
Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.22 - Ações e projetos inovadores para reorganização de práticas na APS
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
PROJETO ALÔ MAMÃE E ALTA SEGURA
Comunicação Oral Curta
1 Aracaju
Período de Realização
23 de setembro de 2024 aos dias atuais
Objeto da produção
Necessidade de garantira a primeira consulta de puericultura com a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) em tempo oportuno,
Objetivos
Realizar a marcação da primeira consulta de puericultura com a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), garantindo que essa consulta seja previamente agendada no momento da alta e informada à família, preferencialmente no relatório de alta, assegurando uma transição segura e contínua do cuidado.
Descrição da produção
O fluxo se inicia no pré-natal, quando a equipe ESF responsável pela gestante identifica na Caderneta da Gestante que é responsável por essa família. Após o parto, a maternidade municipal comunica diariamente à Secretaria Municipal da Saúde, por formulário online, a data de alta da puérpera residentes em Aracaju e sua ESF correspondente. Então, é realizado o agendamento da primeira consulta com a ESF da família. A data marcada é repassada ao responsável pela criança através do contato fornecido
Resultados
Durante o primeiro trimestre do projeto, o projeto Alô Mamãe contemplou 577 recém nascidos e puérperas. Até o momento, 22 de abril de 2025, esta alíquota quase duplicou, com 1144 binômio mãe-bebê, isso demonstra um importante avanço na cobertura e adesão ao projeto.
Análise crítica e impactos da produção
O projeto “Alô, Mamãe” garante a realização da primeira consulta do recém-nascido ainda durante primeira semana de vida, um período crucial para reduzir riscos que possam ocasionar maior morbimortalidade infantil. Embora ainda não haja dados suficientes disponíveis com relação ao impacto do projeto na mortalidade prematura, os resultados preliminares referentes ao acompanhamento mostram o impacto positivo do projeto, com aumento expressivo no número de consultas de puérperas e recém-nascidos
Considerações finais
O projeto “Alô, Mamãe” constitui um avanço significativo para a realização da alta segura de recém-nascidos do ambiente hospitalar, ao garantir a transição planejada e eficaz do paciente do hospital para o ambiente domiciliar e, consequentemente, para Atenção Primária. Assim sendo, o projeto contribui para melhor comunicação entre os níveis de atenção em saúde.
PROJETO CEGONHA – DO VENTRE AO COLO: UMA PROPOSTA DE ACOMPANHAMENTO MULTIPROFISSIONAL A GESTANTES USUÁRIAS DO SUS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Comunicação Oral Curta
1 Prefeitura Municipal de Paranaguá
Período de Realização
O projeto teve início em 15 de abril de 2025 e encontra-se em execução contínua.
Objeto da experiência
Acompanhamento multiprofissional (Emulti) a gestantes e puérperas em situação de vulnerabilidade social no município de Paranaguá.
Objetivos
Assegurar atenção qualificada no pré-natal e à saúde materno-infantil; oferecer suporte psicossocial contínuo; integrar ações intersetoriais com Saúde, Educação e Assistência Social; promover direitos, planejamento familiar, vínculos e parentalidade responsável.
Descrição da experiência
A partir do levantamento de demandas realizado pelo Serviço Social, identificou-se a baixa adesão das gestantes ao pré- natal e ao acompanhamento infantil no primeiro ano de vida. Assim, propôs-se a realização de encontros mensais, com abordagem interprofissional, abordando temas como desenvolvimento fetal, nutrição, parto, amamentação, planejamento familiar e sexualidade. As ações ocorrem nas UBS com Equipe Multiprofissional (Emulti), utilizando linguagem metafórica para facilitar a comunicação.
Resultados
O primeiro encontro, realizado em maio, contou com a participação de 26 gestantes e uma puérpera; em junho, o número aumentou para 35 gestantes. As atividades são realizadas nas UBS dos territórios com Emulti. O uso de linguagem metafórica tem se mostrado eficaz na promoção do engajamento. Observa-se o fortalecimento dos vínculos entre usuárias e equipe, favorecendo impactos sociais positivos.
Aprendizado e análise crítica
A implementação dos grupos e rodas de conversa representou um desafio, diante da ausência de cultura de participação coletiva. Inicialmente, houve resistência, tanto por parte das usuárias quanto da equipe. Contudo, a proposta do projeto – ao abordar temas como sexualidade, gravidez na adolescência e relações familiares de forma simbólica e sensível – tem promovido adesão crescente. A articulação intersetorial reforça o compromisso com a qualidade do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
As atividades grupais trouxeram uma nova dinâmica às unidades de saúde. Antes do início, foi feita uma sensibilização das equipes, o que garantiu o alinhamento e engajamento de todos os envolvidos. A experiência tem se mostrado valiosa para a construção de vínculos e o fortalecimento da rede de apoio às gestantes, sinalizando o potencial transformador do cuidado em saúde quando realizado de forma integrada e humanizada.
PROJETO DE BRAÇOS ABERTOS: ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CEARÁ
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria de Saúde do Estado do Ceará
Período de Realização
O projeto foi lançado em abril de 2024 e está em desenvolvimento até o presente momento.
Objeto da experiência
Apresentar a estratégia de fortalecimento da atenção primária à saúde por meio de qualificação profissional e organização de processos de trabalho.
Objetivos
Os eixos de atuação do projeto são voltados à educação permanente para atenção primária, à planificação da atenção à saúde e ao apoio institucional regional. Estes eixos convergem para o objetivo de fortalecer a atenção primária qualificando profissionais e organizando de processos de trabalho.
Descrição da experiência
O Projeto de Braços Abertos foi lançado em abril de 2024 e desde então vem desenvolvendo importantes estratégias junto aos municípios e regiões de saúde. O Eixo 1 que trata do Plano Educação Permanente foi elaborado a partir das prioridades sanitárias definidas no Plano Estadual de Saúde e nos Planos Regionais de Saúde. O Eixo 2 contempla a Planificação da Atenção à Saúde desenvolvida em duas regiões do Estado. Já o Eixo 3 visa fortalecer o apoio institucional regional por meio de articuladores.
Resultados
Após o primeiro ano de desenvolvimento, o projeto já demonstra resultados importantes. No Eixo 1 foram qualificados um total de 2649 profissionais em formatos distintos de educação permanente, como webnários, oficinas regionais, seminários e cursos presenciais. Por meio do Eixo 2 a Planificação da Atenção à Saúde está sendo desenvolvida em duas regiões de saúde e evidencia um movimento importante de organização de processos de trabalho, cotando o apoio institucional regional oferecido no Eixo 3.
Aprendizado e análise crítica
Como previsto na Política Nacional da Atenção Básica aos estados compete prestar apoio institucional aos municípios acompanhando e qualificando a atenção primária. Assim, o projeto Braços Abertos atende a competência não só de direcionar políticas públicas, mas garantir apoio à sua implementação. Além de resultados quantitativos, como ampliação da educação permanente e melhoria dos indicadores, projetos dessa natureza contribuem para aumentar a motivação e o compromisso de profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto de Braços Abertos vem contribuindo com o resgate do protagonismo da atenção primária e com a consolidação do seu papel coordenador do cuidado e ordenador da rede de atenção à saúde no Ceará. A integração efetiva da atenção primária com a atenção ambulatorial especializada também vem sendo aprimorada. Como desafio destacamos o desenvolvimento de estratégias de gestão que garantam sustentabilidade aos processos implantados pelo projeto.
PROJETO QUALIFICA APS E RESIDÊNCIAS ESTÃO ASSOCIADAS A MAIOR ACESSO AO DIU NA APS: CUIDADO E DIREITOS REPRODUTIVOS NO SUS DE CAMPO GRANDE/MS.
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
2 Centro de Estudos Estratégico da Fiocruz RJ
Apresentação/Introdução
O projeto Qualifica APS/CEE/FIOCRUZ apoia as residências médica e multiprofissional em Saúde da Família de Campo Grande/MS, visando qualificar o cuidado por meio da formação, inovação e da transformação dos processos de trabalho. Com 300 profissionais formados e 160 em formação (2020–2025), fomenta práticas como a inserção de DIU para ampliar a resolutividade da APS e reduzir iniquidades.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre o Projeto Qualifica APS e o número de inserções de DIU realizadas por enfermeiras e médicos na Atenção Primária à Saúde de Campo Grande/MS, ajustando pelo número de equipes de cada unidade.
Metodologia
Estudo quantitativo, transversal, realizado na APS de Campo Grande/MS, com dados agregados no período de 2021 a 2025, extraídos do Prontuário Eletrônico do Cidadão, tendo como unidade analítica o total de inserções de DIU por Unidade de Saúde da Família (USF). Analisaram-se 44 USF — 13 participantes do projeto Qualifica APS (PQ) e 31 não participantes (NPQ) —, totalizando 154 equipes (56 no PQ e 98 no NPQ). As USF foram categorizadas conforme participação no PQ. Realizou-se análise descritiva e regressão binomial negativa, considerando como variável dependente o número de inserções de DIU e como independente a participação no PQ, com ajuste pelo número de equipes (offset logarítmico).
Resultados
Foram realizadas 3.497 inserções de DIU no período, sendo 2.540 (72,6%) nas 13 unidades PQ (56 equipes) e 957 (27,4%) em 31 NPQ (98 equipes). A média de inserções por equipe foi 45,4 no PQ e 9,8 no NPQ. A análise evidencia que unidades PQ realizam, em média, 4,6 vezes mais inserções de DIU por equipe do que as NPQ (IC95%: 2,38–8,79; p<0,001), demonstrando forte associação entre unidades PQ e número de inserções de DIU. Isso expressa processos de trabalho qualificados e repercute na ampliação do acesso à saúde, à autonomia e aos direitos reprodutivos dos que historicamente enfrentam barreiras de acesso no SUS.
Conclusões/Considerações
Unidades Qualifica APS, que contam com residências, realizaram média de 45,4 inserções de DIU por equipe, frente a 9,8 das NPQ. As ações do PQ, aliadas à formação em serviço, qualificam os processos de trabalho, ampliam o acesso e aumentam a resolutividade da APS. Os resultados reafirmam a relevância dos investimentos públicos em formação, inovação e qualificação das práticas como estratégia para garantir direitos e enfrentar iniquidades no SUS.
PROJETO TEAMOS UBS – E-MULTI PARQUE REGINA E CAMPO LIMPO: EM BUSCA DO SUPORTE NA SAÚDE DA CRIANÇA COM TEA
Comunicação Oral Curta
1 ALBERT EINSTEIN
Período de Realização
Projeto iniciado em janeiro de 2025, atualmente na fase de avaliação e diagnóstico nas duas UBS.
Objeto da experiência
O projeto visa apoiar famílias no diagnóstico do TEA, reduzir o tempo de espera na neurologia e oferecer suporte contínuo com equipe multiprofissional.
Objetivos
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica que afeta comunicação, comportamento e interação social. O diagnóstico precoce é essencial para identificar as necessidades de cada criança e oferecer intervenções que melhoram seu desenvolvimento e qualidade de vida (BRASIL, 2014).
Descrição da experiência
O trabalho ocorre nas UBS Parque Regina e Campo Limpo. A suspeita diagnóstica inicia na ESF, com anamnese, avaliação da criança e contato com a escola. Após, há Matriciamento com a equipe e-MULTI. A triagem inclui M-CHAT, AQ-10, Questionário Escolar e SNAP IV. A avaliação é compartilhada entre ESF e equipe multiprofissional. Ao final, é entregue relatório com diagnóstico, encaminhamentos e orientações legais. Casos fora de TEA seguem o fluxo municipal.
Resultados
O projeto facilita o acesso a cuidados de saúde para crianças com TEA, ressaltando a importância do diagnóstico precoce e das intervenções disponíveis, incluindo diferentes tipos de suporte e terapias.
Aprendizado e análise crítica
O diagnóstico precoce possibilita o acesso a terapias e suportes que auxiliam no desenvolvimento das habilidades sociais, comunicativas e cognitivas das crianças. Além disso, permite que escolas e educadores adaptem o ambiente educacional às necessidades específicas de cada criança. As famílias recebem orientações e recursos para compreender melhor o TEA e apoiar seus filhos.
Conclusões e/ou Recomendações
O diagnóstico antecipado também contribui para a redução do tempo de espera por consultas com especialistas focais e intervenções, conforme demonstrado pelo Projeto TEAMOS UBS. Assim, o diagnóstico e o suporte adequado são essenciais para garantir intervenções eficazes no desenvolvimento infantil. Projetos como o TEAMOS UBS desempenham papel fundamental ao oferecer um cuidado integral e coordenado por meio da ESF aliada à equipe multiprofissional.
PROGRAMA ÚTERO É VIDA: DESAFIOS E POTENCIALIDADES NA IMPLANTAÇÃO NA REDE DE SAÚDE DO DISTRITO SANITÁRIO II DO RECIFE
Comunicação Oral Curta
1 Prefeitura do Recife. Secretaria de Saúde
Período de Realização
Setembro de 2022 a maio de 2024, durante a fase piloto do Programa Útero é Vida no Recife.
Objeto da experiência
Implantação do Programa Útero é Vida na rede de atenção à saúde do Distrito Sanitário II do Recife.
Objetivos
Descrever os desafios e potencialidades da implantação do PUV no Distrito Sanitário II, sob a perspectiva da gestão distrital, e propor caminhos para sua consolidação como estratégia de rastreamento efetiva e sustentável do câncer do colo do útero.
Metodologia
O PUV foi implantado em parceria com a SEAB, SERMAC, OPAS e SES-PE. A primeira fase envolveu a coleta de exames para HPV em mulheres entre 25 e 64 anos. A segunda fase, em 2024, focou no acompanhamento de casos positivos com novo RT-PCR e colposcopia, articulando equipes de USFs e gestão para fortalecer o rastreamento.
Resultados
Das 92 mulheres do DS II com HPV detectado, 70 compareceram para nova coleta e colposcopia. Três apresentaram alterações sugestivas de neoplasia. O indicador 04 do Previne Brasil apresentou melhora em quase todas as equipes. O PUV fortaleceu a busca ativa e os vínculos entre profissionais, gestão e usuários.
Análise Crítica
A experiência revelou que a reorganização da rede é possível com apoio institucional e envolvimento das equipes. O papel do ACS foi central no sucesso da busca ativa. A integração entre os diferentes níveis de gestão e as USFs gerou engajamento, porém ainda são necessários investimentos contínuos em qualificação e infraestrutura.
Conclusões e/ou Recomendações
O PUV é uma estratégia potente para reorganizar o rastreamento do câncer do colo do útero. Recomenda-se sua expansão, com capacitação contínua das equipes, uso de campanhas educativas e incentivos às unidades com melhores resultados. A comunicação e o engajamento comunitário são fundamentais para sustentabilidade do programa.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) COMO FERRAMENTA CONTRA HEGEMÔNICA NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE (ABS): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz
2 UPE
Período de Realização
A experiência ocorreu no período de março a outubro de 2024 com encontros mensais.
Objeto da experiência
Analisar o PTS como ferramenta contra hegemônica e os desafios para sua efetiva realização junto a uma Equipe de Saúde da Família (eSF).
Objetivos
Identificar potencialidades do PTS; Fomentar espaços de matriciamento entre residentes e equipe; Descrever desafios para sua efetiva implementação.
Metodologia
Ocorreu no município do Recife, no Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde da Família (RMISF), em uma Unidade de Saúde da Família (USF).Realizaram-se cinco reuniões de PTS,envolvendo residentes multiprofissionais (enfermeiro, psicólogo, assistente social, farmacêutico,saúde coletiva, médico veterinário), residentes de medicina e equipe da ABS (ACS, enfermeiros, técnico de enfermagem,dentista, médico).Em cada encontro discutiu-se um caso e pactuaram-se metas e encaminhamentos.
Resultados
O PTS mostrou-se dispositivo contra-hegemônico, ampliando a clínica, a visão integral e a divisão de responsabilidades.Estimulou escuta, definição de fluxos e acompanhamento mais próximo pela eSF. No entanto, das dez reuniões previstas, apenas cinco ocorreram por sobrecarga assistencial, agendas conflitantes e baixa adesão de alguns profissionais. A falta de sistematização impediu a reavaliação periódica, mas os encontros realizados foram potentes e influenciaram no planejamento do cuidado.
Análise Crítica
Para a efetivação do PTS, é necessário a priorização dos momentos de discussão, adesão multiprofissional, trabalho interprofissional e apoio institucional. A ausência dessas priorizações, aliados a sobrecarga assistencial expressam a hegemonia biomédica. Mesmo assim, o dispositivo qualificou a formação dos residentes, ampliou a clínica e fortaleceu a corresponsabilidade.É preciso integração e sistematização das reuniões para auxiliar no processo de acompanhamento longitudinal feito pela equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
O relato evidenciou o PTS como ferramenta contra-hegemônica, desafiando a lógica médico-centrada e a fragmentação do cuidado na ABS. Apesar das dificuldades encontradas para sua implementação como: baixa adesão, dificuldades operacionais e resistência cultural, os encontros realizados proporcionaram um olhar ampliado sobre os usuários, considerando vulnerabilidades e contextos.
REORGANIZAÇÃO DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO E FORTALECIMENTO DA VACINAÇÃO CONTRA HPV NA APS DE JAQUEIRA-PE
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria Municipal de Saúde de Jaqueira
2 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
Período de Realização
Janeiro de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Reorganização da APS de Jaqueira-PE para qualificar o rastreio com teste de HPV e fortalecer a vacinação contra o HPV.
Objetivos
Descrever a experiência do município de Jaqueira-PE na reorganização dos processos da Atenção Primária, no âmbito do Programa Útero é Vida, com foco no fortalecimento da vacinação contra o HPV e na implantação do rastreamento organizado com teste molecular de HPV como estratégias de prevenção.
Descrição da experiência
O câncer do colo do útero é um problema de saúde pública em Pernambuco. Inserido na estratégia do Programa Útero é Vida, Jaqueira reorganizou a APS para ampliar a cobertura vacinal contra HPV e implementar o rastreamento com teste molecular de HPV. As ações incluem mapeamento territorial, busca ativa, articulação com escolas, organização das agendas e uso do sistema JORDANA para monitoramento, garantindo rastreabilidade, efetividade e gestão qualificada da linha de cuidado.
Resultados
O município alcançou, em 2024, cobertura total vacinal de 91,9% na população alvo, sendo 101,1% entre meninas e 82,7% entre meninos. A cobertura do rastreamento atingiu 136,7% no primeiro ciclo. O uso do sistema JORDANA reduziu perdas, qualificou o acompanhamento e fortaleceu a gestão da APS, além de evidenciar ganhos na vigilância e na articulação com a rede de educação.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostrou que é possível fortalecer ações de prevenção na APS, desde que haja gestão territorial, integração intersetorial e uso de ferramentas de monitoramento. Destacam-se como desafios a mobilização contínua dos adolescentes para a vacinação e a manutenção das altas coberturas. A estratégia reforça a centralidade da APS na vigilância e no cuidado longitudinal.
Conclusões e/ou Recomendações
A reorganização da APS de Jaqueira, com foco no rastreamento organizado e na vacinação contra o HPV, demonstrou ser uma estratégia efetiva e replicável. Recomenda-se a expansão do modelo para outros territórios, priorizando gestão qualificada, integração entre vigilância e cuidado e o fortalecimento das ações intersetoriais como pilares para a eliminação do câncer do colo do útero.
SEGURANÇA DO PACIENTE E USO SEGURO DE MEDICAMENTOS: CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM CAMPO GRANDE-MS
Comunicação Oral Curta
1 UFMS
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida, têm contribuído para o uso crescente de medicamentos, aumentando a ocorrência de eventos adversos, sobretudo entre idosos com doenças crônicas. Eventos adversos poderiam ser evitados nas etapas de prescrição, dispensação e administração, evidenciando a necessidade de maior atenção dos profissionais à segurança do paciente.
Objetivos
Investigar o conhecimento e a prática de profissionais médicos, enfermeiros e farmacêuticos sobre segurança do paciente e uso seguro de medicamentos na Estratégia Saúde da Família.
Metodologia
Estudo transversal, realizado nas Estratégias Saúde da Família (ESF) do município de Campo Grande - MS. A partir de cálculo amostral foram incluídos 207 profissionais, sendo 95 médicos, 94 enfermeiros e 18 farmacêuticos atuantes na ESF, os quais responderam a um questionário eletrônico autoaplicável, com 25 questões estruturadas sobre às características sociodemográficas, conhecimentos e práticas voltadas à promoção do uso seguro de medicamentos. O questionário foi adaptado da ferramenta Os 05 momentos para o uso seguro de medicamento, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde. A análise estatística foi realizada por meio do teste qui-quadrado, com nível de significância de 5%.
Resultados
Profissionais com menor tempo de formação apresentaram melhores scores em práticas adequadas (p=0,002). Quanto ao grau de conhecimento, os enfermeiros o consideraram regular, os farmacêuticos ótimo e os médicos bom (p=0,001). Em relação à prática, 63% dos médicos, 32,6% dos enfermeiros e 4,3% dos farmacêuticos afirmaram sempre orientar sobre riscos e eventos adversos (p=0,001). Sobre mecanismos de confirmação sobre a compreensão das orientações oferecidas para uso seguro do medicamento, 35,7%dos enfermeiros e 60,2% dos médicos sempre realizam (p<0,001). Quanto às orientações sobre interações medicamentosas, 70% dos médicos orientam, mas 92,3% dos enfermeiros não orientam (p<0,001).
Conclusões/Considerações
Apesar da autopercepção positiva sobre o conhecimento em segurança do paciente, foram observadas lacunas nas práticas dos profissionais da ESF. Torna-se necessário fortalecer ações de educação permanente e sensibilizar os profissionais envolvidos na prescrição, entrega de receitas e dispensação, quanto à sua responsabilidade na promoção do uso seguro de medicamentos, envolvendo o paciente e ou cuidador em sua terapêutica medicamentosa.
AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO SOB A ÓTICA DOS PROFISSIONAIS DE UMA EQUIPE DE SAUDE DA FAMÍLIA, NUMA UNIDADE BASICA DE SAÚDE EM FORTALEZA, CEARÁ.
Comunicação Oral Curta
1 Universidade de Fortaleza- UNIFOR
2 Universidade Estadual do Ceará-UECE
3 Universidade de Fortaleza-UNIFOR
Apresentação/Introdução
As Equipes de Saúde da Família potencializam a criação de vínculo com a população e facilitam intervenções coletivas direcionadas à promoção da saúde. As ações de alimentação e nutrição, bem como atenção nutricional geram impacto na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis quando são realizadas atividades promotoras de saúde, uma oportunidade para um modelo ampliado de saúde e cuidado.
Objetivos
Compreender a percepção dos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) quanto às ações de alimentação e nutrição.
Metodologia
Estudo qualitativo realizado em Unidade Básica de Saúde em Fortaleza, Ceará. Elaborou-se um roteiro semiestruturado com perguntas norteadoras para coleta de dados, analisados pelo método de análise de discurso de Bardin. As perguntas utilizadas foram: Como estão sendo realizadas as ações de Alimentação e Nutrição na unidade? Quais as dificuldades encontradas pela equipe para o desenvolvimento das ações de alimentação e nutrição com a população da unidade/território? Foram incluídos no estudo os profissionais inseridos em equipes de saúde da família, o restante dos profissionais foi excluído. O presente estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética.
Resultados
Participaram 9 profissionais. Percebeu-se nas falas, a inexistência de ações de alimentação e nutrição, apenas orientações gerais no momento do atendimento aos pacientes. As principais dificuldades encontradas estavam: as barreiras organizacionais, sobrecarga de demandas nos atendimentos e a autopercepção dos entrevistados sobre suas limitações no conhecimento técnico específico de nutrição. Foi ressaltado a necessidade de maior apoio de profissionais nutricionistas para suporte em atendimento nutricional especializado e ações em grupo. Além disso, o desejo por capacitações, apoio matricial e a realização de grupos e salas de espera para manutenção contínua do conhecimento.
Conclusões/Considerações
Não são realizadas ações de Alimentação e Nutrição entre as equipes de saúde da família. Sabe-se que as ações desenvolvidas desempenham papel fundamental no desenvolvimento e autonomia do cuidado da população e para redução de agravos e melhora dos indicadores, com reforço na educação e na força de trabalho. Assim, torna-se de fundamental importância buscar estratégias para incentivar os profissionais em relação à prática de ações educativas.

Realização: