Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.18 - Saúde do trabalhador na APS
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO COM BANCÁRIOS COM OBESIDADE: ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SUPLEMENTAR E SAÚDE DO TRABALHADOR CONSTRUINDO UM CUIDADO INTEGRADO
Comunicação Oral Curta
Rodrigues, L.S.1, Sousa, R.P.1, Cardoso, J.R1, Boni, A.F.P.1
1 CASSI
Período de Realização
Elaboração do programa foi realizado entre agosto e dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Construção de um Programa de Alimentação e Nutrição para o cuidado em saúde à bancários com obesidade.
Objetivos
Descrever a construção de um programa de alimentação e nutrição, integrados entre a saúde do trabalhador e Atenção Primária à Saúde (APS).
Apresentar as ações em saúde construídas para o cuidado de uma população bancária com obesidade e suas interfaces com o trabalho e a APS.
Metodologia
O Programa de Alimentação e Nutrição foi construído, a partir da vigilância em saúde dos dados do exame periódico de saúde de 2023, onde 31% dos bancários foram classificados com obesidade. Considerando a multidimensionalidade da obesidade, o programa foi construído com ações para um cuidado integrado entre as equipes de saúde do trabalhador, responsáveis pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e as equipes de APS responsáveis pela coordenação e ordenação do cuidado da população.
Resultados
O programa contemplou três eixos com ações integradas. Eixo 1: Educação alimentar e nutricional: atividades de educação em saúde coletivas e pílulas sobre alimentação e hábitos de vida regionalizados, baseadas no guia alimentar para a população brasileira; eixo 2: Promoção de ambientes alimentares adequados e saudáveis: propostas de redução de oferta de ultraprocessados e incentivo a ambientes saudáveis no trabalho; eixo 3: Assistência à saúde: atendimentos multiprofissionais individuais.
Análise Crítica
A construção do programa contribuiu para reforçar a importância da vigilância em saúde do trabalhador e do monitoramento e avaliação sistemático em saúde. Pois, possibilitou que as ações construídas no programa tivessem como insumos um dos problemas reais existentes na população bancária, construindo intervenções equitativas e personalizadas à população, e não adoção de estratégicas descontextualizadas com a realidade e os dados em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Programa de alimentação e nutrição voltado a bancários com obesidade, que tenha como premissa a integração entre saúde do trabalhador e APS, reforça a importância da atuação coletiva frente a multidimensionalidade da obesidade. Trazendo as instituições públicas e privadas e os diversos níveis de atenção, contextualizados com o ambiente de trabalho, como corresponsáveis no cuidado às pessoas com obesidade.
SAÚDE DO PESCADOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA – SAÚDE DO MANEZINHO EM EVIDÊNCIA
Comunicação Oral Curta
Rocha, M.S.M1, Leal, C.S.C2, Poletto, B.E2, Setally, M2, Pivatto, V.M2, Cândido, L2, Araujo, I.S1, Wolff, A.C.M2, Martins, J.R2
1 UFSC
2 Prefeitura de Florianópolis
Período de Realização
Maio de 2025
Objeto da experiência
Estreitar laços de vínculo fornecendo cuidados com relação ao câncer de pele e boca, exame físico de feridas, exame bucal, e aferição de sinais vitais
Objetivos
Ofertar cuidado profissional direto aos pescadores, população vulnerável ao risco de câncer de pele e boca
Metodologia
O evento ocorreu em maio de 2025, em um rancho de pescadores no município de Florianópolis/SC. O evento contou com a participação de dentistas, estomatologistas, estagiário de enfermagem, residentes de farmácia e medicina da atenção básica do município em questão. Os atendimentos e atividades concentraram-se na avaliação e rastreamento de câncer de boca e lábios, na avaliação de feridas e no aferimento de sinais vitais dos pescadores
Resultados
A população de pescadores é considerada vulnerável ao câncer de pele e boca devido a uma combinação de fatores relacionados à exposição solar prolongada e aos hábitos associados ao trabalho. Foram realizados 30 atendimentos à comunidade, dentre os quais 19 realizaram testes rápidos de infecções sexualmente transmissíveis, 10 realizaram vacinas, 30 realizaram avaliações de feridas locais de pele e inspeções epidemiológicas bucais e 5 tiveram acesso facilitado ao serviço de saúde após avaliação inicial
Análise Crítica
A efetiva conexão entre comunidade e serviço de saúde demanda de um sistema adaptável às necessidades populacionais, sendo o conhecimento da comunidade adscrita imperativo à atenção básica. Ao adentrar a realidade local de forma estratégica é possível uma aproximação da plenitude da saúde integral, maximizando sua potencialidade e culminando em excelência assistencial e satisfação coletiva. A experiência permitiu aos profissionais de saúde o estreitamento dos laços para com a comunidade
Conclusões e/ou Recomendações
O cuidado integral em saúde deve estar diretamente ligado ao conceito da equidade, assegurando intervenções baseadas nas necessidades específicas de cada população. Nessa perspectiva, a atenção primária requer de um dispositivo social multifatorial, capaz de articular uma abordagem holística e única do indivíduo, tal modelo não apenas otimiza recursos públicos, como também consolida uma assistência visível e qualificada ao usuário
SAÚDE MENTAL DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ESTUDO QUANTITATIVO
Comunicação Oral Curta
Zuge, S. S.1, Grasel, J.1, Trindade, L. L.1, Soratto, J.2
1 Universidade Comunitária da Região de Chapecó
2 Universidade do Extremo Sul Catarinense
Apresentação/Introdução
A saúde mental dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) tem se tornado uma preocupação crescente diante das exigências do cuidado contínuo, da sobrecarga de trabalho e do desgaste emocional. Além disso, vínculos laborais instáveis, ausência de políticas institucionais de cuidado e naturalização do sofrimento ampliam a vulnerabilidade psíquica no cotidiano do SUS.
Objetivos
Avaliar os níveis de saúde mental (estresse, ansiedade e depressão) de profissionais da Atenção Primária à Saúde no estado de Santa Catarina.
Metodologia
Estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado com 213 profissionais da Atenção Primária à Saúde de municípios das regiões oeste e extremo oeste de Santa Catarina. A coleta de dados ocorreu entre maio e agosto de 2023, por meio de formulário eletrônico autoaplicado. Foram aplicados instrumentos validados para avaliação da saúde mental: ISSL (estresse), PHQ-9 (depressão) e GAD-7 (ansiedade), além de um questionário com variáveis sociodemográficas e condições laborais. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. O estudo respeitou os preceitos éticos da Resolução 466/2012, sendo submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
A amostra foi composta majoritariamente por mulheres, com média de idade de 39 anos. No que se refere à categorização profissional, observa-se uma diversidade de funções, com predominância dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) (32,4%), seguidos por enfermeiros (18,8%) e auxiliares de enfermagem (13,6%). Os dados evidenciaram alta prevalência de sofrimento psíquico entre os profissionais: 46,7% apresentaram estresse elevado, 19,7% níveis de ansiedade entre moderado e alto, e 29,6% risco de depressão moderada a grave.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam um cenário preocupante de sofrimento psíquico entre profissionais da APS, com altos níveis de estresse, ansiedade e depressão. A vulnerabilidade observada exige a implementação de políticas públicas voltadas à valorização do trabalho, fortalecimento dos vínculos empregatícios e promoção do cuidado em saúde mental no contexto das equipes da APS.
SAÚDE OCUPACIONAL DOS PESCADORES ARTESANAIS: EXPOSIÇÃO E RISCOS ERGONÔMICOS NOS TRECHOS SUBMÉDIO E BAIXO DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL.
Comunicação Oral Curta
Casé, M. C. C.1, Silverio, A. M.1, Souza, N. B.1, Santos, D. M. S.1, Santos, J. F.2, Santos, V. S.2, Oliveira, M. S.2
1 Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGECOH)
2 Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA).
Apresentação/Introdução
A ergonomia estuda a interação entre trabalhadores e ambiente laboral, visando o bem-estar e prevenção de lesões. No setor pesqueiro, é essencial devido às condições adversas enfrentadas. Nos trechos submédio e baixo do Rio São Francisco, pescadores sofrem com riscos ocupacionais, destacando a ginástica laboral como ferramenta para saúde e qualidade de vida.
Objetivos
O estudo visa conhecer como a saúde e segurança do trabalho dos pescadores artesanais do trechos submédio e baixo do Rio São Francisco, por meio de levantamento de dados secundários.
Metodologia
A aquisição de dados foi realizada por meio de uma revisão de literatura estruturada, com tratamento dos dados de acordo com uma perspectiva descritiva, visando identificar os desafios e riscos à saúde enfrentados por pescadores artesanais dos trechos submédio e baixo Rio São Francisco, devido às condições laborais. As palavras-chave foram inseridas nas bases de dados, filtrando os trabalhos publicados, sem período especificado. Em seguida, ocorreu a leitura dos títulos e resumos para identificação daqueles de acordo com o tema. Por fim, as publicações selecionadas foram lidas na integra, e analisadas a existência de conhecimentos sobre fatores de risco ocupacional dos pescadores artesanais.
Resultados
A pesca artesanal no Rio São Francisco, além de sustento, é um modo de vida nas comunidades ribeirinhas. Devido a posturas inadequadas e movimentos repetitivos, expõe pescadores a riscos ocupacionais. Os estudos apontam que a coleta e manipulação do pescado sobrecarregam lombar, ombros e punhos. Além disso, jornadas longas e falta de pausas adequadas agravam dores musculares e articulares. A informalidade da atividade dificulta acesso à saúde ocupacional e políticas preventivas. Ações como fisioterapia ocupacional e programas ergonômicos podem reduzir os agravos e melhorar a qualidade de vida dos pescadores. Não obstante, tais medidas ainda são pouco acessíveis aos pescadores artesanais.
Conclusões/Considerações
Os resultados destacam a importância da atenção básica de saúde em ações voltadas ao bem-estar dos pescadores artesanais nos trechos submédio e baixo do Rio São Francisco. Intervenções educativas, acompanhamento ergonômico e reabilitação são essenciais para melhorar condições de trabalho. A prática da ginástica laboral promove relaxamento e alívio do estresse, integrando práticas ergonômicas e saberes locais para valorizar os trabalhadores.
FUNÇÃO OCUPACIONAL E OCORRÊNCIA DE ACIDENTES DE TRÂNSITO ENTRE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
ALMEIDA, G. M.1, CARDOSO, J. P.1, ONOFRE. A. R. C.1, OLIVEIRA, G. P.1, PALMA, M. M.1, BASTOS, J. F. O.1, MEDEIROS, S. S. S.1, ROCHA, T. N.1, SANTOS, C.A.1, OLIVEIRA, J. S.1
1 UESB
Apresentação/Introdução
Os profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde estão predispostos a ocorrência de acidentes de trânsito devido às especificidades do exercício profissional, em que, além de seu trajeto de casa para o trabalho e vice-versa, por vezes necessitam se deslocar para ambientes externos à unidade com o propósito de alcançar populações específicas.
Objetivos
Descrever a relação entre a função ocupacional e ocorrência de acidentes de trânsito entre profissionais da Atenção Primária à Saúde em Jequié - BA no ano de 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, que faz parte de um projeto maior intitulado “Impactos ocupacionais, econômicos e de saúde dos acidentes de trabalho em trabalhadores da atenção primária à saúde”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, n° CAAE: 98472718.2.0000.0055. O estudo foi realizado com trabalhadores que atuam na Atenção Primária à Saúde no município de Jequié-Ba, no ano de 2024, e os dados foram analisados utilizando o STATA ® (versão 12.0), sendo empregada uma análise bivariada, com os resultados apresentados por meio de valores absolutos e relativos.
Resultados
Do total de 646 profissionais que participaram do estudo, houve uma predominância do sexo feminino, representando 519 indivíduos (80,3%). Em relação à distribuição por cargo, a maior prevalência foi de agentes comunitários de saúde, com 170 profissionais (26,3%), seguidos por técnicos em enfermagem, com 72 indivíduos (11,1%), e agentes de combate a endemias, com 57 profissionais (8,8%). Quanto aos acidentes de trânsito, a maior prevalência foi observada entre os técnicos de enfermagem, com 12 ocorrências (19,6%), seguido dos agentes comunitários de saúde com 11 casos (18,0%), e os agentes de combate a endemias, que registraram 7 casos (11,4%).
Conclusões/Considerações
A partir dos resultados encontrados conclui-se que apesar de se apresentar um maior número de profissionais de agentes comunitários de saúde, os que mais são acometidos são os técnicos de enfermagem, evidenciando a importância da adoção medidas que visem a garantia da segurança dos profissionais que atuam na atenção primária em saúde, especialmente dos técnicos de enfermagem, em função do maior número de acidentes de trânsito.
IMPACTOS DOS HÁBITOS DE LAZER NA QUALIDADE DE SONO EM PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Oliveira, G. P.1, SANTOS, C. A.1, BASTOS, J. F. O.1, RODRIGUES, T. M.1, BRAGA, P. S.1, MOREIRA, S. F.1, CALAZANS, M. I. P.1, SOUZA, M. F. B.1, OLIVEIRA, J. S.1, CARDOSO, J. P.1
1 UESB
Apresentação/Introdução
Hábitos de lazer são atividades não obrigatórias, prazerosas, realizadas no tempo livre, que promovem o bem-estar. Sua finalidade inclui distração, descanso, recreação, alívio do estresse e renovação das energias, impactando, inclusive, na qualidade do sono. Praticar atividades manuais, sociais, físicas e intelectuais relaxantes deve ser parte do cotidiano, inclusive de profissionais da saúde.
Objetivos
Analisar a relação entre os hábitos de lazer e a qualidade do sono entre profissionais da atenção primária à saúde de Jequié-BA em 2024.
Metodologia
Trata-se de estudo transversal oriundo do projeto maior intitulado: “Impactos ocupacionais, econômicos e de saúde dos acidentes de trabalho em trabalhadores da atenção primária à saúde”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, n°: 98472718.2.0000.0055. A pesquisa foi realizada com profissionais da atenção primária à saúde no município de Jequié-Ba, no ano de 2024. Foram utilizadas variáveis sociodemográficas e relativas à qualidade e tempo do sono. Os dados foram analisados utilizando o STATA ® (versão 12.0), e empregada análise bivariada, sendo os resultados apresentados através dos valores absolutos, relativos, média e desvio padrão.
Resultados
Participaram do estudo 729 trabalhadores, com predomínio do sexo feminino 572 (78,4%), média de idade de 44,4 anos (DP= ±12.1), dos quais 265 (36,7%) relataram ter dificuldades para dormir, 151 (56,9%) citam as preocupações como motivo da dificuldade, 105 (14,8%) fazem uso de medicações para dormir e 26,8 % dorme 6 horas por noite. A prevalência de dificuldades para dormir em profissionais que participaram de atividades artísticas foi de 39,1%, 38,3% das atividades manuais, 35,4% relataram participar de atividades sociais, 35,4% das atividades intelectuais, 34,1% referente às atividades turísticas e 31% em relação às práticas de atividades físicas.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a participação em atividades de lazer aparenta ter efeito protetor na qualidade do sono entre profissionais da atenção primária à saúde, no entanto mais estudos sobre a temática são necessários. Observou-se que a participação nessas atividades apresenta baixa prevalência entre os profissionais, considerando que são de relevância significativa para o bem-estar, é preciso compreender os motivos para a não adesão dessas atividades.
PERFIL DOS ACIDENTES DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ANÁLISE DOS RISCOS OCUPACIONAIS ENTRE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Comunicação Oral Curta
BASTOS, J. F. O.1, SANTOS, C. A.1, ONOFRE, A. R. C.1, SOUZA, F. M. M.1, OLIVEIRA, G. P.1, ALMEIDA, G. M.1, RODRIGUES, T. M.1, ROCHA, T. N.1, OLIVEIRA, J. S.1, CARDOSO, J. P.1
1 UESB
Apresentação/Introdução
Os acidentes de trabalho são caracterizados como aqueles que ocorrem no local ou percurso de trabalho, e representam grande impacto na saúde do trabalhador da Atenção Primária à Saúde, em especial os agentes comunitários de saúde, que enfrentam o desafio de estarem continuamente na área externa a unidade para realizar sua função de ser o elo entre a população e a unidade de saúde.
Objetivos
Analisar a ocorrência e as características dos acidentes de trabalho entre os agentes comunitários de saúde de um município do interior da Bahia.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, oriundo do projeto “Impactos ocupacionais, econômicos e de saúde dos acidentes de trabalho em trabalhadores da atenção primária à saúde”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa conforme CAAE nº 98472718.2.0000.0055. O estudo foi realizado no ano de 2024, sendo conduzido através da aplicação de um questionário com 170 agentes comunitários de saúde que atuam no município de Jequié-BA. A tabulação, análise e categorização das respostas deu-se no STATA ® (versão 12.0), levando em consideração as variáveis sociodemográficas e características referente aos acidentes de trabalho.
Resultados
Dos 170 participantes, 149 (87.6%) eram do sexo femino, com idade média de 44,9 anos (DP ± 11.1). Ocorreram um total de 50 acidentes de trabalho, os mais prevalentes foram: quedas, com 31 casos (18.2%), sendo 29 (93,5%) ocorridas fora da unidade; acidentes de trânsito com 11 casos (6,4%), onde 10 (90,9%) ocorreram fora da unidade; intoxicações com 4 casos (2,3%), sendo 3 (75%) ocorridos dentro da unidade; acidentes com líquidos corporais fora da unidade e acidentes com materiais biológicos dentro/fora da unidade, ambos com 2 casos (1,1%).
Conclusões/Considerações
Os resultados obtidos permitem compreender que os acidentes de trabalho entre agentes comunitários de saúde ocorrem, predominantemente, fora das unidades, sendo as quedas e os acidentes de trânsito os mais frequentes. Os dados evidenciam a necessidade de estratégias que sejam voltadas às condições de trabalho, para promover a segurança, bem-estar e a valorização desses profissionais.
PROMOÇÃO DA EQUIDADE EM SAÚDE PARA PROFISSIONAIS DO SEXO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM GIRAU DO PONCIANO – AL.
Comunicação Oral Curta
SANTOS, Ana Cléia dos1, FERREIRA, Isabelle Rosane Ribeiro Silva1
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS- UNCISAL
Período de Realização
A ação foi desenvolvida no período de 7 a 11 de outubro de 2024.
Objeto da experiência
Relato de experiência de uma equipe da estratégia de saúde da família na promoção e prevenção em saúde para mulheres profissionais do sexo.
Objetivos
Promover a equidade no acesso à saúde, considerando as vulnerabilidades sociais e institucionais enfrentadas por esse grupo em seus ambientes de trabalho, ampliar o vínculo com os serviços e assegurar o cuidado integral, inclusivo e humanizado.
Metodologia
A equipe da Estratégia Saúde da Família mapeou os locais de trabalho das profissionais do sexo e, após autorização, realizou visitas para desenvolver ações educativas sobre saúde sexual, prevenção de ISTs, métodos contraceptivos e acesso aos serviços do SUS. Ofertado e administrado vacinas do Calendário Nacional do Adulto, realizados testes rápidos para ISTs e distribuídos preservativos, promovendo cuidado humanizado e inclusão por meio da escuta qualificada no próprio ambiente de trabalho.
Resultados
A ação gerou impactos positivos, após as visitas foi possível observar uma maior receptividade por parte dessas mulheres para dialogar sobre questões de saúde, além de um aumento na busca espontânea por atendimentos na Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar exames, como a colpocitologia oncótica, e, em um dos casos, iniciar o acompanhamento de pré-natal. A experiência sensibilizou a equipe quanto as práticas e o papel essencial do SUS com a resolutividade e a equidade.
Análise Crítica
A experiência proporcionou aprendizado significativo sobre a importância de práticas com equidade, escuta ativa e no respeito às especificidades. O contato com as profissionais do sexo em seus ambientes de trabalho revelou barreiras no acesso à saúde, preconceito institucional e social. Destaca-se a necessidade de superação de paradigmas moralistas, fortalecer as políticas públicas e reafirmar o papel da ESF na promoção de um cuidado inclusivo, digno e efetivo, indo além dos muros da unidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação evidenciou a importância de práticas com escuta qualificada, respeito às especificidades e inclusão de grupos marginalizados. Ao atuar nos locais de trabalho das profissionais do sexo, a ESF compreendeu melhor suas realidades e adaptou intervenções com sensibilidade. Houve fortalecimento de vínculos, inserção no SUS e estímulo a políticas públicas, reafirmando o SUS como sistema universal, comprometido com a equidade e a dignidade.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO TRABALHO EM SAÚDE: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA PESQUISA-AÇÃO COM EQUIPES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Comunicação Oral Curta
ALMEIDA, Cássia Christina de Assis1, CASTRO, Marília Silveira de2
1 PUC-MINAS
2 UFJF
Apresentação/Introdução
As relações interpessoais influenciam diretamente o cuidado em saúde e o funcionamento das equipes da Estratégia Saúde da Família. Esta pesquisa discute como vínculos, empatia e comunicação impactam o processo de trabalho em saúde, articulando dados empíricos com contribuições da psicologia, a partir de uma abordagem qualitativa.
Objetivos
Refletir sobre a importância das relações interpessoais no cotidiano das equipes da Estratégia Saúde da Família, analisando como influenciam o cuidado, à luz de teorias da psicologia.
Metodologia
Estudo qualitativo, recorte de dissertação vinculada ao Mestrado Profissional em Saúde da Família. Utilizou-se a metodologia da pesquisa-ação com três equipes da ESF em município mineiro de pequeno porte. Participaram profissionais como médicos, enfermeiros e agentes comunitários. Os dados foram produzidos por meio de grupos focais, observação participante, diário de campo e oficina de validação. A análise seguiu a proposta de Bardin. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (parecer nº 6.466.624), com consentimento livre e esclarecido de todos os participantes.
Resultados
Os resultados apontam que vínculos frágeis comprometem a cooperação e a qualidade do cuidado, enquanto relações interpessoais baseadas em escuta, empatia e acolhimento fortalecem o trabalho em equipe. Conflitos, hierarquias rígidas e falhas na comunicação foram identificados como barreiras. Por outro lado, o uso de tecnologias leves favoreceu vínculos positivos com os usuários. A inteligência emocional, a comunicação e a valorização subjetiva foram elementos destacados como centrais na produção do cuidado em saúde.
Conclusões/Considerações
A qualificação das relações interpessoais deve ser reconhecida como tecnologia leve essencial ao cuidado em saúde. A psicologia oferece ferramentas para fortalecer vínculos e promover práticas colaborativas. Investir na formação contínua das equipes, com foco nas competências relacionais, é fundamental para a integralidade e humanização do SUS.