
Programa - Comunicação Oral - CO23.8 - Caminhos para o Amanhã: Planejamento e Regionalização em Debate
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
DIMENSIONAMENTO PARTICIPATIVO DA FORÇA DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE PAULÍNIA (SP): UM PROCESSO COPRODUZIDO COM O MINISTÉRIO DA SAÚDE
Comunicação Oral
1 Secretaria Municipal de Saúde de Paulínia
2 Ministério da Saúde
Período de Realização
A experiência relatada ocorreu no período entre os meses de Julho de 2024 a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
A Oficina de Planejamento e Dimensionamento da Força de Trabalho em Saúde na Atenção Primária à Saúde, realizada no município de Paulínia.
Objetivos
Mapear e redistribuir a força de trabalho com base em dados e vulnerabilidades territoriais; subsidiar a expansão da ESF; capacitar gestores locais em planejamento; propor critérios para contratualização e concursos; fortalecer a articulação entre saúde, assistência e planejamento intersetorial.
Descrição da experiência
A metodologia seguiu seis etapas: análise situacional; identificação da população vinculada; definição de indicadores; classificação dos territórios por vulnerabilidade; dimensionamento das equipes de Saúde da Família por adscrição proporcional; e estimativa da força de trabalho por categoria, incluindo a ampliação das equipes multiprofissionais. O processo envolveu cinco encontros presenciais e três online, com apoio técnico do Ministério da Saúde e participação das coordenações das UBS.
Resultados
Com base na média dos scores por UBS, os territórios foram classificados em três níveis de vulnerabilidade. Aplicou-se adscrição proporcional (2.500 para alta, 3.000 para média, 3.500 para baixa), resultando na estimativa de 46 equipes ESF — frente às 39 existentes. As UBS priorizadas para expansão foram Betel, Centro, Jd. Amélia, Planalto e São José. Estimou-se a necessidade de 135 novos ACS e propôs-se, como adaptação local, a ampliação das equipes multiprofissionais, de 4 para 6 eMulti.
Aprendizado e análise crítica
A produção demonstrou a potência da metodologia quando adaptada à realidade local. A escolha de indicadores viáveis aumentou o interesse das equipes. A análise territorial favoreceu decisões mais equitativas e embasadas em evidências. A oficina também gerou impacto formativo, ampliando a compreensão dos gestores sobre custo de pessoal, critérios de equidade e potencial da ESF para transformar o cuidado, especialmente em contextos de transição de modelo assistencial.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência consolidou um modelo replicável de planejamento participativo da força de trabalho na APS. Recomenda-se institucionalizar revisões periódicas com base em dados confiáveis, fortalecer os bancos de dados municipais e vincular os achados à contratualização e ao orçamento. A ampliação das eSFs e das eMultis, aliada ao uso de indicadores sociais, reforça a APS como ordenadora do cuidado e promotora da equidade.
EXPERIÊNCIA INTERSETORIAL NA COORDENAÇÃO DO PSE: EDUCAÇÃO E SAÚDE EM AÇÃO NO DF
Comunicação Oral
1 Secretaria de Educação do Distrito Federal
Período de Realização
Janeiro a Junho de 2025
Objeto da experiência
Relato da atuação conjunta das coordenações de saúde e educação na execução dos eixos prioritários do PSE no DF.
Objetivos
Compartilhar a experiência na coordenação no Programa Saúde na Escola no Distrito Federal, com foco na articulação entre saúde e educação para a execução qualificada das ações previstas nos eixos prioritários, promovendo o cuidado integral e a melhoria das condições de saúde dos estudantes.
Descrição da experiência
Com atuação integrada das coordenações da saúde e da educação, 632 escolas da rede publica aderiram ao PSE no biênio 2025/2026, representando um aumento de 25% em relação ao ciclo anterior (505 escolas em 2023/2024). As ações do PSE incluíram rodas de conversa, oficinas, atendimentos em saúde, vacinação e atividades educativas, planejadas em conjunto com as equipes escolares e as Unidades Básicas de Saúde, considerando as especificidades de cada território.
Resultados
O fortalecimento da parceria intersetorial possibilitou maior alcance e efetividade das ações. Houve ampliação da cobertura vacinal, maior participação estudantil em temas como saúde mental, sexualidade e direitos humanos, alem da melhora nos hábitos saudáveis dos estudantes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial transformador da articulação entre saúde e educação, mas também revelou desafios operacionais, como a rotatividade de profissionais, limitações na carga horária das escolas e entraves no uso do sistema de monitoramento. A atuação dos Grupos de Trabalho Intersetoriais Regionais (GTIR) foi decisiva para pactuar estratégias, garantir a continuidade das ações e qualificar a interlocução entre os setores.
Conclusões e/ou Recomendações
A consolidação do PSE como política pública efetiva depende da continuidade da integração entre saúde e educação, da valorização da formação permanente e da institucionalização das ações no cotidiano escolar e na rede de atenção à saúde. A experiência no DF reafirma o papel estratégico da intersetorialidade na promoção da saúde e no desenvolvimento integral dos estudantes.
FORTALECIMENTO DO CUIDADO ÀS PESSOAS COM CONDIÇÕES PÓS-COVID NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: EXPERIÊNCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE UMA PORTARIA DE INCENTIVO FEDERAL
Comunicação Oral
1 Ministério da Saúde
2 Ministerio da Saúde
Período de Realização
De 22 de fevereiro de 2022 até 31 de dezembro de 2024
Objeto da experiência
A Portaria GM/MS nº 377, de 22 de fevereiro de 2022 e a Portaria GM/MS nº 2.893, de 29 de dezembro de 2023 e suas ações previstas
Objetivos
Descrever os resultados do incentivo federal para o fortalecimento das ações de cuidado às pessoas com condições pós-covid na atenção primária à saúde, nos municípios brasileiros e no DF
Descrição da experiência
O Ministério da Saúde instituiu repasse financeiro aos municípios e DF para apoio à gestão local na qualificação, reorganização e adequação dos serviços da APS para o cuidado às pessoas com condições pós-covid, por meio da Portaria Nº 377, de 22 de fevereiro de 2022, a qual estabelece critérios para o repasse financeiro e indica as ações de cuidado às pessoas com condições pós-covid, na APS, cujo o monitoramento das ações se deu por meio dos dos registros de atendimentos contidos no Sisab.
Resultados
Fora repassado incentivo financeiro a todos os municípios e ao DF para ações de organização e a qualificação dos serviços da APS no cuidado às pessoas com condições pós-covid, desde a avaliação ao tratamento, criação de fluxos assistenciais, articulação de ações integradas, qualificação do registro e monitoramento. Além da elaboração de materiais técnicos para apoio a gestão e profissionais de saúde. Realizaram-se 241 mil atendimentos e 91,71% dos municípios realizaram as ações previstas
Aprendizado e análise crítica
Considerando o protagonismo da APS na prevenção de agravos e na redução de morbidade e mortalidade, as ações propostas intensificaram o manejo clínico e outras ações de saúde a serem adotadas para pessoas com condições pós-covid na APS. A APS é o centro de comunicação da RAS e ordenadora do cuidado, por tanto, à medida que o conhecimento sobre o tema avança, torna-se necessário qualificar o manejo as ações individuais, coletivas e intersetoriais
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstra a relevância da APS no cuidado às condições pós-covid, com alta adesão municipal e resultados expressivos. Recomenda-se aos municípios e DF ampliar a qualificação das equipes, fortalecer o monitoramento e integrar ações da APS com os demais pontos das redes de atenção à saúde, garantindo continuidade, qualidade e equidade no cuidado ofertado à população
KANBAN NA TRANSIÇÃO DO CUIDADO: ESTRATÉGIA LEAN PARA IMPLANTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM PARTICIPANTES INTERNADOS
Comunicação Oral
1 Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil –CASSI/RS
Período de Realização
Implantado em novembro de 2024, o projeto permanece em uso até o momento atual (junho de 2025).
Objeto da produção
Kanban em Microsoft Power Apps para monitorar as etapas do processo de alta hospitalar para home care por operadora de saúde de autogestão.
Objetivos
Descrever a implementação da ferramenta Lean Kanban para gestão visual do processo de transição de cuidado da alta hospitalar para assistência e internação domiciliar, com foco na otimização de fluxos, redução de tempo, melhoria da comunicação intersetorial e desfechos assistenciais.
Descrição da produção
Utilizou-se a filosofia Lean e a metodologia Kanban, aplicados por meio de aplicativo low code (Power Apps), para implantar gestão à vista dos processos internos de encaminhamento de participantes internados para home care. O processo envolveu o mapeamento dos fluxos de internação, alta e transição para assistência domiciliar. As etapas foram validadas com as equipes envolvidas, assegurando o registro em tempo real, o que possibilitou intervenções proativas e ajustes contínuos.
Resultados
Após sete meses de implantação, o Kanban permitiu a visualização contínua do andamento da implantação de assistência de home care para 74 participantes. Destes, 30 tiveram a assistência implantada. As maiores dificuldades percebidas foram a condição clínica e atrasos em processos intra-hospitalares. A rastreabilidade dos processos foi fortalecida, promovendo eficiência assistencial e administrativa. O tempo médio de implantação saiu de 3,25 em novembro para 1,75 em maio de 2025.
Análise crítica e impactos da produção
A adoção do Kanban promoveu uma mudança cultural nas equipes, permitindo a identificação de gargalos, padronização de fluxos e otimização de decisões críticas, conforme evidenciado pela redução do tempo médio de implantação da assistência. A gestão visual impactou diretamente na redução do tempo dos processos, melhoria de comunicação entre equipes e na experiência do paciente, demonstrando o potencial de ferramentas Lean na saúde, conforme já descrito em outros estudos.
Considerações finais
O uso do Kanban em aplicativo Low Code para a gerenciar as altas hospitalares para a assistência domiciliar se mostrou eficaz. A ferramenta fortaleceu o controle dos fluxos, melhorou o tempo de resposta das equipes e contribuiu para a continuidade do cuidado. A abordagem Lean em conjunto com uma ferramenta nativa e democrática do Microsoft Office, trouxe resultados tangíveis, sustentáveis e replicáveis em outros contextos da saúde.
USO DE DEVOLUTIVAS COMO ESTRATÉGIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO SUPORTE DE PARES EM CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL TIPO III
Comunicação Oral
1 UNICAMP
Apresentação/Introdução
A implementação do Suporte de Pares (SP) em Centros de Atenção Psicossocial tipo III (CAPS III) requer ações que favoreçam sua adoção nas instituições. A aplicação do Recovery Self-Assessment – Revisado/RSA-R, aliada à estratégia de Audit and Feedback, promove reflexões críticas e mudanças institucionais. Quando mediado por Comitês Gestores da Pesquisa, esse processo favorece a consolidação do SP.
Objetivos
Descrever os efeitos das devolutivas realizadas a partir dos resultados do Recovery Self-Assessment como estratégia para implementar o Suporte de Pares na região de Campinas-SP, destacando o papel dos comitês na condução e mediação do processo.
Metodologia
As ações ocorreram na implementação piloto do SP nos CAPS III em Campinas-SP. Aplicou-se o RSA-R a trabalhadores e pessoas usuárias de nov/2023 a jul/2024. A avaliação e devolutiva sistemática dos dados foram realizadas em dez/2024, em três momentos distintos nos três CAPS III, por meio de encontros presenciais e leituras coletivas com as equipes de cada serviço. Foram utilizados materiais impressos contendo: (1) a autoavaliação dos CAPS frente ao Recovery/Restabelecimento, (2) o comparativo entre os CAPS em eixos-chave e (3) os pontos fortes e áreas específicas de melhoria. Os comitês adaptaram os materiais à realidade local, com enfoque para maior efetividade e compreensão dos achados.
Resultados
As devolutivas criaram espaços de escuta mútua e reflexão coletiva entre trabalhadores e gestores. Destacaram-se pontos fortes, como acolhimento e estímulo à esperança, e fragilidades, como pouca presença de pessoas em Recovery/Restabelecimento, diversidade terapêutica e apoio a projetos de vida. A participação dos comitês facilitou o aperfeiçoamento dos dados. Os encontros nos CAPS evidenciaram tensão para mudança, mobilizando desejo de transformação para um cuidado emancipatório na rede. As equipes se sensibilizaram para o papel do SP e sua consolidação. A ação mostrou que o Audit and Feedback, mediado por comitês, pode catalisar mudanças institucionais adaptadas aos seus contextos.
Conclusões/Considerações
As devolutivas baseadas na estratégia de Audit and Feedback, mediadas por comitês, mostraram-se eficazes para fomentar a implementação do SP. Ao adaptar os materiais, promover ambientes dialógicos e engajar equipes, os comitês ampliaram a potência da estratégia. A leitura crítica dos resultados do RSA gerou reconhecimento de boas práticas e tensionamentos mobilizadores, indicando caminhos sustentáveis para mudanças e qualificação do cuidado.

Realização: