Programa - Comunicação Oral - CO23.4 - Vozes do Município: Experiências Locais que Inspiram
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
IMPLANTAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO COMO INSTRUMENTO DE QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA REDE MUNICIPAL DE RECIFE
Comunicação Oral
NEVES, M. M. G. O.1, SILVA, V. M. S.1, FARIA, A. B. S.1, CABRAL, R. G.1, BOTSHKIS, R. B. G.1
1 SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE
Período de Realização
A experiência contempla resultados obtidos no período de setembro de 2023 a março de 2025.
Objeto da experiência
Implantação de gratificação por resultados para gestores da saúde do Recife, vinculada a indicadores de desempenho.
Objetivos
Avaliar a experiência de implantação da gratificação por resultados na Secretaria de Saúde do Recife, analisando seus impactos na gestão, os aprendizados obtidos e sua aplicabilidade como estratégia de valorização, qualificação dos serviços e promoção da eficiência.
Descrição da experiência
A Lei nº 18.969/2022 instituiu o modelo de gestão por resultados na saúde do Recife, com gratificação vinculada a metas. Indicadores como satisfação do usuário, gestão do trabalho, vigilância, registro de medicamentos e desempenho das unidades foram avaliados e auditados por comissão multidisciplinar. A aferição das metas utilizou sistemas como Colmeia (frequência), Hórus (medicamentos) e NPS (Net Promoter Score). A ação integrou múltiplos setores, com pagamento atrelado ao desempenho validado.
Resultados
A experiência promoveu melhorias nos fluxos e processos de trabalho, na transparência e na avaliação objetiva de desempenho. Ferramentas digitais como o NPS possibilitaram ajustes baseados no feedback da população. Houve valorização dos gestores e maior integração entre setores. Os desafios incluíram resistência à mudança e dificuldades na adaptação ao novo modelo de gestão e às ferramentas tecnológicas.
Aprendizado e análise crítica
A implementação da aferição de indicadores para avaliação de gestores na saúde trouxe lições relevantes sobre gestão por resultados. Destacam-se a importância da definição clara dos indicadores, da capacitação contínua dos gestores para a mudança de cultura e da integração de sistemas de monitoramento. A complexidade dos indicadores e a dependência sistemas diversos ainda são desafios, reforçando a necessidade de investimento em sistemas unificados e processos flexíveis.
Conclusões e/ou Recomendações
A gestão por resultados no setor público ainda é incipiente e requer mudança de cultura organizacional. No Recife, sua implementação na saúde tem gerado diversos avanços, apesar dos persistentes desafios. No entanto, a experiência apresenta potencial para ser referência em outros contextos, ao promover uma cultura orientada à eficiência, transparência e melhoria contínua na gestão e na qualidade dos serviços públicos prestados à população.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTICIPATIVO PARA O PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE DE ANGRA DOS REIS 2026-2029: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral
Martins, A L X1, Crisóstomo Júnior, V J L2, Silva, L. R.2, Brandão, P S B3, Roza, J3
1 UERJ SSA- AR
2 SSA AR
3 UERJ
Período de Realização
Implementação do planejamento do PMS de Angra dos Reis-RJ meses de abril/2025 e julho/2025
Objeto da experiência
planejamento e ação da construção do PMS pautado nas necessidades de saúde e normativas legais do SUS, com participação ativa dos usuários da Rede
Objetivos
Qualificar e ampliar participação social nas etapas de construção do PMS 2026-2029 de Angra dos Reis-RJ
Descrição da experiência
Operação do PES: 1) explicativo: realização do diagnóstico situacional e definição de Agenda Estratégica com captação da percepção da população, formulário diagnóstico para as áreas técnicas da Saúde e análise dados secundários nos SIS; 2) normativo: problemas, objetivos e plano de operações para PMS em oficinas com usuários (indígenas, quilombolas, conselho de saúde), gestão e universidade; e 3) estratégico: operações realizadas com parceria junto ao Controle Social da Saúde e Universidade.
Resultados
Aplicado formulário virtual para enquete pública da saúde para a população de Angra dos Reis-RJ, com ampla divulgação nos canais oficiais da prefeitura, obtendo cerca de 296 respostas; realizado cerca de 8 oficinas técnicas (4 virtuais e 4 presenciais) com ampla participação de profissionais e usuários do sistema único de saúde e universidade pública; em andamento programação da conferência municipal de saúde contando com a presença da universidade
Aprendizado e análise crítica
Oportunidade de crescimento profissional para área técnica, professores, estudantes e usuários
Conclusões e/ou Recomendações
a construção do PMS firma o compromisso do planejamento e da programação dos serviços da gestão da Rede de Atenção à Saúde de modo a atender mais efetivamente às necessidades apresentadas pela população. Nesse sentido, busca-se qualificar tecnicamente o processo de planejamento estratégico como forma de subsidiar as decisões da gestão pautas em um modelo de Saúde Coletiva baseado em evidências.
QUALIFICAÇÃO EMERGENCIAL DA GESTÃO HOSPITALAR APÓS CALAMIDADE: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO GESTÃO RS
Comunicação Oral
SILVA, Fernando Henrique Martins da1, PAULA, Lucas Gomes Costa de2, CRISTALDA, Cristiane Maria Reis1, RADIN, Jaqueline3, SANTOS, Daniela Cristina dos3, MANTOVANI, Vanessa Monteiro3, BALDAN, Afonso4, SCHILLING, Luís Fernando3, MORAES, Clayton dos Santos5
1 Ministério da Saúde
2 EBSERSH
3 Associação Hospitalar Moinhos de Vento
4 Associação Beneficiente Síria – HCOR
5 Santa Casa de Porto Alegre
Período de Realização
Maio de 2024 (planejamento pós-enchentes), início em julho de 2024 e término em julho de 2025.
Objeto da experiência
Fortalecimento da gestão hospitalar no RS após enchentes, com foco em diagnóstico, capacitação e governança.
Objetivos
Fortalecer a capacidade de resposta da rede hospitalar pública e filantrópica do RS após a calamidade de 2024, por meio de diagnóstico situacional, qualificação das lideranças, implementação de planos de melhoria e acompanhamento estruturado dos indicadores-chave de desempenho.
Descrição da experiência
A partir das enchentes de maio/2024, o projeto atendeu sete hospitais com diagnóstico aprofundado, capacitação de mais de 3.200 profissionais e implementação de planos de ação. Utilizou-se metodologia estruturada (DMAIC, SWOT, PESTEL, Matriz GUT), integrando fóruns técnicos, protocolos clínicos e monitoramento contínuo de quatro dimensões estratégicas: produção, qualidade assistencial, recursos humanos e financeira.
Resultados
Até junho de 2025, foram produzidas 627 recomendações específicas e concluídas 80% das ações de capacitação previstas. Observou-se crescimento da produção cirúrgica, redução do tempo de permanência em até 16,6%, diminuição de custos hospitalares (até 21%) e aumento da adesão a protocolos de segurança. Houve ainda melhorias na governança local e na gestão de recursos humanos, com queda nas taxas de rotatividade e absenteísmo em várias instituições.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que ações estruturadas com apoio técnico externo qualificam a resposta institucional em contextos extremos. Contudo, mostrou também que mudanças de cultura organizacional e sustentabilidade das melhorias exigem mais do que intervenções pontuais. A permanência do apoio técnico e a articulação com gestores locais são essenciais para consolidar resultados e desenvolver redes resilientes de cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O modelo aplicado revelou-se efetivo para gestão emergencial hospitalar, especialmente em contextos de crise. Recomenda-se institucionalizar núcleos de gestão hospitalar estratégica, fortalecer a formação continuada das equipes e estruturar mecanismos de governança que assegurem continuidade e adaptação permanente dos processos assistenciais e administrativos frente a novos desafios.
QUALIFICAÇÃO ESTRUTURANTE E INTEGRADORA DO NOVO PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO A PARTIR DA AVALIAÇÃO DO INSTRUMENTO VIGENTE
Comunicação Oral
Suda, B. T. R.1, Cruz, L. G. M.1, Di Benedetto, S. D.2, Aguiar, F. B. T.1, Moraes-Lavado, M. C.1, Dalenogare, G. V.1, de Oliveira, C.1, Matanna, A. R.1, Ferreira, L. M. S.1, dos Santos, S. F. M.1
1 Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
2
Período de Realização
Desenho e avaliação: outubro/24 a janeiro/25; Disseminação de resultados: fevereiro e março/25.
Objeto da experiência
Avaliação do conteúdo e da estrutura do Plano Municipal de Saúde (PMS) 2022-2025 da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP).
Objetivos
Compreender padrões de construção de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores (DOMI) no plano vigente; Identificar fragilidades e potenciais de aprimoramento para a formulação e o monitoramento dos compromissos; Informar interlocutores de planejamento e direcionar a construção do próximo PMS.
Descrição da experiência
As 259 metas do PMS foram categorizadas segundo critérios: alinhamento DOMI; nível de desafio; governabilidade; concisão; redundância de objetos; propriedades do indicador; parâmetros; apresentação do resultado; pareamento com outros instrumentos. Analisou-se a frequência e correlações entre categorias, os tipos de indicadores e a relação hierárquica entre objetivos e metas. Os achados foram compartilhados com interlocutores de planejamento envolvidos no processo de elaboração do PMS seguinte.
Resultados
Foram apontados 521 pontos de potencial qualificação para o conjunto de metas do PMS, sendo mais frequentes: desalinhamento DOMI, concatenação de objetos para um mesmo objetivo ou meta, e falta de clareza no estabelecimento de parâmetros. Indicadores-produto foram utilizados para quase 80% das metas. Entretanto, nestes casos, a relação hierárquica entre objetivo e meta são de mesmo nível para mais de 60%. Ao final da análise, foram realizadas 11 reuniões com interlocutores de planejamento.
Aprendizado e análise crítica
Os achados destacam a necessidade de aprofundar a apropriação de aspectos teórico-conceituais sobre planejamento pelos gestores, para que as propostas de metas do PMS reflitam processos mais estruturados e coesos. A elaboração a partir de metodologia norteadora mais integrada, com suporte técnico qualificado para incorporação de objetivos estratégicos da instituição e das demandas da sociedade, poderá influir no desempenho da SMS-SP frente aos seus compromissos além de otimizar o monitoramento.
Conclusões e/ou Recomendações
Como principal ganho, tem-se o direcionamento nas estratégias de fortalecimento da cultura organizacional de planejamento para o próximo ciclo de gestão. Para além da obrigação legal, a formulação de um novo PMS por meio de construção coletiva e colaborativa é uma valiosa oportunidade de responder aos requisitos de dinamismo, eficiência, integridade e transparência necessários ao planejamento no Sistema Único de Saúde.
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA IMPLANTAÇÃO DE CENTRO DE PESQUISA CLÍNICA PARA VALIDAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS NA DOENÇA DE CHAGAS EM ÁREA RURAL DA BOLÍVIA
Comunicação Oral
Silva, F. M. R.1, Candido, P. H. C.1, Luquetti, A. O.2, Sousa, A. S.1, Vermeij, D.1, Herrera, A. G.3, Garcia, A. G. B.3
1 Fiocruz - RJ
2 UFG
3 INLASA - Bolívia
Período de Realização
Outubro 2022 - Abril 2025
Objeto da experiência
Implantação de centro de pesquisa clínica em área rural na Bolívia para validar algoritmo diagnóstico com testes rápidos na Doença de Chagas (DC)
Objetivos
Descrever a implantação de um centro em hospital municipal de Padilla (Chuquisaca-BO), abordando critérios de seleção, trâmites ético-regulatórios, adaptações estruturais, logística de insumos (compra no Brasil e exportação) e capacitação de equipe.
Metodologia
O centro foi instalado em Padilla, com prevalência estimada de 60% em DC. Selecionou-se o local por infraestrutura mínima (espaço, energia, refrigeração, internet) e potencial de recrutamento. Cumpriram-se trâmites éticos locais antes das atividades. Adaptaram-se instalações para energia estável, refrigeração e conectividade. Insumos indisponíveis localmente (testes rápidos, reagentes) foram comprados no Brasil e exportados. Equipamentos (refrigerador, computadores e celulares) atrasaram por burocracia.
Resultados
O processo ético-regulatório durou 24 meses. Adaptações físicas permitiram operação estável. A escassez de dólares e as barreiras à importação elevaram custos e prazos. Insumos foram comprados desde o Brasil e enviados à Bolívia, enfrentando entraves aduaneiros. Implementamos controle rigoroso de estoque e de fluxo de amostras. Três profissionais locais foram treinados por 12 dias em Boas Práticas Clínicas e nos procedimentos do protocolo.
Análise Crítica
Destaca-se a importância de planejar desde o início a compra e importação de insumos não disponíveis localmente, prevendo variações cambiais. Capacitação simultânea aos processos regulatórios e rotinas de controle de estoque e comunicação com autoridades locais são essenciais para mitigar atrasos.
Conclusões e/ou Recomendações
É viável implantar centro de pesquisa clínica em área rural remota, desde que logística de insumos e trâmites éticos corram em paralelo à adaptação estrutural. Recomenda-se parcerias locais sólidas, planejamento de custos cambiais e processos de estoque e comunicação contínua com órgãos reguladores.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DO SETOR DE OPERAÇÕES DO HOSPITAL MUNICIPAL ROCHA FARIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral
Walston, S.1, 2, 2, 2, 2, 2, 2, 2
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2
Período de Realização
Experiência iniciada em novembro de 2024 e ainda se encontra em andamento atualmente.
Objeto da experiência
Relatar desafios e estratégias do setor de Operações do Hospital Rocha Faria na melhoria da gestão e eficiência operacional dos serviços.
Objetivos
Descrever os principais desafios enfrentados pelo setor de Operações no contexto hospitalar.
Apresentar estratégias adotadas para otimizar processos e garantir a continuidade dos serviços.
Compartilhar aprendizados e resultados obtidos a partir da atuação prática na gestão operacional.
Descrição da experiência
A experiência no setor de Operações envolveu o acompanhamento das rotinas administrativas e logísticas da unidade. Foram observados desafios como alta demanda e necessidade de adaptação a imprevistos. Estratégias como reorganização de fluxos, priorização de tarefas e fortalecimento da comunicação entre setores foram aplicadas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Resultados
Como resultado da experiência, foi possível perceber avanços na organização dos processos, maior integração entre as equipes e uma resposta mais eficiente às demandas diárias. As estratégias aplicadas contribuíram para a melhoria da qualidade dos serviços, otimização do tempo e redução de falhas operacionais, evidenciando a importância da gestão eficiente no ambiente hospitalar.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da gestão estratégica no setor de Operações, mas também apontou alguns desafios estruturais e limitações de recursos que influenciam o serviço. Ficou evidente que, embora o empenho da equipe seja essencial, o apoio institucional e o planejamento contínuo e bem estruturado, resulta em melhorias duradouras. É imprescindível investir adequadamente e valorizar a gestão operacional como um pilar central para o sucesso das atividades.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o setor de Operações do Hospital Rocha Faria enfrenta desafios estruturais e de recursos, mas a experiência mostrou que estratégias adequadas, planejamento, gestão eficiente e investimentos contínuos possibilitam melhorias. O relato reforça a importância desse setor, que, mesmo não sendo assistencial, é essencial para o bom funcionamento do hospital.