Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.11 - Promoção da saúde em territóros da APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
ATIVIDADES INOVADORAS NO PSE: FORTALECER A PROMOÇÃO DA SAÚDE ESCOLAR POR MEIO DA INTERSETORIALIDADE
Comunicação Oral Curta
CAMPOS, K. E.1, PEREIRA, R. C. P.1, AMARAL, T. S.1, MOURA, S. M.1, SANTOS, N. L. R.1
1 UNIFASAM
Período de Realização
Este trabalho descritivo e qualitativo relata ações de 2019, 2023 a 2025.
Objeto da experiência
O estudo analisou a interação entre a Estratégia Saúde da Família (ESF) e estudantes de Odontologia que participam do Programa Saúde na Escola (PSE).
Objetivos
Este trabalho relata a experiência exitosa da uma equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Senador Canedo-GO e acadêmicos de Odontologia, unindo esforços no PSE. Realizaram ações em escolas municipais urbana e rural, fortalecendo a saúde e a educação das comunidades atendidas pela equipe.
Descrição da experiência
Este trabalho resulta da integração da ESF, docente e acadêmicos de Odontologia. Na escola, houve encontros sobre higiene bucal, vacinação e saúde mental. No CMEI, ações lúdicas reforçaram a higiene infantil. Destaque para o levantamento epidemiológico em saúde bucal, conforme o projeto 'SB Brasil', com auxílio dos universitários. Casos mais graves foram encaminhados ao tratamento odontológico na ESF, com envolvimento familiar e fortalecimento do vínculo entre comunidade e profissionais.
Resultados
Foram beneficiadas 253 crianças e jovens das instituições de ensino; dessas, 78 receberam atendimento na unidade de saúde, incluindo consultas médicas, vacinação e tratamento odontológico. A experiência evidenciou para a ESF e a comunidade a importância do diagnóstico da realidade local e da diversificação das ações pelo PSE. O programa fortaleceu a intersetorialidade, ampliou o acesso a usuários antes não assistidos e reforçou os pilares da ESF, promovendo maior responsabilização em saúde.
Aprendizado e análise crítica
A integração ensino, saúde e comunidade, em consonância com as diretrizes da formação em saúde, foi fundamental para uma abordagem holística no PSE. A parceria favoreceu tanto a ESF quanto os acadêmicos, ampliando a compreensão epidemiológica e fortalecendo as atividades educativas. Essas parcerias devem ser estimuladas. Os levantamentos epidemiológicos, embora facultativos, mostraram-se uma estratégia eficaz da ESF para potencializar ações e alcançar importantes resultados na promoção da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O PSE promove saúde ao integrar educação e saúde. Nesta experiência, a parceria com acadêmicos de Odontologia foi fundamental para realizar o levantamento epidemiológico, que ampliou o acesso aos serviços. O programa fortaleceu prevenção, participação escolar e familiar. Fortalecer essa colaboração entre ensino, serviço e comunidade é essencial para transformar a saúde dos estudantes do PSE e ampliar o acesso ao SUS.
O PSE E AS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: RESULTADOS DO CENSO NACIONAL, 2024.
Comunicação Oral Curta
Vilasboas, A.L.Q1, Aquino, R.1, Mendonça, M.H.M.2, Venturin, B.3, Silva, J.R.S.M.4, Martins, M.A.M.4, Giovanella, L.5, Facchini, L.A.6
1 ISC/UFBA
2 ENSP/FIOCRUZ
3 CIDACS/FIOCRUZ
4 SAPS/Ministério da Saúde
5 CEE/FIOCRUZ
6 UFPEL
Apresentação/Introdução
O Programa Saúde na Escola está presente em todo o território nacional, constituindo-se numa importante política intersetorial que envolve unidades básicas de saúde e escolas públicas com o propósito de desenvolver ações normatizadas de promoção e prevenção contra riscos à saúde dos escolares. Conhecer a oferta dessas ações pode indicar desafios a serem superados com vistas à sua consolidação.
Objetivos
Caracterizar a oferta de ações do Programa Saúde na Escola (PSE) realizadas pelas Unidades Básicas de Saúde segundo região geopolítica do Brasil.
Metodologia
Os dados do Censo Nacional de UBS, iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, e colaboração da Rede de Pesquisa em APS/ABRASCO, foram obtidos pela auto-aplicação de um questionário eletrônico estruturado, registrado na plataforma e-gestor AB do governo federal em 2024. A totalidade das UBS brasileiras aderiu ao Censo. Ao final, foram consideradas válidas as informações de 44.937 unidades, sendo 4.096 no Norte, 17.737 no Nordeste, 13.374 no Sudeste, 6.607 no Sul e 3.213 no Centro-Oeste. A análise descritiva foi realizada pelo R® e foram selecionadas variáveis do bloco do PSE.
Resultados
Verificação da situação vacinal (83,4%) e saúde bucal (80,9%) apresentaram as maiores proporções na média nacional seguidas pela alimentação saudável e prevenção da obesidade (71,7%) e saúde sexual e reprodutiva e prevenção de HIV/IST (71,2%). A promoção da saúde mental , de práticas corporais e atividade física, prevenção do uso de álcool, tabaco e outras drogas e prevenção das violências e dos acidentes atingiram cerca de metade das UBS brasileiras. Saúde auditiva (29,2%), prevenção de doenças negligenciadas (38,9%) e saúde ocular (39,6%) apresentaram valores entre 29 e 40%. Entre as regiões, valores acima da média nacional foram registrados na região Nordeste e os menores na região Sul.
Conclusões/Considerações
O PSE está implantado em quase todos os municípos brasileiros, porém a maioria das ações preconizadas são desenvolvidas em menos de 60% das UBS. Para sua efetiva implementação é crucial desenvolver ações de educação permanente para profissionais de saúde e das escolas e reforçar a gestão local e intersetorial para maior engajamento dos profissionais, escolares e suas famílias, priorizando regiões que apresentaram menor desempenho.
PROMOÇÃO A SAÚDE COM ADOLESCENTES DO CAMPO: EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO PSE COM ENFOQUE NO VÍNCULO E NO PROTAGONISMO JUVENIL
Comunicação Oral Curta
SOUSA, A. P.1
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Setembro de 2023 a Novembro de 2024, durante a residência multiprofissional – DF
Objeto da experiência
Promoção da saúde com adolescentes do campo, por meio de ações educativas interprofissionais realizadas pelo PSE.
Objetivos
Fortalecer o vínculo entre adolescentes e UBS por meio de ações educativas do PSE, abordando temas de saúde e futuro. Promover a reflexão crítica, o autocuidado e o protagonismo juvenil, valorizando práticas integradas de promoção da saúde e educação popular.
Descrição da experiência
Após territorialização, identificou-se distanciamento entre adolescentes e UBS. Com apoio do PSE e professores, residentes de diferentes áreas realizaram encontros esporádicos com turmas do ensino médio para discutir saúde, sexualidade, futuro e projeto de vida. Dinâmicas educativas, rodas de conversa e compartilhamento de trajetórias de vida fortaleceram vínculos e promoveram espaços de diálogo e acolhimento, baseados na educação popular em saúde.
Resultados
Observou-se mudança na percepção dos adolescentes sobre a UBS, com aumento da confiança e da procura pelos serviços de saúde. Os encontros favoreceram a escuta qualificada, o acolhimento e a valorização das vivências juvenis, aproximando o serviço da realidade local. O grupo tornou-se espaço de afeto, informação e protagonismo, especialmente em temas como sexualidade e planejamento familiar, contribuindo para a formação de vínculos e reflexões sobre o futuro.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que ações educativas intersetoriais, sensíveis ao território e às juventudes do campo, são potentes para fortalecer o cuidado na APS. A integração entre saúde e educação promoveu espaços de escuta e empoderamento. A participação ativa dos adolescentes e o compartilhamento de histórias de vida dos profissionais contribuíram para ressignificar a relação com a UBS, reforçando a potência transformadora da promoção da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Atuar com adolescentes do campo por meio do PSE fortalece o vínculo com a UBS e promove o protagonismo juvenil em saúde. Recomenda-se expandir ações interprofissionais e educativas que valorizem o território e a escuta, adotando metodologias participativas e sensíveis às realidades locais. A promoção da saúde deve ser reconhecida como espaço de construção de afetos, autonomia e futuro.
QUANDO A COMUNIDADE SE TORNA PARCEIRA: A ASSOCIAÇÃO DE MORADORES NA PROMOÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE NA ÁREA RURAL DE MANAUS
Comunicação Oral Curta
Nunes, A. C. P.1, Costa Junior, A. G. da2, Ribeiro, G. M. A.3, Macedo, N. da.1, Pinheiro, R.4
1 Mestranda do Programa de Saúde Coletiva da UEA
2 Mestrando do Programa de Saúde Coletiva da UEA
3 Professora Doutora do Programa de PósGraduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Amazonas-UEA
4 Professora Associada do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Período de Realização
de janeiro de 2022 a maio de 2025
Objeto da experiência
A Associação de Moradores como apoio da Unidade de Saúde da Família Rural (USFR) Ada Rodrigues Viana, localizada no km 41 da rodovia BR 174/AM
Objetivos
Ampliar o acesso da população rural aos serviços da Atenção Básica; fortalecer o vínculo entre a equipe de saúde e a comunidade; estabelecer parceria com a Associação de Moradores; estimular a participação social nas instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS), como conselhos e conferências de saúde.
Descrição da experiência
A Equipe de Saúde da Família (eSF) da referida USFR, passou a planejar os atendimentos mensais com o apoio da Associação de Moradores; A parceria facilitou a logística e a comunicação com a comunidade. As ações desenvolvidas foram consultas médicas e de enfermagem, vacinação, testes rápidos, rodas de conversa, educação em saúde e dispensação de medicamentos. Os atendimentos ocorreram em espaços sociais das comunidades, como igrejas, escolas e a própria sede da associação.
Resultados
A articulação com as associações fortaleceu o vínculo com a comunidade e expandiu o acesso a cuidados essenciais; houve melhora nos indicadores vacinais, regularidade no fornecimento de medicamentos para usuários portadores de comorbidades, ampliação da cobertura do preventivo e oferta de métodos contraceptivos. A parceria também incentivou a participação comunitária nas discussões e decisões do SUS, gerando corresponsabilidade e fortalecimento da cogestão local
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que o engajamento comunitário é fundamental em territórios rurais; A associação de moradores funcionou como elo entre população e equipe de saúde, favorecendo o planejamento coletivo e o cuidado integral. O respeito às especificidades socioculturais e demográficas, aliado ao diálogo e à corresponsabilidade, foi crucial para garantir o direito à saúde e reduzir desigualdades no campo.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclusões e/ou recomendações: Recomenda-se esta parceria como estratégia intersetorial permanente. A atuação conjunta entre a eSF e associações de moradores fortalece a atenção básica, promove o cuidado compartilhado e amplia o acesso aos serviços em áreas de difícil acesso aos serviços de saúde, por meio da valorização dos saberes locais e do estímulo à participação social para construção de um SUS mais inclusivo e equitativo.
AÇÕES INTERSETORIAIS NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DE PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: UM ESTUDO QUALITATIVO
Comunicação Oral Curta
Scain, A. V.1, Peradotto, B. C.1, Silveira, M. I. M. C. K.1, Silva, J. L.1, Comunello, I. C.1, Junges, J. R.1, Micheletti, V. C. D.1
1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Apresentação/Introdução
A rápida transição demográfica tem acelerado o envelhecimento populacional e o crescimento da incidência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que geram elevada morbidade e mortalidade, comprometem a qualidade e expectativa de vida, restringem atividades diárias e laborais, e impactam negativamente a economia de indivíduos e comunidades, ampliando desigualdades sociais e a pobreza.
Objetivos
Investigar as ações intersetoriais municipais voltadas à promoção da saúde e ao enfrentamento das DCNT, com foco em Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica e Obesidade, em um município da região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo e exploratório, realizado em São Leopoldo (RS). Participaram nove líderes comunitários e cinco representantes de gestores das secretarias municipais. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada individual entre os meses de jun. a set. de 2022, de forma online, por meio da plataforma Microsoft Teams, gravadas e transcritas posteriormente na íntegra, com os líderes comunitários e com os representantes das secretarias. Os dados coletados foram codificados no software Atlas.ti e após foi feita a análise de conteúdo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unisinos, sob o parecer 4.701.266 e CAAE 45251821.6.0000.5344.
Resultados
Os resultados mostram que líderes comunitários percebem precariedade nas condições de vida, dificuldades de acesso à saúde e espaços de lazer, além de baixa mobilização social, agravada pela presença do tráfico de drogas em alguns territórios do município. A religiosidade emergiu como facilitadora da articulação comunitária. Já os representantes dos gestores das secretarias associaram a alta prevalência de DCNT à vulnerabilidade social e destacaram ações intersetoriais pontuais, além de relatarem desafios na implementação de ações de saúde contínuas. Logo, evidencia-se a necessidade de fortalecer redes de apoio e integrar políticas públicas nos territórios de forma intersetorial.
Conclusões/Considerações
O estudo revelou desafios no enfrentamento das DCNT em territórios vulneráveis, como ausência de redes de apoio, interferência do tráfico e acesso limitado a serviços. Destaca-se a importância de estratégias intersetoriais, fortalecimento da participação comunitária e realização de estudos complementares para subsidiar políticas públicas mais eficazes e inclusivas.
ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL COM METODOLOGIAS ATIVAS NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA
Comunicação Oral Curta
Bez, C. N.1, Fantinel, L. A.2, Costa, K. L.2, Barbosa, A. B.2, Perin, N. E. M.2, Oliveira, E. M.2, Louzeiro, J. S2, Reses, M. L. N.2, Valcarenghi, R. V.1, Ribeiro, J. M.3
1 Prefeitura Municipal de São José (PMSJ)
2 UFSC
3 Escola de Saúde Pública de Santa Catarina
Período de Realização
A ação foi desenvolvida nos meses de outubro a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Educação em saúde com uso de metodologias ativas, de forma multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial (articulação entre saúde e educação).
Objetivos
Realizar ações de educação em saúde no ensino fundamental, no contexto do Programa Saúde na Escola (PSE), utilizando metodologias ativas, com foco na promoção da saúde, prevenção de agravos e fortalecimento da autonomia dos estudantes por meio da troca de saberes entre profissionais e estudantes.
Descrição da experiência
Os temas e demandas foram discutidos com a direção da escola e na reunião da equipe de saúde da família, analisando-se as intervenções viáveis. A partir daí realizaram-se atividades educativas para 40 estudantes, sobre sobre higiene corporal e bucal, com participação ativa dos estudantes por meio de diálogos, músicas, dinâmicas e troca de saberes.
Resultados
A experiência contribuiu para o aumento da autonomia dos alunos, a promoção da saúde e a prevenção de agravos. Houve fortalecimento do vínculo entre equipe de saúde, estudantes e comunidade escolar, muitos já usuários da UBS, além do aprimoramento da comunicação intersetorial. A ação fortaleceu o trabalho multiprofissional, incorporou a transversalidade - atributo essencial da Atenção Primária à Saúde (APS) -, ampliou práticas positivas da equipe e consolidou a implementação do PSE.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou os desafios ao propor uma atuação fora da UBS e pautada na escuta qualificada, metodologia ativa e transversalidade do cuidado, atingindo a troca e multiplicação dos saberes. Destacou a riqueza das trocas de saberes com a comunidade escolar e reafirmou a potencialidade da APS quando sustentada por práticas multiprofissionais, intersetoriais e orientadas pelos princípios da integralidade e da equidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação intersetorial e multiprofissional por meio do PSE são fundamentais no processo de trabalho das equipes da APS e reafirmam seu papel estratégico na promoção e educação em saúde no território. Recomenda-se o fortalecimento de ações intersetoriais, o uso de metodologias ativas e a valorização da escuta qualificada como caminhos para ampliar o vínculo, a autonomia e o cuidado integral rumo a um futuro mais saudável e equitativo.
IMPLEMENTAÇÃO DE UM GRUPO DE CORRIDA NO SUS NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ-SC: PROMOÇÃO DA SAÚDE, PREVENÇÃO E INCENTIVO AO EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR
Comunicação Oral Curta
Hoffmann, J.1, Santos, C. H.2, Souza, F. H.3, Rosa, K. S.3
1 Escola de Saúde Pública do Estado de Santa Catarina
2 Universidade Federal de Santa Catarina
3 Prefeitura Municipal de São José, SC
Período de Realização
Início em março de 2025, com aplicação das atividades a partir de maio de 2025.
Objeto da experiência
Criação e execução de um grupo de corrida na Atenção Primária em horário acessível ao trabalhador, para promoção da saúde e prevenção de doenças.
Objetivos
Promover saúde e prevenir doenças, incentivando o exercício físico adaptado à rotina. Buscamos estimular a adesão e socialização, oferecer acesso a exercícios para quem tem dificuldade em horários convencionais, desenvolver hábitos saudáveis, aprimorar coordenação motora e capacidade cardiovascular.
Descrição da experiência
Percebendo a escassez de programas de saúde para trabalhadores, o “Corre SUS” foi criado pela eMulti e residência multiprofissional, ele ocorre semanalmente às 18h em local público. Um vídeo foi criado e divulgado em redes sociais do município e nas Unidades Básicas de Saúde. Cada pessoa realiza uma anamnese antes de iniciar o programa, para posteriormente fazer treinos periodizados, supervisionados e adaptados a seus gostos e individualidades biológicas, com um acompanhamento multiprofissional.
Resultados
O projeto Corre SUS tem se mostrado promissor, conquistando o apoio e o engajamento da Diretoria de Atenção Primária do Município. Esse suporte foi fundamental para a captação de R$ 750,00, valor que permitiu adquirir materiais essenciais para melhorar a qualidade dos treinos, como: cronômetros, cones, apitos e barreiras. No primeiro encontro tivemos a participação de 23 pessoas, incluindo usuários, gestores, profissionais da eMulti e residentes, obtendo um retorno positivo dos participantes.
Aprendizado e análise crítica
Visando promover uma prática atualmente com grande procura, buscamos promover a corrida por meio de um trabalho multiprofissional, para ampliar o escopo de atendimento aos usuários. O sucesso do projeto se tornou possível por ser ofertado em um espaço público de fácil acesso, em horário acessível e contar com o apoio da gestão da saúde do Município, enfatizando a urgência de inovações na promoção da saúde que se alinhem às rotinas dos grupos populacionais para que se queira atingir.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto evidencia que é necessário viabilizar acesso à saúde ao público trabalhador, propondo estratégias e abordagens alternativas. É essencial que os serviços se adaptem ao dia a dia de quem os usa, para que mais pessoas possam aproveitar o que o SUS oferece. Sugerimos expandir essas iniciativas inovadoras com foco na promoção da saúde, prevenção de doenças e que levem em consideração as reais necessidades do público alvo.
CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O HPV EM UMBUZEIRO: JOVENS COMO AGENTES DE PREVENÇÃO E MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA
Comunicação Oral Curta
MESQUITA,M.C.S.1, OLIVEIRA, M.R.O.1, CARREIRO, L.E.A.R1, LIMA, E.B.P.L.1, MESQUITA, G.M.S.2, BARRETO , F.B.3, MESQUITA, B.M.S.2, DUARTE, F.I.L.M.3, DUARTE, M.R.A.4
1 RENASF-UFPB
2 UFPE
3 PMU
4 AIO/IOP CG
Período de Realização
Março a maio de 2025
Objeto da experiência
Mobilização juvenil para criação de vídeo educativo sobre HPV e vacinação, com ampla divulgação comunitária.
Objetivos
Intensificar a conscientização sobre a vacina contra o HPV entre jovens de 15 a 19 anos, promovendo a prevenção e o diagnóstico precoce. Engajar jovens como multiplicadores da informação, sensibilizar profissionais de saúde e divulgar amplamente o vídeo para alcançar o público-alvo
Metodologia
O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Umbuzeiro com apoio da equipe de mídia e jovens do município. Criou-se um vídeo educativo com linguagem acessível, gravado em escola pública. O material foi apresentado a profissionais da saúde e, posteriormente, divulgado em redes sociais e grupos de WhatsApp. Também houve busca ativa nas escolas.
Resultados
O vídeo gerou forte engajamento, com mais de 11 mil visualizações em uma semana no Instagram da prefeitura. A participação dos jovens favoreceu a identificação do público-alvo com a mensagem. Profissionais relataram satisfação com a estratégia. A ação fortaleceu o vínculo entre juventude, serviços de saúde e práticas preventivas.
Análise Crítica
A experiência evidenciou o potencial das estratégias educativas inovadoras e da comunicação em saúde feita por pares. A linguagem acessível e a abordagem participativa favoreceram o engajamento juvenil. A colaboração intersetorial e a escuta ativa foram fundamentais para o êxito da iniciativa.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a eficácia da mobilização juvenil na comunicação em saúde. Recomenda-se replicar e ampliar ações similares, aproveitando mídias locais e protagonismo jovem como estratégias de adesão à prevenção do HPV e outras ISTs.
CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS DAS HORTAS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE SOB PERSPECTIVA AGROECOLÓGICA: UMA ANÁLISE DE EXPERIÊNCIAS EM FLORIANÓPOLIS, SC
Comunicação Oral Curta
SOARES, L. P.1, DAUSSY, M. F. S.2, FREITAS, K. P.1, MARQUES, P. S.1, TESSER, C. D.3
1 Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde - Fiocruz
2 Comissão de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. Rede Semear de Agricultura Urbana
3 Departamento de Saúde Pública, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Apresentação/Introdução
Este estudo discute o papel de espaços de cultivo de espécies vegetais na Atenção Primária à Saúde (APS), à luz dos campos da Agroecologia e da Saúde Coletiva. A partir de diagnóstico situacional realizado junto a Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Florianópolis/SC, são apontados possíveis aportes da agroecologia às estratégias de cuidado e aos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
Caracterizar espaços de cultivo agroecológico em UBS de Florianópolis, suas funções, potências e dificuldades; identificar contribuições dessas iniciativas as estratégias de cuidado em saúde coletiva.
Metodologia
O estudo foi conduzido entre 2024 e 2025 (1,5 anos) e teve como parceira a Rede Semear, que atua com agricultura urbana em Florianópolis (SC). Por meio desta rede, 20 UBS do município que possuem hortas (no âmbito das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde - PICS) receberam equipamentos e insumos de apoio ao cultivo. Foram realizadas 20 entrevistas individuais com profissionais de saúde de referência de cada UBS participante do projeto. A partir dos resultados e sob orientação dos campos agroecológico e da saúde coletiva, foi elaborado um diagnóstico desses espaços de cultivo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fiocruz.
Resultados
A maior parte das áreas de cultivo avaliadas possuem entre 20 m2 e 100 m2. Foi identificado o protagonismo de profissionais mulheres nas iniciativas, que corresponderam a um total de 19 das 20 entrevistadas. Os relatos indicam que entre os benefícios que as hortas promovem prevalece a melhoria da saúde mental em usuários e profissionais do serviço, o fortalecimento comunitário das relações e redes de apoio social e suporte às abordagens de cuidado extra-consultório. As plantas medicinais são as espécies mais cultivadas, com 2 inciativas de agrofloresta. Os principais desafios estão associados ao engajamento e tempo dos profissionais de saúde e a insuficiência de recursos e infraestrutura.
Conclusões/Considerações
Hortas em UBS contribuem para a promoção da saúde, numa perspectiva emancipatória e de fortalecimento de práticas integrativas. No entanto, há desafios para sua permanência e valorização como prática de cuidado. A agroecologia pode apoiar caminhos de superação ao modelo biomédico, fortalecer a participação popular em redes colaborativas, orientar processos territorializados de cultivo que envolvam profissionais de saúde e usuários na APS.
DESAFIOS PARA A INTEGRAÇÃO ENTRE SABERES TRADICIONAIS E A ATENÇÃO PRIMÁRIA: O USO DE PLANTAS MEDICINAIS EM MUNICÍPIOS RURAIS DO OESTE DO PARÁ
Comunicação Oral Curta
Cipriano, R. S.1, Aguiar, G. M.1, Freitas, S.B.1, Sanches, N. N.1, Lima, J. L.1
1 UFOPA
Apresentação/Introdução
A utilização de plantas medicinais faz parte da cultura tradicional de diversas comunidades, principalmente nas regiões rurais e remotas. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) reconhece essas práticas como métodos de cuidado na Atenção Primária à Saúde (APS). No entanto, a efetivação dessas ações depende diretamente do conhecimento e capacitação dos profissionais da saúde.
Objetivos
Analisar os desafios enfrentados pelos profissionais da APS quanto à educação em saúde relacionada ao uso de plantas medicinais em municípios rurais remotos do oeste do Pará.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória baseada em entrevistas realizadas com profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e agentes comunitários) atuantes nos municípios de Aveiro, Curuá, Prainha, Jacareacanga e Rurópolis.
Resultados
Em todos os municípios estudados, constatou-se o uso intenso de remédios caseiros e a presença de cuidadores tradicionais (pajés, curandeiros, benzedeiras, parteiras). No entanto, grande parte dos profissionais de saúde demonstrou não ter conhecimento sobre os fitoterápicos utilizados localmente, gerando insegurança na orientação aos pacientes. Observou-se também a ausência de articulação entre a equipe da APS e os saberes tradicionais, o que compromete a integralidade do cuidado. A falta de formação específica sobre a PNPIC e o uso de plantas medicinais reflete uma lacuna na educação permanente desses profissionais.
Conclusões/Considerações
É evidente a necessidade de aprimorar a formação dos profissionais de saúde sobre as práticas integrativas, especialmente o uso seguro e respeitoso das plantas medicinais. A inserção desses conteúdos nos currículos universitários e em capacitações continuadas é importante para que a APS consiga dialogar com os saberes tradicionais e atender de forma integral às necessidades das comunidades.