
Programa - Comunicação Oral - CO14.3 - Integração do cuidado à saúde da pessoa idosa
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
15:00 - 16:30
15:00 - 16:30
PERFIS DA MORTALIDADE BRASILEIRA POR PNEUMONIA ASPIRATIVA EM PESSOAS IDOSAS PRÉ, TRANS E PÓS PANDEMIA
Comunicação Oral
1 UFRN
Apresentação/Introdução
Mais de 90% das Pneumonias Adquiridas na Comunidade (PAC) são do tipo aspirativa em pessoas idosas. No entanto, durante a pandemia, devido ao mascaramento de sintomas pela COVID-19 e à falta de critérios diagnósticos padronizados para Pneumonia Aspirativa (PA), os dados de mortalidade registrados pelos sistemas de informação podem ter apresentado mudanças a tendências preestabelecidas.
Objetivos
Traçar os perfis da mortalidade por pneumonia aspirativa de três faixas etárias da população idosa brasileira no período de 2018 a 2024.
Metodologia
Estudo ecológico observacional e transversal, com dados nacionais de mortalidade por PA (CID J69 – pneumonite devido a sólidos e líquidos) comparados entre as faixas etárias durante o período de 2018 a 2024. A coleta de dados foi realizada pela Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde, através do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10, com as categorias de notificação de óbitos, para todas as raças e sexos, dos grupos etários de 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80 mais, de acordo com as opções do sistema. Calculou-se a Mortalidade Proporcional (MP) de PA no país a cada ano estudado e o Coeficiente de Mortalidade Específico (CME) para cada grupo de idade em cada ano analisado.
Resultados
Foram registrados 43.214 óbitos por PA em pessoas idosas no Brasil (2018-2024). A maior parte em indivíduos longevos (28.453 ou 66%), seguidos dos septuagenários (9.589 ou 22,1%) e idosos mais jovens (5.172 ou 11,9%). A MP pré pandemia (2018 e 2019) foi de 10% e 11,3% respectivamente, durante a pandemia (2020 a 2023) os percentuais aumentaram para 11,4%, 15,2%, 16,4% e 17,3%, os dados de 2024 são preliminares e exibem MP de 18,4%. Os CME também apresentam aumento ao longo dos anos e por grupos de idade, seguindo, em 2018: 1,77; 3,06 e 9,47. 2019: 1,96; 3,61 e 10,68. 2020: 2,09; 3,64 e 10,65. 2021: 2,69; 4,92; 14,28. 2022: 2,70; 5,35 e 15,7. 2023: 2,93; 5,52 e 16,4. 2024: 3,07; 5,85 e 17,56.
Conclusões/Considerações
A mortalidade brasileira por PA é crescente em pessoas idosas, principalmente longevas. E o ano de 2021 (trans pandemia) apresentou o maior aumento de mortalidade proporcional em relação ao ano anterior.
MARCOS REGULATÓRIOS E A INTEGRAÇÃO DO CUIDADO FARMACÊUTICO NA TELEFARMÁCIA PARA IDOSOS: REVISÃO DE ESCOPO
Comunicação Oral
1 UNB
2 Uporto
3 UPORTO
Período de Realização
Março a abril de 2025, com análise de dados realizada até junho de 2025.
Objeto da produção
Analisar os marcos regulatórios da telefarmácia aplicados ao cuidado farmacêutico da pessoa idosa no Brasil e no exterior.
Objetivos
Investigar, por meio de revisão de escopo, os principais documentos normativos e experiências práticas nacionais e internacionais que orientam a implementação da telefarmácia voltada à população idosa, destacando avanços, lacunas e desafios regulatórios.
Descrição da produção
Trata-se de uma revisão de escopo com busca nas bases PubMed, SciELO e BVS, além de análise de literatura cinzenta (portarias, resoluções, diretrizes). A seleção seguiu critérios de inclusão (2020–2025, foco em idosos e regulação). Foram identificados 98.670 resultados, triados e refinados até a inclusão final de 90 documentos. Os dados foram categorizados por país e analisados criticamente à luz da saúde digital e da atenção farmacêutica.
Resultados
Identificaram-se marcos regulatórios relevantes no Brasil (Lei 14.510/2022 e Resolução CFF 727/2022) e em países como Portugal, Espanha e EUA. As evidências apontam benefícios clínicos da telefarmácia para idosos, como melhora da adesão e monitoramento farmacoterapêutico. Contudo, há escassez de estudos longitudinais e específicos para essa população.
Análise crítica e impactos da produção
A produção destaca o avanço normativo pós-pandemia, mas evidencia a necessidade de regulamentações mais abrangentes, capacitação profissional e investimentos em estrutura. Ao mapear documentos estratégicos, a revisão contribui para a qualificação da implementação da telefarmácia no SUS, fortalecendo políticas públicas de saúde digital com foco em equidade e acesso da população idosa.
Considerações finais
A telefarmácia configura-se como ferramenta promissora para ampliar o acesso ao cuidado farmacêutico de idosos. Sua efetiva consolidação requer diretrizes claras, suporte tecnológico e evidências científicas robustas. A revisão contribui para a compreensão crítica das regulamentações atuais e subsidia a formulação de políticas públicas mais inclusivas e sustentáveis.
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DO PROJETO PILOTO DO PROGRAMA MAIOR CUIDADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral
1 UFBA
2 UFMG
Período de Realização
A experiência de divulgação do Projeto Piloto do Programa Maior Cuidado (PMC) ocorre desde 2024.
Objeto da experiência
O PMC promove a prestação de cuidados continuados no domicílio a pessoas idosas dependentes e semi-dependentes em situação de vulnerabilidade.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é apresentar as estratégias de divulgação científica adotadas para comunicar o processo de implantação do PMC de forma acessível aos idosos e seus familiares, profissionais e gestores municipais do Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Metodologia
O projeto piloto do PMC, implementado nos municípios de Salvador (BA) e Contagem (MG), é uma proposta intersetorial inovadora de prestação de cuidados de saúde e socioassistenciais. Os cuidados são prescritos pelos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e prestados por cuidadores sociais, contratados pelo projeto do PMC, coordenado pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA).
Resultados
As ações de comunicação são desenvolvidas pela equipe de divulgação científica do projeto e organizadas a partir das práticas realizadas ao longo do processo de implantação. As estratégias consistiram em: criação de perfis em redes sociais; produção de conteúdos informativos para idosos e profissionais; elaboração de boletins técnicos para as secretarias de saúde e de promoção social; gravação de vídeos institucionais; e o desenvolvimento de um documentário sobre o processo de implantação.
Análise Crítica
A atuação da equipe de divulgação científica evidenciou a importância da divulgação como estratégia de difusão do projeto. A produção de conteúdos para mídias sociais permitiu a reflexão sobre como traduzir temas sensíveis em mensagens acessíveis e impactantes, que representassem as vivências e problemáticas de idosos(as) em vulnerabilidade social. Assim, as ações da equipe contribuíram para fortalecer a visibilidade e a legitimidade do projeto, apoiando sua efetiva implementação.
Conclusões e/ou Recomendações
Os resultados apontam para o fortalecimento da visibilidade institucional do PMC e o engajamento de e com diferentes públicos. Conclui-se que a divulgação científica constitui uma ferramenta potente para consolidar políticas públicas intersetoriais, pois possibilita a visibilidade e valorização da atuação multiprofissional, bem como a disseminação das ações de cuidado para usuários das diferentes políticas públicas.
INTEGRAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO MATRICIAMENTO EM CUIDADOS GERIÁTRICOS DE IDOSOS FRÁGEIS NA ATENÇÃO BÁSICA
Comunicação Oral
1 Missão Sal da Terra
Período de Realização
Realizado de outubro de 2024 á maio de 2025.
Objeto da experiência
Atuação dos Profissionais de Educação Física no matriciamento de cuidados a idosos frágeis na Atenção Básica.
Objetivos
Qualificar o cuidado prestado a idosos frágeis na Atenção Primária a Saúde (APS) por meio da integração dos profissionais de Educação Física no matriciamento em saúde, fortalecendo o acolhimento, o vínculo e o acompanhamento longitudinal e interdisciplinar.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada em duas unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) de Uberlândia–MG, integrando profissionais de Educação Física ao matriciamento em cuidados geriátricos desde outubro de 2024. Atuaram no apadrinhamento do plano de cuidado de 43 idosos frágeis, participando diretamente das consultas de tutorias geriátricas, visitas domiciliares, telemonitoramento e articulação com a equipe ao plano de cuidado proposto, promovendo adesão, humanização e continuidade do cuidado na APS.
Resultados
Dos 43 idosos acompanhados, 41,9% aderiram totalmente e 16,3% parcialmente ao plano de cuidado. A atuação dos profissionais de Educação Física aumentou adesão às práticas corporais, visitas e telemonitoramento, fortalecendo vínculos e comunicação interdisciplinar. Pacientes sem adesão (11,6%) tiveram maior média de consultas (4,8), sugerindo resistência e necessidade de acolhimento. Houve também melhora no risco de quedas, avaliação ambiental e adesão medicamentosa.
Aprendizado e análise crítica
A integração dos Profissionais de Educação Física ao matriciamento ampliou a resolutividade das equipes, evidenciando sua contribuição estratégica no cuidado geriátrico. Sua atuação transversal foi além do exercício físico, envolvendo apoio clínico-funcional, vigilância domiciliar e qualificação do cuidado. A experiência destaca o reconhecimento dessa categoria como parte essencial da APS, especialmente diante do envelhecimento populacional e da necessidade de políticas de promoção à saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A inserção dos Profissionais de Educação Física no matriciamento de cuidados geriátricos demonstrou ser uma estratégia efetiva, replicável e resolutiva. Recomenda-se sua ampliação em outras UBSFs para fortalecer a APS frente às demandas da população idosa, promovendo cuidado integral, humanizado e equitativo, e fortalecendo o SUS e a interdisciplinaridade como política pública de saúde.
SUSTENTABILIDADE NO CUIDADO À SAÚDE: A ATENÇÃO PRIMÁRIA NA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NA APOSENTADORIA.
Comunicação Oral
1 CASSI
Período de Realização
A atividade de educação em saúde ocorreu em 24 de janeiro de 2025, celebrando Dia do Aposentado.
Objeto da experiência
A abordagem coletiva destinada a aposentados, com foco no fortalecimento do vínculo, promoção do autocuidado e envelhecimento ativo e saudável.
Objetivos
A ação buscou promover o bem-estar biopsicossocial por meio da socialização, expressão artística e construção de rede de apoio emocional, além de apresentar uma proposta de cuidado integral com continuidade da atenção na Atenção Primária - CliniCASSI Montes Claros.
Descrição da experiência
O encontro contou com 44 participantes. Utilizando na abordagem dinâmica de grupo conduzida pelos médicos da APS, com perguntas reflexivas sobre a vivência da aposentadoria e conquistas pessoais. O enfermeiro, apresentou uma nova estratégia de cuidado integral direcionada à população aposentada, pautada no acompanhamento longitudinal e no fortalecimento dos vínculos entre equipe de saúde e usuários. Na confraternização houve apresentação musical, proporcionando ambiente acolhedor e descontraído.
Resultados
A ação teve participação ativa e engajada dos aposentados, que relataram valorização da socialização, autoestima e integração social. A atividade contribuiu para ressignificar a aposentadoria e reforçar o propósito de vida. A proposta de cuidado integral foi bem recebida, evidenciando confiança na APS. O encontro contou com feedback dos participantes, na avaliação obteve nota máxima em critérios como acolhimento, relevância do tema e impacto emocional positivo.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que ações interativas, culturalmente sensíveis e integradas à realidade dos aposentados fortalecem o vínculo entre usuários e serviços de saúde, além de ampliarem o papel da APS na produção do cuidado para além do modelo biomédico tradicional.
Constatou-se que o envelhecimento ativo requer não apenas ações clínicas, mas também espaços de escuta e convivência, que acolham as dimensões subjetivas dessa fase da vida.
Conclusões e/ou Recomendações
A sustentabilidade do cuidado em saúde no contexto do envelhecimento exige implementação de estratégias que aliem promoção da saúde, suporte emocional e fortalecimento comunitário. A experiência relatada reafirma o papel essencial da APS como protagonista no desenvolvimento de ações integradas e humanizadas contínuas, voltadas à população aposentada. Destaca-se o desafio de garantir continuidade e não pontualidade das ações.
NOS TRILHOS DA FRAGILIDADE E FUNCIONALIDADE: O PANORAMA DE PESSOAS IDOSAS COMUNITÁRIAS E AS IMPLICAÇÕES PARA O CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral
1 UFCSPA
2 UNISINOS
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional impõe desafios à saúde pública. Idosos que vivem na comunidade apresentam diferentes níveis de autonomia e vulnerabilidades. A fragilidade afeta sua qualidade de vida e independência. Contudo, há escassez de evidências sobre instrumentos eficazes e sensíveis às especificidades dos contextos dos idosos brasileiros.
Objetivos
Identificar características de idosos de um bairro no RS, visando compreender a fragilidade e riscos como quedas e polifarmácia, a fim de subsidiar estratégias de prevenção de incapacidades e promoção da autonomia funcional.
Metodologia
Estudo observacional transversal de caráter descritivo. Foram avaliados indivíduos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes em domicílios de uma comunidade específica acompanhada por uma equipe de Saúde da Família. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário estruturado elaborado pelos pesquisadores, que incluiu dados pessoais, fatores de risco e aspectos socioambientais. A avaliação física foi realizada por meio de testes baseados no modelo conceitual de fragilidade segundo o fenótipo de Fried. A análise estatística foi realizada através do Software SPSS20.0. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética sob parecer n° 3.771.230.
Resultados
Foram avaliados 323 indivíduos, a maioria mulheres (63%), com média de idade de 70,7 ± 7,20 anos de idade. Do total, 76% da amostra apresentava sobrepeso ou algum grau de obesidade, 55,4% percebiam seu estado de saúde como ruim ou razoável, 41% eram polimedicados e mais de um terço relatava dificuldade para realizar atividades diárias (40%), o que resultou em 46% relatando sentirem-se tristes ou deprimidos. Segundo o fenótipo de Fried, 42% classificavam-se como frágeis, sendo que 8,3% estavam com fragilidade severa. Nos testes funcionais, mulheres tiveram mais quedas, menor força de preensão, pior desempenho no "timed up and go" e menor velocidade de marcha (p < 0,05).
Conclusões/Considerações
Os achados revelam maior vulnerabilidade funcional entre idosas, com mais quedas, menor força e pior desempenho funcional. A dificuldade nas atividades diárias e a prevalência de fragilidade e sobrepeso reforçam a necessidade de ações para promover funcionalidade e prevenir incapacidades. Destacam-se a importância da fisioterapia, da avaliação precoce na Atenção Primária à Saúde e de programas comunitários para mobilidade, nutrição e saúde mental.

Realização: