
Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.24 - Educação e saúde: Cuidado, Prevenção e Transformação Social
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
EDUCAR PARA SALVAR: PRIMEIROS SOCORROS COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO NAS ESCOLAS
Comunicação Oral Curta
1 UESB
Período de Realização
A ação extensionista ocorreu no período de junho de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Relatar a vivência de discentes de medicina no ensino de primeiros socorros para crianças em escolas periféricas de uma cidade no interior da Bahia.
Objetivos
Promover o ensino de noções básicas de primeiros socorros aplicáveis à situações cotidianas nas escolas;
Capacitar estudantes e funcionários de escolas públicas para reconhecimento de riscos e atuação preventiva em situações de emergência no ambiente escolar.
Metodologia
Este relato descreve a participação de discentes do curso de medicina da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) no projeto de extensão “Primeiros socorros nas escolas: educar para salvar”, realizado com estudantes e funcionários de três escolas de um município da Bahia. Ocorreram quatro encontros quinzenais por escola, abordando os temas: como acionar o SAMU 192, manobras de desengasgo e ressuscitação cardiopulmonar, através de treinamento teórico-prático envolvendo os participantes.
Resultados
O projeto obteve êxito ao sensibilizar sobre a relevância dos primeiros socorros e promover autonomia em situações de emergência. Das 289 pessoas treinadas, observou-se aumento de 9,5% na taxa de acerto após o treinamento, evidenciando assimilação das oficinas teórico-práticas e maior segurança para lidar com cenários semelhantes. O uso de cartilhas e redes sociais ampliou o alcance. Para os discentes, destacou-se a importância da educação em saúde e o aprimoramento da empatia e comunicação.
Análise Crítica
O projeto capacitou alunos e funcionários das instituições escolares a atuarem de forma rápida e eficaz diante de emergências como engasgo e parada cardiorrespiratória. O aprendizado ocorreu de forma dinâmica, com exemplos do cotidiano e atividades práticas, promovendo a participação das turmas e a consolidação do conteúdo teórico. As oficinas permitiram a disseminação do conhecimento em primeiros socorros também na sociedade em geral.
Conclusões e/ou Recomendações
Ensinar primeiros socorros em escolas é essencial por serem locais propensos a acidentes. Neste sentido, a capacitação teórico-prática de estudantes e funcionários preenche a lacuna na formação profissional, melhora a resposta a emergências e aumenta a sobrevida das vítimas. Além disso, o projeto de extensão contribui para a formação médica e fortalece o vínculo entre estudante e comunidade, promovendo a multiplicação dos saberes em saúde.
EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 NOS PROCESSOS DE TRABALHO EM SAÚDE BUCAL: A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVAS NA PROMOÇÃO DA SAÚDE DOS PROFISSIONAIS
Comunicação Oral Curta
1 Prefeitura Municipal de Contagem
2 Universidade Federal de Ouro Preto
Período de Realização
A experiência relatada neste trabalho foi realizada entre julho e dezembro de 2023.
Objeto da experiência
Trata-se de estudo qualitativo sobre efeitos da pandemia de COVID-19 nos processos de trabalho em Saúde Bucal, em Contagem, Minas Gerais.
Objetivos
Conhecer as percepções dos diferentes olhares dos atores envolvidos na atenção primária em Saúde Bucal em um Distrito Sanitário, sobre efeitos da pandemia de COVID-19 nos processos de trabalho e na integralidade do cuidado.
Descrição da experiência
Durante o trajeto do mestrado profissional pelo PROFSAUDE/ABRASCO/FIOCRUZ, foi realizado um grupo focal composto de profissionais, gestores, usuários e membros do controle social, atuantes na Atenção Primária à Saúde Bucal. As análises, com auxílio do Iramutec®, acerca dos efeitos da pandemia nos processos de trabalho, apresentaram resultados que promoveram perspectivas educativas para inspirar melhorias nos processos de trabalho na APS municipal, e para os profissionais de saúde.
Resultados
Foram observados efeitos importantes da pandemia que afetaram os profissionais de saúde, abrangendo o medo da infecção pelo SARS-CoV-2, a falta de confiança nos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e nos procedimentos de biossegurança, para a prevenção da COVID-19 no ambiente de trabalho. Foi elaborado e apresentado à gestão, como Produto Técnico/Técnológico, material didático direcionado aos profissionais, abordando a importância da biossegurança e do autocuidado profissional.
Aprendizado e análise crítica
O material didático estimulou reflexões sobre a relevância de ações educativas na promoção da saúde dos trabalhadores, bem como a importância do desenvolvimento de protocolos e educação permanente dos profissionais. A construção dialógica e horizontal do conhecimento estimula a troca de saberes entre pares. A combinação entre conhecimentos pré-existentes e novas estratégias é importante na motivação dos profissionais de saúde Bucal em relação à proteção individual e práticas de biossegurança.
Conclusões e/ou Recomendações
O material didático pode ser utilizado em calibrações importantes na rede de atenção à saúde bucal do município. Nesse sentido, estimular discussões sobre atualizações de diretrizes de biossegurança, enfocando o autocuidado, com o uso de metodologias ativas como rodas de conversa com profissionais, promove construções horizontais e autônomas e fortalece as práticas em equipe, valorizando a integridade da saúde dos profissionais.
EDUCAR E CUIDAR PARA O SUPORTE AO LUTO E PREVENÇÃO DO SUICÍDIO EM DIÁLOGOS ABERTOS
Comunicação Oral Curta
1 UFSC
Período de Realização
2017 a 2025
Objeto da experiência
Programa de suporte ao luto e prevenção do suicidio na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Objetivos
Este relato tem como objetivo descrever as ações do programa de suporte ao luto e prevenção do suicídio e seus desafios.
Metodologia
Este programa pauta-se pela metodologia da pesquisa-ação e foi implantado após a morte por suicídio do reitor da UFSC. Foram desenvolvidos três projetos de extensão associados ao programa citado. O primeiro (2017 a 2019) atuou com sobreviventes enlutados da comunidade universitária, como foco na posvenção; o segundo (2020 - 2022) atingiu enlutados da pandemia da Covid-19 e o terceiro (2023- 2025) implementou práticas com grupos de enlutados diversos, atendendo crianças, adolescentes e adultos.
Resultados
Em todos os projetos de extensão foram realizadas ações de acolhimento indiviudal, plantão psicológico, psicoeducação ao luto e suicídio, grupos reflexivos de apoio aos lutos diversos, incluindo perdas por suicido; palestras, rodas de conversas, oficinas com discentes, docentes e servidores técnicos e pessoas externas à UFSC. Produziu-se material educativo para docentes e discentes sobre perdas e luto e sobre prevenção e posvenção . Foram atendidas mais de 1000 pessoas diretas em 7 anos do programa.
Análise Crítica
O desafio deste programa foi integrar a educação e o cuidado para o luto aos processos clínicos de atendimento a pessoas enlutadas mediante práticas de ensino, em estágios e extensão do curso de de Psicologia, bem como disciplinas Psicologia do Luto e Luto e Saúde Mental, ministradas na graduação e pós-graduação, respectivamente. As dificuldades principais foram a realização dos grupos reflexivos de apoio ao luto online, envolvendo pessoas enlutadas oriundas de vários estados brasileiros.
Conclusões e/ou Recomendações
Ao longo 7 anos de experiência foi possível estabelecer parcerias institucionais com setores da universidade, como também com profissionais de hospitais da grande Florianópolis. Este programa contribui com a implantação da Política Intersetorial Permanente de Saúde Mental, Atenção Psicossocial e Promoção da Saúde da UFSC, especialmente em situações de crise e urgência no espectro das perdas e do comportamento suicida.
JORNADA UNIVERSITARIA DA SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 USP
Período de Realização
O planejamento da ação e aplicação ocorreu de 01/04 a 07/09 de 2024.
Objeto da experiência
A JUS é uma extensão da USP que foca na promoção e educação em saúde e trabalho interprofissional com a população do município do interior de SP.
Objetivos
Em 2024, a JUS promoveu ações de saúde integrando estudantes, fortalecendo vínculos no território do município de João Ramalho (JR) e potencializando multiplicadores visando a educação emancipatória. As atividades abordaram demandas locais, tendo efeitos na formação profissional e no território.
Descrição da experiência
A JUS, no seu segundo ano em JR, contou com 16 coordenadores e 75 participantes (discentes USP). Atividades foram planejadas semanalmente por 6 grupos populacionais (Visita Domiciliar, Social, Serviços de Saúde, Escola, Adolescentes, Crianças), enfatizando a interprofissionalidade e demandas locais e específicas de cada grupo. Foco na promoção/educação em saúde em serviços e locais públicos. Cada grupo teve objetivos específicos de atuação e os participantes receberam treinamentos preparatórios.
Resultados
A imersão teve efeitos positivos na comunidade e na formação dos participantes. As atividades, majoritariamente bem-sucedidas, promoveram reflexão sobre saúde mental, bem-estar profissional, integração social e mapeamento de demandas. O engajamento comunitário foi alto. Apesar das dificuldades, a experiência foi enriquecedora para os participantes, fortalecendo a compreensão da realidade local e a aplicação prática.
Aprendizado e análise crítica
Em 2024 reforçou a necessidade de flexibilidade e resiliência dos participantes frente a imprevistos, pois foi necessário adaptação das atividades aos grupos populacionais, já que cada grupo precisa ter as suas características levadas em consideração para que haja um real engajamento. Além disso, frente ao grande desafio de construir atividades lúdicas e que possuem objetivo, foi notado que o entendimento total da população sobre o projeto e seus objetivos foi alcançado parcialmente.
Conclusões e/ou Recomendações
A JUS em JR cumpriu seus objetivos principais, fortalecendo vínculos comunitários e estimulando a participação local. Também foi possível ver a importância do trabalho interprofissional para a promoção/educação em saúde. No entanto, evidenciou-se a necessidade de melhorar a comunicação do objetivo central da JUS para a população. Em 2024, comprovou a JUS como modelo extensionista essencial para formação crítica e transformação social
O CURSO INTRODUTÓRIO COMO CATALISADOR DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ESTADUAL DE GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO NA SAÚDE (PEGTES) EM MINAS GERAIS
Comunicação Oral Curta
1 ESP-MG
Período de Realização
O curso teve início em maio de 2025 e irá se estender em atividades até o mês de novembro.
Objeto da experiência
Trata-se de curso em formato híbrido, abrangendo 1 encontro presencial de 12 horas e 3 remotos de 3, 3 e 2 horas, respectivamente, somando 20 horas.
Objetivos
O objetivo da formação é propiciar momentos de discussão e reflexão sobre a gestão do trabalho e educação na saúde junto às referências técnicas de gestão das Unidades Regionais de Saúde (URS) da SES/MG, atuando como importante etapa para a implementação do PEGTES no estado.
Descrição da experiência
A etapa presencial abordou o tema da gestão do trabalho e seus impactos no SUS, bem como a educação permanente em saúde (EPS) como política de desenvolvimento do trabalho. Os temas foram explorados a partir de palestras, debates e grupos de trabalho, guiados pelos pressupostos político-metodológicos da EPS. As etapas remotas abordarão experiências de CIES regional, desafios relativos ao planejamento da força de trabalho e a saúde do trabalhador da saúde.
Resultados
A 1ª etapa da formação teve adesão de 81 trabalhadores, sendo 66 participantes de todas as 28 URS e 15 do Nível Central da SES/MG, todos afetos à área de gestão do trabalho e educação na saúde. A maior parte são estatutários (73%), com especialização (58%) e declaram-se brancos (57%) e pardos (37%). A formação envolveu a discussão de casos aplicados e análise de dados dos territórios disponibilizados pelo Centro Nacional de Informações do Trabalho em Saúde (CENITS).
Aprendizado e análise crítica
O curso apresenta-se como oportunidade de qualificação, mobilização e alinhamento dos atores responsáveis pela execução do PEGTES, fortalecendo a agenda interfederativa da gestão do trabalho e educação na saúde no estado. Também reforça o papel da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) como multiplicadora de uma cultura de formação e de gestão do trabalho no SUS fundada na EPS. Representa, enfim, uma contribuição para construção de planos de ação que efetivem o PEGTES nos territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
Para o sucesso da iniciativa, é desejável que, nas etapas seguintes do processo formativo, a participação dos mesmos atores que iniciaram a formação permaneça, de modo ativo e interessado. É importante pensar estratégias de acompanhamento das ações nos territórios, além de dar suporte à instituição das CIES Regionais. Ao final da formação, a avaliação dos participantes será fundamental para o aprimoramento da proposta em edições futuras.
EDUCAÇÃO PARA A MORTE NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES SOB A ÓTICA DE UM DIÁRIO DE CAMPO
Comunicação Oral Curta
1 UNICESUMAR
Período de Realização
Outubro e novembro de 2024 em uma instituição de ensino superior da cidade de Maringá-PR.
Objeto da experiência
Relato de vivências sobre educação para a morte com discentes da saúde registradas em diário de campo.
Objetivos
Refletir sobre as vivências e emoções suscitadas em estudantes de Psicologia, Medicina e Enfermagem diante do tema da morte, utilizando o diário de campo como instrumento de análise das reações emocionais e do discurso
Descrição da experiência
A pesquisa promoveu três encontros com 13 discentes de cursos da área da saúde, nos quais se discutiu a temática da morte por meio de rodas de conversa e análise de fotografias simbólicas produzidas pelos próprios acadêmicos. O diário de campo da pesquisa registrou falas, expressões corporais, emoções e reflexões emergidas, revelando diferentes modos de enfrentamento da morte na vida pessoal e na formação em saúde, bem como os silêncios que cercam o tema no cotidiano acadêmico.
Resultados
O diário de campo revelou sentimentos de angústia, ansiedade, frustração, insegurança e impotência diante da morte. Observou-se que as fotografias capturadas e os discursos, promoveram reflexões sobre as vivências da morte e do morrer no cenário profissional. As reações emocionais e corporais indicaram também despreparo, desestabilização e mobilização frente à falta da temática durante a graduação.
Aprendizado e análise crítica
Os resultados mostraram que o silêncio comunica e o corpo fala, mesmo em espaços destinados à fala. Identificou-se uma contradição no processo de formação, em que se exige um cuidado humanizado, mas a expressão das emoções deve ser contida, considerada inadequada ao exercício profissional. Notou-se a necessidade de repensar as práticas de ensino para além da técnica, a fim de que o cuidado com os discentes também seja valorizado e silêncios sejam rompidos frente a temática da morte e do morrer.
Conclusões e/ou Recomendações
Com o diário de campo, compreende-se a angústia que envolve o tema da morte, já que raramente é abordado nos cursos de graduação. A vivência revela que o tema desestabiliza, mas também humaniza. Fica evidente que a educação para a morte deve ocupar um lugar legítimo na formação em saúde, pois cuidar da vida é também lidar com a presença da morte. Recomenda-se incluir práticas curriculares que preparem os discentes para enfrentarem o morrer.
PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PRÉ-NATAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal da Bahia
Período de Realização
Início no ano de 2018 e com vigência até os dias atuais.
Objeto da experiência
Desenvolver atividades educativas com gestantes usuárias de serviços do SUS no município de Salvador (BA).
Objetivos
Relatar experiências de práticas de educação em saúde desenvolvidas com gestantes usuárias do SUS durante o pré-natal.
Metodologia
O projeto de extensão “Aplicando boas práticas no cuidado às mulheres e preparando-as para o parto” da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia desenvolve atividades de educação em saúde com gestantes em Unidades do SUS na cidade de Salvador-BA. Essa experiência conta com a participação de estudantes de Enfermagem, tutora, professora orientadora e profissionais dos serviços, que em articulação buscam identificar temas relevantes para serem abordados no ciclo gravídico-puerperal.
Resultados
Tendo como público-alvo as gestantes e os seus acompanhantes, os encontros ocorrem quinzenalmente e buscam abordar temas de relevância no âmbito do ciclo gravídico-puerperal. Para isso, a atividade é dividida em três momentos: o acolhimento e o relaxamento dos participantes; o momento da roda de conversa, em que se utilizam metodologias ativas para favorecer a participação, a troca de saberes e o compartilhamento do conhecimento científico; e, por fim, a avaliação do respectivo encontro.
Análise Crítica
Desenvolver ações educativas com gestantes é fundamental para promover o autocuidado no período gravídico-puerperal. Quando estruturadas, tais práticas podem favorecer a autoconfiança, além de reduzir o medo e a ansiedade, melhorar a experiência da gestante e colaborar para desfechos materno-neonatais mais favoráveis. Ademais, essas atividades contribuem substancialmente para que as discentes envolvidas possam desenvolver habilidades e competências cruciais para a futura atuação profissional.
Conclusões e/ou Recomendações
As práticas educativas no pré-natal demonstram-se eficazes na promoção do autocuidado e no fortalecimento do vínculo entre gestantes e profissionais. Além disso, contribuem significativamente para a formação crítica, reflexiva e humanizada de futuras enfermeiras e para a qualificação da atenção pré-natal por meio de uma assistência à saúde integral e centrada nas necessidades das mulheres.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: DESCARTE GAME COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA REGIÃO DA AMAZÔNIA ORIENTAL
Comunicação Oral Curta
1 UNIFESSPA
Período de Realização
Preparação da ação e revisão do material dia 05 de Maio de 2025, aplicação dia 12 de Maio de 2025.
Objeto da experiência
Aplicação do jogo 'Descarte Game', utilizando gamificação como estratégia de educação em saúde sobre descarte adequado de medicamentos.
Objetivos
Promover a sensibilização ambiental e sanitária sobre descarte correto de medicamentos; avaliar a eficácia do jogo como ferramenta pedagógica; incentivar mudanças comportamentais nos estudantes; integrar conhecimentos de saúde coletiva de forma lúdica e acessível para o público infantil.
Metodologia
O jogo de tabuleiro "Descarte Game" foi aplicado em 3 sessões na Escola Municipal Pequeno Príncipe (Marabá-PA), com turmas do 6º ano. Utilizou-se 4 tabuleiros físicos, em partidas simultâneas, os alunos foram divididos em grupos para debater respostas. A dinâmica envolveu perguntas, desafios e discussões sobre impactos ambientais do descarte inadequado, locais de coleta e práticas seguras. A terceira sessão reuniu os ganhadores das etapas anteriores para uma competição especial.
Resultados
Alto engajamento dos estudantes com participação ativa nas discussões em grupo. Os alunos relataram compreensão dos riscos ambientais e sanitários do descarte incorreto, expressaram intenção de replicar o aprendizado em suas unidades familiares. Observou-se motivação pela abordagem lúdica, competição saudável e interação entre pares. A dinâmica facilitou a assimilação de conceitos mais complexos, como a existência de pontos de coletas e impacto da contaminação da água, solo e suas implicações.
Análise Crítica
A gamificação mostrou-se eficaz para transformar temas técnicos em experiências tangíveis, promoveu aprendizado ativo e estimulou a colaboração e pensamento crítico. A estrutura competitiva do jogo ampliou o interesse pelo tema, demonstrando que o equilíbrio entre ludicidade e reflexão coletiva é essencial para o sucesso de metodologias participativas. A experiência reforça que jogos educativos são instrumentos potentes de transformação social e promoção da saúde no território.
Conclusões e/ou Recomendações
O ‘Descarte Game’ provou ser uma estratégia eficaz na educação em saúde com o ensino do descarte adequado de medicamentos. Sua integração curricular é recomendada, bem como expansão para outros espaços com adaptações locais e etárias. Uma versão virtual deve ser desenvolvida para maior acessibilidade. A iniciativa fortalece a tríade universidade-escolas-comunidade, traduzindo conhecimento científico em ações práticas de impacto social positivo.
“A CERTIDÃO DE ÓBITO VEIO LAVRADA DESDE OS NEGREIROS”: EXTENSÃO POPULAR EM SAÚDE MENTAL DIANTE DA PRODUÇÃO SOCIAL DO BANZO CONTEMPORÂNEO
Comunicação Oral Curta
1 UFRB
Período de Realização
Julho a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Práticas de Extensão Popular em Terapia Comunitária junto às mulheres negras e idosas em um bairro periférico de Santo Antônio de Jesus-BA.
Objetivos
Refletir, na perspectiva do docente e das extensionistas, sobre as experiências e desafios vividos no projeto “Escutatórias”, dedicado à produção de saúde mental comunitária com mulheres idosas, negras e periféricas submetidas à continuada experiência de dor pelo extermínio de seus familiares.
Metodologia
O projeto buscou promover espaços de escuta e fortalecimento de vínculos comunitários com mulheres negras e idosas em sofrimento psíquico grave em territórios vulnerabilizados. As extensionistas textualizavam a experiência afetiva a partir da escrita semanal em seus diários de campo e refletiam criticamente no encontro semanal de supervisão. Assumimos como fundamentação teórico-política a produção epistêmica situada no campo da saúde mental, Saúde Coletiva e estudos sobre relações raciais.
Resultados
Ao longo de nossa trajetória, foi possível notar a potência transformadora do encontro. Não finalizamos nossas atividades da mesma forma com que iniciamos. Se no início o sentimento que perdurava entre as extensionistas era de angústia frente a imprevisibilidade, foi preciso o movimento mútuo de abertura ao território e do próprio campo ao nosso grupo para que a verdadeira força mobilizadora pudesse ser construída, através dos afetos, das conexões intersubjetivas e das disposições do coletivo.
Análise Crítica
As biografias daquelas mães ou avós colhiam “as nossas perenes lágrimas pelos mortos de hoje”, parafraseando Evaristo, vítimas do terrorismo de Estado. Entendemos que as vivências das participantes expressam o que definimos como produção social do banzo (Borges, 2023), naquilo que tem de dor e de resistência possível das vidas descartáveis. “Cuidando de nossa dolorida memória”, o grupo se constituiu como espaço de acolhimento, mutualidade e resistência diante do luto socialmente não reconhecido.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto viabilizou metamorfoses subjetivas e políticas nos itinerários formativos em saúde e nos permitiu construir com elas barricadas ante a produção social do banzo contemporâneo. A teoria, que emerge da prática vivida, contribuiu para a escuta de mães que perderam seu filho para o projeto genocida, como “as negras estrelas tingidas de sangue” na poesia de Evaristo. No lugar da técnica fria, dura ou neutra, a cosmologia do afeto.
“CAMINHOS DO SUS”: PERCURSOS DE UM JOGO PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 Universidade de Santa Cruz do Sul
Período de Realização
Pesquisa e desenvolvimento realizados entre 2020 e 2025 em Santa Cruz do Sul, RS.
Objeto da produção
O jogo de tabuleiro “Caminhos do SUS”: entre nessa aventura e descubra como o SUS está presente em sua vida.
Objetivos
Descrever o processo participativo de criação e aprimoramento do jogo de tabuleiro “Caminhos do SUS”, assim como sua ampla aplicação em diferentes contextos educacionais.
Descrição da produção
O jogo foi desenvolvido por meio de metodologia participativa, envolvendo grupos focais com adolescentes estudantes do ensino público. Os participantes colaboraram com histórias e experiências para criação das cartas, articulando saberes populares e científicos. O produto dispõe de componentes lúdicos como: cartas missão, locais e desafios; tabuleiro, pinos e dado. Testes de viabilidade foram realizados junto aos estudantes em diferentes etapas do desenvolvimento.
Resultados
O “Caminhos do SUS” apresenta regras simples e componentes didáticos, facilitando a compreensão dos fluxos da rede de saúde e assistência social. As cartas missão trazem situações relacionadas a desafios sociais e de saúde enfrentados pela população, direcionando os jogadores a serviços que podem auxiliá-los. O manual inclui dicionário para termos técnicos e contatos dos serviços. O jogo potencializa a aprendizagem por meio da ludicidade, promovendo o conhecimento dos direitos e serviços.
Análise crítica e impactos da produção
Desde sua criação em 2020, o jogo foi aplicado com 25 escolas públicas do Vale do Rio Pardo, aproximadamente 600 alunos, em diferentes cursos técnicos, graduações e pós-graduações, estimando 1235 estudantes. Por fim, cerca de 300 jogos foram doados para as redes de saúde e educação de municípios da região. O engajamento ativo dos escolares fortaleceu a autonomia, a consciência crítica e a cidadania, promovendo seu papel de multiplicador do saber para família e comunidade.
Considerações finais
O “Caminhos do SUS” consolida-se como uma ferramenta pedagógica acessível, alinhando saberes populares e científicos, e estimulando o protagonismo juvenil. O formato analógico ultrapassa barreiras digitais, facilitando o acesso e ampliando a socialização entre os pares. O jogo contribui para educação em saúde, autonomia, cidadania, diversidade e transformação social, sendo relevante para políticas públicas e ações comunitárias no campo da saúde coletiva.

Realização: