Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.20 - Planejamento em saúde da APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
ESTUDO DA DEMANDA COMO ESTRATÉGIA DE PLANIFICAÇÃO: EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE BÁSICA DA REGIÃO DE SAÚDE LESTE DO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral Curta
Fernandes, N. F.1, Carvalho, B. S.1, Coelho, K. D. A.1, Aguiar, K. L. A.1, Sousa, C. P. C.1, Matos, J. R. P.2, Coelho, J. S. R.2, Santos, P. H. F.1
1 UNB
2 SES-DF
Período de Realização
Atividades realizadas de março a maio de 2025.
Objeto da experiência
Construção de um estudo de demanda dos usuários em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), fundamentado na Planificação da Atenção Básica (AB).
Objetivos
Relatar a experiência formativa de residentes na aplicação do eixo de processos básicos da Planificação da AB na UBS 9 de São Sebastião - Região de Saúde Leste (RSL) do Distrito Federal (DF), a partir da elaboração e execução de um estudo da demanda que subsidiasse o planejamento local.
Descrição da experiência
Após 3 encontros teóricos sobre a estratégia de Planificação, ministradas por gerentes da RSL, três residentes desenvolveram o estudo da demanda com base no eixo de micro e macroprocessos básicos, que trata da estruturação do atendimento, qualidade e segurança do cuidado prestado. O levantamento de dados foi realizado por meio de questionário com 5 perguntas feitas aos usuários que aguardavam atendimento na UBS, durante 4 dias, com o objetivo de subsidiar o planejamento e organização local.
Resultados
Os encontros teóricos subsidiaram o conhecimento acerca da Planificação como metodologia de organização dos processos de trabalho baseada nas necessidades dos usuários. O estudo da demanda permitiu mapear o perfil dos usuários, horários de maior procura e principais motivos da busca pela unidade, subsidiando reflexões sobre acesso, fluxo e ordenamento da demanda. A experiência reforçou ainda a importância do planejamento baseado nas necessidades reais do território.
Aprendizado e análise crítica
A experiência favoreceu a formação crítica das residentes ao permitir a aplicação concreta da Planificação na realidade da AB. A articulação entre teoria e prática possibilitou o desenvolvimento de habilidades em análise do território, planejamento e organização dos fluxos. Apesar de limitações como tempo curto, alcance limitado do questionário e grande diversidade de demandas, a experiência evidenciou o valor da escuta qualificada e do conhecimento territorial na gestão em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência ressaltou o papel estratégico das residências na integração entre teoria e prática, atuando como elo facilitador da aplicação da Planificação na AB. Ao conduzir o estudo da demanda, as residentes contribuíram com subsídios concretos ao planejamento local. Assim, recomenda-se a ampliação de atividades formativas com metodologias que estimulem o uso de ferramentas de gestão nos serviços, qualificando o planejamento das ações de saúde.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA POPULAÇÃO WARAO COROMOTO: ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO E PROCESSOS DE TRABALHO COM A PLANIFICAÇÃO DA APS NO PARANOÁ/DF
Comunicação Oral Curta
Silva, N. B. L.1, Borges, G. A. V.2, Martinelli, E. P. S.2, Martins, A. S. D.2
1 UnB
2 SES-DF
Período de Realização
20/05/2025 à 30/05/2025
Objeto da experiência
Atuação sanitarista no diagnóstico situacional da população Warao via Planificação da APS na UBS 6 Cariru, reorganizando território e processos
Objetivos
Relatar a experiência de diagnóstico situacional da comunidade Warao Coromoto, com foco na organização do território e dos processos de trabalho a partir da Planificação da APS, destacando a atuação da equipe de saúde e da residência.
Descrição da experiência
A atividade foi conduzida por uma residente sanitarista na UBS 6 Cariru, com base nas etapas da Planificação da APS (CONASS): estratificação de risco familiar, mapeamento territorial, micro territorialização, análise de dados primários e observações em campo. A perspectiva sanitarista foi central na sistematização das informações, identificação dos determinantes sociais da saúde e articulação entre equipe, gestão e comunidade, especialmente frente às especificidades da população indígena migrante.
Resultados
O diagnóstico levantou vulnerabilidades enfrentadas pela população Warao: insegurança alimentar, barreiras linguísticas, moradias precárias, desemprego e baixa escolaridade. A análise crítica do território, na mediação entre os sujeitos envolvidos e na produção de propostas para um cuidado mais equitativo, territorializado e culturalmente sensível. O processo também fortaleceu a integração entre residência, gestão e equipe da UBS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da atuação sanitarista na análise crítica do território, valorizando saberes locais e especificidades culturais. O processo revelou desafios na atenção à população indígena migrante e fortaleceu a articulação entre equipe, gestão e residência. A Planificação da APS se mostrou potente na reorganização do cuidado, mas demanda constante reflexão crítica e adaptação à realidade dos sujeitos.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a atuação sanitarista na Planificação da APS ampliou a compreensão do território e qualificou o cuidado à população Warao. Recomenda-se fortalecer a formação em saúde intercultural, garantir apoio institucional às equipes e promover a integração entre residência, gestão e comunidade para ações mais resolutivas e culturalmente sensíveis.
DO DIAGNÓSTICO À AÇÃO COLETIVA: CONSTRUINDO O PLANO DE AÇÃO PARTICIPATIVO DE UMA UBS NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL.
Comunicação Oral Curta
Santos, E.M.C.1, Macedo, R. F.2, Rodrigues, L.R.P.1, Machado, M.F.2, Taveira, M.G.M.M.2
1 SMS / ARAPIRACA/AL
2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS -UFAL
Período de Realização
Setembro à Dezembro/2024
Objeto da experiência
Diagnóstico situacional participativo e construção de plano de ação do território de uma Unidade Básica de Saúde (UBS)
Objetivos
Relatar a experiência de elaboração participativa de diagnóstico situacional e plano de ação em uma UBS, envolvendo equipe e comunidade na identificação de problemas, análise de nós críticos e definição de estratégias e responsabilidades no cuidado em saúde.
Metodologia
A proposta foi desenvolvida em uma UBS de Arapiraca/AL, como atividade do Mestrado Profissional (PROFSAÚDE/UFAL). O processo iniciou com a construção do diagnóstico situacional do território da UBS, envolvendo equipe, gestão e comunidade. A partir da análise dos problemas prioritários com uso da Matriz GUC e a Árvore de Problemas, foram reconhecidos os nós críticos, possibilitando a construção coletiva de um plano de ação para enfrentar desafios e promover melhorias na realidade local.
Resultados
A análise revelou os nós críticos da ESF, como a inadequação da estrutura física da UBS, baixa participação social, falhas no planejamento participativo e comunicação ineficaz entre ESF e comunidade. As principais ações planejadas foram acompanhar a execução da obra de construção da nova sede da UBS; elaborar um plano de necessidades de equipamentos/mobília para a nova sede da UBS; e desenvolver, divulgar e implementar atividades coletivas para atrair a participação social.
Análise Crítica
O processo evidenciou que conhecer a realidade social, econômica, cultural e sanitária do território é essencial para identificar as reais necessidades da população. Esse entendimento fortalece a construção coletiva e participativa de ações mais eficazes, promovendo o alinhamento entre planejamento e contexto local, além de ampliar o protagonismo dos sujeitos envolvidos no cuidado em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O planejamento participativo é uma ferramenta fundamental para qualificar as ações em saúde, permitindo a construção de propostas alinhadas às necessidades do território. Recomenda-se fortalecer espaços de diálogo entre gestão, profissionais e comunidade, garantindo escuta ativa e corresponsabilidade. A valorização do saber local e o envolvimento dos atores sociais potencializam as intervenções e a gestão democrática no SUS.
ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA COMO FERRAMENTA PARA O DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM AMARGOSA-BAHIA
Comunicação Oral Curta
Cunha, C. S.1, Cruz, S. S.1, Fonseca, A. L. B.1
1 UFRB
Período de Realização
Relato de experiência ocorrido entre os meses de agosto a dezembro de 2024, em Amargosa-Bahia.
Objeto da experiência
Estimativa Rápida Participativa como ferramenta para o diagnóstico situacional em uma Unidade de Saúde da Família (USF).
Objetivos
Descrever o uso da Estimativa Rápida Participativa (ERP) como ferramenta para o diagnóstico situacional em uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Amargosa-Bahia, em 2024.
Descrição da experiência
Inicialmente foi realizado o levantamento de dados sociodemográficos através do Prontuário Eletrônico do Cidadão. Em seguida toda a equipe visitou o território. Concomitantemente, os profissionais responderem a um questionário sobre o perfil de adoecimento dos usuários, problemas identificados no território e do serviço. Também foram realizadas entrevistas com informantes chaves do território e por último ocorreu uma reunião com a gestão, equipe e comunidade para socializar os dados coletados.
Resultados
Através do prontuário eletrônico evidenciou-se 4.799 pessoas cadastradas na unidade, com atenção aos 290 usuários diabéticos, 583 hipertensos e 607 idosos. A visita ao território culminou na elaboração do mapa físico. E com a apresentação dos dados de todo processo ocorrido foram levantados três problemas prioritários: alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, crescimento do território com aumento do número de usuários cadastrados e comunicação ineficaz entre membros da equipe.
Aprendizado e análise crítica
O primeiro problema serviu como base para elaboração da pesquisa de mestrado da autora principal deste relato, direcionado a intervenção interprofissional para promoção da saúde de idosos diabéticos. O segundo foi pauta de reuniões com a gestão e a construção de outra unidade de saúde no território está sendo pleiteada e o terceiro problema está sendo trabalhado com frequência em reuniões de equipe através da Educação Permanente. É perceptível resultados positivos com o uso da estimativa rápida.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a estimativa rápida para o diagnóstico situacional possibilitou a identificação de problemas prioritários no território e serviço e permitiu a elaboração de estratégias para enfrentar os problemas. Recomenda-se que as equipes de saúde da família utilizem a ferramenta para planejamento em saúde e que na unidade da experiência, o recurso seja posteriormente utilizado para novo diagnóstico, visto que o território é vivo e dinâmico.
MOBILIZAÇÃO E APOIO À REALIZAÇÃO DO CENSO NACIONAL DAS UBS NA BAHIA: UMA EXPERIÊNCIA DE ARTICULAÇÃO REGIONAL E FORTALECIMENTO DA APS
Comunicação Oral Curta
LUZ, LA1, PRATES, MVB2, SANTANA, AF2, SAAVEDRA, RC3, VILASBOAS, ALQ4, AQUINO, R4
1 Diretoria de Atenção Primária à Saúde – Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
2 Diretoria de Atenção Básica – Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB)
3 Diretoria de Modernização Administrativa – Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB)
4 Instituto de Saúde Coletiva – Universidade Federal da Bahia; Redes de pesquisa em Atenção Primária à Saúde – ABRASCO.
Período de Realização
Maio a julho de 2024
Objeto da experiência
Apoiar e executar, no estado da Bahia, o Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde, por meio de estratégias de articulação interinstitucional e territorial.
Objetivos
Promover a adesão dos municípios baianos ao Censo das UBS, garantindo o alinhamento com a SESAB, COSEMS, coordenadores de APS e Rede APS. Além disso, fornecer apoio técnico para assegurar a qualidade da coleta e do preenchimento.
Descrição da experiência
Foi composta uma equipe estadual com 4 coordenadores e 11 animadores, distribuídos por 9 macrorregiões. Realizaram-se reuniões ampliadas, oficinas, seminários e capacitações. Foram criados grupos de WhatsApp por região, instrumentos de acompanhamento e canais técnicos de suporte aos municípios.
Resultados
A importante e coordenada mobilização foi crucial, resultando em notável melhoria da comunicação com as 09 macrorregiões e os 417 municípios da Bahia. Garantiu-se alta adesão e participação nas capacitações oferecidas, consolidando uma eficaz estratégia regional de apoio. A coleta de dados avançou significativamente, impulsionada por um monitoramento sistemático e contínuo, assegurando a qualidade e o progresso das informações obtidas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da atuação coordenada e descentralizada. Ferramentas digitais simples, como grupos de WhatsApp, aliadas a um planejamento territorializado e ao apoio institucional ativo, mostraram-se eficazes para superar obstáculos e alcançar alto desempenho na condução do Censo.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que futuras ações semelhantes mantenham estratégias de apoio regional, articulação multissetorial e uso de tecnologias acessíveis. A experiência reforça a importância do diálogo entre esferas de gestão, da comunicação ativa e da integração de políticas em torno da qualificação da APS.
MAPEAMENTO DO TERRITÓRIO COMO FERRAMENTA DE REORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA EM UMA UBS DO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral Curta
Santos, G. F. A.1
1 Fiocruz
Período de Realização
Março de 2024 a Fevereiro de 2025
Objeto da experiência
Territorialização da área de cobertura de uma UBS para reorganização das equipes da atenção básica em Ceilândia e Sol Nascente (DF)
Objetivos
Organizar o território de uma Unidade Básica de Saúde localizada no Distrito Federal com base na distribuição populacional e geográfica, promovendo uma melhor divisão entre as equipes da atenção básica e garantindo acesso mais igualitário à população atendida pela unidade.
Descrição da experiência
A sobrecarga da Unidade Básica de Saúde, que contava com seis equipes para 29.684 pessoas cadastradas foi evidenciada durante o período de atividades. A partir disso, foi construída uma proposta de mapeamento do território usando ferramentas gratuitas como o Google MyMaps e dados do IBGE. Assim, sendo possível delimitar áreas por equipe e cruzar com dados censitários, o que ajudou a compreender melhor a distribuição da população e propor uma nova organização da cobertura da unidade.
Resultados
A proposta possibilitou visualizar o território de forma clara e entender que a população real da área era maior do que os cadastros no SISAB. Com o mapeamento, foi possível redistribuir as áreas das equipes de forma mais equilibrada. O uso dos setores censitários facilitou o planejamento de ações mais efetivas e baseadas na realidade. Essa reorganização serviu de apoio para o diálogo com a gestão regional da atenção primária.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostrou como ferramentas simples podem ajudar na gestão do território. Mesmo com recursos limitados e pouco tempo disponível, foi possível criar uma proposta eficiente, com base em dados concretos, que apoia em decisões locais. O uso do censo do IBGE ajudou a comparar a realidade do território com os dados oficiais, apontando a importância de pensar o planejamento com base no território real e não apenas no número de cadastros.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se o uso de mapas e dados censitários para organizar o território das UBS, especialmente em áreas com alta demanda. A experiência reforça que é possível qualificar a atenção básica com estratégias simples e bem estruturadas, mesmo com recursos escassos. A articulação com a gestão regional foi fundamental para o avanço da proposta e para melhorar o acesso da população ao SUS.
O PLANIFICA MARANHÃO COMO INDUTOR DA ELABORAÇÃO DO MAPA TERRITORIAL UTILIZANDO UMA TECNOLOGIA DE GEORREFERENCIAMENTO
Comunicação Oral Curta
Bogéa, R. L. N.1, Machado, T. M. G.1, Torres, I. L.2, Costa, S. F.3, Silva, G. M. da4, Santos, L. S. S5, Mattos, C. M. P.2, Freita, M. H de2
1 UFMA
2 Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão - SES/MA
3 UEMA
4 UFMT
5 IDEA Escola de Medicina
Período de Realização
Janeiro a maio de 2025
Objeto da experiência
Aplicação prática do georreferenciamento para construção dos mapas territoriais das Equipes de Saúde da Família
Objetivos
Relatar a experiência da Região de Saúde de Rosário na elaboração dos mapas territoriais das Unidades Laboratório, utilizando a ferramenta Google My Maps.
Descrição da experiência
Durante a Oficina Tutorial da Etapa 2 do Planifica Maranhão, foi proposto o uso da ferramenta Google My Maps para construção dos mapas territoriais. A Coordenação Estadual do Planifica Maranhão disponibilizou vídeo tutorial e realizou orientações presenciais e virtuais aos municípios. A experiência envolveu tutores estaduais, municipais e profissionais das unidades, promovendo um processo educativo colaborativo e em serviço, centrado no território como eixo estruturante da APS.
Resultados
Os municípios elaboraram os mapas territoriais de suas respectivas Unidades Laboratório utilizando a ferramenta proposta. Esses produtos foram incorporados ao diagnóstico situacional, contribuindo para a qualificação da gestão territorial e das ações de reterritorialização. Evidenciou-se a capacidade organizativa dos municípios e a efetividade do Planifica Maranhão enquanto estratégia de educação permanente, com potencial de indução de mudanças nos processos assistenciais e gerenciais.
Aprendizado e análise crítica
A proposta de utilizar ferramentas simples e acessíveis, aliada à oferta de apoio técnico e pedagógico contínuo, mostrou-se eficaz para impulsionar o protagonismo das equipes. A combinação de diferentes modalidades de orientação (vídeo, virtual e presencial) foi decisiva para a adesão e execução. A prática demonstrou que a tecnologia, quando bem mediada, potencializa a organização dos processos na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirma a importância da territorialização qualificada para a organização do cuidado na APS e aponta o georreferenciamento como recurso estratégico viável. Recomenda-se a replicação da estratégia em outras regiões do estado, com manutenção do apoio pedagógico, valorizando a educação permanente e o protagonismo local como elementos-chave para a transformação dos serviços de saúde.
OFERTA DE PRÁTICAS A PESSOAS COM SOBREPESO E OBESIDADE NAS UBS DO BRASIL SEGUNDO REGIÕES DO BRASIL: DADOS DO CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE 2024
Comunicação Oral Curta
Tomasi, E.1, Lopes, A.S.1, Venturin, B.2, Kemper, E.S.3, Thumé, E.1, Santos, A.F.S.4, Almeida, S.Z.F.3, Cardillo, C.Z.3, Martins, M.A.M.3, Vilasbôas, A.L.Q.5
1 UFPEL
2 CIDACS
3 SAPS/MS
4 UFMG
5 ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
O monitoramento do sobrepeso e obesidade na atenção primária é fundamental para identificar riscos, promover hábitos saudáveis, realizar cuidados preventivos e acompanhar doenças crônicas. Essa abordagem estratégica fortalece a integralidade do cuidado e direciona políticas equânimes, além de contribuir para a redução de complicações e custos em saúde.
Objetivos
Caracterizar a oferta de práticas na APS do Brasil direcionadas a pessoas com sobrepeso e obesidade, apresentando diferenças segundo a região geopolítica.
Metodologia
O Censo Nacional das UBS de 2024, com adesão da totalidade dos municípios brasileiros, foi aplicado por meio de instrumento eletrônico na plataforma e-Gestor. Um conjunto das 15 variáveis sobre atenção à(s) pessoa(s) com sobrepeso/obesidade foi coletado, incluindo consultas médicas, de enfermagem e odontológicas, avaliação e registro do estado nutricional e consumo alimentar, o cuidado compartilhado com atenção especializada e atividades de promoção da saúde, com destaque para orientações sobre alimentação e prática de atividades físicas.
Resultados
Foram incluídas 44.937 UBS: Norte (n=4.096; 9,1%), Nordeste (n=17.737; 39,5%), Sudeste (n=13.374; 29,8%), Sul (n=6.607; 14,7%) e Centro-Oeste (n=3.123; 7,0%). Atividades coletivas foram registradas por 44% das UBS. Quanto às ações sobre alimentação e nutrição, houve maiores frequências no registro de avaliação nutricional em prontuário (86%), seguido do acompanhamento e orientação sobre estado nutricional e estratégias para peso saudável (65%). O cuidado compartilhado entre as UBS e a atenção especializada foi relatado por 41%, com menor proporção na região Norte (29%) e o cuidado compartilhado com equipes eMulti atingiu 54%, com menor proporção na região Centro-Oeste (44%).
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou que a oferta de práticas da APS a pessoas com sobrepeso e obesidade pode melhorar, principalmente nas ações de promoção de saúde, no cuidado compartilhado com atenção especializada e equipes eMulti e no registro e acompanhamento dos usuários. Considerando a persistência de marcadas desigualdades regionais, é preciso buscar a universalização da oferta de ações voltadas a pessoas com sobrepeso e obesidade na APS.
PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DESLOCADA POR DESASTRE SOCIOAMBIENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
ARAUJO, C. E. R.1, TEIXEIRA, M. G. S.1, SOUZA, N. L. L.1, MASCARENHAS, Y. S.1, SERAFIM, A. C. C.2, CARVALHO, A. M. A. L.2, BISPO, E. P. F.1
1 UNCISAL
2 SMS MACEIÓ/AL
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida no período de maio a novembro de 2024.
Objeto da experiência
Territorialização e planejamento estratégico em saúde em uma Unidade de Saúde da Família (USF) deslocada por desastre socioambiental em Maceió-AL.
Objetivos
Relatar a experiência de residentes de um programa multiprofissional em Saúde da Família sobre o processo de territorialização e planejamento estratégico em saúde em USF deslocada devido ao desastre socioambiental pela exploração de sal-gema em Maceió-AL.
Descrição da experiência
Foi utilizado o método denominado Estimativa Rápida para obter informações acerca dos problemas locais. A vivência constituiu-se da coleta de dados existentes no eSUS, conversas com informantes-chave e observação ativa no território. A análise de dados se deu por meio da identificação de categorias, classificação de respostas e interpretação, o que resultou na elaboração de um planejamento estratégico a partir do método 5W2H e produção do mapa do território via plataforma do Google My Maps.
Resultados
Identificou-se, por meio de dados do eSUS, que dentre 3.146 cadastrados/as, 55,9% são mulheres, 57% são adultos/as, 85,5% declaram cor de pele parda, as principais comorbidades são Hipertensão e Diabetes tipo II, respectivamente, em 17,6% e 7,3%, e se concentra em áreas vulneráveis. A partir desses dados, foi possível conhecer o perfil e as principais questões de saúde, dentre as quais está o sofrimento psíquico, diante do socioambiental ocasionado pela mineradora Braskem.
Aprendizado e análise crítica
O planejamento estratégico em saúde se deu a partir dos problemas e potenciais recursos identificados no processo de territorialização, de modo a focalizar na gestão do cuidado em saúde mental. A experiência evidenciou tais estratégias como imprescindíveis para a garantia do cuidado ampliado e interprofissional no fazer em saúde, considerando os aspectos socioeconômicos, culturais, políticos e ambientais que permeiam o território.
Conclusões e/ou Recomendações
O planejamento estratégico em saúde se deu a partir dos problemas e potenciais recursos identificados no processo de territorialização, de modo a focalizar na gestão do cuidado em saúde mental. A experiência evidenciou tais estratégias como imprescindíveis para a garantia do cuidado ampliado e interprofissional no fazer em saúde, considerando os aspectos socioeconômicos, culturais, políticos e ambientais que permeiam o território.
REVISITANDO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) A PARTIR DA TERRITORIALIZAÇÃO: EXPERIÊNCIA DA REGIÃO DE SAÚDE DE JEQUIÉ – BAHIA
Comunicação Oral Curta
Alair Cristiane, B. A.1, Tiago, S. S.1, Veralucia ,L. S. P.1
1 SESAB/NRS SUL JEQUIÈ
Período de Realização
Iniciada em abril de 2023, segue em curso até a presente data com ações priorizadas na região.
Objeto da experiência
Aprimoramento do remapeamento dos municípios da região de saúde de Jequié-Ba, por meio do processo de territorialização com foco na APS.
Objetivos
Fortalecer as equipes de atenção primária da região de Jequié-BA na execução do processo de territorialização, reconhecendo a população adscrita, e considerando os limites geográficos, bem como, riscos e vulnerabilidades específicas de cada área de abrangência.
Descrição da experiência
O Núcleo Regional de Saúde Sul – Jequié, órgão da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), abrange 26 municípios. Este núcleo adotou o processo denominado “Revisitando a APS" que contempla, entre outras etapas, o apoio institucional aos técnicos municipais no que se refere à territorialização. Foram realizadas atividades de educação permanente com as temáticas: cadastro, estratificação de risco e plano de cuidado familiar, identificação de subpopulações, qualidade e segurança do paciente.
Resultados
Entre as atividades de educação permanente destacam-se: reunião presencial e virtual com as coordenações da APS dos municípios da regional; capacitações in loco com a presença também dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) dos respectivos municípios. Dos 26 municípios, em cinco destes, estas ações já foram realizadas (19,2%); totalizando 58 profissionais envolvidos. Nos momentos das capacitações foram oportunizadas escutas que revelaram fragilidades na organização do trabalho e uso de sistemas.
Aprendizado e análise crítica
As oficinas estão evidenciando desafios devido à alta rotatividade das equipes, subutilização dos sistemas informação da APS e dificuldades no acesso a relatórios. No entanto, estão favorecendo reflexões sobre o modelo assistencial, com transição do cuidado centrado no indivíduo para a abordagem familiar e comunitária. Tem sido recomendada a construção coletiva dos planos de cuidado o que se mostrou potente para o envolvimento de toda equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
O remapeamento como forma de organização do trabalho é de fundamental importância para que a APS esteja qualificada e com atendimento equânime em cada território. Compreende-se que as atividades estão promovendo soluções práticas e maior engajamento local, com a consolidação dos conceitos e instrumentos que estão sendo trabalhados. Recomenda-se manter a periodicidade das capacitações e o apoio institucional contínuo