
Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.16 - Saúde materno infantil na APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ALEITAMENTO MATERNO: CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família (PROFSAÚDE), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB)
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB)
Apresentação/Introdução
Estudos apontam que a inclusão dos agentes comunitários de saúde (ACS) em intervenções que visam o fortalecimento do aleitamento materno apresenta resultados positivos. Contudo, um estudo recente realizado apontou a necessidade de maior capacitação dos profissionais de saúde, incluindo ACS, para atuar eficazmente nas intervenções que visam o fortalecimento do aleitamento materno.
Objetivos
Diante desse cenário, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas sobre aleitamento materno dos ACS de um município de pequeno porte do interior do estado de São Paulo.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com 49 ACS. Os dados foram obtidos a partir de um questionário aplicado a todos os ACS do município, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. O questionário foi composto por 13 questões de caracterização dos participantes, 24 questões de conhecimento, além de 8 e 9 questões sobre atitudes e práticas, respectivamente. Um escore foi criado pela soma da pontuação das questões de conhecimento, onde respostas corretas foram codificadas como um (1), e incorretas e “não sei” como zero (0). Os dados obtidos foram analisados através de distribuições percentuais simples e cumulativas e de medidas de tendência central e dispersão.
Resultados
No escore de conhecimento sobre aleitamento materno, de um total de 24 pontos os participantes obtiveram uma pontuação média de 16,8 pontos (±3,4). O escore mais alto foi de 22 pontos, atingido por apenas um participante. Em contraste, um ACS marcou “não sei” em todas as perguntas, resultando em um escore de 0 pontos. Em relação às atitudes e práticas, muitos ACS reconhecem diversas ações relacionadas ao aleitamento materno como parte de suas atribuições, mas grande parte relatou não realizar essas ações na prática diária. Os resultados ainda apontaram que 77,6% dos ACS referiram nunca haver realizado treinamentos ou cursos sobre aleitamento materno.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciaram lacunas no conhecimento dos ACS sobre aleitamento materno, incluindo duração recomendada, proteção contra doenças, posições e interrupção em caso de nova gestação. Também foram identificadas discrepâncias entre atitudes e a frequência de ações relacionadas ao tema. Esses achados reforçam a importância de investir na capacitação dos ACS e na criação de condições que favoreçam a adoção das práticas recomendadas.
ANÁLISE DA FREQUÊNCIA DE USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS DURANTE A GESTAÇÃO: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Comunicação Oral Curta
1 UFC
2 MEAC
3 Fametro
Apresentação/Introdução
O abuso de substâncias psicoativas por gestantes apresenta grande prejuízo à integridade da mãe e do feto, uma vez que elas atravessam a barreira placentária e hematoencefálica. Dessa forma, seu consumo está associado a diversas consequências maternas e fetais.
Objetivos
Analisar a frequência do uso de substâncias psicoativas de puérperas durante a gestação.
Metodologia
Estudo transversal, descritivo, realizado com 403 puérperas, das quais 37 (9,2%) relataram uso de substâncias psicoativas durante a gestação. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2023 e julho de 2024, em duas maternidades de Fortaleza, Ceará-CE, uma secundária e outra terciária, por meio de entrevistas a puérperas com o instrumento ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test), validado no Brasil, que avalia o padrão e o risco do uso de substâncias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sob parecer nº 6.527.091.
Resultados
Das 37 puérperas que relataram uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses, observou-se maior frequência de uso do tabaco, com 15 (40,5%) participantes referindo consumo regular (semanal ou diário). O álcool apresentou uso esporádico, sendo consumido mensalmente por 7 (18,9%) das puérperas. As substâncias com menor prevalência de uso foram a maconha e a cocaína, ambas com 4 (10,8%) das participantes relatando consumo semanal.
Conclusões/Considerações
A análise dos dados revela que a substância com maior taxa de consumo foi o tabaco, seguida do álcool nos últimos três meses. Portanto, pode-se inferir que o presente estudo corrobora a importância de abordar o uso de substâncias psicoativas na gestação, tendo em vista que esse é um problema de saúde pública, cada vez mais presente no cotidiano.
CUIDADO À GESTANTE EM SITUAÇÃO DE RUA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz Brasília
2 São Leopoldo Mandic
3 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Segundo semestre de 2021, no território da comunidade do Souza Soares, em Niterói, Rio de Janeiro.
Objeto da experiência
Acompanhamento de gestante em situação de rua e uso abusivo de drogas, realizado por equipe da ESF em Niterói-RJ.
Objetivos
Relatar a experiência da ESF no cuidado intersetorial a gestante em situação de rua, usuária de substâncias psicoativas, evidenciando a articulação com Redução de Danos e CAPS AD no Projeto Terapêutico Singular (PTS), visando à escuta ativa, construção de vínculo e cuidado integral.
Metodologia
Gestante em situação de rua recusava atendimento na UBS por receio de exposição à família e conhecidos. A ESF, por meio da escuta qualificada e articulação com Redução de Danos e CAPS AD, estruturou um PTS conforme os desejos da usuária. Foram ofertados transporte e acompanhamento, porém a adesão ao pré-natal não se consolidou. Após um aborto espontâneo, a paciente foi acolhida na atenção especializada, iniciando acompanhamento clínico, psicológico e odontológico.
Resultados
Apesar da resistência inicial, a paciente criou vínculo gradualmente com a equipe. A atuação integrada entre ESF, CAPS AD e Redução de Danos possibilitou a manutenção do cuidado mesmo após o aborto. O território mostrou-se estratégico para acolher e sustentar o vínculo. A experiência revelou o papel central da APS no enfrentamento de vulnerabilidades sociais por meio da atuação ética, sensível e intersetorial.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância do respeito à autonomia, do sigilo e da escuta ética na construção do cuidado. A perda gestacional representou um ponto de virada, possibilitando a adesão posterior da usuária aos serviços. O caso exigiu reinvenção contínua das práticas da equipe, reforçando o papel articulador da APS e a necessidade de ações territorializadas e flexíveis frente a realidades complexas.
Conclusões e/ou Recomendações
A escuta qualificada, o vínculo e a articulação entre os serviços mostraram-se fundamentais no cuidado à população em situação de rua, fortalecendo a aplicação do PTS. Recomenda-se ampliar estratégias que respeitem as autonomias e singularidades dos sujeitos, consolidando redes de atenção intersetoriais, contínuas e territorializadas, capazes de responder com ética e flexibilidade às complexidades desse segmento social.
CUIDADO EM MOVIMENTO: A EQUIDADE NO PRÉ-NATAL DE GESTANTE/PARCEIRO EM SITUAÇÃO DE RUA PELO CONSULTÓRIO NA RUA NO DISTRITO SANITÁRIO V DO RECIFE
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
Período de Realização
O acompanhamento das consultas pré-natais foram dos meses de Novembro de 2025 a Fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Descrever o diferencial das consultas de pré natal de uma mulher gestante vivendo em situação de rua.
Objetivos
Acolher e atender integralmente a gestante em situação de rua, com equidade, vínculo e foco na redução de danos, garantindo acesso ao pré-natal, tratamento de infecções, inclusão do parceiro no cuidado e articulação com a rede de proteção, promovendo dignidade e inclusão social.
Descrição da experiência
Norteada pelo cuidado integral e intersetorial, a equipe do Consultório na Rua do DS5/Recife, junto à enfermeira residente, realizou o pré-natal de gestante em situação de rua e seu parceiro, com escuta, vínculo, testagem e tratamento para sífilis, ações de redução de danos e articulação com o Centro POP, reafirmando o compromisso do SUS com populações em extrema vulnerabilidade.
Resultados
A gestante realizou tratamento de infecção do trato urinário, prevenindo risco de parto prematuro. Recebeu tratamento para sífilis e, como resultado, o bebê nasceu saudável, sem sífilis congênita. O casal foi acolhido no Centro POP, com acesso a higiene e alimentação, reafirmando direitos e cidadania diante da vulnerabilidade social.
Aprendizado e análise crítica
O cuidado integral à gestante em situação de rua evidencia que a saúde vai além do tratamento clínico: requer escuta, vínculo e acesso a direitos sociais. A articulação entre saúde e assistência social rompe barreiras impostas pelo estigma, fortalece a equidade e combate a discriminação estrutural, reafirmando o SUS como instrumento de justiça social.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância do cuidado humanizado, intersetorial e contínuo às gestantes e seus parceiros em situação de rua. A atuação do Consultório na Rua e da rede de apoio garantiu não só a prevenção de agravos, mas também a promoção da dignidade, cidadania e equidade, demonstrando a potência do SUS no enfrentamento das vulnerabilidades sociais.
CUIDAR E PLANEJAR: A ENFERMAGEM PROMOVENDO O ACESSO AOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS REVERSÍVEIS DE LONGA DURAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UNICENTRO/PR
Período de Realização
O planejamento iniciou em maio de 2024, e seguiu até setembro de 2024 com a efetiva qualificação.
Objeto da experiência
Programa de qualificação de enfermeiras da APS para realizar consulta de enfermagem com foco na promoção do acesso aos LARCs.
Objetivos
Promover o acesso aos métodos contraceptivos reversíveis de longa duração na APS do Município de Turvo-PR por meio da consulta de enfermagem;
Capacitar as enfermeiras da APS para realizar consulta em saúde sexual e reprodutiva com ênfase na inserção, revisão e retirada de DIU e implante subdérmico.
Descrição da experiência
O programa se deu em etapas: 1ª: Planejamento dos recursos; 2ª: Elaboração de um protocolo para consulta de enfermagem com foco nos LARCs; 3ª: Capacitação de enfermeiras; 4ª: Consultas de enfermagem para acolhimento das mulheres interessadas nos LARCs; 5ª: Consulta de enfermagem para inserção dos LARCs; 6ª: Avaliação clínica das mulheres com reavaliações após a inserção do método; 7ª: Avaliação da capacitação por meio de relatórios da Secretaria Municipal de Saúde e ouvidoria das usuárias.
Resultados
No programa, 8 enfermeiras foram capacitadas, sendo 3 para inserção de DIU e 5 para implante. Das 121 mulheres avaliadas, 96 (79,3%) foram elegíveis para os LARCs: 86 DIUs e 10 implantes foram inseridos sem intercorrências graves. No seguimento, 76 (88,4%) mantiveram o DIU e 10 (100%) o implante. Houve 10 remoções de DIU e nenhum caso de perfuração. A ouvidoria registrou 39 elogios, destacando o atendimento humanizado. Após a ação, os LARCs passaram a ser ofertados regularmente na APS.
Aprendizado e análise crítica
A gravidez não planejada é um importante problema de saúde pública mundial, com impactos negativos tanto para a saúde das mulheres quanto para a sociedade. Em Turvo-PR, a falta de acesso aos LARCs refletia essa realidade global. A qualificação marcou um avanço na saúde pública local, alinhando-se às diretrizes do SUS e ao 3º ODS da ONU: Saúde e Bem-Estar, que visa, até 2030, garantir acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva e reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência destaca-se exitosamente ao promover o acesso aos LARCs anteriormente indisponíveis na rede de APS local. A qualificação e o protagonismo das enfermeiras amplia a resolutividade da APS, fortalece os direitos reprodutivos das mulheres e contribui para a redução das gestações não planejadas, dos abortos inseguros e abandono familiar, além de contribuir para a redução das taxas de morbimortalidade maternoinfantil no município.
DESCENTRALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO REPRODUTIVO PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA: ATUAÇÃO DE ENFERMEIRAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Comunicação Oral Curta
1 Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
Período de Realização
As experiências do presente relato foram vividas entre os meses de março e junho de 2025.
Objeto da experiência
Planejamento reprodutivo (PR) na consulta de Enfermagem por Enfermeiras residentes de Saúde da Família.
Objetivos
Evidenciar o protagonismo da enfermagem no Planejamento Reprodutivo na Atenção Primária à Saúde (APS), com foco na consulta de enfermagem e na ampliação da oferta de métodos contraceptivos.
Descrição da experiência
Com a implantação da Residência Multiprofissional em Saúde da Família SEMS/Fiocruz em Dourados (MS), a USF Motohide Hiraishi – Maracanã passou a ofertar, por meio das enfermeiras residentes, o planejamento reprodutivo de mulheres com diferentes perfis e necessidades. Além dos métodos já ofertados na APS — pílulas orais, preservativos e injetáveis —, foram introduzidos os métodos contraceptivos de longa duração (LARCs) e o planejamento para laqueaduras, ampliando a resolutividade da unidade.
Resultados
O PR organiza criteriosamente o enquadramento dos MC, visando direcionar a oferta de forma individualizada. Como resultado, observou-se ampliação significativa do acesso e adesão aos métodos, acompanhada de maior segurança das mulheres em suas escolhas contraceptivas. A procura espontânea por orientação aumentou, assim como a continuidade ao uso. A articulação do PR com ações como o pré-natal fortaleceu o cuidado longitudinal e ampliou o debate sobre autonomia e direitos reprodutivos.
Aprendizado e análise crítica
A autonomia da enfermagem — respaldada pela Lei nº 7.498/86 e pela Resolução COFEN nº 736/2024 — revela-se essencial na implementação de um planejamento reprodutivo acessível, ágil e centrado na usuária. A análise da experiência demonstra que essa prática fortalece a atenção integral, alinha-se à PNAB (2017) e contribui para a efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos (Lei nº 9.263/96).
Conclusões e/ou Recomendações
A descentralização do planejamento reprodutivo para a APS melhora o acesso e reduz a sobrecarga dos serviços especializados. Além disso, fortalece vínculos, qualifica o cuidado e amplia o escopo da enfermagem. Recomenda-se investimento contínuo na estrutura das unidades, qualificação permanente das equipes e valorização da autonomia profissional, como estratégia para garantir um cuidado reprodutivo equânime, resolutivo e humanizado.
DESNUTRIÇÃO E INSEGURANÇA ALIMENTAR EM GESTANTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: EVIDÊNCIAS DE UMA COORTE GESTATIVA
Comunicação Oral Curta
1 HUUFMA/EBSERH
2 Universidade CEUMA
3 Centro Universitário Santa Terezinha – CEST
Apresentação/Introdução
A relação entre desnutrição durante a gestação, ansiedade e insegurança alimentar e nutricional é complexa. A insegurança alimentar, especialmente para mulheres grávidas, pode levar à desnutrição, com efeitos graves para a mãe e o feto. A ansiedade também pode estar associada à insegurança alimentar, criando um ciclo vicioso que precisa ser interrompido por meio de políticas públicas eficazes.
Objetivos
Verificar associação entre desnutrição e insegurança alimentar e nutricional em gestantes acompanhadas na atenção primária.
Metodologia
Trata-se de um estudo de coorte no qual as gestantes foram acompanhadas durante o segundo e terceiro trimestre. A pesquisa foi realizada no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2022 em Unidades Básicas de Saúde em São Luís – MA. Utilizou-se um questionário com variáveis socioeconômicas, clínicas e antropométricas, Escala de Insegurança Alimentar (EBIA), Escala de Estresse, depressão e ansiedade (DASS-21) e Escala de depressão pós-parto de Edimburgo. Os dados foram analisados no programa Stata® versão 16.0. E foi utilizado a regressão de Poisson Robust considerando o valor de p < 0,05.
Resultados
Foram entrevistadas 153 gestantes no segundo trimestre e o seguimento foi realizado com 50 gestantes, no qual 6,67% estavam desnutridas, 43,48% vivenciavam algum grau de insegurança alimentar e nutricional e 46,94% tinham algum nível de ansiedade, sendo 12,24% sintomas extremamente severos. Ter desnutrição durante a gestação (IRR: 7,15; IC:1,21-42,2) e ter sintomas extremamente severos de ansiedade (IRR: 5,72; IC: 1,01-32,4) foram fatores associados à insegurança alimentar e nutricional.
Conclusões/Considerações
A desnutrição durante a gestação e os sintomas extremamente severos de ansiedade foram associados à insegurança alimentar e nutricional. Portanto, é fundamental adotar um conjunto de políticas públicas integradas e com foco na prevenção e tratamento da desnutrição e da insegurança alimentar para reduzir as consequências negativas dessas condições para as gestantes e para a saúde dos bebês.
DIÁLOGOS E CUIDADO: RELATO INTERPROFISSIONAL DE UM GRUPO COM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA.
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de São Carlos, UFSCar
Período de Realização
Os encontros do grupo ocorreram no período de maio a junho de 2025.
Objeto da experiência
Grupo de mulheres com incontinência urinária (UI) de esforço, urgência ou mista, atendidas por uma USF de um município do interior paulista.
Objetivos
Relatar a experiência da implementação de um grupo interprofissional na APS para o acompanhamento de mulheres com incontinência urinária (IU), como estratégia de cuidado de uma condição prevalente, com impacto na qualidade de vida e ainda pouco estruturada nesse nível de atenção.
Descrição da experiência
Foram realizados 11 encontros de 1 hora em espaço comunitário, com mulheres com diagnóstico de incontinência urinária atendidas na USF. As ações incluíram orientação em relação a fisioterapia na IU, anatomia e conhecimento da musculatura do assoalho pélvico (MAP), diário miccional, orientação sobre higiene íntima, terapia comportamental e hábitos de vida. Houve ainda técnicas de relaxamento, treinamento da MAP e práticas corporais integradas.
Resultados
A incontinência urinária afeta a vida das mulheres em diversas áreas, como exercícios físicos, vida sexual, sono, e participação social. E após aplicarem as estratégias propostas de controle miccional, as participantes relataram melhora no controle urinário, com menos perdas e mais confiança para realizar as atividades diárias. A experiência mostrou o potencial da abordagem interprofissional na qualificação da escuta e na oferta do cuidado integral na APS.
Aprendizado e análise crítica
A incontinência urinária compromete significativamente a qualidade de vida das mulheres, mas segue pouco reconhecida na APS. Sem fluxos definidos e com abordagens limitadas, é muitas vezes negligenciada pelos profissionais e naturalizada pelas usuárias. Essa invisibilidade evidencia a necessidade de estratégias interprofissionais que garantam um cuidado integral, acolhedor e efetivo na rotina dos serviços de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que a abordagem interprofissional, aliada à educação em saúde e práticas corporais, reduziu os impactos da IU. Além disso, favoreceu a troca de saberes entre os profissionais, ampliando a compreensão sobre o cuidado e promovendo o aprendizado coletivo. Portanto, recomenda-se a institucionalização de grupos terapêuticos interprofissionais como estratégia permanente no cuidado à saúde da mulher na APS.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: PERSPECTIVAS PARA AUTOCUIDADO NA SAÚDE DA MULHER
Comunicação Oral Curta
1 Afya Faculdade de Ciências Médicas de Guanambi, Afya Guanambi
2 Associação Brasileira de Odontologia - Bahia
3 Centro Universitário UNIFG
4 Universidade estadual de Feira de Santana
Período de Realização
Ação realizada no primeiro trimestre de 2025, no dia 15 de março no turno vespertino
Objeto da experiência
Mulheres usuárias da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Beija-Flor no município de Guanambi-BA, com idade entre 25 e 70 anos.
Objetivos
Relatar a experiência da ação educativa realizada na Atenção Básica voltada à prevenção do câncer de colo de útero, com abordagens interativas e acessíveis, capazes de estimular a realização do exame de rastreamento e incentivar a construção de uma cultura de cuidado contínuo e compartilhado.
Metodologia
Ação educativa realizada na UBS, em alusão ao mês da mulher, com caráter preventivo no autocuidado da saúde feminina. Houve participação de acadêmicos de medicina com profissionais da equipe de saúde da unidade. Apresentado teatro educativo pelos acadêmicos, abordagens informativas e reflexivas realizadas pelos médicos e enfermeira, dinâmica de compartilhamento de histórias de vida das usuárias mediada pelo psicólogo. Finalizando com socialização, música, lanche coletivo e entrega de lembranças.
Resultados
Reflexão dos múltiplos papéis da mulher na sociedade. Resgate das práticas de autocuidado em saúde. Promoção e prevenção em detrimento das práticas curativas. A intervenção fomentou o autocuidado feminino entre mulheres de diversas faixas etárias, fortaleceu o vínculo entre comunidade e profissionais de saúde da atenção básica e promoveu o esclarecimento de temas relacionados a saúde ginecológica.
Análise Crítica
Com informações acessíveis e um espaço de escuta e acolhimento, pode-se ampliar o conhecimento sobre práticas preventivas e incentivar a adesão aos serviços de saúde, fortalecendo o autocuidado e incentivo à prática do rastreamento do câncer do colo do útero, de acordo com princípios da Atenção Primária à Saúde e da Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Observou-se a importância da universidade enquanto agente transformador no território e fomentador do protagonismo feminino na saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Ações educativas conduzidas com empatia e responsabilidade podem gerar impactos significativos na promoção da saúde coletiva. Sugere-se a perpetuação dessas ações voltadas a Educação Popular em Saúde com inclusão de outros temas voltados à saúde da mulher e acompanhamento periódico das participantes, para consolidar práticas de prevenção efetivas e transformar o cuidado em saúde em um processo mais equitativo, acolhedor e resolutivo.
EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO FERRAMENTA DE CUIDADO: ELABORAÇÃO DE CARTILHA INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA
Comunicação Oral Curta
1 FioCruz Brasília
Período de Realização
A atividade foi realizada entre outubro de 2024 a abril de 2025.
Objeto da experiência
Produção de uma cartilha educativa como instrumento de educação permanente em saúde na Atenção Básica em Saúde.
Objetivos
Promover a qualificação das equipes da UBS 07 de Samambaia/DF por meio de estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS); fomentar o protagonismo dos trabalhadores na construção e troca de saberes; consolidar uma cultura de aprendizado colaborativo no cotidiano das práticas em saúde.
Metodologia
A experiência consistiu na construção de uma cartilha temática educativa no âmbito da EPS, elaborada pelos residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Fiocruz Brasília. A partir de estudos de casos, foram identificadas lacunas formativas e com base nisso, foram organizados encontros temáticos abordando temas como direitos da gestante, climatério, entre outros. Os conteúdos foram sistematizados de forma clara, acessível e transformados em materiais interativos.
Resultados
A abordagem interprofissional dos conteúdos favoreceu o reconhecimento e valorização dos saberes locais, promovendo maior integração entre os trabalhadores da saúde. Observou-se também maior engajamento das equipes nos processos de educação permanente, com relatos de mudança de postura e ampliação da escuta aos usuários. A iniciativa contribuiu para o fortalecimento da EPS como ferramenta de transformação das práticas e para a efetivação de uma atenção mais humanizada, integral e resolutiva.
Análise Crítica
A cartilha evidenciou o potencial da EPS como prática transformadora. A produção coletiva favoreceu o reconhecimento das experiências e saberes dos trabalhadores e reforça a importância de metodologias ativas, escuta qualificada e planejamento horizontal para consolidar a EPS como parte estruturante das rotinas de trabalho. O envolvimento dos profissionais foi essencial para o êxito da proposta e demonstrou que espaços formativos podem e devem ser construídos no próprio território.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a necessidade práticas de EPS nas UBS como forma de qualificar o cuidado. Recomenda-se a adoção de metodologias participativas e integradoras. É fundamental garantir espaço e tempo para que as equipes participem ativamente desses processos, valorizando seus saberes e experiências. A EPS, quando enraizada na realidade dos serviços e do território, torna-se um instrumento potente de transformação e fortalecimento do cuidado.

Realização: