
Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.14 - Extensão e formação profisisonal na APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
A EXTENSÃO COMO DESAFIADORA DO PARADIGMA MÉDICO-CENTRADO NO CUIDADO A MORADORES DE UMA RESIDÊNCIA VOLTADA À SAÚDE MENTAL
Comunicação Oral Curta
1 Faculdades Pequeno Príncipe (FPP)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba
3 Universidade Federal do Paraná
Período de Realização
As atividades ocorreram entre 25/02 e 20/04/2025.
Objeto da experiência
Fortalecer o vínculo entre a residência terapêutica de longa permanência para pessoas com transtornos mentais e sua Unidade de Saúde de referência.
Objetivos
- Ofertar atendimento de saúde da mulher para residentes da instituição;
- Discutir cuidados e prevenção relacionados a doenças comuns em instituições de longa permanência;
- Valorizar o autocuidado e a formação de vínculos entre moradores como estratégia de promoção da saúde.
Descrição da experiência
Ao levantarem demandas de uma Unidade de Saúde, estudantes do 5º período de uma Instituição de Ensino Superior (IES) foram orientados a realizar um mutirão de saúde da mulher em uma instituição de longa permanência para portadores de transtornos mentais. Porém, durante visita à instituição, identificaram-se novas demandas: surto de escabiose, alienação de autoimagem e déficit de individualidade, com generalização de moradores enquanto portadores das mesmas necessidades e condições de autonomia.
Resultados
As ações ocorreram em duas visitas. A 1ª promoveu saúde feminina, com consultas e coleta de citopatológico na instituição. A 2⁰ visita visou promover o autocuidado e autonomia. Foram realizados corte de cabelos, cuidados com as mãos e pele. Em seguida, foi realizada uma dança em roda e dinâmica de elogios e troca de flores entre participantes. Durante o período, os moradores foram entrevistados para a confecção de um cartaz que os lembrasse o que os deixava felizes.
Aprendizado e análise crítica
A ação seriada permitiu a construção de vínculo e escuta ativa de 33 pacientes institucionalizados e suas cuidadoras. A priorização prévia de acompanhamento médico-centrado evidenciou barreiras no acesso à saúde integral, exigindo uma abordagem humanizada, individual e, sobretudo, holística. A integração entre a UBS, sua ACS, cuidadoras e a instituição facilitou a fiscalização para melhorias nos serviços, reforçando a importância do cuidado centrado no paciente e na garantia de seus direitos.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência destacou a importância da integralidade na APS, mesmo em contextos médico-centrados. O trabalho com cuidadoras e moradores evidenciou a potencialidade da abordagem biopsicossocial e revelou lacunas no acesso universal à saúde. Formaram-se vínculos e evidenciou lacunas no acesso universal à saúde preconizada pelo SUS. Recomenda-se ampliar parcerias entre UBS, IES e ILPIs para fortalecer a saúde mental centrada na pessoa.
ATUAÇÃO DA LIGA ACADÊMICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE NA PROMOÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: EXPERIÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA O SUS
Comunicação Oral Curta
1 UNB
Período de Realização
Experiências realizadas no período de Janeiro de 2024 a Janeiro 2025.
Objeto da experiência
A atuação da Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade pautada nos pilares de ensino, pesquisa e extensão.
Objetivos
Descrever as experiências e contribuições da Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade no fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, por meio de práticas interdisciplinares e extensionistas em territórios socialmente vulneráveis.
Descrição da experiência
A prática desenvolvida pela LASFAC tem como alicerce a PNAB e PNPIC. Juntamente com uma equipe multidisciplinar, o projeto atua na construção do vínculo UBS no território do Sol Nascente, uma das maiores favelas urbanas da América Latina, construindo laços terapêuticos e uma ligação entre os usuários e o território. As ações envolvem acolhimento, cuidado domiciliar, oficinas, apoio a pacientes com transtornos mentais, acompanhamento a consultas, capacitações e oferta de PICS.
Resultados
A Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade promove a formação crítica de estudantes ao inseri-los na realidade da saúde pública e nas desigualdades sociais. Estimula a integração entre saberes populares e acadêmicos e a prática interdisciplinar entre cursos da saúde, contribuindo para um cuidado ampliado e humanizado. Como projeto de extensão, fortalece a formação de profissionais comprometidos com a equidade e com as políticas públicas de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A participação da LASFAC dentro do território vem proporcionando um ambiente rico de troca de saberes entre os acadêmicos, os profissionais e os usuários do serviço de saúde. Essa vivência revela as dimensões e potência do SUS. Ter essa visão crítica ainda na academia é imprescindível. A aproximação com a realidade da comunidade proporcionadas pelas ligas acadêmicas tem se mostrado fundamental e incentivam a reflexão sobre o papel social do profissional de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A LASFAC promove vivências que fortalecem a consciência sanitária e social dos acadêmicos, aproximando-os da realidade da saúde pública e das necessidades da população. Estimula reflexões sobre desigualdades sociais e incentiva a prática interdisciplinar, unindo o saber acadêmico e popular. Como projeto de extensão, contribui para formar profissionais mais críticos, sensíveis e comprometidos com a realidade social
EDUCAÇÃO POPULAR COM A JUVENTUDE: UMA CONSTRUÇÃO CONTINUADA ENTRE A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) EM UM TERRITÓRIO DE PERIFERIA
Comunicação Oral Curta
1 UFF
2 FEsaúde
Período de Realização
A atividade ocorreu em março de 2025, mas seu planejamento iniciou-se em janeiro do mesmo ano.
Objeto da experiência
Diálogo sobre sonhos e sua relação com a saúde de jovens da periferia de Niterói, provocado pela vivência de internos de medicina na APS.
Objetivos
Propiciar momentos de fala/escuta sobre sonhos e perspectivas de futuro; Relacionar essas perspectivas com a reflexão sobre saúde a partir do recorte interseccional; Refletir sobre conexões entre saúde e meio ambiente; Proporcionar aproximação com a juventude para novos diálogos sobre sua saúde.
Descrição da experiência
Esta experiência ocorreu articulada ao projeto extensionista, Observatório da Integração Ensino-Serviços de Saúde do Estado do RJ (OIESS-RJ) com o programa Niterói Jovem EcoSocial e o Programa Médico de Família (PMF). Os jovens, majoritariamente negros, negras e moradores da periferia niteroiense, foram provocados a refletir sobre seus sonhos, o ambiente em que vivem e sua saúde em uma roda de conversa. Novos debates atrelados à vida da juventude nas periferias urbanas emergiram desse diálogo.
Resultados
A ação criou possibilidades de diálogos sobre questões ambientais, sociais e de saúde coletiva atreladas à vida da juventude nas periferias niteroienses. Entre os temas que emergiram, destacam-se: sonhos relacionados à melhoria das suas condições de vida e de sua família e certo ocultamento da relação saúde e meio ambiente. Atravessamentos entre classe social, acesso à saúde, ao trabalho e à educação superior também permearam as reflexões do público participante durante a roda de conversa.
Aprendizado e análise crítica
A ação reforçou a importância de criar espaços afetivos e horizontais para a escuta da juventude. A educação popular em saúde assume uma postura acolhedora ao considerar conteúdos, linguagens, vínculo e contexto interseccional do público participante. Entretanto, persistem desafios nessa jornada: o reconhecimento dessas iniciativas no cotidiano do trabalho dos profissionais da APS e a incorporação da Educação Popular como orientadora de práticas de cuidado integrais e emancipatórias.
Conclusões e/ou Recomendações
A parceria intersetorial (OIESS-RJ, PMF e EcoSocial) e a interação de internos de medicina com dispositivos territoriais em sua formação acadêmica, permitiu uma nova aproximação da juventude negra com os serviços públicos da APS e, nos diferentes sujeitos envolvidos, novas possibilidades de cuidado em saúde. Relações entre tabagismo, meio ambiente e saúde de jovens das periferias de Niterói é o próximo tema de uma agenda conjunta de debates.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ATENÇÃO À SAÚDE E SUA CONTRIBUIÇÃO NA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE PARA A INSERÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA NO SUS
Comunicação Oral Curta
1 UEA
Período de Realização
Entre março e maio de 2025 na UBS Arthur Virgílio Filho na cidade de Manaus,Amazonas.
Objeto da experiência
Trata-se de uma disciplina do curso de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas, com foco na prática no Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
Proporcionar vivência prática na Atenção Primária à Saúde, permitindo ao estudante aplicar conhecimentos teóricos, desenvolver habilidades clínicas e de educação em saúde, além de promover a integração com a equipe multiprofissional e a comunidade, alinhado aos princípios do SUS.
Metodologia
As atividades foram realizadas em dupla durante a disciplina Estágio Supervisionado em Atenção à Saúde do 8º período do curso de Odontologia da UEA, uma vez por semana, com carga horária total de 60h, sob supervisão de preceptores da UBS e orientação dos professores da disciplina. Incluíram atendimentos clínicos, visitas domiciliares e ações de educação em saúde. A rotina permitiu interação direta com a comunidade e a equipe de saúde, proporcionando a compreensão do funcionamento do SUS na APS.
Resultados
O estágio possibilitou aprimorar habilidades clínicas e educativas, fortalecendo a atuação no SUS. A experiência com a equipe de saúde bucal das unidades favoreceu a prática segura e integrada. A interação com a comunidade possibilitou a compreensão das necessidades da população, promovendo um atendimento mais humanizado e alinhado à Atenção Primária. Além disso, contribuiu para o desenvolvimento de competências éticas e sociais essenciais à formação de futuros profissionais de saúde.
Análise Crítica
A vivência no SUS ampliou a compreensão sobre o papel do cirurgião-dentista na Atenção Primária, fortalecendo habilidades técnicas, sociais e humanas. Observar de perto o funcionamento do sistema de saúde reforçou a importância da inserção dos graduandos nesses espaços, contribuindo para uma formação mais crítica, sensível às realidades da população e comprometida com os princípios do SUS e da saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência no estágio foi essencial para consolidar a formação voltada à saúde pública, aproximando o estudante da realidade do SUS. Contribuiu para o desenvolvimento de uma prática mais humanizada, crítica e comprometida com o cuidado integral. Reforça-se a importância da continuidade e valorização dessa vivência na graduação, pois promove a inserção efetiva dos futuros profissionais no sistema público de saúde.
PERSPECTIVAS DA RESIDÊNCIA: O ACOLHIMENTO COMO CHAVE PARA AMPLIAR O ACESSO E FORTALECER A SAÚDE PÚBLICA
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria Municipal de Salvador
Período de Realização
O presente trabalho compreende experiência realizada no período de Março de 2023 a Março de 2025.
Objeto da experiência
Acolhimento realizado em uma Unidade de Saúde da Família no município de Salvador, por médicos residentes em Medicina de Família e Comunidade.
Objetivos
Abordar as potencialidades do acolhimento como ferramenta de ampliação do acesso à atenção primária.
Descrição da experiência
O acolhimento é realizado por residentes, com escuta qualificada conduzida por internos de medicina sob supervisão. Utiliza-se planilha padronizada em Excel, compartilhada com a equipe, contendo: identificação, cartão SUS, vulnerabilidades, queixas, classificação de risco, sinais vitais e desfechos. Após análise, define-se o direcionamento, se renovação de receita, orientações em saúde, ou encaminhamento para atendimento médico ou de enfermagem, conforme a gravidade do quadro do paciente.
Resultados
A partir da experiência, foi possível identificar os seguintes resultados: 1) Melhora da organização do fluxo de acolhimento com a utilização da planilha; 2) Aprimoramento da escuta qualificada durante os acolhimentos; 3) Qualificação da estratificação de risco; 4) Fortalecimento do vínculo do paciente na unidade; 5) Dificuldade de inserção de profissionais não médicos na dinâmica do acolhimento; 6) Identificação de demanda reprimida no território.
Aprendizado e análise crítica
O acolhimento é parte central da Política Nacional de Humanização, visando a resolução de demandas por meio de estratégias de escuta qualificada, aproximando o usuário do sistema de saúde por meio de sua porta de entrada, a Atenção Básica. Modelos assistenciais incluem: acesso avançado (atendimento até 48h), agendamento (consultas apenas prévias) e carve-out (reserva de agenda para demanda espontânea, junto a consultas agendadas), com impacto na resolutividade e nos retornos evitáveis.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante do exposto, o acolhimento realizado contribui para o aprimoramento do residente no manejo de demandas agudas na Atenção Primária, ao mesmo tempo em que fortalece o vínculo com o usuário e amplia o acesso da população aos serviços de saúde.
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E TERRITÓRIO VIVO: EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO E CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral Curta
1 Prefeitura Municipal de Sorocaba
Período de Realização
Março a Setembro de 2024
Objeto da experiência
Integração da residência multiprofissional ao processo de territorialização como estratégia formativa e de qualificação do cuidado em saúde.
Objetivos
Relatar a importância do processo de territorialização como um dos eixos estruturantes na formação em serviço de residentes multiprofissionais, destacando o papel deste processo na construção coletiva do cuidado integral e no fortalecimento da Atenção Primária em Saúde (APS).
Descrição da experiência
A experiência foi desenvolvida na USF Brigadeiro Tobias, em Sorocaba, por Residentes Multiprofissionais em Saúde da Família e Comunidade. A territorialização envolveu visitas domiciliares, mapeamento ativo, análise de indicadores e construção de vínculos com a comunidade. As práticas foram realizadas em diálogo com as equipes da ESF e eMulti, promovendo formação crítica, educação em saúde e planejamento compartilhado.
Resultados
A integração das equipes da APS foi aprofundada, promovendo uma visão menos fragmentada do cuidado. A identificação das vulnerabilidades locais possibilitou direcionar ações e grupos que atendam às necessidades do território, valorizando o protagonismo comunitário. Essa abordagem contribui para superar modelos tradicionais, favorecendo práticas que consideram determinantes sociais e culturais da saúde, em consonância com os princípios do SUS.
Aprendizado e análise crítica
A territorialização revelou-se potente enquanto prática de educação permanente dos residentes e das equipes, permitindo o encontro com o território real. Ela provocou rupturas com lógicas biomédicas, promoveu a prática de clínica ampliada e favoreceu a compreensão da saúde como direito. Dificuldades institucionais e estruturais desafiam, mas reforçam a importância da inserção crítica e coletiva da residência no cotidiano da APS, essencial para enfrentar os desafios do século XXI.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirma a territorialização como eixo fundamental da formação em saúde e da organização do cuidado na APS, alinhada aos princípios de democracia e equidade. Recomenda-se a institucionalização dessa prática no cotidiano da APS, o fortalecimento do apoio institucional às ações intersetoriais e a criação de espaços permanentes de escuta e planejamento coletivo no território para enfrentar os desafios contemporâneos.
VIVÊNCIA NO ACOMPANHAMENTO DE PACIENTES EM TRATAMENTO PARA TUBERCULOSE: DESAFIOS E APRENDIZADOS
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
2 Hospital Geral Prado Valadares
3 Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia
Período de Realização
Realizado em unidades básicas de saúde no município de Jequié, entre os anos de 2023 a 2025.
Objeto da experiência
Atendimento e acompanhamento de usuários com tuberculose e os obstáculos para continuidade do tratamento.
Objetivos
Relatar a vivência de discentes da área da saúde no acompanhamento de indivíduos atendidos com diagnóstico de tuberculose na atenção primária, evidenciando os principais desafios e aprendizados obtidos no decorrer da prática.
Descrição da experiência
As práticas iniciaram em unidades básicas de saúde, sob a supervisão de docentes, que nortearam e encorajaram os discentes a entenderem os fatores preponderantes de indivíduos com diagnóstico de tuberculose. Algumas das etapas efetuadas foram: realização de consultas de enfermagem nas unidades de saúde, visitas domiciliares, escuta ativa e qualificada, acompanhamento e adesão do tratamento, educação em saúde e a interação com os agentes comunitários de saúde.
Resultados
Durante o período foi possível verificar algumas dificuldades que permeiam o tratamento de indivíduos com diagnóstico de tuberculose. A baixa adesão ao tratamento ou a não conclusão é uma realidade predominante, essencialmente em virtude da diminuição das manifestações clínicas logo no início do tratamento. O estigma da doença, a vulnerabilidade social, a não aceitação da infecção e a dificuldade de acessibilidade ao serviço, também são motivos que tem como resposta o abandono do tratamento.
Aprendizado e análise crítica
A tuberculose é considerada um problema de saúde pública. Nesse período de vivência pôde-se observar que no cuidado em saúde é imprescindível que os profissionais estejam qualificados, tenham empatia e façam uma escuta qualificada mesmo com os desafios encontrados no cotidiano do atendimento aos indivíduos com diagnóstico de tuberculose. Além disso, um acolhimento adequado poderá refletir na construção de um vínculo mais fortalecido, o que poderá promover uma maior adesão ao tratamento.
Conclusões e/ou Recomendações
As experiências vivenciadas ao longo desse ciclo foram relevantes para ter uma melhor compreensão sobre as dificuldades dos indivíduos que têm diagnóstico de tuberculose, bem como a dos profissionais que realizam esses atendimentos. Apesar das barreiras para a adesão e continuidade do tratamento, percebe-se a necessidade da construção de um vínculo, através da escuta qualificada e cuidado humanizado.
PERSPECTIVAS NA ELABORAÇÃO DE GUIAS PARA PROCESSO DE TRABALHO: O CASO DO GUIA SOBRE O PROCESSO DE TRABALHODO PROGRAMA FAMÍLIA MAIS SAUDÁVEL, BELÉM-PA, NO ANO DE 2024.
Comunicação Oral Curta
1 UFPA
2 UEPA
3 SESMA
4 CESUPA
5
Período de Realização
O período de realização foi janeiro de 2024 a dezembro de 2024.
Objeto da produção
Elaboração de guia norteador de processo de trabalho no Programa Família Mais Saudável no município de Belém (PA) em 2024.
Objetivos
Apresentar diretrizes e orientações para a organização do processo de trabalho para Equipes Saúde da Família (EqESFs), com a expansão da Atenção Primária Saúde (APS) de Belém-PA, por meio do “Programa Família Mais Saudável”, cujo lançamento foi em janeiro de 2024.
Descrição da produção
O guia foi elaborado em 2024, pela Secretaria de Saúde de Belém (SESMA), no contexto de reorganização/expansão das equipes de saúde na APS de Belém. Ele foi construído baseado em orientações da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) de 2017 e experiências de municípios que expandiram a APS, como Rio de Janeiro. Ele possui: detalhamento de composição, funções e responsabilidades das equipes; modalidades de atendimento (individual, remoto, coletivo e domiciliar) e a organização do trabalho.
Resultados
Trata-se de uma produção técnica com orientações sobre: organização de agenda, demanda espontânea, atribuições dos profissionais e diretrizes para atendimentos. A divulgação foi através da platafoma Zenodo.org com 738 visualizações e 897 downloads. Destaca-se que o processo de trabalho das EqESFs era norteado pelas “Diretrizes e Normas para a Estratégia Saúde da Família no Município de Belém/Pará” (2014) e pela “Matriz Processo de Trabalho para Unidades Básicas de Saúde da Família Belém/Pará” (2018).
Análise crítica e impactos da produção
Apesar da divulgação do guia e com a descontinuidade da gestão municipal ao fim de 2024, muitos dos elementos previstos nele foram pouco abordados no cotidiano do trabalho das EqESFs implantadas pelo “Programa Família Mais Saudável” e na reorganização das existentes, em 2025. Pode-se perceber que, mesmo com a Educação Permanente em Saúde, a implantação de política pública torna-se frágil com ausência de apoios institucionais e visão estratégica de planejamento em saúde e as mudanças de gestão.
Considerações finais
A produção de protocolos e guias e a Eduação Permanente em Saúde importantes são ferramentas/dispositivos para a organização e gestão do trabalho no cotidiano da APS, porém não são suficientes para processos de mudanças de cultura organizacional do trabalho, ainda mais em contextos de mudanças macropolíticas e de implantação de políticas públicas em cidades de grande complexidade social, como a realidade de uma capital amazônica que é Belém-PA.
REINTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: PERFIL, CAUSAS E FATORES ASSOCIADOS DE 2015 A 2025
Comunicação Oral Curta
1 UFC
Apresentação/Introdução
As internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAPs) representam um marcador indireto da efetividade da atenção básica. Quando recorrentes, indicam falhas na coordenação do cuidado. Estudar seu perfil e padrões de reinternação é essencial para fortalecer a integralidade e a continuidade no SUS.
Objetivos
Analisar o perfil sociodemográfico, clínico e temporal das internações por ICSAPs no HUWC entre 2015 e 2025, identificando os principais fatores associados às reinternações e modelando o risco com base em sexo, idade e diagnóstico principal.
Metodologia
Estudo transversal com dados secundários de 8.646 internações extraídas do sistema AGHU, filtradas por CID-10 conforme lista nacional de ICSAPs. Cada linha da planilha representou uma internação distinta. Variáveis incluíram idade, sexo, tempo de internação e diagnóstico. Criou-se a variável binária “reinternação” a partir da contagem por prontuário. Realizaram-se análises descritivas, testes de associação (Qui-quadrado, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis) e regressão logística para modelar o risco de reinternação com idade, sexo e os 10 CIDs mais frequentes. As análises foram conduzidas em Python 3.11.
Resultados
As internações por ICSAPs no HUWC entre 2015 e 2025 concentraram-se em adultos (50,3%) e idosos de 60 a 79 anos (30,0%). Crianças representaram 10,1% dos casos, adolescentes 5,8% e idosos 80+ apenas 4,0%. O tempo médio de internação foi de 8,2 dias. A frequência anual variou de 7,2% em 2015 e 2016 para picos de 12,2% em 2021, 11,6% em 2023 e 13,2% em 2024. Reinternações ocorreram em 23,3% dos prontuários. A regressão logística indicou maior risco entre pacientes com epilepsia (OR: 2,04), obesidade (1,63), colelitíase (1,08–1,51) e insuficiência cardíaca (1,20), sugerindo perfis mais vulneráveis à descontinuidade do cuidado.
Conclusões/Considerações
As reinternações por ICSAPs revelam a vulnerabilidade de certos perfis clínicos à desassistência crônica e descontinuidade do cuidado. Epilepsia, obesidade e doenças biliares foram os principais preditores. Os achados reforçam a urgência de estratégias intersetoriais de seguimento e articulação entre hospital e atenção primária para evitar recorrências evitáveis e qualificar o cuidado no SUS.
SOFT SKILLS NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA: PERCEPÇÃO DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE A EMPATIA CLÍNICA
Comunicação Oral Curta
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
As soft skills podem ser consideradas como um conjunto de habilidades socioafetivas.
A empatia é considerada uma soft skills importante para o bom desempenho dos profissionais
da área de saúde especialmente na Atenção Primária à Saúde. Para o Cirurgião-Dentista, a empatia medeia
uma relação positiva com os pacientes, aumentando a satisfação, reduzindo o estresse e
melhorando a adesão ao tratamento.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar as barreiras e facilitadores para o comportamento
empático tanto para o cuidado odontológico dos usuários, quanto para o processo de trabalho
na APS entre cirurgiões-dentistas da Estratégia de Saúde da Família.
Metodologia
O estudo foi realizado no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no período
de março a junho de 2024. O corpus desta pesquisa foi constituído por 14
entrevistas, contendo 24 questões, estruturadas a partir do Theoretical Domains Framework (TDF).
O TDF é um quadro teórico composto por 14
domínios que permite analisar a natureza dos fatores que permeiam o comportamento dos
profissionais na efetiva realização de um determinado objetivo.
Resultados
A análise de conteúdo de Bardin, foi utilizada para analisar o corpus obtido. Posteriormente, o software IRaMuTeQ® permitiu a aplicação de técnicas analíticas, incluindo o tratamento lexical, a
Classificação Hierárquica Descendente e a Análise Fatorial por Correspondência.
Para facilitar a compreensão do conjunto de domínios do TDF, foi utilizado o modelo
sintético conhecido como “COM-B”, que apresenta três condições necessárias para que um
comportamento de caráter voluntário ocorra: Capacidade, Oportunidade e Motivação. A
Capacidade, e a Oportunidade surgiram como barreiras no discurso dos participantes. A Motivação
foi identificadas como facilitadores.
Conclusões/Considerações
Os principais desafios para o desenvolvimento do comportamento empático, segundo a
percepção dos CDs, incluem a compreensão do conceito de empatia e o treinamento adequado
dessa habilidade. A oportunidade de manifestar essa relação é dificultada pela
infraestrutura do ambiente de trabalho e pela priorização da gestão dos serviços, que foca
principalmente em monitoramentos e avaliações quantitativas.

Realização: