
Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.5 - Estratégias para formação e fixação dos médicos na APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ANÁLISE DA ROTATIVIDADE E PERMANÊNCIA DE MÉDICOS CONVENCIONAIS E DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO BRASIL (2022-2024)
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A escassez e má distribuição de médicos afetam a efetividade da Atenção Primária no Brasil. O Programa Mais Médicos busca mitigar esses desafios com incentivos à fixação em áreas vulneráveis. A rotatividade elevada compromete o vínculo e a continuidade do cuidado, sendo necessário monitorar seus impactos e comparar modalidades de contratação no SUS.
Objetivos
Analisar a taxa de rotatividade e a média de permanência de médicos convencionais e do provimento federal nas equipes de Saúde da Família no Brasil entre 2022 e 2024.
Metodologia
Estudo descritivo e exploratório com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e do provimento médico federal disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Avaliou-se a taxa de rotatividade e a média de meses de permanência de médicos cadastrados em equipes de Saúde da Família (eSF) e com carga horária ≥40 horas, entre julho de 2022 a junho de 2023 e julho de 2023 a junho de 2024, por região e Índice de Vulnerabilidade Social do município. Na análise dos indicadores utilizou-se estatística descritiva e tendência central mediante uso da linguagem R, além de análise espacial com uso do software QGIS.
Resultados
Foram analisados dados de 88.625 registros médicos em 54.478 eSF. A rotatividade de médicos convencionais foi maior no Norte, subindo de 101,39 para 199,16, e no Sudeste, de 92,30 para 113,42 entre os períodos analisados. No provimento, observou-se queda em todas as regiões, como no Norte (94,40 para 54,66) e Sul (83,06 para 47,99). Em 2022–2023, a permanência convencional foi maior em municípios de baixa e muito baixa vulnerabilidade (6,63 e 6,61 meses, respectivamente), enquanto no provimento foi maior em municípios mais vulneráveis (6,38). Em 2023 a 2024, a permanência no provimento aumentou foi de 8,36 em alta e 8,09 em muita alta vulnerabilidade, indicando maior fixação nessas áreas.
Conclusões/Considerações
O Programa Mais Médicos se mostrou uma estratégia eficaz para reduzir a rotatividade e ampliar a permanência de médicos em áreas vulneráveis. Os dados reforçam o papel do provimento federal na redução de desigualdades regionais no acesso à Atenção Primária, ao oferecer incentivos que favorecem maior fixação. A continuidade do monitoramento é fundamental para o aprimoramento da política.
DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS NO BRASIL: ANÁLISE NA PERSPECTIVA DAS POLÍTICAS FEDERAIS DE PROVIMENTO DE MÉDICOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA (2010-2024)
Comunicação Oral Curta
1 ENSP/Fiocruz
2 CIDACS/Fiocruz
3 Uniiversidade Federal do Piauí
Apresentação/Introdução
O provimento de médicos em serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) é um desafio global e a escassez desses profissionais prejudica os cuidados em saúde, especialmente em áreas remotas. No Brasil, com a expansão da Estratégia de Saúde da Família (ESF), os desafios no provimento de médicos se ampliaram. A partir de 2011, programas específicos foram lançados para tal, como o Programa Mais Médicos.
Objetivos
Analisar a distribuição de médicos no Brasil, de 2010 a 2024, com ênfase na Atenção Primária à Saúde e nos programas de provimento de médicos desenvolvidos pelo governo federal nesse período.
Metodologia
Trata-se de um estudo de série temporal, com dados agregados a nível nacional e por regiões. Utilizamos o quantitativo de médicos como variável dependente, classificados nas subcategorias: total, SUS, APS e ESF. Para os médicos da APS e da ESF, o cálculo se deu a partir do Full Time Equivalente (FTE), considerando o parâmetro de 40 horas semanais. Os dados utilizados foram extraídos do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) e do Painel de Monitoramento dos Programas de Provimento da SAPS / Ministério da Saúde. Foram calculados os valores absolutos e variações percentuais no período. As análises estatísticas foram realizadas no software R.
Resultados
No Brasil, de 2010 a 2024, a quantidade de médicos no SUS aumentou 83,1%, enquanto o total de médico subiu 86,8%. Os aumentos mais expressivos aconteceram na Região Norte, ultrapassando 115% nesses dois indicadores. Nesse período, as maiores variações percentuais foram observadas no indicador de médicos da ESF (FTE), sendo notado um aumento de 129,1% no Brasil, com maior variação na Região Norte (161,2%). Entre 2014, um ano após o início do Programa Mais Médicos, e 2024, a quantidade de médicos alocados em serviços de APS por intermédio de programas de provimento aumentou 48,2%, saltando de 16.884 para 25.023 profissionais. Mais uma vez, o aumento foi maior na Região Norte (78,3%).
Conclusões/Considerações
Os programas nacionais de provimento de médicos, baseados em ampliação da formação e provimento emergencial, parecem ter contribuído para o aumento desses profissionais no Brasil, especialmente na ESF. Além disso, o crescimento mais evidente do quantitativo de médicos na Região Norte pode sinalizar um caráter pró-equidade ao alocar médicos em regiões mais vulneráveis e que historicamente tem mais dificuldade de garantir equipes completas na APS.
RETOMADA DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS: FORTALECENDO VÍNCULOS NA ATENÇÃO BÁSICA EM MUNICÍPIOS DO NORDESTE E CENTRO-OESTE
Comunicação Oral Curta
1 Universidade de Brasília (UnB)
2 Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
3 Universidad Nacional de Lanús (UNLa)
Apresentação/Introdução
A construção de vínculos entre médicos, equipes e comunidades é essencial para consolidar uma atenção básica integral e equitativa. No cenário de retomada do Programa Mais Médicos (PMM), compreender essas relações fortalece práticas de cuidado centradas no território e nos direitos, reafirmando o compromisso do SUS com a universalidade e a humanização.
Objetivos
Analisar como a retomada do PMM em 2023 tem contribuído para o fortalecimento dos vínculos entre equipes, população e médicos na Atenção Básica em municípios do Nordeste e Centro-Oeste.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo realizado em quatro municípios do Centro-Oeste, quatro do interior do Ceará e quatro da Paraíba. Foram conduzidas entrevistas em profundidade com 12 médicos, 12 gestores, 48 usuários e 24 profissionais das equipes de saúde. As entrevistas abordaram aspectos gerais do programa, sendo selecionados, para este trabalho, os elementos relacionados ao vínculo com os médicos do PMM. Os relatos foram gravados, transcritos e analisados com base na técnica de análise de conteúdo, utilizando o software Atlas.ti. O Projeto foi aprovado no Comitê de Ética/ FS UNB com o parecer de no. 6.920.832.
Resultados
A retomada do PMM tem fortalecido vínculos fundamentais na atenção básica. Com a população, observa-se a ampliação do acesso e a valorização da presença contínua do médico, da escuta qualificada e da humanização do cuidado como expressões de acolhimento e longitudinalidade. Com as equipes, destacam-se relações horizontais, humildade, integração no cotidiano e compartilhamento de saberes, que qualificam o trabalho e favorecem a permanência. Com a gestão, vínculos de confiança e proximidade impulsionam o engajamento em ações coletivas e fortalecem a cultura institucional. Equipes de saúde reconhecem diferenças com médicos de períodos anteriores ao PMM e valorizam estes atributos.
Conclusões/Considerações
A retomada do PMM tem fortalecido vínculos entre os atores envolvidos no processo de atenção. Houve evidência do fortalecimento de vínculos com usuários, equipes e gestores. A valorização de práticas humanizadas, da integração ao cotidiano das unidades, do vínculo afetivo com a equipe e do compromisso institucional reforça o papel do programa na consolidação de uma APS ética, contínua e que oferece cuidados longitudinais.
ESTRATÉGIAS SINÉRGICAS DE FORMAÇÃO MÉDICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: INTEGRAÇÃO ENTRE ENTRE PRÁTICAS FORMATIVAS DO MAIS MÉDICOS E RESIDÊNCIA EM MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Comunicação Oral Curta
1 SMS-RJ
Período de Realização
De abril de 2024 até o momento
Objeto da experiência
Ofertas de formação de profissionais do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB) na cidade do Rio de Janeiro
Objetivos
Descrever estratégias formativas do PMMB realizadas por preceptores da residência em MFC da SMS-Rio, via supervisão in loco e curso de especialização da UNASUS-UNIFESP
Descrição da experiência
Desde abril de 2024, a SMS-RJ supervisiona o PMMB no município. Cerca de 18% da população é assistida por médicos do Programa. A supervisão in loco é feita majoritariamente por preceptores do PRMFC-Rio, com perfis qualificados e experiência docente, integrando ensino e serviço.
Resultados
A atuação integrada do PMMB, da residência em MFC da SMS-RJ e do curso da UNASUS-UNIFESP fortaleceu a APS, ampliando a capacidade assistencial e a qualificação do cuidado no município. A convergência entre estratégias educacionais e assistenciais favoreceu avanços importantes na formação e na prática.
Aprendizado e análise crítica
A articulação entre serviço e formação fortaleceu a APS, ampliando a identidade na MFC. O modelo colaborativo favoreceu ambientes de aprendizagem qualificados e promoveu cuidado longitudinal. O caso do Rio evidencia o potencial de estratégias integradas para formar profissionais comprometidos com o SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou resultados positivos na qualificação da supervisão do PMMB. A seleção de preceptores com experiência local agregou valor ao processo. Entre os desafios, destaca-se a sobreposição de atribuições, especialmente na conciliação das atividades da preceptoria com a supervisão in loco.
QUANDO O TERRITÓRIO FALA: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL POR ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA NA USF CÓRREGO DA FORTUNA – UMA EXPERIÊNCIA NO ÂMBITO DO PROFSAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
Período de Realização
Dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, durante o desenvolvimento das atividades do PROFSAÚDE na APS.
Objeto da experiência
Aplicação da Estimativa Rápida Participativa (ERP) como ferramenta de diagnóstico situacional na USF Córrego da Fortuna, Recife-PE.
Objetivos
Compreender a relevância da ERP na construção de uma visão ampliada do território e das condições de vida e saúde, auxiliando no planejamento das ações da USF Córrego da Fortuna e no fortalecimento dos vínculos com a população.
Metodologia
A ERP foi aplicada como parte das atividades do módulo de Planejamento e Avaliação do PROFSAÚDE (semanas 5 a 9), na USF Córrego da Fortuna. A experiência envolveu três momentos: análise de dados secundários do PEC e SISAB; observação territorial com ACS; entrevistas com lideranças e usuários; mapeamento dos dispositivos da rede e da agenda da equipe; e apresentação do diagnóstico situacional. O processo gerou escuta ativa, vínculo com a comunidade e planejamento participativo com a equipe.
Resultados
A ERP identificou fluxos de acesso, barreiras geográficas, ausência de espaços de lazer, vulnerabilidades socioambientais e sobrecarga da equipe. Destacaram-se a falta de Farmácia da Família, espaços públicos, estrutura precária da USF e coleta irregular de lixo. As propostas incluíram ampliação da unidade, acolhimento e reorganização da agenda. Os encaminhamentos seguem como sugestões para a Conferência Municipal de Saúde.
Análise Crítica
A experiência evidenciou o valor da ERP como ferramenta para a análise do território de forma integradora e de baixo custo para diagnósticos em saúde. Provocou a construção do olhar ampliado sobre o território e a atuação da equipe. A aproximação com lideranças e usuários fortaleceu o vínculo e permitiu a escuta ativa de seus anseios e expectativas. Assim, fica claro a importância de inserir metodologias participativas nas práticas de APS e na formação em saúde, como estratégia de planejamento e cuidado
Conclusões e/ou Recomendações
A ERP demonstrou-se eficaz para analisar aspectos invisibilizados do território, apoiar o planejamento da equipe e fortalecer a participação social. Sua aplicação estimulou o protagonismo dos usuários, líderes comunitários e profissionais da USF, bem como corresponsabilidade pelo cuidado. Recomenda-se sua adoção rotineira na APS e em processos formativos como ferramenta crítica e participativa
VIVÊNCIA NO SUS, EM BELÉM DO PARÁ: INTERCULTURALIDADE, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E FORMAÇÃO PELO TERRITÓRIO
Comunicação Oral Curta
1 UFOPA
Período de Realização
12 a 18 de junho de 2025, na cidade de Belém/PA
Objeto da experiência
Relatar vivência formativa em saúde coletiva e construção de projeto local com base na realidade vivida.
Objetivos
Relatar reflexões e aprendizados adquiridos durante a participação no Programa Nacional de Vivências no SUS em Belém/PA, cujo objetivo é proporcionar imersão em serviços e espaços de cuidado com base na integração entre serviço e território, diálogo e participação popular.
Descrição da experiência
Durante sete dias, estudantes participaram de vivências em unidades de saúde, comunidades urbanas e rurais e projetos socioculturais. Atravessamos experiências na APS, em comunidades tradicionais (Ilha do Combu), em um assentamento do MST (Mosqueiro), no CAPS AD e no projeto Brincando de Miriti. A imersão permitiu o contato com diferentes formas de cuidado, escuta e acolhimento, resultando na criação coletiva do projeto "Trilhando Caminhos Possíveis" para aplicação em Santarém/PA.
Resultados
O contato com a diversidade territorial e cultural expôs fragilidades na efetivação do SUS e revelou a potência de abordagens integradas, culturais e comunitárias. Destacaram-se o brincar como cuidado, o papel das mulheres extrativistas, a escuta nos CAPS e o fortalecimento da rede com movimentos sociais. A experiência culminou no desenvolvimento de um projeto local e na ampliação da consciência crítica sobre o fazer em saúde.
Aprendizado e análise crítica
A vivência revelou como o espaço formativo pode romper com lógicas academicistas e promover uma formação cidadã, sensível ao território e aos saberes populares. O estranhamento diante de certas realidades em Belém/PA revelou desigualdades intraestaduais. A reflexão sobre o cuidado em liberdade nos CAPS gerou críticas construtivas ao modelo e aprofundou o entendimento da saúde coletiva como compromisso ético-político.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação em saúde coletiva se fortalece com a inserção em territórios e com a vivência de práticas emancipatórias. O cuidado em liberdade, a escuta qualificada e o reconhecimento dos saberes locais são pilares para um SUS mais justo. Recomenda-se a ampliação de programas como este em todas as regiões do país, com incentivo à construção de projetos locais.
VIVÊNCIAS DE UM RESIDENTE EM SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO EM ESTÁGIO INTERNACIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE CUBANA
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
20 de abril a 10 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Participação de um enfermeiro residente em estágio extracurricular na Atenção Primária á Saúde (APS) de Cuba.
Objetivos
Relatar a experiência de um enfermeiro residente em saúde da família com ênfase em saúde da população do campo em um estágio extracurricular na APS de Cuba.
Metodologia
Este estágio é resultado de uma cooperação técnica entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Escuela Nacional de Salud Publica (ENSAP) de Cuba, que anualmente vem ofertando um edital com vagas para os residentes da Fiocruz vivenciarem e conhecerem APS Cubana. Participaram 17 residentes e 4 preceptores, entre os dias 20 de abril e 10 de maio de 2025, sendo a primeira semana dedicada a participação na Convenção Cuba Salud e as duas seguintes dedicadas as vivências nos serviços de saúde e momentos teóricos com o Professores da ENSAP.
Resultados
A participação no Congresso Cuba Salud proporcionou uma rica troca de experiências com profissionais de diversos países presentes no evento, além de permitir a apresentação e discussão das ações desenvolvidas nos territórios de atuação do residente. Adicionalmente, o estágio possibilitou uma imersão aprofundada no Sistema de Saúde, na cultura e na sociedade cubana, favorecendo intercâmbios multiprofissionais e multilaterais repletos de trocas de conhecimentos.
Análise Crítica
Ao vivenciar o cotidiano dos serviços de saúde cubanos, percebe-se uma lógica de trabalho fortemente centrada na promoção da saúde e na integralidade do cuidado, com as equipes de saúde atuando de forma articulada e contínua junto à população, sendo um importante contraste com a realidade brasileira. Ainda, o estágio contribuiu para a formação de um profissional mais sensível às determinantes sociais da saúde e comprometido com práticas de cuidado que valorizem o território, a escuta qualificada e a autonomia dos sujeitos.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência em Cuba representa uma oportunidade ímpar para os profissionais de saúde brasileiros ampliarem seu olhar crítico sobre os modelos de cuidado em saúde. O sistema cubano, reconhecido por sua ênfase na prevenção, na atuação territorializada e no vínculo comunitário, oferece importantes contrastes e aprendizados frente às realidades brasileiras.
PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DE UM DISTRITO ADMINISTRATIVO EM BELÉM DO PARÁ
Comunicação Oral Curta
1 SESMA
2 UFPA
3 UEPA
4 FHCGV
5 SESPA
6 FACULDADE COSMOPOLITA
Período de Realização
Foi realizado no período de janeiro de 2024 a junho de 2024.
Objeto da experiência
Reterritorialização do Distrito dministrativo DAGUA após expansão da Atenção Primária em Belém.
Objetivos
Relatar a ampliação da cobertura populacional das 13 unidades de saúde que compõem o distrito administrativo do Guamá em Belém do Pará
Descrição da experiência
Criou-se comissão de territorialização distrital. Foi realizado a ambientação no território, coletando-se dados territoriais. Contou-se a população na área de abrangência. Foi utilizada uma ficha de registro de contagem; Organização dos dados no mapa preliminar, objetivando segmentar as porções do logradouro e seu quantitativo. Definindo áreas de abrangência por equipe e área oficial por unidade. Definição do quantitativo populacional efetivo por ACS e por fim a confecção dos mapas territoriais.
Resultados
Os principais resultados foram a reorganização lógica do território no distrito, a efetivação da construção dos mapas seguindo as etapas metodológicas no período de 3 meses, a eliminação de tensões territoriais entre unidades com fronteira territorial, o amplo envolvimento de todos os membros das equipes de saúde no processo de territorialização, incluindo educações permanentes sobre o tema. E a oficialização da expansão de cobertura populacional estimada no distrito de 16 % para 68%.
Aprendizado e análise crítica
Em 2023 o município de Belém iniciou o processo de expansão da cobertura de estratégia saúde da família e qualificação da atenção básica, com mudança do modelo assistencial da rede, através do Projeto Estratégico de Qualificação e Ampliação da Atenção Primária à Saúde (APS) – APS do futuro, em parceria com o Ministério da Saúde. Nesse contexto, um dos grandes desafios para efetivar esta mudança histórica foi realização do processo de territorialização no município.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o planejamento feito para que o processo de territorialização fosse executado no distrito administrativo do Guamá, foi eficiente na busca por alcançar os objetivos propostos
EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL E ALIMENTAÇÃO INFANTIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Comunicação Oral Curta
1 UFPB
2 FCM/Afya
Período de Realização
A atividade ocorreu em julho de 2022, em uma Unidade de Saúde da Família, localizada em João Pessoa.
Objeto da experiência
A educação permanente em saúde, direcionada aos profissionais, por meio da capacitação sobre introdução alimentar e alimentação saudável na infância.
Objetivos
Capacitar a equipe de saúde da USF quanto aos sinais de prontidão para a introdução alimentar, promover orientações práticas sobre o preparo adequado dos alimentos para crianças e fortalecer a prática interprofissional no cuidado infantil, visando ampliar as orientações repassadas à população.
Descrição da experiência
A ação contou com a participação de 10 profissionais de diferentes áreas da saúde, entre eles residentes e membros da USF. O conteúdo abordado incluiu sinais de prontidão para a introdução alimentar, a importância da participação da família, além da demonstração prática de técnicas seguras de higienização, corte e preparo de frutas, verduras e legumes para as crianças. A metodologia foi participativa e envolveu reflexões quanto ao trabalho interprofissional e o compartilhamento de saberes.
Resultados
Observou-se o fortalecimento da educação interprofissional, a ampliação do conhecimento dos profissionais da USF acerca dos benefícios da introdução alimentar e da alimentação saudável na infância, o que contribui para a qualificação do cuidado prestado às crianças. Além disso, proporcionou um espaço de troca de saberes entre os residentes e os profissionais da equipe de saúde, favorecendo a construção coletiva do cuidado humanizado e alinhado às reais necessidades da comunidade assistida.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da educação permanente como ferramenta de transformação das práticas profissionais na Atenção Primária. A Residência Multiprofissional em Saúde, nesse contexto, contribuiu para reduzir a fragmentação do cuidado, valorizando a integração dos diferentes saberes, o cuidado integral e humanizado. No entanto, foi identificado como desafio a superação de barreiras organizacionais e de comunicação entre os profissionais do serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a necessidade de fortalecer espaços de educação permanente em saúde nas unidades básicas, com foco na interprofissionalidade e na construção coletiva do cuidado. Recomenda-se que ações semelhantes sejam realizadas regularmente, visando à qualificação contínua da equipe de saúde e à melhoria do atendimento à população, sobretudo no cuidado infantil.
FORMAÇÃO PARA O CUIDADO MATERNO INFANTIL NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA AVALIAÇÃO DOS ATORES ENVOLVIDOS
Comunicação Oral Curta
1 UFPB
Apresentação/Introdução
O SUS tem ampliado a cobertura e qualificação dos serviços, mas enfrenta desafios como a fragmentação do cuidado e dificuldades no acesso. A Estratégia Saúde da Família (ESF), apesar de avanços, sofreu instabilidades recentes. A formação e qualificação de profissionais da Atenção Básica são estratégias essenciais para fortalecer o cuidado e reorganizar o trabalho no SUS.
Objetivos
Avaliar os Cursos de Especialização e Qualificação em Saúde da Família com ênfase na atenção materno-infantil, oferecidos pela Escola de Saúde Pública da Paraíba (ESP-PB), considerando a percepção dos atores envolvidos.
Metodologia
Trata-se de estudo avaliativo, exploratório, transversal e descritivo-analítico, com abordagem qualitativa, realizado por meio de rodas de conversa. Avaliou os Cursos de Especialização e Qualificação em Saúde da Família com ênfase materno-infantil, ofertados pela ESP-PB (2022-2023). Foram dois ciclos de rodas: com a equipe executora (coordenação, orientadoras, facilitadoras) e com estudantes da turma 1. As rodas ocorreram virtualmente, com gravação autorizada, duração média de 1h30 a 2h. As falas foram transcritas e analisadas segundo a Análise de Conteúdo de Bardin. Aprovado pelo CEP (CAAE: 62217822.6.0000.5186).
Resultados
As rodas de conversa evidenciaram avanços e desafios nos cursos. A equipe executora foi considerada qualificada, embora com lacunas nas formações iniciais e pouca vivência com metodologias ativas. A pactuação interfederativa teve entraves operacionais e resistência local. A periodicidade semanal gerou envolvimento, mas também sobrecarga. A infraestrutura foi insuficiente. As metodologias ativas foram bem avaliadas, apesar do cansaço e da demanda por mais teoria. A descentralização favoreceu o acesso, e os cursos geraram impactos nos territórios, como qualificação da atenção, fortalecimento da ESF e uso ampliado de ferramentas de gestão e planejamento.
Conclusões/Considerações
Pode-se observar que gestores e profissionais do SUS não reconhecem cursos como instrumentos de gestão e qualificação do trabalho, vendo-os apenas como investimento pessoal. Embora importantes para a formação individual, esses processos promovem reflexão sobre a prática e inovação no cuidado em saúde, sendo estratégias fundamentais para organizar e qualificar o trabalho e, assim, melhorar a atenção no SUS.

Realização: