Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.18 - Formação Profissional em Saúde: Integração Ensino-Serviço-Comunidade, Diversidade e Inovação
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E ENFRENTAMENTO DA DESINFORMAÇÃO SOBRE HIV/AIDS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA
Comunicação Oral Curta
I.S. RODRIGUES1, M. C. SOUZA1, G.P. CARVALHO1
1 UEFS
Período de Realização
As atividades foram desenvolvidas no período de janeiro à junho de 2025.
Objeto da experiência
Projeto de extensão para divulgação de informações baseadas em evidências sobre HIV/AIDS.
Objetivos
Relatar experiência de projeto de extensão utilizando a comunicação digital enquanto estratégia para divulgação de informações baseadas em evidências científicas sobre HIV/AIDS para combate a desinformação.
Metodologia
Relato das ações realizadas por estudantes de enfermagem da UEFS no período de janeiro á junho de 2025, com postagens informativas em redes sociais. Conteúdos abordaram prevenção combinada, testagem, PrEP, PEP e campanha “I=I”, selecionados conforme dúvidas e notícias veiculadas em outros meios de comunicação.
Resultados
A divulgação digital ampliou o alcance, especialmente entre jovens. A linguagem acessível e recursos visuais facilitaram o entendimento e a disseminação de informações. Interações nas redes indicam interesse e circulação dos conteúdos, evidenciando a comunicação como ferramenta para democratizar o acesso ao conhecimento em saúde.
Análise Crítica
A experiência demonstrou que a comunicação digital é eficaz para o enfrentamento às fake news e promover educação em saúde. Fortaleceu a conexão universidade-sociedade e destacou a importância da formação crítica dos estudantes como agentes sociais e multiplicadores de informação qualificada.
Conclusões e/ou Recomendações
A comunicação digital é essencial no enfrentamento da desinformação sobre HIV/AIDS, promovendo autonomia no cuidado. O projeto reforça a relevância da extensão universitária e da formação crítica dos futuros profissionais de saúde como agentes de transformação social.
FORMAÇÃO EM SAÚDE ORIENTADA PELA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE: EXPERIÊNCIAS EM CONTEXTOS INTERCULTURAIS E SOCIAIS NA FORP-USP
Comunicação Oral Curta
Fumagalli, I.H.T.1, Lago, L.P.M.1, Fumagalli, R.C.S.1, Ribeiro, A.E.R.A.1, Mestriner, S.F.1, Mestriner Junior, W.1
1 FORP/USP
Período de Realização
Ano de 2024
Objeto da experiência
O processo de ensino-aprendizagem de estudantes da FORP-USP nos cenários de prática que envolvem contextos sociais e interculturais específicos.
Objetivos
Relatar como as experiências formativas da FORP-USP em contextos sociais diversos contribuem para o desenvolvimento de competências cognitivas, procedimentais, culturais e atitudinais dos estudantes, favorecendo sua formação crítica, inserção em equipes multiprofissionais e a atuação colaborativa.
Descrição da experiência
Na formação em saúde, mais do que reproduzir informações, o futuro profissional precisa solucionar problemas diversos. Neste sentido, a FORP-USP possui projetos em cenários de prática que favorecem o desenvolvimento de competências e habilidades. O Projeto Pontes junto a populações em situação de rua e o Projeto Huka Katu, em saúde bucal indígena. Ambos promovem a solução de problemas da realidade, promovendo práticas integradas que favorecem a formação crítica, e o trabalho colaborativo.
Resultados
A integração ensino-serviço-comunidade com formação nos territórios favoreceu o desenvolvimento cognitivo (análise crítica da realidade e dos determinantes sociais), afetivo (postura ética, respeito e sensibilidade cultural) e psicomotor (promoção de saúde, clínica ampliada e prática baseada em evidências). Os estudantes ampliaram o entendimento sobre o SUS e fortaleceram sua atuação colaborativa, com responsabilidade social e compromisso com o cuidado integral.
Aprendizado e análise crítica
As experiências demonstram o potencial da extensão na construção de competências para a formação, com desenvolvimento de habilidades técnicas e humanas. Aprendem a atuar de forma ética e dialogada com saberes populares e tradicionais em cenários reais, aprimorando, a partir da vivência em práticas complexas de saúde, a autonomia, a empatia e a colaboração interprofissional, em resposta às diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Projetos como Huka Katu e Pontes, contribuem para uma formação crítico-reflexiva, sensível às desigualdades e capaz de atuar em contextos interculturais. Tais experiências reforçam a importância da integração entre universidade, serviços de saúde e comunidades, para o desenvolvimento de competências que favoreçam práticas interprofissionais e culturalmente situadas, essenciais para atender aos desafios apresentados pela sociedade.
ONDE TRABALHAM E ONDE ESTUDAM AS TÉCNICAS E OS TÉCNICOS EM SAÚDE NO BRASIL? (2015 – 2025)
Comunicação Oral Curta
Carneiro, C.C.G1, LEAL, J. G. R. P.2, MOROSINI, M.V.G.C2, BRAGA, I. F2, KOSTER, I.2, BILIO, R. L2, MARQUES, M.C2, ESTRELA, G.2
1 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV).
2 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV)
Apresentação/Introdução
Os trabalhadores técnicos representam parte significativa da força de trabalho em saúde, sendo fundamentais na organização e funcionamento desses serviços. Estão submetidos à precárias condições de trabalho e possuem desafios para o acesso universal à educação pública de qualidade. Saber onde trabalham e onde se formam é relevante do ponto de vista da tomada de decisão das políticas públicas.
Objetivos
Compartilhar informações sobre onde estudam e trabalham as(os) técnicas(os) em saúde, considerando a distribuição regional e por natureza jurídica das matrículas (público e privado) e dos vínculos de trabalho, além da distribuição por sexo dos vínculos.
Metodologia
O estudo analisou dados de duas fontes principais: o Censo Escolar (INEP/MEC), com informações de matrículas em cursos técnicos em Saúde de 2015 a 2025, abrangendo distribuição regional e tipo de instituição (pública/privada). A segunda fonte é o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES/MS), com dados de vínculos de trabalho entre 2015 e 2025. Foram considerados vínculos correspondentes às ocupações associadas às 31 habilitações técnicas do Eixo técnico em Saúde. A variável sexo foi inferida a partir dos nomes no CNES, utilizando o pacote 'genderBR' no RStudio (Censo 2010). Os resultados foram gerados a partir de métodos estatísticos descritivos e manipulados no software R.
Resultados
A análise cross-section para 2022 revela uma contradição central: a formação dos técnicos do eixo Saúde e Meio Ambiente é predominantemente privada (80% matrículas), mas o trabalho é majoritariamente no serviço público (86% dos vínculos atendem SUS). Entre 2015 e 2022 observa-se um crescimento de 52,09% do número de matrículas em instituições privadas, que passou de 274.417 para 417.411. Por outro lado, as instituições públicas registraram uma redução de 2,28% no total de matrículas, que representa em números absolutos uma mudança de 103.837 para 101.463. Esses dados evidenciam a expansão do setor privado na oferta de cursos, enquanto o setor público manteve-se praticamente estável.
Conclusões/Considerações
A contradição apontada gera dúvidas sobre a adequação da formação ao interesse público. Revela um reflexo da indução por políticas públicas do processo de privatização do ensino profissional técnico no país. Para enfrentar esse dilema, destaca-se o papel do Ministério da Saúde, sobretudo da SGTES, na regulação do trabalho e educação em saúde. É necessário garantir investimento público para a oferta pública de educação técnica em saúde.
PRÁTICAS INTEGRADAS EM SAÚDE COLETIVA E AGROECOLOGIA: A FORMAÇÃO DO SANITARISTA AGROECOLÓGICO EM COMUNIDADES DO AGRESTE DE PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
Moura, M. C. S1, Souza, E. M. M.1, Silva, N.H.D1, Albuquerque, T. S. L.1
1 UPE
Período de Realização
Experiência construída no primeiro ano da residência, no período de abril a setembro de 2023,
Objeto da experiência
Comunidades localizadas na zona rural do Agreste Meridional de Pernambuco: Sobradinho, no município de Caetés, e Sítio Cruz, no município de Garanhuns.
Objetivos
A formação de sanitaristas para atuarem em territórios campesinos, integrando saúde coletiva e agroecologia como prática, com base na justiça social, na valorização dos saberes ancestrais e na construção coletiva de cuidados frente às múltiplas crises atuais.
Descrição da experiência
A experiência formativa da Residência Multiprofissional Integrada em Saúde Coletiva com ênfase em Agroecologia envolveu a atuação de residentes em comunidades rurais do agreste pernambucano, integrando práticas de saúde coletiva e agroecologia. A vivência revelou tensionamentos históricos entre políticas públicas e realidades rurais, reafirmando o território como espaço de resistência, produção e promoção do cuidado enraizado nos saberes ancestrais e nas lutas por justiça social e ambiental.
Resultados
A atuação do sanitarista na agroecologia se deu por meio da promoção a saúde, a partir da valorização do trabalho da agricultura familiar, fortalecimento do controle social local, além da disseminação de dados epidemiológicos que denunciam e subsidiam ações de mitigação dos impactos dos megaprojetos na saúde da população. Destaca-se ainda o trabalho de apoiador institucional e intersetorial desenvolvido pelo profissional sanitarista agroecológico nos territórios de atuação.
Aprendizado e análise crítica
As práticas desenvolvidas na formação do sanitarista agroecológico estão baseadas na construção de novas epistemologias, tornando esse, em certo grau, um processo artesanal, visto que as práticas constroem reflexões que se contrapõem com o modelo hegemônico de saúde que é biomédico, branco e heteronormativo. Neste contexto, o posicionamento político frente às constantes atuações e avanço do capital nos territórios rurais, faz com que a luta por justiça social seja o ponto principal de partida.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação do sanitarista agroecológico nos convida a repensar a práxis do profissional sanitarista a partir do processo de produção de cuidado e desenvolvimento da política de saúde considerando a subjetividade do território. Nesse contexto, seu papel transcende a dimensão técnico-normativa, assumindo também uma função política de mediador nos processos de transformação social.
SAÚDE INDÍGENA EM CONTEXTO URBANO: CONSTRUÇÃO DE UM CURSO ON-LINE PARA A ATENÇÃO DIFERENCIADA NA CIDADE
Comunicação Oral Curta
Martins, J. C.1, Rosado, R. M.2, Gerhardt, T. E.3, Jagso Kaingang, Jozileia Daniza4, Ciconet, Rodrigo2, Santos, M. B.5
1 Secretaria Municipal de Porto Alegre - Residência em Saúde Mental Coletiva UFRGS
2 Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre
3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (GESC/UFRGS), Conselheira ABRASCO
4 Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade - ANMIGA
5 NAPEAD - Produção Multimídia para Educação/SEAD - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Período de Realização
O curso foi desenvolvido de abril de 2022 a setembro de 2023 e lançado em 20 de outubro de 2023.
Objeto da produção
“Curso Saúde Indígena em Contexto Urbano”, uma formação para profissionais do SUS para fortalecer a atuação intercultural na saúde indígena na cidade.
Objetivos
Promover uma formação para profissionais do SUS voltada à garantia do direito à saúde indígena e à atenção diferenciada, considerando as complexidades dos contextos urbanos, a partir dos saberes e realidades vivenciadas por lideranças indígenas das etnias presentes no sul do Brasil.
Descrição da produção
O curso foi desenvolvido por meio das etapas:
1. Idealização e planejamento do projeto;
2. Levantamento de recursos;
3. Definição da equipe interinstitucional e conteúdo programático;
4. Construção da estrutura pedagógica, gravações audiovisuais e definição de participantes dos Módulos;
5. Publicação e estratégias de comunicação;
6. Seminário de lançamento.
As etapas metodológicas contaram com a participação de profissionais e lideranças indígenas no planejamento e na execução das atividades.
Resultados
Em 2023, cerca de 1.000 pessoas se matricularam no curso, que segue disponível e com inscrições abertas. Com 6 módulos, reúne saberes tradicionais e dados científicos em diversos materiais pedagógicos. A ferramenta ampliou a visibilidade da saúde indígena em contexto urbano, até então ausente na formação de profissionais do SUS. Com a participação de lideranças indígenas e ampla disseminação, o curso é uma referência em educação intercultural e autoinstrucional no campo da saúde coletiva.
Análise crítica e impactos da produção
Tendo em vista a falta de publicações sobre educação continuada em saúde indígena nos contextos de cidades e a ausência de cursos autoinstrucionais com tal foco, ao reunir conhecimentos sobre a temática com uma metodologia de transmissão inovadora e promovendo o protagonismo indígena, o processo de construção do curso mostra-se de grande potencialidade para o atual campo da saúde coletiva brasileira.
Considerações finais
Além de uma formação inovadora e de temática de extrema necessidade, o curso constituiu-se como um registro de vastas propostas de práticas decoloniais em saúde indígena, bem como uma efetiva articulação interinstitucional entre uma universidade federal, uma secretaria municipal de saúde e representantes do movimento social indígena para potencializar práticas dialógicas equânimes entre o campo da educação em saúde indígena e da saúde coletiva.
VIVÊNCIAS NO SUS COMO ESTRATÉGIA DE REORIENTAÇÃO DA FORMAÇÃO EM SAÚDE E FORTALECIMENTO DA INTEGRAÇÃO ENSINO SERVIÇO COMUNIDADE
Comunicação Oral Curta
DA SILVA, C. V. P1, LIMA, A.L.F1, LUNA, W.F1, CORDEIRO, E.S1
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
A experiência corresponde a formulação em 2024 e execução da política pública no 1º semestre de 2025.
Objeto da experiência
O Programa promove vivências no SUS para fortalecer a formação em saúde, a integração e a participação social.
Objetivos
Apresentar a experiência de implementação e execução do Programa Nacional de Vivências no SUS.
Descrição da experiência
O Programa Nacional de Vivências no âmbito do Sistema Único de Saúde foi instituído pela Portaria GM/MS nº 6.098, de 16 de dezembro de 2024. O processo de formulação da foi construído conjuntamente com a Comissão Intergestores Tripartite (CIT). No 1º semestre de 2025, foram realizadas sete vivências de formação de facilitadores em todas as regiões do país, formando mais de 400 facilitadores entre estudantes e residentes da saúde, em parceria com as escolas do SUS e outras instituições de ensino.
Resultados
A experiência fortaleceu a formação em saúde alinhada ao SUS e à Reforma Sanitária, promoveu articulação do movimento estudantil, incentivou a educação popular e permanente, promoveu a integração ensino-serviço-comunidade, refletiu sobre a necessidade de realização de reformas curriculares, estimulou a prática interprofissional e o compromisso com a defesa do sistema único de saúde.
Aprendizado e análise crítica
O Programa Nacional de Vivências no SUS oferece oportunidade para estudantes e profissionais de saúde aprenderem na prática, promovendo compreensão do sistema público, fortalecimento do vínculo com a realidade do SUS, incentivo à formação e compromisso social. Permite contato com a rede de saúde, territórios de comunidades tradicionais e promove discussões sobre saúde ampliada, determinação social e reforma sanitária, essenciais para a saúde pública no Brasil.
Conclusões e/ou Recomendações
As ações visam fortalecer a formação de estudantes, trabalhadores, gestores, docentes e movimentos sociais, promovendo trabalho em equipe, equidade e mudanças nos modelos de atenção e gestão. Buscam integrar ensino, serviço e comunidade, fortalecendo o SUS e ampliando a participação popular no direito à saúde, consolidando um sistema mais justo, eficiente e participativo, alinhado aos princípios do SUS.
ASSESSORIA AO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: EXPERIÊNCIA DO CENTRO COLABORADOR EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO ESCOLAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA.
Comunicação Oral Curta
Lucas, L. T.1, Pauli, A.1, Rech, T. A.1, Vidor, A. L. B.1, Barros, A. C. A.1, Damiani, J. C.1, Haleinge, L. R.1, Rockenbach, G.1, Corrêa, E. N.1, Gabriel, C. G.1
1 UFSC
Período de Realização
As assessorias aos municípios catarinenses foram realizadas entre abril de 2024 e abril de 2025.
Objeto da experiência
Ações das assessorias municipais do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal de Santa Catarina (CECANE/UFSC).
Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo relatar as atividades desenvolvidas pelo CECANE/UFSC na assessoria técnica à alimentação escolar dos municípios catarinenses, destacando seu papel no fortalecimento da gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Descrição da experiência
Cada um dos municípios foi assessorado por meio de análises documentais, visitas às escolas e 6 reuniões de apoio técnico, abordando temas como agricultura familiar, atuação dos nutricionistas, do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), e desafios e potencialidades para aprimorar a execução do PNAE. O cronograma se distribuiu em 8 turnos de atividades por município assessorado, incluindo um Encontro Regional de formação que contou com a presença de representantes de demais municípios da região.
Resultados
Ao longo de 1 ano, foram assessorados 43 municípios catarinenses, com a participação de 699 atores sociais nos Encontros Regionais. As ações envolveram nutricionistas, conselheiros de alimentação escolar, prefeitos, secretários de educação e agricultura, professores, representantes de escolas e de cooperativas, agricultores e merendeiras, apoiando a superação de desafios relacionados com a insuficiência de conhecimentos específicos e fortalecendo a articulação entre os envolvidos.
Aprendizado e análise crítica
Os participantes consideraram as assessorias esclarecedoras e positivas para a execução do PNAE e os resultados foram evidentes durante a realização das atividades, considerando a mobilização para superação dos desafios identificados e o compromisso para o contínuo aprimoramento do Programa. Esse engajamento refletiu maior sensibilização quanto à relevância do Programa e do fortalecimento das ações para garantia da qualidade da alimentação escolar.
Conclusões e/ou Recomendações
As assessorias promoveram maior domínio das especificidades técnicas e estimularam a articulação entre os atores do programa, contribuindo para promoção de saúde dos escolares, desenvolvimento da economia local, dos sistemas alimentares sustentáveis e para a garantia do direito à alimentação adequada e da segurança alimentar e nutricional dos escolares, destacando a atuação do Cecane/UFSC para o fortalecimento da gestão do PNAE em Santa Catarina.
PRODUÇÃO DE NOVA EDIÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO E DIGITAL PARA O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO EM SAÚDE: QUALIFICAÇÃO DOS TRABALHADORES DO SUS
Comunicação Oral Curta
Abreu, D.M.F.1, Cardoso, G.C.P.1, Soares, B.C.1
1 LASER/ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
Agosto de 2023 a março de 2024.
Objeto da produção
Nova edição do material didático e digital do curso de Avaliação em Saúde, a distância, com revisão e adaptação para nova plataforma de aprendizagem.
Objetivos
Descrever as atividades de adaptação, revisão e editoração do material didático e digital do Curso de Especialização em Avaliação em Saúde, modalidade a distância, oferecido pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz, e a integração na nova plataforma de aprendizagem.
Descrição da produção
Revisão das Unidades de Aprendizagem (UA), com atualização do conteúdo e das metodologias ativas utilizadas. As atividades foram reformuladas, incluindo novos exemplos do cotidiano dos trabalhadores do SUS. Os instrumentos de avaliação, os modelos de TCC e o caderno do aluno também foram revisados. Todo o material foi validado por especialistas e adaptado para a nova plataforma, em parceria com a Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância (CDEAD/ENSP/Fiocruz).
Resultados
Após a revisão, o curso passou de sete para seis unidades de aprendizagem (UA). Como inovações, a adoção de novas estratégias pedagógicas como encontros síncronos, videoaulas, áudios, novos componentes gráficos e transformação do “caderno do aluno” em “informações sobre o curso”. Com nova identidade visual e conteúdo adaptável a diferentes telas, agora é possível baixar o material em PDF. Está em novo ambiente virtual de aprendizagem (AVA) criado na plataforma Moodle do EAD/ENSP/Fiocruz.
Análise crítica e impactos da produção
A nova edição do material do curso de Avaliação em Saúde representa um avanço importante na atualização e modernização do conteúdo, alinhando-se às demandas do ensino a distância e potencializando o aprendizado, a interatividade e o engajamento dos trabalhadores do SUS, público-alvo do curso. A adaptação para a nova plataforma melhora a acessibilidade, a troca de experiências e fortalece redes colaborativas, contribuindo para a institucionalização do monitoramento e avaliação (M&A).
Considerações finais
A reformulação do material do curso para a nova oferta possibilitou uma experiência de aprendizagem com novas estratégias pedagógicas que potencializam a construção do conhecimento a partir das experiências do aluno. A qualificação focada na realidade do trabalho dos profissionais, alinhando teoria e prática fomenta o desenvolvimento e aplicação do conhecimento adquirido, fortalecendo o campo do M&A na gestão pública e nos serviços de saúde.
TECENDO SABERES E PRÁTICAS NO SUS: A EXPERIÊNCIA DO PROJETO FOCUS NA FORMAÇÃO PARA O CUIDADO EM SAÚDE BUCAL
Comunicação Oral Curta
Casotti, E.1, Gouvêa, M.V.1, Junior, C.L.S2, Viñas, P.H.3, Boaventura, I.M.G.4
1 UFF
2 FIOCRUZ
3 CSB/SMS Rio de Janeiro-RJ
4 Fesaúde/SMS Niterói -RJ
Período de Realização
Realizado desde 2021 até presente momento.
Objeto da experiência
Projeto de extensão com foco na educação permanente de equipes e coordenadores de saúde bucal, operacionalizados por meio da integração ensino-serviço.
Objetivos
Qualificar coordenadores municipais e equipes completas de saúde bucal para a gestão do cuidado no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Metodologia
O projeto de extensão FOCUS – Formação para o Cuidado em Saúde Bucal foi resultado de uma iniciativa de integração ensino-serviço do Núcleo de Saúde Bucal Coletiva da UFF e a Área Técnica de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e, posteriormente, com as Coordenações das cidades de Niterói e Rio de Janeiro. Foram ofertados cursos de atualização(40h) nas modalidades onlinee presencial, curso de formação de preceptoria (20h) e oficina de com plano de intervenção (24h).
Resultados
Na modalidade online foram realizadas três edições do curso de atualização Formação parao Cuidado em Saúde Bucal e certificados 61 profissionais de 5 regiões do estado. Presencialmente foram três Cursos de Formação para a Preceptoria;duas edições do curso Formação parao Cuidado em Saúde Bucal, certificando no total 57 profissionais cada. No momento está em curso uma Oficina de qualificação da Linha de Cuidado do Câncer Bucal, com 30 profissionais inscritos.
Análise Crítica
A composição das turmas com equipes completas (ASB, CD, TSB e coordenador) permitiu ampliar e qualificar a reflexão sobre o cotidiano da assistência e da gestão, se constituindo como um espaço de trocas de boas práticas e espaço de estímulo profissional e de aprendizagem colaborativa. A modalidade online permitiu a participação de pessoas geograficamente separadas, mas problemas com letramento digital e acesso à internet persistem; a modalidade presencial se mostrou mais rica e produtiva.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto reforça a potência da integração ensino-serviço como estratégia de qualificação em saúde bucal no SUS. A formação de equipes completas fortalece o cuidado e a gestão compartilhada. O Projeto é importante estratégia de fortalecimento das relações entre universidade e serviços.
TUTORIA MÉDICA EM TERRITÓRIOS DE VULNERABILIDADE: A AGSUS COMO ESTRATÉGIA FORMATIVA NO FORTALECIMENTO DA APS BRASILEIRA
Comunicação Oral Curta
Segalla S.B.1, Caixeta I.A.1, Andrade L.R1, Moura A.S.1, Scher F.S.1, Oliveira J.H.S.1, Trindade C.S.1, Silva L.S.1
1 AgSUS
Período de Realização
De janeiro de 2023 até o presente momento (2025), com ações formativas em curso nos territórios.
Objeto da experiência
A atuação da AgSUS como articuladora de experiências formativas em territórios prioritários para o provimento médico federal.
Objetivos
Fortalecer a educação permanente e a qualificação da atuação médica na APS por meio de tutoria clínica; ampliar o suporte técnico-pedagógico aos territórios; fomentar a integração ensino-serviço e a formação em MFC, com base nas necessidades do SUS e dos programas de provimento federal.
Descrição da experiência
A AgSUS executa estratégias formativas de médicos bolsistas que atuam na APS, com o apoio de tutores clínicos, lotados em áreas vulneráveis. A tutoria clínica é estruturada a partir da distribuição de bolsistas, e ocorre presencial e remotamente, estando articulada a um curso de especialização em MFC desenvolvido em ambiente virtual. A tutoria se baseia na pedagogia da problematização e na clínica ampliada, promovendo formação territorializada alinhada aos princípios do SUS.
Resultados
Os resultados da tutoria são muito bem avaliados pelos bolsistas acompanhados, e promovem maior fixação de profissionais, melhora dos registros clínicos e indicadores, ampliação de boas práticas assistenciais e fortalecimento das redes locais. Houve adesão crescente de médicos aos processos de titulação em MFC, com valorização da formação em serviço e o fortalecimento do cuidado em territórios vulnerabilizados.
Aprendizado e análise crítica
A experiência confirma a relevância da tutoria clínica qualificada na formação de médicos para a APS. A atuação dos tutores da AgSUS promove qualificação da rede assistencial em territórios vulnerabilizados, trazendo práticas inovadoras, apesar de desafios como precariedade de infraestrutura e condições de trabalho insuficientes. Destaca-se a importância de qualificar os profissionais para especificidades locais diversas.
Conclusões e/ou Recomendações
É necessário consolidar a AgSUS como instituição estratégica para a formação médica em territórios vulneráveis, reconhecendo a atuação de tutores como estruturante da integração ensino-serviço nesses locais. Recomenda-se garantir financiamento estável, investir na formação de tutores e criar sistemas de apoio e monitoramento territorializados para fortalecer o SUS e as ações de equidade.