Programa - Comunicação Oral Curta - COC5.2 - Inclusão de tecnologias nas práticas da APS
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
INCORPORAÇÃO DE TELECONSULTORIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO SUS-BH: POTENCIALIDADES E DESAFIOS
Comunicação Oral Curta
1 UFMG
2 Prefeitura de Belo Horizonte
Período de Realização
Novembro de 2024 até o momento atual.
Objeto da experiência
Processo de incorporação da teleconsultoria na atenção primária do SUS-BH como parte do processo de trabalho dos profissionais de saúde.
Objetivos
Este relato tem como objetivos apresentar dados da incorporação da teleconsultoria na APS na rede SUS de Belo Horizonte, identificar as potencialidades e os desafios para o uso da teleconsultoria e contribuir com recomendações para a apropriação desta tecnologia.
Descrição da experiência
Foi realizado o cadastro dos profissionais na plataforma de teleconsultoria, seguido de reuniões com os gerentes e profissionais para apresentar o projeto e capacitar para uso da plataforma. Para incorporar a tecnologia, a secretaria selecionou três especialidades para revisão da fila de espera administrativa e clínica, com uso das teleconsultorias, pelas equipes, iniciando pela endocrinologia adulto. Foram revisados os protocolos das três especialidades incluindo a teleconsultoria no fluxo.
Resultados
No período de novembro/2024 a maio/2025, foram realizados 304 encontros nas 153 UBS do município para realizar as capacitações e 1961 profissionais foram cadastrados. A revisão da fila de endocrinologia foi concluída em 59 UBS (38,6%). Foram realizadas 1069 teleconsultorias, por 251 profissionais. Das teleconsultorias concluídas (58,4%), observa-se que o usuário foi mantido na unidade em 63,9% dos casos e 96,0% dos profissionais ficaram “muito satisfeitos” ou “satisfeitos” com a resposta.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstra o potencial da tecnologia para a qualificação e agilidade do cuidado, aumento da resolutividade da APS, equidade do acesso a especialistas e ampliação da interprofissionalidade. É crescente o número de solicitações e de profissionais utilizando a plataforma, mas é preciso maior sensibilização de profissionais e gestores para uso da teleconsultoria. Ainda há baixa adesão, com 12,8% dos profissionais cadastrados tendo solicitado, e baixo número de UBS que revisaram a fila.
Conclusões e/ou Recomendações
A ampliação da teleconsultoria é proveitosa no cuidado da APS. Recomenda-se que acordos institucionais, com definição de prazos para a conclusão da revisão das filas e estabelecimento de incentivos para o uso da teleconsultoria sejam realizados. É necessário que os gerentes das unidades estabeleçam fluxos e protocolos internos para as equipes, para a estimular a incorporação da teleconsultoria como parte do processo de trabalho dentro das UBS.
MAPEAMENTO COLABORATIVO DE FOCOS DO AEDES NA APS: INTEGRAÇÃO ENTRE ACS, TERRITÓRIO E USO DE FERRAMENTAS DIGITAIS PARA VIGILÂNCIA E CONTROLE.
Comunicação Oral Curta
1 UnB
Período de Realização
Foi realizado entre 01/04/2025 a 31/05/2025
Objeto da experiência
Sanitarista da GSAP 2/Itapoã mapeou criadouros via My Maps e WhatsApp com ACSs, antecipando ações contra dengue no pré-sazonal.
Objetivos
Mapear focos do Aedes (entulho, água parada) no território da UBS em mapa de risco dinâmico.
Integrar dados ao planejamento da equipe, priorizando áreas críticas.
Avaliar a viabilidade com ACS e gestores, identificando facilidades e desafios da estratégia.
Metodologia
A ação preventiva da dengue antes do período sazonal envolve a criação de um mapa interativo com focos de criadouros na área da GSAP 2 do Itapoã. ACS registram e enviam fotos e localizações via WhatsApp, que são inseridas no My Maps com descrições. O mapa inclui entulhos, casas de acumuladores, comércios e borracharias, sendo constantemente atualizado. Ele apoia ações de combate por setores como administração regional, vigilância sanitária e epidemiológica.
Resultados
O mapeamento colaborativo permitiu identificar clusters de criadouros, direcionando ações de limpeza e educação em saúde para áreas prioritárias. A integração entre tecnologia acessível (WhatsApp/Google Maps) e o conhecimento territorial dos ACS agilizou a vigilância e fortaleceu a corresponsabilidade da comunidade.
Análise Crítica
O uso de ferramentas simples como WhatsApp e My Maps mostrou que os ACS são fundamentais na vigilância ativa e na rápida identificação de riscos. Mesmo com poucos recursos, foi possível criar um sistema funcional de mapeamento, provando que a inovação pode ser acessível. No entanto, sua continuidade depende de capacitação, apoio técnico e articulação intersetorial. Sem isso, há risco de desatualização e perda da efetividade do mapa.
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia mostrou-se viável para UBS com recursos limitados, promovendo vigilância ativa e resposta rápida. Recomenda-se a validação da ferramenta em larga escala e a inclusão de métricas de impacto (ex.: redução de casos)
TELECONSULTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REFLEXÕES SOBRE O ACESSO E OS DESAFIOS DE EQUIDADE NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Comunicação Oral Curta
1 ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
A experiência relatada refere-se ao período de outubro de 2024 a janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Implantação de software de teleatendimento e aplicativo de saúde em um município de médio porte, da região da Baixada Litorânea do Estado do RJ.
Objetivos
Ampliar a oferta de teleconsultas em psicologia para os usuários da Atenção Primária à Saúde (APS), que se encontravam em fila de espera na regulação assistencial do município, por meio de implementação de software de teleconsulta, aplicativo de saúde e profissionais de saúde terceirizados.
Descrição da experiência
A experiência foi conduzida por uma Organização Social de Saúde (OSS), responsável pela gestão da APS no município. Pacientes da fila de regulação foram contatados por telefone por um profissional que não possuía vínculo com a equipe da APS, convidados a aderir ao atendimento remoto e orientados sobre o uso do aplicativo. As consultas foram agendadas com psicólogos contratados, não inseridos na APS, realizadas a cada 30 minutos, de forma remota, respeitando a ordem da fila.
Resultados
Entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, foram agendadas 1.887 consultas, com 1.088 realizadas, 732 faltas e 67 falhas técnicas. Muitos pacientes relataram dificuldades com o app, e estima-se que houve desistências. A fila inicial de cerca de 4.000 pessoas foi parcialmente reduzida, com cerca de 300 pacientes em atendimento. Para minimizar falhas, um novo app foi implementado e as equipes (profissionais de psicologia e da gestão da OSS) passaram por novas capacitações.
Aprendizado e análise crítica
A telessaúde ampliou o acesso ao atendimento, porém com iniquidades. Foram atendidas pessoas com literacia digital, conectividade significativa, dispositivos e espaço próprio adequados. Não havia opção alternativa aos que não se encaixavam neste perfil. O pouco envolvimento da equipe da APS, por parte da gestão e a desconsideração das desigualdades digitais podem ter contribuído para as desistências. Muitos, embora tivessem acesso, não se adaptaram ao uso da tecnologia ofertada.
Conclusões e/ou Recomendações
A telessaúde tem potencial para ampliar o acesso, desde que seu uso seja orientado pelos princípios do SUS e pelos fundamentos da APS. Para ampliar o acesso com equidade, faz-se necessário pensar nas desigualdades digitais em saúde. Como recomendações, ela não deve ser substitutiva às consultas presenciais, deve estar integrada à APS, com polos de teleatendimento nas unidades e profissionais qualificados.
TELEFISIOTERAPIA NA APS: INOVAÇÃO DO PROJETO QUALIFICAAPS AMPLIA O ACESSO E QUALIFICA O CUIDADO EM CONDIÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS NO SUS DE CAMPO GRANDE/MS
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
2 Centro de Estudos Estratégico da Fiocruz RJ
3 Equipe Multiprofissional Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande/MS
4 Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande/MS
Apresentação/Introdução
Serviços de reabilitação pouco acessíveis impactam o direito à saúde, ampliam desigualdades e sobrecarregam os sistemas. Para a OMS a APS é essencial para enfrentar tal cenário. As e-Multi representam estratégia promissora para consolidar essa agenda. Assim, conhecer demandas atendidas por fisioterapeutas na APS é fundamental para orientar políticas públicas e ter a reabilitação como direito.
Objetivos
Analisar a implementação da telefisioterapia-APS (Projeto QualificaAPS-Campo Grande/MS), e sua capacidade de ampliar acesso, qualificar o cuidado em condições musculoesqueléticas e contribuir para a resolutividade, enfrentando filas e judicializações.
Metodologia
Implantada em abril de 2024, a telefisioterapia visa enfrentar a longa fila da atenção especializada em fisioterapia, problema negligenciado nos sistemas de saúde. Envolve teleinterconsultas entre APS-fisioterapeutas, e teleconsultas com usuários. As indicações seguem critérios específicos, e têm desdobramentos: alta com orientações para autogestão, atendimentos remotos, atendimentos presenciais. Iniciou em 2 USF, em 2 meses, expandiu-se para 9 e consolidou-se como experiência inovadora no SUS.
Resultados
Foram agendadas 67 teleinterconsultas e 399 teleconsultas até março/25. A experiência ampliou a resolutividade da APS, fortaleceu o vínculo profissional-usuário, qualificou o cuidado e enfrentou as filas de espera — problema crônico e estruturante do SUS, especialmente na reabilitação. Trata-se, até onde se sabe, de iniciativa inédita na APS brasileira, viável, resolutiva, de baixo custo. Despertou interesse em gestores federais da APS pela possibilidade de replicação.
Conclusões/Considerações
A telefisioterapia, iniciativa inédita em outras experiências conhecidas na APS brasileira, mostra grande potencial de impacto na ampliação do acesso, equidade e resolutividade do cuidado. Sua expansão requer investimentos em conectividade, equipe e formação. A implementação dessa estratégia fortalece o uso racional de recursos e de tecnologias digitais, bem como o cuidado fisioterapêutico como componente estratégico e inovador na APS.
TELENORDESTE: A TELEMEDICINA ABRAÇANDO O NORDESTE.
Comunicação Oral Curta
1 Responsabilidade Social, PROADI-SUS, Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, Brasil
Período de Realização
02/01/2024 a 30/12/2024.
Objeto da experiência
Projeto TeleNordeste vinculado ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
Objetivos
Apresentar os indicadores de processo e resultados do Projeto TeleNordeste no Rio Grande do Norte (RN) no ano de 2024.
Descrição da experiência
O TeleNordeste é um projeto de assistência e pesquisa, desenvolvido no âmbito do PROADI-SUS e tem por objetivo oferecer teleinterconsultas em cardiologia, neurologia, psiquiatria, endocrinologia, medicina interna, pediatria, nutrição e enfermagem para Unidades Básicas de Saúde (UBS) do RN. Os atendimentos foram realizados por videoconferência, de forma triangulada entre o médico especialista, o médico da atenção primária à saúde (APS) e o paciente, na modalidade de interconsulta.
Resultados
Foram ofertadas 11.549 e realizadas 6.074 teleinterconsultas, dessas 24% eram retorno. Endocrinologia, cardiologia e neurologia tiveram o maior número de consultas realizadas. O cuidado foi efetivo em 99% dos atendimentos, onde a queixa do paciente foi resolvida, sem a necessidade de encaminhamento para o atendimento presencial na mesma especialidade. A taxa de absenteísmo foi de 20%. O NPS do profissional da UBS e dos pacientes foi 97 e 92 pontos respectivamente, ambos na zona de excelência.
Aprendizado e análise crítica
O TeleNordeste possibilita contato ágil e de fácil acesso às especialidades médicas de maior necessidade da população do Rio Grande do Norte, contudo há uma baixa utilização das teleinterconsultas ofertadas. A contrarreferência em tempo real possibilita a longitudinalidade do cuidado e qualificação do profissional. Assim, possibilita-se que condições sensíveis à APS, como doenças crônicas não transmissíveis, sejam corretamente manejadas nesse nível de atenção, evitando encaminhamentos desnecessários.
Conclusões e/ou Recomendações
O modelo do TeleNordeste tem potencial de aprimorar a APS, visto a alta taxa de resolutividade, contribuição com a equidade da distribuição médica pelo território e de possibilitar a qualificação do profissional. A triangulação do atendimento visa fortalecer a diretriz da descentralização do SUS e os atributos da APS, com a presença do médico do território, mantendo-se assim a coordenação, integralidade e longitudinalidade do cuidado.
VIABILIDADE DE UMA FERRAMENTA DE SAÚDE DIGITAL (EU DECIDO) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA APOIAR O CUIDADO DE MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA POR PARCEIRO ÍNTIMO
Comunicação Oral Curta
1 UFPR
2 Prefeitura Municipal de Paranaguá
3 Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande
4 UFAM
5 UFMS
6 USP
Apresentação/Introdução
A violência por parceiro íntimo (VPI) contra mulheres é um problema de saúde pública e para seu enfrentamento é necessário o engajamento da atenção primária à saúde (APS). Uma das estratégias adotadas internacionalmente é o planejamento de segurança (PS), que pode ser feito com apoio de profissionais da APS e de ferramentas de saúde digital, todavia, estudos neste campo no Brasil são incipientes.
Objetivos
Objetiva-se analisar a viabilidade e adaptações necessárias ao desenvolvimento de uma ferramenta de saúde digital (aplicativo e website) de apoio à tomada de decisão e PS para utilização na APS no apoio a mulheres em risco e/ou expostas à VPI.
Metodologia
Pesquisa qualitativa com profissionais da APS e mulheres atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Paranaguá (PR), município que não conta com serviços especializados para VPI, refletindo o cenário mais comum do Brasil, que tem a APS como principal porta de entrada para o cuidado e apoio às vítimas. Até o momento foram realizados dois grupos focais, com (n=31) profissionais da APS de duas UBS, incluindo equipes de referência e equipes multidisciplinares (e-multi). Foram também coletadas informações da rede intersetorial para alimentar a ferramenta e entrevistas semiestruturadas com mulheres estão previstas nessa etapa. A análise é realizada por triangulação de dados.
Resultados
O protótipo Eu Decido (versão 1.0) foi desenvolvido previamente (2021-24) em conjunto com mulheres e profissionais especializadas da Casa da Mulher Brasileira-Curitiba. Nesta etapa, as equipes da APS vêm apontando que o Eu Decido 1.0: 1) é uma ferramenta viável para apoiar o cuidado das mulheres atendidas na APS na tomada de decisão, capaz de ajuda-las a refletir sobre sua exposição à VPI e avaliar seus riscos; 2) fornece informações confiáveis sobre os direitos das mulheres e onde buscar ajuda, mas necessita aperfeiçoar medidas de segurança da usuária; 3) instrumentaliza as equipes da APS com informações técnicas que auxiliam na elaboração do PS personalizado para o cuidado de cada mulher.
Conclusões/Considerações
As perspectivas de profissionais e necessidades das mulheres na APS estão subsidiando o refinamento do protótipo atual, resultando na versão 2.0, que será então submetida a uma avaliação longitudinal com (n=400) mulheres de todo o Brasil. Caso prove ser eficiente e seguro, está previsto que o Eu Decido seja disponibilizado gratuitamente para utilização nacional, apoiando profissionais da APS no cuidado integral às mulheres em situação de VPI.
TAPETE SENSORIAL COMO FERRAMENTA PARA O CUIDADO INTEGRAL A PESSOAS NEURODIVERGENTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 UFPB
2 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
Período de Realização
A ação foi desenvolvida entre os meses de março e abril de 2025 por estagiárias de Fonoaudiologia.
Objeto da experiência
O foco foi construir um tapete sensorial que pudesse ser utilizado pelos profissionais da Unidade, com fins de manejo dos usuários neurodivergentes.
Objetivos
Tornar o ambiente da Unidade Básica de Saúde mais inclusivo para pessoas neurodivergentes com disfunções sensoriais e oferecer um feedback concreto ao local de estágio. Ademais, o tapete sensorial poderá estimular os sentidos inerentes ao desenvolvimento cognitivo e motor dos usuários ali atendidos.
Metodologia
A elaboração do tapete sensorial se deu em paralelo ao planejamento de uma roda de conversa para a comunidade e equipe de saúde, alusiva ao mês de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o abril azul. Ressalta-se que ao considerá-lo um recurso lúdico e de tecnologia leve, possa auxiliar os profissionais na rotina do serviço. Ele foi produzido ao longo das semanas, com materiais recicláveis e de texturas variadas, como esponjas, tampas de garrafa pet, bombril e tecidos.
Resultados
Após a roda de conversa com a comunidade, o tapete foi apresentado aos profissionais, explicitando sua utilidade e inúmeros benefícios, além da relação entre as disfunções sensoriais e transtornos do neurodesenvolvimento. A equipe demonstrou interesse e receptividade quanto ao material desenvolvido, sinalizando o uso nos atendimentos futuros. Em seguida, o recurso foi utilizado pelas crianças convidadas a participar, que se mostraram engajadas ao manuseá-lo, sendo um momento lúdico e interativo.
Análise Crítica
Pôde-se correlacionar a teoria no contexto prático, reunindo os conhecimentos dos temas abordados para suprir tal demanda da Unidade, que precisa de um olhar mais atento para esse público. Na Atenção Primária à Saúde ainda há lacunas para a inclusão de pessoas neurodivergentes, que comumente ficam aquém do cuidado integral. Essa vivência enfatizou a relevância de ações educativas, tanto para profissionais quanto para a comunidade, na tentativa de minimizar o estigma a essa população.
Conclusões e/ou Recomendações
Constata-se a importância de recursos que promovam a inclusão dentro das Unidades Básicas de Saúde. Ao lançar mão do tapete sensorial, a equipe cria um espaço diferenciado para o público neurodivergente e suas famílias, suscitando a equidade. Ferramentas como essa possibilitam um cuidado humanizado e, portanto, recomenda-se que estejam disponíveis em outros pontos de atenção à saúde. O caminho é claro: integrar o ensino-serviço-comunidade.
PADRONIZAÇÃO DOS REGISTROS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UnB
Período de Realização
A experiência ocorreu no período de setembro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de um produto de estágio relacionado a padronização do registro da consulta de enfermagem no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Relatar a experiência de estagiárias de enfermagem no desenvolvimento e implementação de uma intervenção visando a padronização dos registros da consulta de enfermagem em uma Unidade Básica de Saúde.
Metodologia
A experiência seguiu o Arco de Maguerez: 1) observação da realidade: identificou-se fragilidade nos registros da consulta de enfermagem em prontuário eletrônico; 2) pontos-chave: foram elaboradas perguntas para aprofundamento teórico; 3) teorização: consultaram-se referenciais teóricos; 4) hipóteses de solução: propôs-se a elaboração de um modelo de registro no PEC a partir do método SOAP; 5) aplicação à realidade: elaborou-se material explicativo e modelo de evolução com base no método SOAP.
Resultados
O produto foi apresentado aos enfermeiros e à gerência, que reconheceram sua relevância e contribuição para a padronização dos registros no e-SUS. Sugeriu-se a adaptação do modelo de registro para utilização por outras categorias profissionais. A padronização de registros foi orientada em reuniões com a Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde, reforçando a pertinência e o potencial de ampliação da intervenção.
Análise Crítica
A aplicação do Arco de Maguerez foi essencial para conduzir a intervenção de forma sistemática e identificar fragilidades nos registros de enfermagem. O método SOAP revelou-se essencial para organizar e qualificar os registros de enfermagem, garantindo clareza, continuidade e segurança na assistência. A integração entre ambos fortaleceu a prática baseada em evidências e estimulou a reflexão crítica das estagiárias e da equipe sobre a importância da documentação adequada.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência possibilitou compreender a realidade do serviço, identificar fragilidades e desenvolver uma intervenção adequada ao contexto local. A elaboração e implementação de um modelo padronizado de registro respondeu à lacuna identificada e incentivou a reflexão e o aprimoramento da prática profissional. Iniciativas como essa devem ser incentivadas em outros cenários, promovendo a melhoria contínua da qualidade do cuidado à população.
USO DO CÓDIGO 45 DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA – SEGUNDA EDIÇÃO: UMA ANÁLISE DE USABILIDADE E DISPONIBILIDADE EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS.
Comunicação Oral Curta
1 BP
2 NUPENS/USP
Apresentação/Introdução
A atenção nutricional (AN) compõe o leque de ofertas da Atenção Primária em Saúde (APS), envolve ações de orientação alimentar individuais e coletivas. A Classificação Internacional de Atenção Primária Segunda Edição (CIAP 2) apresenta o código 45 - Educação em saúde/aconselhamento/dieta que possibilita o monitoramento da AN, favorecendo a avaliação de processos de cuidado na APS.
Objetivos
Explorar a usabilidade e disponibilidade da CIAP 2, através do código 45, como um indicador de avaliação de processo em APS a partir da experiência de municípios brasileiros integrantes do Projeto QualiGuia APS do PROADI-SUS.
Metodologia
Foi analisado o uso do código em 45 municípios de pequeno porte distribuídos em 10 estados do país, no ciclo I do projeto (novembro/24 a agosto/25). Para explorar os indicadores de usabilidade e disponibilidade, que são atributos essenciais para refletir a qualidade da informação em saúde, foi registrado o sistema de informação dos territórios (Prontuário Eletrônico do Cidadão - PEC, Coleta de Dados Simplificada - CDS e/ou sistema próprio), e o registro do código 45. Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica para o preenchimento do código até março/25, tabulados com o software Excel e analisados descritivamente com frequência absoluta e relativa.
Resultados
Do total de 45 munícipios estudados, 23 (51%) usavam PEC, 16 (35%) usavam CDS, e 17 (38%) tinham sistema próprio na APS, 15 municípios têm apenas o PEC como sistema de informação vigente, 2 contêm apenas CDS, e 10 somente o sistema próprio. Ao explorar o uso do código 45, foi verificado que em todos os municípios estudados não havia registros de preenchimento no período avaliado (setembro e outubro de 2024). E em relação a disponibilidade da CIAP 2, na CDS foi verificado que não há como registrar qualquer código. Assim como, no PEC e sistemas próprios em relação a usabilidade para a categoria profissional dos dentistas, a CIAP 2 não está disponível.
Conclusões/Considerações
Sobre a disponibilidade do código 45, observou-se que ele pode ser acessado majoritariamente no PEC, e mesmo nele a CIAP 2 não está disponível para todas as categoriais profissionais. Além disso, mesmo disponível o código é subutilizado na rotina clínica dos profissionais demonstrado pelo incipiente quantitativo de registros verificados. Podendo demostrar um desafio para o monitoramento da AN e assim, na avaliação de processos de cuidado na APS.
ATENDIMENTO VIA APLICATIVO COMO INSTRUMENTO DE AMPLIAÇÃO DE ACESSO E RESOLUTIVIDADE DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Período de Realização
Junho/2024 até os dias atuais
Objeto da experiência
Acesso de usuários de uma área da uma unidade básica com equipe saúde da família em município de Salvador.
Objetivos
Este relato busca expor e discutir estratégia utilizada para ampliar o acesso de pessoas de uma área de maior vulnerabilidade aos cuidados em saúde de uma Equipe Saúde da Família em um bairro de Salvador.
Metodologia
Os pacientes da equipe de saúde de família 1 apresentavam grande dificuldades de acesso. Os agendamentos semanais e acolhimento da demanda espontânea mostravam-se insuficientes. Desde então, os residentes da equipe junto aos profissionais do SAME passaram a anotar os dados de pessoas que não conseguiram agendamento e utilizou-se o WhatsApp profissional para a abordagem inicial desses usuários por meio de uma atendente virtual.
Resultados
Houve redução de filas para agendamento na equipe gradualmente. O acesso de usuários, que não tinham disponibilidade de comparecer presencialmente na unidade, foi garantido. As orientações dadas dependiam das especificidades de cada caso, sendo a maioria agendada para equipe de acordo com a complexidade e alguns casos orientados. As marcações presenciais foram mantidas semanalmente. A agenda utilizada para famílias atendidas online foi o google agenda, compartilhada com a enfermeira da equipe.
Análise Crítica
O acesso a serviços de saúde é garantido pelo Sistema Único de Saúde. Assim, os princípios de universalidade, integralidade e equidade são reforçados pela ampliação do acesso de pessoas a rede de atenção à saúde, priorizando os mais vulneráveis. Este dispositivo (o acesso) possibilitou, em parte, a resolutividade da Atenção Primária à Saúde, primeiro contato com o paciente, coordenação do cuidado, equidade, longitudinalidade e maior vínculo.
Conclusões e/ou Recomendações
O atendimento virtual contribuiu para reduzir filas de espera, desgastes e estresse entre usuários e trabalhadores de saúde, ampliação do acesso a equipe, seja virtual e/ou presencial, possibilitando maior resolutividade de demandas da população, com agendamento de consultas mais racional e específico para cada paciente. Sobrecarga dos profissionais responsáveis e necessidade de integração de todos da equipe foram dificuldades encontradas.
Realização: