Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.25 - Cuidado, Inovação e Desafios em Saúde: Experiências e Estratégias em Diferentes Contextos
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
AMBULATÓRIO UNIVERSITÁRIO SOBRE O LUTO NA UNIVERSIDADE: FORÇA INSTITUINTE PARA CUIDADOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS NO LUTO
Comunicação Oral Curta
1 UFSC
Apresentação/Introdução
O ano de 2020 foi um marco mundial quanto à oferta de suporte psicológico ao luto pela emergência humanitária da pandemia da Covid-19. Muitos serviços-escola de Psicologia de universidades contaram com ambulatórios de luto, já outros serviços-escolas atuaram exclusivamente com psicoterapia para pessoas enlutadas, atendendo públicos diversos.
Objetivos
O objetivo desta apresentação é discorrer sobre o percurso de implantação do Ambulatório Universitário sobre o Luto (AMBLu) no serviço-escola de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Metodologia
Foi realizado um estudo qualitativo exploratório com pesquisa documental referente ao funcionamento do AMBLu . Os resultados foram organizados em categorias temáticas: 1) perfil de pessoas em luto inscritas e atendidas; 2) tipos de ações de suporte oferecidas; 3) percurso de implantação de cuidados primários e secundários ao luto na unviersidade.
Resultados
O percurso de implantação do AMBLu se deu no período de 2020 a 2024. Verifica-se que 491 pessoas enlutadas se inscreveram no AMBLu e 51,2% aderiram às ações de suporte. O tempo de perda das pessoas foi em média de 6 meses. Mais da metade deste público é de mulheres enlutadas externas à Universidade. A perspectiva do cuidado ao luto se pauta na integralidade e clínica ampliada, com intervenções psicoeducativas primárias e cuidados secundários, com grupos de apoio.
Conclusões/Considerações
O percurso de implantação do ambulatório é uma força instituinte no serviço-escola de Psicologia quanto à sistemática de cuidado primários e secudários ao luto. Destaca-se o caráter preventivo do AMBLu, alinhado na oferta de ações precoces de apoio ao luto e aos desafios da atenção primária à saúde.
DESIGUALDADES NO USO E ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE: ANÁLISES DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS NO SUS EM ONCOLOGIA
Comunicação Oral Curta
1 FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA
Apresentação/Introdução
Realizar a análise das desigualdades no uso e acesso à atenção oncológica e a atuação da regulação do acesso na melhoria dos fluxos e tempos de espera. Analisa feita através de bancos de dados secundários do SUS como: cadastro de serviços e profissionais (CNES), produção ambulatorial (SIA) e produção hospitalar (SIH).
Objetivos
Analisar a situação de saúde e a síntese de evidências de protocolos de regulação de 4 cânceres prioritários existentes na linha de cuidado e diagnóstico precoce: colo do útero, câncer de mama, câncer de próstata e câncer de colo retal.
Metodologia
Usou-se de abordagem quantitativa para realizar o levantamento e a análise de dados sobre os cânceres de colo do útero, câncer de mama e câncer de colo retal. A base de dados pesquisada são o CNES, a SIA e a SIH, onde a partir do levantamento de variáveis relacionadas aos serviços, profissionais e atendimentos ambulatoriais e hospitalares dos sistemas de informação da produção do SUS, por meio do tabulador Tabnet realizadas, pudemos construir um mapa de indicadores e um banco de dados específico. Notas técnicas do INCA foram utilizadas para orientação da pesquisa. A base de dados é nacional, porém, foi analisado o período dos últimos dez anos, no estado de São Paulo, segundo a RRAS.
Resultados
Para o câncer colorretal não existe protocolo de rastreamento e, analisou- se o número de procedimentos ‘sangue oculto nas fezes’, bem como as diretrizes de recomendação e realização do exame. Para o câncer de mama, analisamos o número de mamografias nas regiões de saúde, bem como número de mamógrafos por mulher. São Paulo possui 4 vezes o número de mamógrafos (4,4 por 240 mil mulheres), porém, uma baixa cobertura de exames (<35% no estado, contra os 70% preconizado pela OMS). Para o câncer de colo de útero, houve queda acentuada e está retornando à cobertura de Papanicolau pré-pandemia. Pela literatura, constatou-se que os procedimentos realizados são em maioria de forma oportunística.
Conclusões/Considerações
A pandemia foi impactante na realização de exames de rastreio, contudo, evidenciou- se através da literatura existente que a falta de diretrizes de rastreio bem definidas de cânceres de alta incidência no país, bem como a desigualdade de acesso impactam também, em diagnósticos precoces e em uma melhor resposta aos tratamentos. Há necessidade de melhora da interface dos instrumentos de avaliação de dados, como o Tabnet e o SISCAN/ SISCOLO.
DO CUIDADO E DO LABOR - DESAFIOS DA MATERNAGEM NO COTIDIANO DE TRABALHADORES DA SAÚDE NO SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 Universidade da Região de Joinville - Univille
2 Secretaria de Saúde de Joinville
Período de Realização
A experiência ocorreu no período entre 12 de março e 09 de abril de 2025.
Objeto da experiência
Realização de Grupos Focais com os trabalhadores do SUS da Atenção Primária à Saúde, de modo a identificar desafios enfrentados na maternagem.
Objetivos
Compreender as fragilidades e necessidades dos trabalhadores do SUS, promovendo escuta qualificada que contribua para o aprimoramento e suporte das ações de acolhimento, alinhadas aos princípios de equidade, inclusão e valorização no contexto da saúde e da maternagem.
Descrição da experiência
Mediante agendamento com as equipes foram realizados grupos focais com trabalhadores na UBSF Jardim Sofia, UBSF João Costa e UBS Prisional. As atividades foram conduzidas por estudantes do
Grupo de Trabalho e Aprendizagem Cinco, do PET Saúde-Equidade da Univille, sob supervisão de tutores e preceptores, promovendo escuta, discussão e instrumentalização sobre maternidade, maternagem e condições de trabalho no SUS relacionadas ao tema.
Resultados
Participaram dos grupos focais 26 trabalhadores (médicos, enfermeiros, técnicos, dentistas e ACS), que assentiram a participação mediante assinatura do TCLE. São evidenciadas nas falas situações que necessitam de ações concretas como, incompatibilidade entre direitos garantidos no Estatuto do Servidor e realidade, obstáculos à efetivação dos direitos e ausência de capacitação adequada para os gestores, que geram vulnerabilidades e impedem o exercício pleno por parte dos trabalhadores.
Aprendizado e análise crítica
A experiência proporcionou um importante exercício de reflexão aos estudantes, e oportunizou aos trabalhadores um espaço de compartilhamento. Por meio desta experiência os alunos puderam vivenciar na prática o uso e aprimoramento das habilidades de comunicação, empatia e escuta qualificada. Desenvolver essas habilidades de comunicação faz-se necessário e fundamental para a formação de profissionais capazes de gerenciar uma equipe de maneira humanizada.
Conclusões e/ou Recomendações
É possível afirmar que experiências como esta, além de auxiliar na construção profissional, servirão como insumo para a elaboração de formações subsequentes com trabalhadores e gestores, além de gerar maior compreensão acerca dos tópicos trabalhados no PET Saúde Equidade, permitindo compreender a relação entre trabalho e maternagem no SUS e assegurar direitos de cada indivíduo.
ESTRATÉGIAS PARA ALÍVIO DA DOR NA INSERÇÃO DE DIU DE COBRE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE DE CALDAS NOVAS-GO
Comunicação Oral Curta
1 UFCAT
2 Faculdade Integrada da América do Sul (INTEGRA)
Período de Realização
A experiência ocorreu em 01/04/24 a 31/12/2024 no município de Caldas Novas.
Objeto da experiência
Esse relato tem como objeto, apresentar as experiências bem-sucedidas sobre a inserção de DIU de cobre na APS com uso de anestesia local e injetável.
Objetivos
Incentivar demais profissionais (médicos e/ou enfermeiros) a aderir a aplicação de anestésicos tópicos e locais no colo uterino, durante a inserção de DIU de cobre no SUS, a fim de, minimizar a dor da mulher.
Descrição da experiência
A experiência consiste em orientar a mulher a tomar 01 comprimido de anti-inflamatório uma hora antes da inserção. Realizar acolhimento humanizado, a fim de tranquilizá-la. Durante o procedimento, antes de pinçar o colo uterino, aplicar um anestésico tópico na cérvix e após infiltrar lindocaína 2% na mucosa do colo para minimizar a dor. Após o procedimento, a mulher é orientada a tomar antiinflamatórios e antiespasmódicos até três dias após a inserção para prevenir a expulsão do DIU.
Resultados
Durante o período mencionado, foram inseridos, aproximadamente, 95 DIUs de cobre por mim na APS e desse quantitativo, apenas 6 mulheres, relataram sentir dor leve a moderada durante o pinçamento do colo anestesiado e 89 não relataram dor. Apesar da anestesia na cérvix não influenciar na sensibilidade no fundo uterino, o resultado foi satisfatório em comparação ao cenário anterior, visto que nenhuma mulher apresentou dores intensas e efeitos vasovagais após a conclusão do procedimento.
Aprendizado e análise crítica
A motivação para realizar o aperfeiçoamento em inserção de DIU com anestésicos, foi em decorrências das experiências vividas, enquanto auxiliava o médico, pois durante o procedimento, percebia a fisionomia de dor e respostas vasovagais durante e após inserção, principalmente, quando o profissional pinçava o colo com a pinça Pozzi. Portanto, o cenário mudou, positivamente, após a implementação de analgesias associadas com acolhimento humanizado e respeitoso.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência vivenciada por mim, está em conformidade com os estudos mais recentes sobre a temática que proporcionou maior satisfação das clientes que encorajaram outras mulheres na adesão ao método contraceptivo eficaz e livre de hormônios. Por fim, esse relato busca encorajar outros profissionais a se aperfeiçoarem, a fim de, oferecerem uma assistência humanizada a saúde da mulher em idade reprodutiva.
FÓRUM INTERNACIONAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO PILAR DE JUSTIÇA SOCIAL: RELATO DA EXPERIÊNCIA DE REALIZAÇÃO DO EVENTO EM PRAIA - CABO VERDE
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Goiás
2 Universidade Cabo Verde
Período de Realização
27 a 29 de janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Evento de integração acadêmica e científica de caráter interdisciplinar para estudantes e profissionais da saúde de países Ibero-americanos e Africanos lusófonos.
Objetivos
Promover a integração, troca de conhecimentos e de experiências bem-sucedidas, com ênfase na Atenção Primária à Saúde, debates sobre cooperação internacional em saúde, trabalho do enfermeiro na Atenção Primária e fomentar práticas que promovam a equidade e a justiça social na saúde.
Metodologia
A experiência resultou do trabalho colaborativo entre as instituições promotoras: Universidade Federal de Goiás, Universidade de Cabo Verde, Universidade Nacional da Colômbia, Universidade Nacional do México, Instituto de Ciências e Saúde de Maputo, Universidade Lúrio, Universidade Peruana Cayetano Heredia, Escola Nacional de Saúde Pública e Universidade da República do Uruguai. O evento híbrido, com três dias de duração, contou com palestras e seminários sobre temas transversais em saúde.
Resultados
O evento contou com a participação de 354 pessoas,163 presencialmente. Entre os participantes estavam profissionais da saúde, pesquisadores, professores e estudantes de instituições de diversos países. O evento foi transmitido de forma pública e gratuita no canal do YouTube da Universidade de Cabo Verde, possibilitando a ampliação da audiência, com aproximadamente 3.500 visualizações simultâneas durante a transmissão ao vivo, evidenciando a expressiva demanda por discussões críticas sobre as temáticas.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que, apesar das diferenças entre os sistemas de saúde do Brasil e de Cabo Verde como cobertura, financiamento e organização, desafios comuns emergem, como a escassez de profissionais e as iniquidades no acesso. A interculturalidade, longe de ser barreira, fortaleceu o intercâmbio de saberes e a construção coletiva de soluções. A imersão na cultura local revelou-se resistência ao colonialismo e valorizou o saber popular no cuidado em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O fórum constituiu-se como um espaço privilegiado de troca de experiências exitosas, na busca por uma saúde global equânime e justa, e de fortalecimento da cooperação sul-sul. Possibilitou o encontro de diferentes saberes e fomentou debates críticos sobre as realidades locais de saúde. Diante das sugestões e desafios identificados, destaca-se a necessidade de ampliar o debate e envolver mais categorias profissionais e fortalecer a participação.
II SIMPÓSIO DE SAÚDE COLETIVA: “A TERRA DÁ, A TERRA QUER”: O PAPEL DO SUS E DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA GESTÃO DE RISCOS E DESASTRES, NO DIREITO À TERRA E À MORADIA
Comunicação Oral Curta
1 FCL - UNESP/ASSIS
Período de Realização
O Simpósio foi realizado nos dias 08, 09 e 10 de outubro de 2024 e idealizado de janeiro a outubro.
Objeto da experiência
A discussão que debateu o papel do SUS e das políticas públicas na gestão de riscos e desastres, no direito à terra e à moradia.
Objetivos
Promover a integração entre estudantes, integrantes de movimentos sociais, trabalhadores e pesquisadores das áreas de Saúde Coletiva e Políticas Públicas, para promover debates sobre temas como desastres ambientais, racismo e transfobia ambiental, condições de moradia e garantia do direito à terra.
Descrição da experiência
A construção foi iniciada em meados de janeiro, e definido dia e horário para reunião geral da comissão organizadora, composta por 21 pessoas, para a estruturação do cronograma, discussão entre os integrantes da temática escolhida, e divisão de funções. Ademais, durante as reuniões havia o estudo crítico, exaustivo e acerca das condições e lutas pelo direito à terra e a moradia, dos efeitos dos desastres ambientais causados pela ação humana, pelo racismo e transfobia ambiental.
Resultados
O evento contou com mesas, minicursos, atividades culturais e apresentações de trabalhos, discutindo a temática geral do evento. O tema geral do evento foi inspirado no livro “A terra dá, a terra quer” de Nêgo Bispo. Assim, foi amplamente debatido os impactos do capitalismo e das ações humanas no meio ambiente e a importância dos movimentos sociais para a efetivação de direitos, criação de políticas públicas que visem grupos vulnerabilizados, na defesa da terra e do direito à moradia digna.
Aprendizado e análise crítica
O evento trouxe a problematização do capitalismo enquanto produtor da exploração do meio ambiente e dos trabalhadores, entendendo o papel fundamental do SUS na prevenção e gestão dos impactos, além do fazer de políticas públicas que possam mitigar os riscos e possíveis efeitos desses acontecimentos. Ademais, contou com a discussão da importância dos movimentos sociais frente ao fazer de políticas públicas e o pensar outros mundos possíveis, a partir do compartilhamento e confluência.
Conclusões e/ou Recomendações
Houve entraves no que diz respeito ao financiamento, sobretudo de pessoas advindas de movimentos sociais, devido a Universidade e agências de fomento financiarem quase que exclusivamente pessoas acadêmicas, ou ainda para que houvesse tal financiamento precisou de um amplo convencimento de professores dentro de um dos Departamentos, corroborando, em momentos, com a colonialidade do saber e o afastamento da Universidade com a comunidade.
IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO (PNCT) NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA VIA PARCERIA DA UNIFENAS-BH E A SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Professor Edson Antônio Velano – UNIFENAS
2 Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
Período de Realização
Set/2024 a jun/2025 no Centro de Estudos e Atenção à Saúde da Comunidade Prof. Edson A. Velano
Objeto da experiência
Estudantes de Medicina desenvolveram atividade de extensão universitária com base no PNCT, com apoio clínico, pedagógico e logístico da SMSA-BH.
Objetivos
Relatar a experiência de extensão que integrou universidade e SMSA-BH na aplicação do PNCT em atenção secundária, promovendo cuidado a tabagistas, qualificação discente e ações educativas voltadas à cessação e à saúde coletiva.
Descrição da experiência
Dois ciclos de extensão envolveram 48 discentes. Após triagem na APS, 29 tabagistas iniciaram seguimento no serviço secundário. Subgrupos conduziram acolhimento clínico, prescrição terapêutica e sessões em grupo com temas educativos. A SMSA participou da formação, forneceu insumos e apoio multiprofissional. Foram produzidas 13 postagens voltadas ao público leigo, com média de 500 visualizações cada.
Resultados
Turma 2024/2: 12 iniciaram, 9 permaneceram, 8 cessaram após 3 meses. Turma 2025/1: 17 iniciaram, 13 permaneceram, 8 cessaram. No total, 29 iniciaram, 22 permaneceram (76 %) e 16 cessaram (55 %). Outros 9 reduziram consumo para menos de 5 cigarros/dia. Os pacientes relataram melhora no sono, paladar e autoestima enquanto os acadêmicos ampliaram competências clínicas. A SMSA constatou alta satisfação entre os usuários acompanhados.
Aprendizado e análise crítica
A extensão universitária, apoiada pela SMSA, demonstrou-se uma estratégia potente no enfrentamento do tabagismo no SUS. A presença técnica fortaleceu vínculos e favoreceu a adesão dos usuários. Por outro lado, a rotatividade discente exigiu planejamento rigoroso e continuidade pedagógica. O uso de mídias digitais ampliou o impacto comunitário, embora exija curadoria ética. A proposta mostrou aplicabilidade, baixo custo e potencial de replicação.
Conclusões e/ou Recomendações
Com 55 % de cessação e 31 % de redução relevante do consumo, a experiência demonstrou eficácia no cuidado ao tabagista, promoveu alta satisfação dos usuários e capacitou 48 estudantes em escuta qualificada, prescrição e ações educativas. Recomenda-se fortalecer e ampliar a cooperação entre universidade e SMSA, garantir acesso contínuo à farmacoterapia, integrar dados aos sistemas municipais e expandir o modelo a outros territórios.
MENOS DOR, MAIS AMOR: A REVOLUÇÃO DA MAMANALGESIA NAS SALAS DE VACINA DE SÃO JOSÉ-SC
Comunicação Oral Curta
1 UFSC/Prefeitura Municipal de São José-SC
2 Prefeitura Municipal de São José-SC
Período de Realização
Novembro/2021-Atual
Objeto da experiência
Implantação da prática da mamanalgesia como estratégia de humanização e alívio da dor durante a vacinação infantil.
Objetivos
Ofertar a prática da mamanalgesia nas Unidades Básicas de Saúde de São José Qualificar as equipes de saúde para a oferta da mamanalgesia; Promover a humanização nas salas de vacina; Melhorar a adesão ao calendário vacinal.
Descrição da experiência
Em resposta à solicitação de uma mãe josefense, o Núcleo de Educação Permanente em Saúde e a Responsabilidade Técnica de Enfermagem de São José promoveram, em 2021, um workshop online sobre mamanalgesia, técnica de alívio da dor por meio do aleitamento durante a vacinação. O evento formou uma equipe multiplicadora. Em 2023, no Agosto Dourado, foi realizado novo workshop com 42 profissionais da Atenção Primária, ampliando a prática nas salas de vacina do município.
Resultados
Antes dos workshops, 52,8% dos vacinadores conheciam a mamanalgesia, mas apenas 27,8% a aplicavam, devido à insegurança. Após os treinamentos, um inquérito telefônico apontou que 20 das 25 Unidades Básicas de Saúde de São José passaram a ofertar a técnica. O município destaca-se como pioneiro na adoção da mamanalgesia, alinhada às diretrizes do SUS, fortalecendo a humanização no cuidado de enfermagem à mãe e à criança.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidencia o impacto da educação permanente em saúde na superação de barreiras profissionais, promovendo a adoção da mamanalgesia como prática humanizada na vacinação infantil. A ação fortalece as diretrizes do SUS e destaca São José como referência. É importante destacar a necessidade de ampliar a formação para alcançar 100% das unidades e consolidar a técnica na rotina dos serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se ampliar as capacitações para alcançar todas as UBS, incluir a mamanalgesia nos protocolos locais e manter o monitoramento contínuo da prática. É essencial sensibilizar gestores e incluir o tema na formação dos profissionais de saúde, fortalecendo, com carinho e cuidado, uma cultura de humanização que acolha mãe e bebê nos momentos de maior vulnerabilidade.
NOVAS ABORDAGENS DE CUIDADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A FOTOGRAFIA COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA COMPLEMENTAR AO PRÉ-NATAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UFVJM
Período de Realização
06 de Janeiro à 31 de Maio de 2025
Objeto da experiência
Relatar sobre o uso da fotografia como ferramenta terapêutica complementar à assistência das gestantes no pré-natal na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Relatar como a utilização da fotografia pode valorizar a autoestima das gestantes e funcionar como uma estratégia terapêutica complementar no pré-natal, além de fortalecer o vínculo entre a equipe de saúde e as gestantes, favorecendo o desenvolvimento do autocuidado.
Metodologia
O projeto de extensão intitulado “Gestante em Foco: o resgate da autoestima”, utiliza a fotografia como uma nova abordagem de cuidado no pré-natal. Os ensaios fotográficos são conduzidos por estudantes da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em parceria com as Estratégias Saúde da Família de Diamantina e região. A atividade estimula o autocuidado e valoriza as gestantes como protagonistas de sua própria saúde.
Resultados
Houve aumento da adesão das gestantes às atividades do pré-natal, melhora perceptível na autoestima e maior vínculo com as equipes de saúde. Os pais também são convidados a participar dos ensaios fotográficos, proporcionando um espaço de união e celebração da maternidade e paternidade. As gestantes relataram sentimento de valorização e pertencimento. A ação também contribuiu para ampliar o alcance das orientações em saúde e a participação ativa das usuárias nos grupos e nas consultas.
Análise Crítica
Os ensaios fotográficos não são apenas sobre fotos, mas sobre memórias, sobre enxergar-se de uma forma única e sentir-se parte de algo significativo. Além desse impacto pessoal, os encontros são espaços ricos de trocas. Entre sorrisos e conversas, nascem aprendizados, apoio mútuo e novas perspectivas. Como desafios, destacaram-se a necessidade de maior engajamento das equipes de saúde da família e condições estruturais mínimas para viabilizar a ação.
Conclusões e/ou Recomendações
A fotografia se consolidou como uma abordagem fundamental no pré-natal, contribuindo para humanizar a atenção e ampliar o acolhimento na Atenção Primária à Saúde. Recomenda-se sua incorporação como prática regular, por seu potencial de fortalecer vínculos, promover autoestima e engajar as gestantes no autocuidado.
VARIAÇÕES REGIONAIS NA MORTALIDADE POR DENGUE NO BRASIL: DADOS DE 2019 A 2023
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Santo Amaro - UNISA
Apresentação/Introdução
A mortalidade por dengue representa um indicador epidemiológico crítico e reflete a severidade da doença, a capacidade de resposta dos sistemas de saúde e a eficácia das estratégias de vigilância e controle. No cenário brasileiro, a persistência de surtos e epidemias tem resultado em um número significativo de óbitos, demandando análises aprofundadas sobre seus determinantes.
Objetivos
Identificar e analisar o número de óbitos por dengue segundo as regiões brasileiras no período de 2019 a 2023.
Metodologia
Estudo transversal que analisou a mortalidade por dengue no Brasil (2019-2023), utilizando dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Foram coletados óbitos por dengue, estratificados por região, ano, sexo, faixa etária, raça/cor e escolaridade. A normalidade dos dados foi testada por Shapiro-Wilk. A análise não paramétrica incluiu o teste de Kruskal-Wallis para comparação de medianas e regressão binomial negativa para modelagem da contagem de óbitos, considerando sua dispersão. O nível de confiança foi de 95% (p < 0,05).
Resultados
Foram registrados 2.766 óbitos por dengue nos últimos cinco anos, sendo 88,7% concentrados nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A mortalidade foi significativamente menor no Norte (exp(B) = 0,125; p < 0,001) e no Nordeste (exp(B) = 0,378; p = 0,004), em relação ao Centro-Oeste. O Sudeste apresentou maior número esperado de óbitos (exp(B) = 1,958; p = 0,043), enquanto o Sul não mostrou diferença estatisticamente significativa (p = 0,928). Homens de 25 a 34 anos, brancos, pretos e com mais de 7 anos de estudo tiveram razão de contagem duas vezes maior no Sudeste.
Conclusões/Considerações
Os achados indicam que a mortalidade por dengue apresenta associação significativa com a região de residência, mesmo após ajuste por variáveis sociodemográficas. Observou-se maior risco de óbito nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Tais resultados reforçam a existência de desigualdades geográficas na carga da dengue no Brasil, evidenciando a necessidade de estratégias regionais mais direcionadas para vigilância, prevenção e controle da doença.
PADRONIZAÇÃO DA PRODUÇÃO ACADÊMICO-CIENTÍFICA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ): ESTRATÉGIAS PARA ELABORAÇÃO DO MANUAL INSTITUCIONAL
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz
Período de Realização
O processo de elaboração do Manual de normalização teve início em 2018 e foi concluído em 2025.
Objeto da produção
‘Manual de normalização dos trabalhos acadêmicos da Fundação Oswaldo Cruz: formato tradicional’
Objetivos
Apresentar o Manual de normalização da produção acadêmico-científica da Fiocruz, voltado à promoção da visibilidade, ao fortalecimento da identidade institucional e à facilitação da recuperação da informação científica em saúde produzida pela Fundação.
Descrição da produção
Foi formado Grupo de Trabalho (GT) pela Portaria Fiocruz 5654/2020. A pesquisa para elaboração do Manual se baseou em fontes documentais oficiais e definição de temas-chave. Especialistas contribuíram na redação dos tópicos. Os textos foram revisados e aprovados em consenso pelo GT, em processo colaborativo, com posterior revisão técnica, avaliação de bibliotecários da Fiocruz e consulta pública interna. O material passou por diagramação e normalização e, em seguida, foi publicado e divulgado.
Resultados
O Manual, baseado nas normas técnicas brasileiras de documentação e informação e norteado pelas demandas institucionais, reúne: v. 1 - Redação e estilo, Regras gerais de apresentação, Capa, Lombada, Elementos pré-textuais e textuais; v. 2 - Referências, Glossário, Apêndice, Anexo, Índice, Citações e Notas; e v. 3 - textos sobre Integridade em pesquisa, Direito autoral e plágio, Comitê de Ética em Pesquisa, Dados de pesquisa, Arca Dados, Repositório Arca e Projeto de pesquisa para qualificação.
Análise crítica e impactos da produção
O Manual auxiliará os discentes dos cursos de doutorado, mestrado e especialização da Fiocruz ao longo de sua formação e, especialmente, na elaboração de seus trabalhos acadêmicos de conclusão de curso. Espera-se que sua utilização contribua para a coesão e a qualidade nas produções científicas e para ampliação da visibilidade dos autores e da instituição nos sistemas de recuperação da informação, como também possa servir de inspiração para outras instituições de ensino e pesquisa no país.
Considerações finais
O Manual foi criado pelo GT Normalização da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, composto por bibliotecários, pesquisadores/docentes e profissionais de diferentes áreas e Unidades da Fiocruz, buscando representatividade, diálogo, debate e colaboração. O resultado do trabalho culminou na publicação de um Manual robusto e didático que reflete o compromisso da Fiocruz com a qualidade, a ética e a padronização da produção acadêmico-científica.
Realização: