Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.8 - Saúde da criança na APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
A CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO POTENCIALIDADE NA APS PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA INFANTIL
Comunicação Oral Curta
MELO, R. S.1, GONÇALVES, E.T2, MOREIRA, L.A1, LIRA, I.R.A.S.1, SANTOS, C. R. C.1, SANTOS, V. P.1, VASCONCELOS, A. M.1
1 Secretaria de Saúde e Bem Estar da Vitória
2 Residente UFPE
Período de Realização
Acompanhamento da UBS Cajueiro, município de Vitória de Santo Antão-PE, no segundo semestre de 2024.
Objeto da experiência
Evidenciar a importância da consulta de puericultura realizada pelo enfermeiro perante a detecção precoce da violência sexual infantil.
Objetivos
Descrever a atuação da equipe de saúde da família na realização das consultas de puericultura.
Vivência e percepção do profissional de enfermagem na atenção primária.
Identificar sinais e sintomas clínicos na infância ou na adolescência como consequência da violência doméstica.
Descrição da experiência
A consulta de enfermagem em puericultura na atenção primária à saúde é realizada através das cinco etapas do processo de Enfermagem (avaliação de enfermagem; diagnóstico de enfermagem; planejamento de Enfermagem; Implementação de Enfermagem e Evolução de Enfermagem). No caso em análise, durante consulta de enfermagem, foi observado a presença de condiloma acuminado em região perianal em uma criança na primeira infância, sendo o a lesão sugestiva de contato físico (abuso sexual).
Resultados
A fim de minimizar as consequências relacionadas ao abuso infantil e garantir os direitos estabelecidos no estatuto de criança e do adolescente, a estratégia de saúde da família em articulação multiprofissional e acionou de imediato o conselho tutelar para seguimento jurídico e social, assim como encaminhamento para psicologia da equipe eMulti e atenção especializada, foi realizado o tratamento cirúrgico e faz acompanhamento assíduo no nível secundário e território de saúde da família.
Aprendizado e análise crítica
A violência sexual infantil é considerada um grande problema de saúde pública e é uma das maiores causas de morbimortalidade em crianças e adolescentes no mundo. A estimativa é que uma em cada dez criança sofra algum tipo de abuso sexual durante sua infância, cometido por pessoas do seu convívio. A subnotificação dos casos e o tabu envolvendo a temática gera um silêncio nos lares, nas escolas e nas unidades de saúde. No entanto, a violência é um problema de saúde e permeia o cotidiano de vida.
Conclusões e/ou Recomendações
A puericultura, ao proporcionar um espaço regular de acompanhamento, se mostra uma ferramenta indispensável para o rastreamento de problemas relacionados à violência e à negligência infantil, sendo um espaço oportuno para que os profissionais de saúde possam atuar de maneira eficaz e direcionada. A sensibilidade profissional possibilita a realização de intervenções adequadas para reduzir os impactos negativos na vida da criança.
A EMULTI COMO FATOR PRIMORDIAL PARA A APROXIMAÇÃO DE CRIANÇAS PARA A UNIDADE SAÚDE DA FAMÍLIA EM UM BAIRRO DO MUNICÍPIO DE VITORIA DE SANTO ANTÃO - PE
Comunicação Oral Curta
MELO, O. O. S.1, MELO, L. R. S.2, MAXIMINO, E. L. B.2, TAVARES, A. K. F.3, MELO, N. B.3, GUERRA, A. V. R.1, CARMO, Y. A. F.1, SEVERINO, M. G. S.1, FERREIRA, M. R. S.1, VASCONCELOS, A. M.1
1 SSBE - VITORIA-PE
2 UFPE
3 UPE
Período de Realização
Período de Realização: No primeiro e segundo semestre de 2024.
Objeto da experiência
Objeto da produção: Abordar temas transversais e educação em saúde com crianças em uma Unidade de Saúde através da eMulti.
Objetivos
Objetivos: Apresentar um relato de experiência sobre a vivencia do “Grupo Kids”, realizado através da eMulti para o tratamento de temas transversais e educação em saúde de crianças do território de cobertura da Unidade Básica de Saúde Luíz Gonzaga, localizada em Vitória de Santo Antão - PE.
Descrição da experiência
Descrição da Produção: Se deu a partir de uma Equipe Multiprofissional na Atenção Primária à Saúde (eMulti-APS) em parceria com a Atenção Básica, para a realização de um grupo mensal, onde os Agentes Comunitários de Saúde, que conhecem todo o território de abrangência, convidaram as crianças para participarem. As crianças mais novas iam acompanhadas de seus responsáveis e mais velhas sozinhas, porém a participação no grupo é reservada apenas para as crianças, para que não se sintam limitadas.
Resultados
Resultados: O Grupo Kids conduzido pela equipe eMulti tem demonstrado resultados positivos, pois as crianças estão aderindo ao grupo e interagindo bastante durante as suas participações. Sempre são levados temas importantes como saúde geral, bucal, mental, racismo, machismo, práticas corporais, dentre outros temas importantes para a sociedade.
Aprendizado e análise crítica
Análise Crítica da Produção: A tratativa de temas sobre a saúde e sociedade, é importante para a educação infantil e devem ser abordados de forma integrada e contextualizada, considerando as características e interesses das crianças, pois com o passar dos anos o território refletirá nessas crianças, como a saúde e educação coletiva e individual são meios de transformação social.
Conclusões e/ou Recomendações
Considerações finais: A eMulti é de grande relevância para trazer crianças para as unidades de saúde, pois ao possuir profissionais de diferentes formações, ela contempla as mais diversas áreas de conhecimento para tratar temas que deveriam ser debatidos ainda durante a infância para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, cognitivas e éticas, preparando-as para a cidadania e para a resolução de problemas da saúde e do mundo real.
PRIMEIROS PASSOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM GRUPO DE CUIDADO INFANTIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM TERRITÓRIO VULNERÁVEL DO RIO DE JANEIRO
Comunicação Oral Curta
Cardoso, L.K.A.1, Antunes, V. H.1
1 ENSP/Fiocruz
Período de Realização
Maio a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Grupo educativo para famílias com bebês, realizado numa unidade de Atenção Primária à Saúde (APS) no Rio de Janeiro, visando cuidado integral infantil.
Objetivos
Refletir sobre os desafios e potenciais da condução de um grupo voltado para famílias com bebês em uma Clínica da Família do Rio de Janeiro e suas contribuições para o fortalecimento do vínculo, promoção da saúde e qualificação do cuidado integral na infância.
Descrição da experiência
O grupo foi desenvolvido por médicas residentes de Medicina de Família e Comunidade em uma comunidade periférica marcada pela violência urbana. Direcionado a famílias com bebês menores de um ano, os encontros aconteceram quinzenalmente, com rodas de conversa, dinâmicas, temas educativos e apoio da equipe multiprofissional. Apesar dos obstáculos como a baixa adesão inicial e as interrupções causadas por confrontos armados, a proposta consolidou-se como um espaço acolhedor e educativo.
Resultados
Mesmo com os desafios enfrentados, como a violência no território, o grupo proporcionou importantes ganhos para a equipe e as famílias. Observou-se maior aproximação com a unidade de saúde, protagonismo das mães no cuidado e compartilhamento de saberes. A presença de profissionais convidados também qualificou os encontros. As trocas entre participantes favoreceram práticas de cuidado mais seguras e efetivas, ampliando o olhar sobre o desenvolvimento infantil e fortalecendo a parentalidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que os grupos são potentes ferramentas para promoção de saúde. A atuação territorial, aliada à escuta qualificada e ao reconhecimento da realidade social das famílias, permitiu aprendizagens que ultrapassam o cuidado clínico. O enfrentamento da violência, do racismo e das desigualdades sociais exige estratégias que promovam acolhimento, educação e protagonismo. A construção coletiva do cuidado favoreceu o empoderamento familiar e qualificou a atuação dos profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Grupos voltados à saúde infantil devem ser incentivados na APS. Para sua sustentabilidade, é fundamental o apoio institucional, a articulação com equipes multiprofissionais e a valorização da educação em saúde. A experiência reforça a necessidade de abordagens interdisciplinares, sensíveis às especificidades territoriais e sociais, e aponta para a importância de práticas coletivas que reconheçam as famílias como protagonistas do cuidado de seus filhos.
VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL NA APS: QUANDO O CUIDADO TROPEÇA NOS MARCOS
Comunicação Oral Curta
Cunha, Elizabeth1, Marano, Daniele1, Rodrigues, Andreza Pereira2
1 IFF/FioCruz
2 EEAN/UFRJ
Apresentação/Introdução
O cuidado com o desenvolvimento infantil é essencial para promover equidade desde o início da vida. Este estudo analisa os desafios enfrentados por médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde na avaliação do desenvolvimento neuromotor durante as consultas de puericultura.
Objetivos
Analisar o conhecimento de médicos e enfermeiros da ESF sobre os marcos motores e identificar os fatores dificultadores para a vigilância do desenvolvimento neuromotor nas consultas de puericultura na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Estudo quali-quantitativo realizado com 13 profissionais da Estratégia de Saúde da Família (4 médicos e 9 enfermeiros) de duas UBS do município do Rio de Janeiro. Utilizou-se entrevista semiestruturada e análise temática, combinando questões sobre o conhecimento dos marcos do desenvolvimento motor com a percepção dos participantes quanto às dificuldades enfrentadas no acompanhamento infantil. Os dados foram interpretados à luz da literatura sobre vigilância do desenvolvimento na APS.
Resultados
Identificou-se conhecimento insuficiente sobre os marcos motores e tendência à superestimação da idade esperada para aquisição. A maioria relatou insegurança para avaliação e dificuldade na interpretação dos instrumentos disponíveis. Destacaram-se como barreiras: pressão assistencial, ausência de formação específica e falta de materiais de apoio. Como resposta, foi desenvolvida uma cartilha prática para apoiar a avaliação do desenvolvimento motor até os dois anos.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam a urgência em fortalecer a formação dos profissionais da APS e promover suporte técnico-pedagógico para que a vigilância do desenvolvimento infantil se consolide como prática concreta na puericultura, reduzindo desigualdades e promovendo oportunidades desde o início da vida.
APLICABILIDADE DE UMA FERRAMENTA DE MONITORAMENTO MATERNO-INFANTIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM ARAPIRACA/AL
Comunicação Oral Curta
Albuquerque, R. S.1, Anjos, C. S.2, Melo, L. C. R.3, Junior, E. M. S.3, Albuquerque, M. S.4
1 Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca
2 Universidade Federal de Alagoas
3 Universidade Federal Fluminense
4 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
Apresentação/Introdução
Em 2011, foi instituída a Rede Cegonha, com a publicação da Portaria nº 1.459/2011, qualificando a atenção integral à mulher, gestante, recém-nascido a à criança. A Atenção Primária à Saúde como o primeiro nível de atenção em saúde envolve ações de promoção e proteção à saúde. Assim, torna-se essencial o monitoramento dos indicadores voltados à saúde materno-infantil neste serviço.
Objetivos
Analisar a aplicabilidade de uma ferramenta de monitoramento dos indicadores materno-infantil em uso na Atenção Primária em um município do estado de Alagoas.
Metodologia
Estudo descritivo, exploratório com dados extraídos do Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica, com 38 unidades básicas de saúde entre o período de janeiro a junho de 2023 no município de Arapiraca/AL. Foi elaborado pela pesquisadora um formulário para registro das variáveis de interesse com as características da UBS, como localização, estrutura, porte e distância. Excluíram-se unidades básicas não homologadas pelo Ministério da Saúde e aquelas que possuíam o Programas de Agentes Comunitários de Saúde. Foram avaliados os indicadores materno-infantis e suas respectivas metas do Programa Previne Brasil. O estudo foi submetido e aprovado sob o parecer CEP/FM/UFF No 5.613.685.
Resultados
Foram inseridas 37 UBSs, sendo: 18 com uma equipe de saúde da família, 17 com duas ou três equipes e 2 unidades de porte 3, quatro ou cinco equipes. A localização geográfica de 22 unidades é de zona urbana e 15 unidades na zona rural. Nestes serviços, 13,51% (n=05) das UBSs são campos de residência em Medicina da Família e Comunidade. A análise dos indicadores foi realizada em: a) análise da tendência durante os sete quadrimestres avaliados; b) comparação entre as proporções antes e após implantação da ferramenta de monitoramento do Programa Previne Brasil. A série revelou que após a implantação da ferramenta, os indicadores materno-infantis das unidades alcançaram a meta do programa.
Conclusões/Considerações
A ferramenta avaliada neste estudo consiste em uma inovação tecnológica, apresentando efetividade no monitoramento dos indicadores do Programa Previne Brasil, possibilitando o acompanhamento dos indicadores selecionados e a melhoria no preenchimento dos registros do prontuário eletrônico para acompanhamento do cidadão.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E OBSTÉTRICO DAS MULHERES ACOMPANHADAS PELO PROGRAMA MÃE CORUJA RECIFE (2014 - 2024)
Comunicação Oral Curta
Freitas, C. S. M. R.1, Santos, D. P.1, Lucena, L. N.1, Borba, G. B. S.1, Albuquerque, C. S. S. A.1, Valença, J. S.2
1 Prefeitura da Cidade do Recife, Secretaria de Saúde/Atenção Básica/ Programa Mãe Coruja Recife, Recife- PE/Brasil.
2 Enfermeira Obstetra, IMIP, Recife -PE/Brasil
Apresentação/Introdução
O Programa Mãe Coruja Recife (PMCR), criado em 2014, é uma estratégia municipal cuja proposta é ofertar ações intersetoriais, articuladas entre nove Secretarias Municipais, voltadas para a população materno-infantil. Tem por finalidade reduzir a morbimortalidade, por meio de cuidados integrais, considerando as vulnerabilidades inerentes a esse grupo populacional.
Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico e obstétrico das mulheres cadastradas, pelo PMCR, considerando as características ligadas às suas condições de vida e saúde.
Metodologia
Estudo retrospectivo, de corte transversal, baseado em uma amostra de 21.109 gestantes e/ou pessoas com útero, cadastradas no PMCR, entre 2014 e 2024. Utilizou-se o banco de dados secundário, proveniente do Sistema Mãe Coruja Pernambucana, referente ao Município do Recife-PE. Foram consideradas como variáveis os aspectos sociodemográficos, antecedentes em saúde e histórico obstétrico. O PMCR atua em bairros eleitos como prioritários, a partir de critérios epidemiológicos, tais como: coeficiente de mortalidade infantil e vulnerabilidade socioeconômica. Para o processamento dos dados, utilizou-se como ferramenta de análise o Microsoft Windows Excel.
Resultados
A maioria das mulheres e/ou pessoas com útero eram jovens (94,4%), negras (81,0%), com baixa escolaridade (63%) e baixa renda (68,9%), sem moradia própria (46,0%) e com acesso à energia elétrica (91,9%). Quanto ao histórico de saúde, 51,7% afirmou não ter conhecimento sobre seus antecedentes pessoais. Em relação aos aspectos obstétricos, a maioria era primípara (50,3%), baixo risco (77,6%), gestação atual não planejada (70,7%), sem acesso ao planejamento familiar (50,2%), tinha realizado 07 ou mais consultas de pré-natal (73,3%) e vacinação antitetânica (43,1%). 55,5% com histórico de parto vaginal, 12,1% não quis expor a via do seu último parto e 63,2% não amamentou na sala de parto.
Conclusões/Considerações
A análise permitiu compreender aspectos individuais e sociais ligados às vulnerabilidades dessa população e demonstrou fragilidades de acesso às políticas públicas fundamentais. O PMCR, a partir de ações intersetoriais foca em minimizar as dificuldades de acesso, promovendo o protagonismo e autonomia das usuárias. O presente estudo demanda a inclusão de outras metodologias de imersão, a fim de qualificar e fortalecer as ações do PMCR.
OFERTA DE PRÁTICAS NA ATENÇÃO À(S) CRIANÇA(S) DESDE O NASCIMENTO ATÉ OS DOIS ANOS DE VIDA NAS UBS DO BRASIL - CENSO NACIONAL DAS UBS, 2024
Comunicação Oral Curta
Bender, J.D.1, Venturin, B.1, Cardillo, C.Z.2, Thumé, E.1, Tomasi, E.1, Vilasbôas, A. L. Q.3
1 Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
2 Coordenação-Geral de Programação do Financiamento da Atenção Primária/Secretaria de Atenção Primária à Saúde (CGFAP/SAPS)
3 Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Apresentação/Introdução
As práticas de atenção à criança nos primeiros dois anos de vida, nas unidades básicas de saúde (UBS) brasileiras, são orientadas pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) que visa garantir o cuidado integral e contínuo, reduzir a mortalidade infantil e materna, promover o desenvolvimento saudável e integrar ações de saúde.
Objetivos
Caracterizar a oferta de práticas na atenção à(s) criança(s) desde o nascimento até os dois anos de vida nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) por regiões do Brasil.
Metodologia
Estudo descritivo com dados do Censo Nacional das UBS de 2024, realizado por instrumento eletrônico na plataforma e-Gestor. Foram incluídas 44.937 UBS distribuídas pelas regiões do Brasil a saber: Norte (n=4.096), Nordeste (n=17.737), Sudeste (n=13.374), Sul (n=6.607) e Centro-Oeste (n=3.213). Analisaram-se as consultas de puericultura realizadas por médica(o), enfermeira(o) e equipe de saúde bucal, e a realização das seguintes ações: promoção do aleitamento materno exclusivo, introdução alimentar, preenchimento dos marcadores de consumo alimentar, testes de triagem neonatal e busca ativa das crianças nos primeiros dois anos de vida.
Resultados
As consultas de puericultura realizadas por médica(o) e/ou enfermeira(o) atingiram 94,2%, com prevalência maior na região Nordeste (97,6%) e menor no Norte (89,2%). Ações de promoção do aleitamento materno exclusivo para crianças com até seis meses foram citadas por 84,4% das UBS, com destaque ao Nordeste (91,1%). A checagem dos resultados do teste do pezinho chegou a 91,4%, com ênfase ao Nordeste (95,3%) e Centro-Oeste (91,9%). A busca ativa das crianças apresentou maior prevalência ao calendário vacinal atrasado (91,6%) e à primeira semana de vida do bebê (82,3%), destacando-se as regiões Nordeste e Sudeste.
Conclusões/Considerações
O Censo possibilitou verificar a abrangência das consultas e ações realizadas nas UBS. Há persistência de desafios históricos, por exemplo, a promoção do aleitamento materno exclusivo e investimentos em busca ativa na primeira semana de vida. Observa-se avanços no cuidado das crianças até os dois anos, entretanto, é importante manter a mobilização para universalizar o cuidado na atenção às crianças desde o nascimento até os dois anos de vida.
PUERICULTURA NA PRAÇA: CUIDADO DESCENTRALIZADO À INFÂNCIA NAS MICROÁREAS DA APS EM SOUSA/PB, RELATO DE EXPERIENCIA.
Comunicação Oral Curta
SOARES, J. G. O.1, NOBREGA, A. W. S. A.1, SANTOS, G. R. P.1, OLIVEIRA, J. M. G.1, RIBEIRO, K. G. P.1
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SOUSA
Período de Realização
Janeiro de 2021 a maio de 2025
Objeto da experiência
Realização de ações de puericultura em praças públicas, integradas ao território das microáreas dos ACS, como estratégia de descentralização da APS.
Objetivos
Promover cuidado integral à saúde infantil descentralizando ações de puericultura em espaços comunitários, fortalecendo vínculo com famílias e ampliando acesso e resolutividade da APS, com base nos princípios da equidade, territorialização e integralidade do SUS.
Descrição da experiência
A estratégia "Puericultura na Praça" foi desenvolvida para enfrentar desafios de acesso em áreas vulneráveis de Sousa/PB. Consiste em atendimentos sistemáticos em praças públicas, respeitando o contexto sociocultural do território, com apoio das equipes ESF e e-Multi e ACS contemplando avaliação do crescimento e desenvolvimento, atualização vacinal, triagens e orientações sobre saúde. As ações são pactuadas com a comunidade e articuladas com a rede de atenção à saúde.
Resultados
A estratégia "Puericultura na Praça" ampliou a adesão dos famílias e das crianças acompanhadas nas áreas de abrangência territorial, melhorando indicadores municipais e aumentando a cobertura vacinal. Fortalecendo o papel dos ACS e das equipes de ESF, criando um ambiente afetivo e seguro para as ações. A visibilidade da APS foi potencializada, reduzindo barreiras de acesso e fortalecendo o vínculo com a comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A ocupação das praças como território de saúde, valoriza o cotidiano e o protagonismo comunitário, desafiando a lógica institucional centralizadora. O sucesso desta iniciativa exigiu enfrentamento de desafios, mas se consolidou com investimento em educação permanente, diálogo interprofissional e apoio da gestão municipal, reafirmando a importância de estratégias intersetoriais, culturais e territorializadas para a efetivação dos princípios do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência da puericultura na praça demonstra a importância do planejamento local com participação comunitária e do fortalecimento da APS, mostrando que é possível e necessário reinventar os espaços de cuidado na APS a partir das demandas do território. Recomenda-se institucionalizar a prática como política permanente de saúde da criança, com financiamento adequado e estímulo à formação de profissionais com olhar ampliado sobre o território.
CONSULTAS COMPARTILHADAS DE PUERICULTURA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL NO CUIDADO INTEGRAL À CRIANÇA
Comunicação Oral Curta
Quebem AFB1, Caldana ICS1, Fogaça AA2, Salvador GS3, Oliveria LM3, Buesso TS3, Ignácio MAO3, Duarte MTC3
1 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho"
2 Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
3 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Período de Realização
Março a junho de 2025, em uma unidade de saúde do interior paulista.
Objeto da experiência
Consultas compartilhadas de puericultura na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Relatar a experiência da realização de consultas compartilhadas de puericultura na Atenção Primária à Saúde, evidenciando a potencialidade da atuação interprofissional como estratégia para a qualificação do cuidado integral à criança
Descrição da experiência
Foram realizadas consultas compartilhadas por residentes, enfermeiros, dentista, fisioterapeuta e assistente social, em uma Unidade de Saúde da Família do interior paulista, integrando múltiplos saberes na avaliação do crescimento e desenvolvimento infantil, com foco na escuta qualificada, vínculo com as famílias e construção compartilhada do cuidado, pautada na clínica ampliada e na atenção centrada na pessoa.
Resultados
A estratégia permitiu uma abordagem conjunta do crescimento e desenvolvimento infantil, incluindo aspectos antropométricos, neuromotores, saúde bucal, alimentação, vínculos familiares e contextos socioeconômicos e culturais, superando práticas fragmentadas e promovendo a integralidade do cuidado. Por outro lado, permitiu a vivência de trabalho interprofissional para os residentes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o atendimento compartilhado amplia e qualifica o cuidado na Atenção Primária à Saúde, superando o modelo biomédico tradicional e promovendo práticas centradas na escuta ativa, autonomia e protagonismo familiar. Destaca-se o papel das residências multiprofissionais como espaços que fortalecem o trabalho em equipe e aprofundam a compreensão das necessidades específicas da criança.
Conclusões e/ou Recomendações
A adoção das consultas compartilhadas mostrou-se uma estratégia eficaz para o cuidado integral da criança na Atenção Primária à Saúde. Recomenda-se ampliar essa prática, sobretudo em áreas vulneráveis, e investir em formação que estimule a atuação interprofissional, fortalecendo um modelo integrado e resolutivo na saúde infantil.
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DO QUESTIONÁRIO AMAH-APS: AVALIAÇÃO E MANEJO DO ALEITAMENTO HUMANO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Souza, J.W. R.1, Silva, J.L.2, Câmara, S. M. A.3
1 UFRN/UFCG
2 MEJC-UFRN
3 UFRN
Apresentação/Introdução
O aleitamento humano (AH), uma das estratégias mais eficazes de redução da morbimortalidade infantil por causas evitáveis, ainda apresenta taxas abaixo das metas estabelecidas mundialmente. Entender a atuação de profissionais no contexto da atenção primária à saúde (APS) é essencial para identificação de oportunidades de melhoria dos indicadores relacionados ao manejo e avaliação do AH no Brasil.
Objetivos
Desenvolver e validar o conteúdo de um instrumento que objetiva avaliar o conhecimento e a prática relacionada ao AH por profissionais de nível superior na APS, o AMAH-APS (Avaliação e Manejo do Aleitamento Humano na Atenção Primária à Saúde).
Metodologia
Estudo metodológico de desenvolvimento e validação de conteúdo do AMAH-APS, contendo 27 questões elaboradas com base em diretrizes nacionais e internacionais sobre AH, em cinco dimensões: 1) aleitamento exclusivo; 2) anatomia e posicionamento; 3) tempo de mamada; 4) cuidados com as mamas; e 5) dificuldades na amamentação. Nove profissionais doutores (juízes) avaliaram a clareza de linguagem, pertinência prática, e relevância teórica das questões com escala tipo likert. O Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC) mediu o percentual de concordância, sendo considerado aceitável se ≥0,80. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Resultados
Dos 27 itens avaliados pelo comitê de juízes, o CVC foi igual ou superior a 0,80 em 24. Desses, 17 itens obtiveram concordância ≥0,90. Nos três itens com CVC <0,80, relacionados à dimensão de dificuldades identificadas na amamentação, a concordância variou de 0,76 a 0,79, indicando a exclusão desses. Os juízes recomendaram alterações na descrição de 20 perguntas e as recomendações foram utilizadas para aprimorar principalmente a clareza de linguagem do instrumento. O CVC geral do instrumento foi de 0,90 e sua versão final contém 24 questões, sendo sete na primeira dimensão, três na segunda, duas na terceira, quatro na quarta, e oito na quinta dimensão.
Conclusões/Considerações
A alta concordância sobre a clareza, pertinência e relevância do questionário AMAH-APS indica que o instrumento tem boa validade de conteúdo. Trata-se, portanto, de uma ferramenta útil para identificação do conhecimento e prática de profissionais de nível superior que atuam no AH no contexto da APS. A versão final do questionário deverá ser aplicada com amostra piloto de 30 profissionais que atuam na APS para validação semântica do instrumento.