAL NO CONTEXTO ESCOLAR: RELATO DE OFICINA COM CRIANÇAS E PRÉ-ADOLESCENTES NO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral
1 Universidade de Brasília
Período de Realização
A oficina ocorreu no dia 10 de maio de 2025 em escola pública do Recanto das Emas, Distrito Federal.
Objeto da experiência
Oficina educativa sobre saúde menstrual voltada a crianças de 7 a 13 anos em escola pública, com abordagem lúdica e participativa.
Objetivos
Promover a escuta e o diálogo sobre saúde menstrual com pré - adolescentes e crianças; construir espaços seguros e informativos para o enfrentamento e combate de desinformação em saúde menstrual e estimular a expressão de percepções e sentimentos sobre o tema.
Descrição da experiência
A oficina foi conduzida por duas facilitadoras, uma graduanda e uma mestranda em uma escola do DF. Esperava-se um público adolescente, mas participaram crianças e pré- adolescentes de 7 a 13 anos, algumas acompanhadas por suas mães. A primeira parte foi a escuta inicial onde foi questionado se já haviam ouvido falar sobre menstruação e quem lhes contou. Em seguida, escreveram o que significava para elas e, na sequência, realizamos uma dinâmica de "Verdade ou Desafio" sobre saúde menstrual.
Resultados
A atividade demonstrou que é possível abordar saúde menstrual com faixas etárias mais jovens, desde que com linguagem e estratégias adequadas. A timidez do início da oficina e termos como “sofrimento” para se referir a menstruação demonstraram como mitos e estigmas ainda estão presentes. A presença das mães favoreceu o debate intergeracional e a participação das alunas. O uso de metodologias lúdicas e perguntas possibilitou o enfrentamento dessas desinformações de forma leve e cuidadosa.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de não subestimar o interesse e a capacidade de compreensão das crianças e pré- adolescentes sobre saúde menstrual. A faixa etária inicialmente considerada jovem para o tema, mostrou-se receptiva quando respeitada em seus modos de expressão. Também ficou evidente a relevância da presença das mães no processo. A necessidade de adaptação do planejamento em tempo real foi um desafio e um aprendizado importante sobre escuta ativa e flexibilidade metodológica.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a escuta ativa deve guiar as oficinas, permitindo ajustes em função do público presente. Além disso, incentivar a presença de responsáveis pode favorecer o diálogo intergeracional e o enfrentamento de estigmas. A oficina reforça a potência da educação em saúde como ferramenta de cuidado, transformação social e combate à desinformação.
PROMOÇÃO DA SAÚDE DO HOMEM NA APS: RELATO DE VIVÊNCIA COM A METODOLOGIA DOS 5AS EM VISITA DOMICILIAR
Comunicação Oral
1 Universidade de Fortaleza
Período de Realização
Março a abril de 2025.
Objeto da experiência
Promover autocuidado, aplicando os 5As. Objetivou-se conhecer o perfil socioeconômico, construir genograma e ecomapa e estimular a busca por apoio.
Objetivos
Relatar uma visita domiciliar com aplicação da metodologia dos 5As para promoção da saúde do homem em vulnerabilidade.
Descrição da experiência
Foi realizada uma visita domiciliar ao paciente que possuía múltiplas comorbidades e fazia uso de polifarmácia. Relatou consumo abusivo de álcool e baixa adesão ao tratamento, agravada por um sentimento de vergonha. Destacou-se a importância do vínculo com o profissional de saúde. Foi orientado a procurar o AA. A ausência em visitas seguintes impediu a continuidade do acompanhamento e avaliação das orientações sugeridas.
Resultados
Foi possível criar vínculo inicial, identificar vulnerabilidades (comorbidades, isolamento, uso de álcool) e orientar sobre serviços de saúde disponíveis e a necessidade de aderi-los, deixando de lado a noção de “masculinidade hegemônica”, que aparentava influenciar o paciente. Ademais, o uso dos 5As colaborou para estabelecer metas com a pessoa índice, mas a falta de encontros seguintes impossibilitou o andamento do quadro.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou como a masculinidade tradicional e barreiras sociais dificultam o cuidado em saúde do homem, temas como o orgulho demasiado e a dificuldade de pedir ajuda surgiram como uma barreira para a busca de tratamentos em saúde necessários. Foi evidenciado, também, como a necessidade de um vínculo com os profissionais de saúde, mesmo frágil, é essencial para a adesão aos tratamentos de comorbidades.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a abordagem com os 5As é potente na atenção salutar, mesmo que parcialmente aplicada. Recomenda-se investir em estratégias de fortalecimento do vínculo longitudinal no atendimento em Unidades Básicas de Saúde e em ações de educação em saúde sensíveis às especificidades do cuidado com homens em contextos vulneráveis.
CONTINUIDADE DO CUIDADO EM FOCO: ARTICULAÇÃO ENTRE A APS E A ATENÇÃO ESPECIALIZADA POR MEIO DO ACESSO À INFORMAÇÃO.
Comunicação Oral
1 UEFS
Apresentação/Introdução
Alcançar maior eficiência nos sistemas de saúde requer, fundamentalmente, a organização dos serviços em redes de atenção (Paula, 2021). Na Bahia, os consórcios interfederativos, representados pelas Policlínicas Regionais de Saúde (PRS), constituem uma estratégia para ampliar a resolutividade e garantir a continuidade do cuidado entre a Atenção Primária e a Atenção Secundária.
Objetivos
Divulgar o Sistema Único de Saúde, enquanto política social no fortalecimento da saúde e da cidadania e as Redes de Atenção à Saúde como arranjos organizativos de ações e serviços em saúde viabilizados pelos consórcios interfederativos de saúde.
Metodologia
Este trabalho, de natureza extensionista e abordagem qualitativa, propõe a democratização do conhecimento por meio da articulação entre a universidade e a sociedade. Com o uso das mídias digitais (Instagram), divulga informações sobre o acesso e os serviços ofertados pela Policlínica Regional de Saúde em Feira de Santana. A ação integra o programa de extensão ‘DivulgaSUS’, vinculado à Universidade Estadual de Feira de Santana, que tem como propósito a divulgação do SUS na promoção da saúde enquanto direito de cidadania. Os conteúdos compartilhados com a população têm como base informações do site Observatório Baiano de Regionalização e dados obtidos em contato direto com a gestão da PRS.
Resultados
O grande desafio das RAS tem sido estruturar os serviços de forma a assegurar um cuidado integral e de qualidade aos usuários, contemplando diferentes níveis de complexidade, com a Atenção Primária à Saúde atuando como eixo coordenador desse processo (Paula, 2021). A disponibilização de informações claras e acessíveis que orientem o usuário desde a unidade de saúde da família até a realização de exames ou procedimentos na Policlínica, com retorno à APS, evidencia os princípios de resolutividade e continuidade do cuidado preconizados pelo SUS. Este projeto tem possibilitado ao público sanar dúvidas, ampliar o conhecimento sobre os serviços ofertados e reconhecer-se como sujeito de direito.
Conclusões/Considerações
A promoção e a divulgação dos serviços ofertados pelas PRS, aliadas à orientação sobre as formas de acesso pela população, configuram-se como estratégias fundamentais para qualificar a experiência dos usuários do SUS. Tais ações fortalecem a atenção secundária ao ampliar o acesso a cuidados especializados e contribuir para a efetivação da resolutividade no âmbito dos serviços públicos de saúde.
QUEBRA-CABEÇA TERAPÊUTICO: AÇÃO LÚDICA PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE MEDICAMENTOS NO GRUPO DE CUIDADOS PARA PESSOAS COM HIPERTENSÃO E DIABETES.
Comunicação Oral
1 Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (PRMSF) da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ).
2 Preceptor de Categoria Profissional do PRMSF e Responsável Técnica do Serviço de Farmácia do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria da ENSP.
Período de Realização
Durante um mês, de maio a junho de 2024, em encontros semanais às segundas-feiras.
Objeto da experiência
Relato de atividade educativa sobre medicamentos para hipertensão, diabetes e dislipidemia, visando reforçar o conhecimento de usuários do grupo.
Objetivos
Promover educação em saúde interativa sobre a função dos medicamentos de uso crônico (anti-hipertensivos, antidiabéticos e hipolipemiantes), estimulando a participação ativa dos usuários. Identificar lacunas no conhecimento dos usuários acerca de sua terapia e reforçar a adesão ao tratamento.
Descrição da experiência
Foram confeccionados quebra-cabeças manuais com peças contendo nomes de medicamentos (ex.: Losartana, Metformina, Sinvastatina) e peças centrais com suas indicações (hipertensão, diabetes ou colesterol). Os usuários montavam as conexões conforme seu conhecimento prévio. Ao final, o farmacêutico residente corrigia erros, esclarecia o efeito de cada medicamento, a importância da adesão e abria espaço para dúvidas. A atividade integrou a rotina do grupo, precedendo a renovação de receitas.
Resultados
A atividade mostrou-se eficaz ao estimular a participação ativa dos usuários, que interagiram com interesse na montagem do quebra-cabeça. Observou-se que muitos participantes reconheciam os nomes dos medicamentos, mas tinham dúvidas quanto às suas funções específicas. A correção coletiva permitiu esclarecer alguns equívocos. Durante as sessões, houveram relatos de maior compreensão sobre a importância de cada medicamento, e questionamentos práticos surgiram (horários e formas de administração).
Aprendizado e análise crítica
A atividade evidenciou lacunas no conhecimento dos usuários sobre suas próprias terapias: muitos desconheciam a finalidade dos medicamentos que utilizavam diariamente. A estratégia revelou-se eficaz para expor essas vulnerabilidades de forma não confrontadora, permitindo correções imediatas e diálogos abertos. Observou-se que os participantes conseguiam identificar os nomes dos fármacos, mas associá-los às suas funções (como diferenciar um anti-hipertensivo de um hipoglicemiante) era um desafio.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação demonstrou potencial para integrar educação em saúde à rotina de grupos de doenças crônicas, promovendo autonomia dos usuários. Para replicação, recomenda-se: 1) associar imagens (ex.: coração, pâncreas) para reforçar memorização; 2) desenvolver materiais duradouros e padronizados para ampliar o acesso; 3) alcançar outros espaços além do grupo inicial. A experiência ressalta o papel do farmacêutico na educação em saúde na atenção primária.

Realização: