Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.2 - Residências em Saúde: Vivências Formativas, Gestão e Desafios Contemporâneos
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE: RELATO DO ACOLHIMENTO NO CAMPO DE PRÁTICA DA DIRETORIA DE VIGILÂNCIA E ATENÇÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR NA BAHIA.
Comunicação Oral Curta
Santos, A.G.F.1, Sá, C.N.1, Wasconcellos, M.B.1
1 Diretoria de Atenção e Vigilância da Saúde do Trabalhador/SUVISA/SESAB
Período de Realização
A experiência foi realizada no 1° quadrimestre de 2025.
Objeto da experiência
Acolhimento aos residentes de Vigilância na organização do campo de prática na Diretoria Vigilância e Atenção em Saúde do Trabalhador - DIVAST.
Objetivos
Construir uma proposta de Acolhimento para recepcionar e integrar os novos residentes no ambiente de trabalho visando facilitar a sua adaptação e sensibilizar os técnicos da DIVAST quanto ao funcionamento do Programa de Residência e atitudes técnicas dos residentes.
Descrição da experiência
A atividade de Acolhimento da DIVAST/CESAT teve como objetivo recepcionar, sensibilizar e integrar os novos residentes com a cultura e o funcionamento da instituição, proporcionando aos mesmos uma melhor compreensão sobre o papel e as coordenações existentes na Diretoria. Foram repassadas informações que visam refletir os processos de trabalho e de cuidado, a história da instituição e como se organiza, realização de visitas guiadas e rodas de conversa sobre o campo da saúde do trabalhador.
Resultados
A colaboração das Coordenações que compõe a Divast/Cesat foi essencial para realização desta atividade que visa proporcionar a cultura de um campo de prática do programa de residência nesta instituição. A cada ciclo de 2 meses são recebidos 4 residentes que são inseridos nas atividades das coordenações onde permeiam o aprendizado e o aprofundamento do processo de trabalho. Em cada ciclo são feitas proposições de produtos técnicos suscetíveis de incorporação pela rede.
Aprendizado e análise crítica
A atividade evidenciou a importância da articulação entre os diversos setores da Diretoria no objetivo de integração dos residentes com os profissionais do campo de prática. A aplicação do vídeo possibilitou uma compreensão sensível da conformação da instituição, tal como das práticas realizadas, evidenciando aspectos peculiares como a transversalidades da Saúde do Trabalhador em todas as Vigilâncias, invisíveis aos residentes ao chegarem nesta Diretoria.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade de Acolhimento organizada pela preceptoria da Divast/Cesat contribuiu para a integração dos residentes no campo de prática e organização no que diz respeito à sua integração. Destacamos que por parte dos residentes houve uma ampliação do conhecimento à temática de Saúde do Trabalhador e por parte do campo de prática a promoção de valorização e fortalecimento de uma identidade cultural do Programa de Residência no local de trabalho.
SAÚDE MENTAL E RESIDÊNCIAS EM SAÚDE DA FIOCRUZ: A EXPERIÊNCIA DE COGESTÃO EM UM GT NUMA PERSPECTIVA DECOLONIAL
Comunicação Oral Curta
Vaz, B.C1, Andrade, C. de A2, Mutti, C3, Silveira. M. M4, Carvalho, M. A. P2, Silva, M. A.5, Rossi, S. S2
1 NUSMAD_Fiocruz/Brasilia
2 VPEIC/Fiocruz
3 Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz
4 IFF/Fiocruz
5 CAD/Fiocruz.
Período de Realização
De julho de 2023 à dez 2024
Objeto da experiência
Elaboração de documento orientador para gestão das residências em saúde da Fiocruz na condução dos casos que envolvam sofrimento psíquico.
Objetivos
Refletir sobre o processo de constituição de grupalidade e a experiência de elaboração do documento orientador sobre a Saúde Mental para as residências da Fiocruz realizando deslocamentos para uma nova práxis do Grupo de Trabalho nas perspectivas da educação permanente e decolonial.
Descrição da experiência
Os programas de residência na Fiocruz, a coordenação de residências e o fórum de coordenadores prioriza a práxis, a cogestão e o apoio institucional, como princípios do SUS e da Fiocruz. Criou-se um GT que se reuniu semanalmente e discutiu cada ponto a ser abordado e acessou especialistas pontualmente, assim o grupo vivenciou a própria subjetividade refletida na construção compartilhada do conhecimento. O Documento final possui dimensões de fluxo acadêmico e manejos relacionados à saúde mental.
Resultados
No processo de grupalidade do GT, trocas de saberes não hierárquica propiciaram reflexões densas e ampliação do entendimento. Destacaram-se os impactos psicossociais da colonização na formação dos sujeitos, a relação entre colonização e psicopatologia, o colonialismo enquanto uma estrutura produtora de sofrimentos. Logo, compreender que efeitos e fatores implicados na saúde mental são multifatoriais e agravam por condições da atuação profissional e vulnerabilidades pessoais e sociais.
Aprendizado e análise crítica
O GT evidenciou tramas estruturais sociais que impactam na saúde mental, demandando ações formativas pautadas na decolonialidade. Dado o engajamento e a disponibilidade das pessoas para a cocriação, espaços de manifestação de desconfortos e deslocamentos gerados na grupalidade levaram o GT a desenvolver-se para além de sua finalidade explícita, tanto como espaço de educação permanente quanto de promoção de saúde para suas integrantes novas configurações de si com corresponsabilidade e afetos.
Conclusões e/ou Recomendações
Foi possível evidenciar um conjunto de transformações relacionadas à práxis do grupo e de cada componente. A transformação do processo de trabalho do GT pretende ser um disparador de mudanças no processo de trabalho dos programas de residência quanto ao cuidado da saúde mental dos residentes e da equipe pedagógica. Entende-se que essa forma de atuação do GT apoia outras iniciativas de políticas e modelos de cuidado no âmbito da formação em saúde.
ESPECIALIDADES EM SAÚDE NO BRASIL: UMA ANÁLISE ENTRE A REGULAÇÃO DOS CONSELHOS PROFISSIONAIS E A OFERTA DE RESIDÊNCIAS EM ÁREA PROFISSIONAL
Comunicação Oral Curta
Felipe, D.A1, Albuquerque, P. C1, Domingues, R.C1
1 Instituto Aggeu Magalhães/ FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A especialização em saúde no Brasil reflete disputas entre a regulação corporativa e os princípios do SUS, impactando a formação e o alinhamento com políticas públicas.Este estudo analisa como conselhos profissionais e programas de residência moldam a formação de especialistas, evidenciando tensões regulatórias presentes no sistema de saúde.
Objetivos
Caracterizar as áreas de atuação reconhecidas como especialidades pelos conselhos profissionais de saúde e as áreas fomentadas pelos programas de residência em área profissional da saúde no Brasil.
Metodologia
Estudo transversal, observacional, com abordagem quantitativa e descritiva. Foram analisadas 67 normativas de 12 conselhos profissionais e 782 programas de residência cadastrados no MEC. Excetuou-se a medicina por possuir regulação própria, saúde coletiva por não ter conselho e serviço social por não ter legislação sobre especialidades. Programas de Residência e Especialidades foram classificados em 15 áreas. Duas pesquisadoras fizeram a classificação, com mediação de terceira. Aprovado pelo Comitê de Ética do IAM/FIOCRUZ.
Resultados
Os resultados revelam contraste entre a regulação corporativa, voltada à especialização técnico-diagnóstica , e as diretrizes do SUS, que valorizam práticas interprofissionais. Foram identificadas 414 especialidades reconhecidas pelos conselhos, concentradas em Tecnologia (25,36%) e Atenção Especializada (23,43%). Apenas cinco reconhecem especialidades da Atenção Básica. Entre os 782 programas de residência analisados, a maior parte são os de Saúde Animal e Ambiental (18,67%), Atenção Especializada (13,55%), Intensivismo, Urgência e Emergência (11,64%) e Atenção Básica (10,10%). Entre todos, 52,81% são multiprofissionais.
Conclusões/Considerações
Observa-se que os conselhos priorizam especialidades, em geral, voltadas ao mercado e ao setor privado, enquanto as residências estimulam a formação em áreas estratégicas para o SUS, como a Atenção Básica. Na formação de residencias há reorientação do modelo assistencial para práticas colaborativas. No entanto, persiste a ausência de alinhamento conceitual e normativo entre os órgãos de regulação profissional e os dispositivos de formação em serviço.
FOGO DE MONTURO E CENTELHAS QUE (RES)PERSISTEM: A RESIDÊNCIA EM MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL NO DF E O LUGAR DA SAÚDE COLETIVA NAS ESPECIALIDADES MÉDICAS
Comunicação Oral Curta
Rocha, V. X. M.1, Borges, P. J. S.1, Lima, B.G.S.1, Matos, C. L.1, Barros, F. R.1, Carvalho, M. C.1, Vasconcelos, D. S. S.1, Nascimento, D. J.1, Macedo, A. C.1
1 ESPDF/FEPECS/SES-DF
Período de Realização
De 01 de março de 2020 até a presente data (programa contínuo).
Objeto da experiência
Proposição e estruturação de um programa de Residência Médica em Medicina Preventiva e Social vinculado à Escola de Saúde Pública do DF.
Objetivos
Analisar criticamente o processo de estruturação do programa de Residência em Medicina Preventiva e Social (MPS) no Distrito Federal, confrontando-o com o cenário nacional de formação em saúde coletiva e retomando perspectivas atualizadas para a inserção da especialidade na agenda médica.
Descrição da experiência
O Programa de Residência Médica em Medicina Preventiva e Social da ESPDF, iniciado em 2020, propõe uma formação inovadora e integrada à Saúde Coletiva. Com base em quatro eixos — clínica ampliada, gestão, vigilância e ciências sociais —, promove atuação crítica em múltiplos cenários do SUS, resgatando o papel do médico sanitarista como gestor e agente do cuidado integral.
Resultados
Inspirado na tradição crítica da Medicina Preventiva e Social, o programa reafirma o papel do sanitarista na formação médica. Os cenários são variados, atenção primária, gestão, regulação, saúde mental, práticas integrativas e saúde indígena. O modelo pedagógico propõe transversalidade, interprofissionalidade e articulação teoria-prática. Os egressos desenvolvem competências clínicas, técnicas, políticas e pedagógicas essenciais à atuação qualificada no SUS.
Aprendizado e análise crítica
A Residência em MPS da ESPDF simboliza resistência, inovação e retomada da formação médica integral, generalista e comprometida com o SUS. Em meio a retrocessos, seu surgimento é sopro de esperança e reinvenção, valorizando o papel do médico sanitarista como elo entre a técnica, o cuidado, a gestão e o compromisso ético-político com o SUS. Que esse fogo subterrâneo, latente em muitos territórios, encontre combustível institucional e apoio coletivo para se multiplicar em chamas de transformação.
Conclusões e/ou Recomendações
A Residência em MPS da ESPDF reafirma a importância do médico sanitarista para o SUS, formando profissionais críticos, clínicos e gestores. Em tempos de retrocesso, esse programa é como fogo de monturo: arde sob a superfície, resiste e pode se alastrar. Que encontre apoio institucional e político para se transformar em chama viva da mudança na formação médica.
PERCEPÇÃO DOS RESIDENTES DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE DE GUARULHOS E SÃO PAULO SOBRE O ESTÁGIO DE SAÚDE INDÍGENA EM CONTEXTO URBANO
Comunicação Oral Curta
Komeçu, G. N.1, Donegá, C. R.1, Silva, R. N.1, Carvalho, C. C.2
1 Prefeitura Municipal de Guarulhos
2 Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina
Apresentação/Introdução
A educação médica vem incorporando a saúde indígena na Medicina de Família e Comunidade (MFC). Em Guarulhos e São Paulo, residências de MFC incluem estágio nessa área, buscando formar profissionais sensíveis às realidades dos povos originários. No entanto, é necessário avaliar o processo de aprendizado e a percepção dos residentes sobre o tema.
Objetivos
Avaliar a percepção de residentes de MFC de Guarulhos e São Paulo sobre o estágio em saúde indígena em contexto urbano;
Analisar sua contribuição para a formação profissional em MFC.
Metodologia
Estudo qualitativo com residentes de MFC de Guarulhos e São Paulo, avaliando a percepção sobre estágio de Saúde Indígena em contexto urbano, nos serviços de atenção à saúde indígena destes municípios e aldeias. Coleta de dados via entrevistas semiestruturadas com residentes que concluíram o estágio de Mar/24 a Fev/25, com análise dos dados segundo Bardin. Perguntas: Você teve alguma experiência prévia em saúde indígena?; Como você avalia sua experiência no estágio de saúde indígena na residência médica?; Quais pontos você vê como positivos e negativos?; Pela sua experiência, como o estágio contribuiu com sua formação?; Como você identifica o papel da MFC dentro da saúde indígena?
Resultados
A maioria dos participantes não teve experiências prévias com saúde indígena. O estágio foi avaliado positivamente, com destaque para vivências práticas nas aldeias, discussões clínicas e o desenvolvimento da competência cultural. Entre os pontos negativos, foram citados: escassez de atendimentos, limitações estruturais e logísticas e pouco contato com plantas medicinais, com destaque para uma reflexão sobre "o que é cultural e o que é inaceitável socialmente". Foi reconhecido o papel da MFC como porta de entrada da APS e promotora de cuidado a populações vulneráveis, incluindo povos indígenas.
Conclusões/Considerações
A percepção geral dos residentes foi positiva, com críticas voltadas a fatores externos, como logística e volume de atendimentos; evidenciando-se a relevância da inserção da saúde indígena na formação em MFC. Conclui-se ser pertinente a manutenção do estágio, com possíveis aprimoramentos baseados nas falas dos residentes.
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE: ESTRATÉGIA PARA A QUALIFICAÇÃO DA FORMAÇÃO EM SERVIÇO
Comunicação Oral Curta
SAMPAIO, A.C.C1, PESSOA, C.V1, ARAGÃO.H.L1, MESQUITA, K.O1, TEIXEIRA, M.S1, PONTE, J.S1, VASCONCELOS, S.D.C1, RIBEIRO, M.A1, XIMENES NETO, F.R.G.1, MACIEL, J.A.C.2
1 Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA
2 Universidade Federal do Ceará - UFC
Período de Realização
06 de Março de 2025 à 27 de maio de 2025
Objeto da experiência
Oficina de planejamento como estratégia de qualificação das ações nos cenários de prática da Residência em Vigilância em Saúde
Objetivos
Relatar a experiência da oficina de planejamento anual do Programa de Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde (RMVS) da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia enquanto estratégia de qualificação da formação em serviço
Metodologia
A oficina de planejamento da RMVS ocorreu em 3 etapas. Na etapa 1 foi disparado o diagnóstico situacional com roteiro para a busca de informações no campo. A etapa 2 consistiu no compartilhamento do mapa situacional por Vigilância, levando a definição e priorização dos problemas através da matriz GUT finalizando na elaboração da árvore de problemas. Na etapa 3 ocorreu a elaboração da matriz de planejamento com a programação das ações e a definição dos mecanismos de monitoramento e avaliação.
Resultados
A partir do diagnóstico situacional identificou-se como problema prioritário a dificuldade na organização das ações da RMVS no processo de formação e entre os descritores destacaram-se a indefinição de competências para orientar a formação e a fragilidade na articulação intersetorial com a gestão das Vigilâncias. Assim, elaborou-se um plano de ação com objetivos por descritor e ações por vigilância, sendo a principal delas, a elaboração e validação de uma matriz de competências para o programa
Análise Crítica
Evidenciou-se a importância do planejamento na qualificação da formação. O diagnóstico situacional e as ferramentas como matriz GUT e árvore de problemas identificou fragilidades estruturais como a ausência de uma matriz de competências. A experiência ainda reforça a necessidade de mecanismos de monitoramento e avaliação para melhor articulação e definição de estratégias pedagógicas, assistenciais e organizacionais que orientem práticas formativas mais coerentes com as demandas do território
Conclusões e/ou Recomendações
O planejamento apresentou-se como ferramenta potente na qualificação da formação, possibilitando o diagnóstico de fragilidades importantes como a ausência de matriz de competências e articulação com a gestão frágil. Recomenda-se que as competências sejam elaboradas coletivamente e que o planejamento participativo seja rotina no programa com mecanismos contínuos de monitoramento e avaliação para orientar práticas formativas mais eficazes
PORTFÓLIO DE RESULTADOS DAS RESIDÊNCIAS EM MFC E RMSF DA PARAÍBA: UM PRODUTO TÉCNICO DE APOIO À FORMAÇÃO NA APS
Comunicação Oral Curta
Souza, Élida de Fátima Diniz1, Santos, Silvana1, Maysa Barbosa Rodrigues Toscano1, Oliveira, José Olivandro Duarte de1, Nóbrega, Lauradella Geraldinne Sousa1, Oliveira, José Danúzio Leite de1, Machado, Ana Paula Ramos1, Tomaz, Alecsandra Ferreira1, Cerqueira, Ana Carolina Dantas Rocha1
1 PROFSAÚDE, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Período de Realização
Realizado entre 2023 e 2024, com aprovação ética e coordenação da UEPB e ESP-PB.
Objeto da produção
Portfólio com os principais achados de pesquisas sobre residências em MFC e RMSF na Paraíba.
Objetivos
Compartilhar resultados de pesquisas com foco na formação em saúde na APS, subsidiando melhorias nos programas de residência, fomentando debates e orientando ações, produtos e políticas voltadas à qualificação de profissionais do SUS na Paraíba.
Descrição da produção
A produção foi fruto de trabalho colaborativo entre seis mestrandos do PROFSAÚDE, docentes e gestores, com definição coletiva de problemas e métodos. Foram realizados estudos integrados sobre residências em MFC e RMSF, com análise de competências e intervenções formativas, resultando em artigos, relatórios e recomendações técnicas baseadas em evidências dos subprojetos.
Resultados
O Portfólio sintetizou os resultados dos subprojetos desenvolvidos, identificando fragilidades e potencialidades na formação de residentes. Foram produzidas sugestões de novos produtos técnicos, pesquisas futuras e recomendações específicas para programas de residência, serviços de saúde e instituições de ensino.
Análise crítica e impactos da produção
A produção coletiva favoreceu maior abrangência e validade dos resultados. O Portfólio fortalece o vínculo entre pesquisa, gestão e formação, promovendo reflexões críticas e subsidiando decisões pedagógicas. Contribui para qualificação das residências e para práticas mais alinhadas às necessidades da APS, respeitando a diversidade regional.
Considerações finais
O Portfólio representa uma devolutiva científica relevante, ao traduzir achados em propostas aplicáveis aos contextos formativos. As sugestões e recomendações não têm caráter normativo, mas são subsídios para reflexão coletiva e aprimoramento contínuo das residências em saúde, ampliando o impacto social e educacional das pesquisas realizadas.
VIVÊNCIA FORMATIVA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA COM ÊNFASE NA POPULAÇÃO DO CAMPO: APRENDIZADOS INICIAIS E REFLEXÕES CRÍTICAS
Comunicação Oral Curta
Lemos, L. B.1, Bento, V. A.1
1 Fiocruz, Brasília
Período de Realização
Março de 2025 a Fevereiro de 2027 (em andamento)
Objeto da experiência
Relato da vivência de uma residente no inicio da formação multiprofissional em saúde da família no contexto rural.
Objetivos
Apresentar os principais aprendizados, desafios e reflexões iniciais da experiência de formação em serviço na Residência Multiprofissional em Saúde da Família com ênfase na População do Campo, destacando aspectos da educação popular e práticas educativas no SUS.
Descrição da experiência
A residência é ofertada pela Fiocruz Brasília, em parceria com a SES-DF. Com duração de dois anos, combina ensino teórico e prático voltado à atenção primária à saúde em áreas rurais do DF. A formação ocorre por meio de metodologias ativas e valorização dos saberes populares. A residente participou de disciplinas interdisciplinares e atividades de integração com o território, com destaque para ações educativas, construção coletiva do conhecimento e uso de ferramentas de planejamento em saúde.
Resultados
Nos primeiros meses de formação, observou-se o impacto positivo das metodologias adotadas. Houve maior compreensão sobre o trabalho em equipe multiprofissional, fortalecimento da educação popular e reconhecimento da diversidade sociocultural nos territórios. O processo formativo favoreceu a construção de vínculos com a comunidade e estimulou práticas de cuidado sensíveis ao contexto local, promovendo a qualificação das ações na atenção primária à saúde.
Aprendizado e análise crítica
A vivência inicial despertou reflexões profundas sobre o papel da formação em saúde voltada ao território. A abordagem crítica, interdisciplinar e popular contribuiu para ampliar o olhar da residente sobre os determinantes sociais e culturais do processo saúde doença. A valorização dos saberes locais, a construção de práticas educativas colaborativas e o desafio de romper com paradigmas biomédicos tradicionais marcaram essa etapa da formação, reforçando a importância da educação emancipadora no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A residência representa uma estratégia potente de formação crítica e transformadora. Recomenda-se a ampliação de iniciativas semelhantes que valorizem o território, a interprofissionalidade e a educação popular. É fundamental garantir o apoio institucional e pedagógico contínuo para potencializar os impactos na formação e na atenção em saúde nos contextos rurais.
UMA CARTOGRAFIA EM AÇÃO: A EXPERIÊNCIA DE OFICINA DE REFLEXÃO PERMANENTE EM UM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL.
Comunicação Oral Curta
Costa, A.C.P1, Araujo, J.F1, Maria, I.S.N.M1, Silva, T.M.A1, Silva, F.F1, Aguiar, J.F1
1 ENSP/ Fiocruz
Período de Realização
Abril de 2024 até Junho de 2025.
Objeto da experiência
Oficina da Reflexão Permanente em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família
Objetivos
Refletir sobre o espaço da Oficina de Reflexão Permanente como um lugar de construção coletiva sobre temas que pouco foram abordados na formação teórica do programa, porém relevantes para os próprios residentes.
Descrição da experiência
As oficinas são espaços de educação permanente e construção coletiva, com protagonismo dos residentes R1 e R2. Foram realizadas quatro vezes, sendo o primeiro encontro com a tutora de campo para planejamento. Abordaram temas como lazer e saúde, saúde mental e atenção psicossocial e saúde da população negra. Os encontros aconteceram sempre com foco na reflexão a partir de um olhar multiprofissional.
Resultados
Os encontros se apresentam como potência para pensar temas que atravessam o cotidiano dos serviços em um entrelace de compartilhamento, autonomia e construção coletiva. As temáticas abordadas aparecem como um retrato de campos de interesse e vivência dos residentes e que são pouco abordados no conteúdo teórico do programa de residência vivenciado. Assim, o espaço é usado como brecha para refletir sobre temas que perpassam o cotidiano do trabalho em clínicas da família e necessitam de atenção.
Aprendizado e análise crítica
O espaço se propõe a ser uma construção coletiva dos e para os residentes multiprofissionais, assim encontra desafios e potencialidades. Aposta-se em um espaço mais autônomo para abordar temas que recebem pouco destaque e são cruciais para o trabalho na atenção primária à saúde. O pouco apoio institucional e a falta de tempo são alguns dos desafios encontrados, contudo, a potência da construção coletiva e multiprofissional enriquece as atividades e proporciona um espaço de reflexões críticas.
Conclusões e/ou Recomendações
A residência relatada oferece poucos espaços propositivos onde os residentes possam sugerir e trazer temas que atravessam a formação. Assim, a Oficina de Reflexão Permanente aparece como uma brecha, permitindo uma construção mais autônoma e coletiva e que dá sentido ao cotidiano vivenciado. É nesse espaço de educação permanente, em que se dão trocas e disputas. Assim, se reforça a importância de compreender seus desafios e potencialidades.
HABERMAS, FREIRE E A RESISTÊNCIA CIVILIZATÓRIA DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA DA FIOCRUZ NO ENFRENTAMENTO À COVID-19
Comunicação Oral Curta
Matielo, E.1, Artmann, E.2
1 Núcleo Angicos, Fiocruz Brasília/ Ministério da Saúde
2 ENSP/Fiocruz
Apresentação/Introdução
A pesquisa apresenta os resultados parciais da tese de doutorado que abordou o enfrentamento à Covid-19 a partir dos programas de Residência em atenção primária e saúde da família da Fiocruz. O estudo incluiu quatro cidades com programas de residência da Fiocruz: Rio de Janeiro/RJ, Brasília, Campo Grande/MS e Salvador/BA envolvendo os residentes, os profissionais de saúde e a comunidade.
Objetivos
Compreender as estratégias de enfrentamento à Covid-19 a partir da categoria Agir Comunicativo-pedagógico. Neste resumo descrevemos a elaboração desta categoria que articula Habermas e Freire para analisar os processos formativos das residências
Metodologia
A coleta de dados realizou-se de outubro de 2023 a outubro de 2024, com 22 trabalhos de conclusão de residência, 26 entrevistas (residentes, profissionais de saúde e comunidade), 52 questionários. A análise pautou-se na perspectiva hermenêutico-dialética, ancorada no referencial de Habermas e Freire. A linguagem foi um núcleo central, com uma síntese entre processos compreensivos e críticos de um objeto estudo que é histórico, portanto, complexo e contraditório. A construção da categoria de análise envolveu leituras de textos dos autores e seus estudiosos e a escolha de categorias articuladoras com o fim de iluminar a análise do corpus da pesquisa e compreensão do objeto de estudo.
Resultados
Uma das quatro categorias de análise foi o Agir comunicativo-pedagógico na defesa da democracia, da ciência e do SUS. Ela articula linguagem, diálogo, práxis e democracia como pilares da formação crítica em saúde. No contexto da pandemia, essa articulação mostrou-se fundamental na defesa do SUS, da ciência e da democracia, desafiando fake news, negacionismos e uma gestão federal omissa. As estratégias de comunicação desenvolvidas, como o uso das redes sociais e plataformas digitais, como a PICAPS contribuíram tanto para o processo formativo como para a promoção do cuidado mesmo em tempos de distanciamento.
Conclusões/Considerações
O estudo mostrou que a comunicação, alicerçada em princípios éticos e dialógicos, tem potencial transformador. A atuação dos residentes demonstrou que é possível resistir à pseudocomunicação e fortalecer o cuidado e a cidadania, reafirmando a centralidade da linguagem e da interação no enfrentamento das desigualdades e na construção de consensos. O diálogo e a escuta ativa foram fundamentais para construir processos formativos emancipatórios.