Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.9 - Trajetória formativa e profissional: Territórios do Cuidar e Promoção da Saúde
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE EGRESSOS DE MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE COLETIVA/PÚBLICA COM FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Comunicação Oral Curta
Chiconato, A. G.1, Araújo, M. S.1, Caldarelli, P. G.1, Loch, M. R.1
1 UEL
Apresentação/Introdução
A inserção dos profissionais de Educação Física (EF) na Saúde Coletiva (SC) tem se intensificado no âmbito do Sistema Único Saúde (SUS). Contudo, persistem desafios na formação voltada a este campo. A pós-graduação surge como alternativa de qualificação, embora a trajetória desses egressos ainda represente uma lacuna na literatura cientifica.
Objetivos
Descrever a trajetória profissional, formação continuada e satisfação com trabalho atual de egressos com formação em Educação Física titulados em programas de mestrado acadêmico em Saúde Coletiva no Brasil
Metodologia
Estudo transversal descritivo considerando dados de egressos de 17 programas no Brasil. Para estes, foi enviado um questionário online considerando informações relativas à perfil, formação e trajetória. 36 egressos de mestrado em SC formados em EF responderam à pesquisa. Quanto a trajetória destes, descreveu a realização de doutorado e se já tinha atuado anteriormente ou estavam atuando em atenção primária, centros psicossociais (CAPS), hospitais, gestão, preceptoria de residência e docência. Além disso, investigou a satisfação com o trabalho atual e a relação das disciplinas da docência – entre os docentes – com a SC ou mestrado. Utilizou frequências
Resultados
Formados em EF corresponderam a 4,7% dos egressos de SC. Sem diferenças entre sexo, maioria branca (55,6%) entre 35 e 49 anos (69,7%). Sobre o doutorado, 33,3% concluiu na área da SC e 30,6% não cursou, 19,4% estavam cursando na SC e 11,1% fora da SC. Na atuação, 13,7% tinha atuado anteriormente ou estavam atuando atenção primária, 5% nos CAPS, 11,1% em hospitais/ambulatórios, 25% em cargos de gestão e 16,7% em residências. Na docência universitária, metade dos egressos já trabalharam e, entre os 25,0% que trabalham atualmente, a maioria (76,5%) atua em disciplina(s) que apresentavam relação com a SC. Em relação a satisfação com o trabalho atual, cerca de 23,5% se sentia insatisfeito 55,9%, satisfeito e 14,7% muito satisfeito
Conclusões/Considerações
A trajetória dos egressos de EF em SC revela forte atuação na docência, onde mais da metade concluiu ou cursando doutorado e metade já tinha atuado ou atuava no ensino superior. Há menor participação em gestão e atuação direta a usuários do SUS. Novos estudos são cruciais, especialmente comparando com egressos de outras formações iniciais
TURMA MÃE BERNADETE: A EXPERIÊNCIA DA SEGUNDA TURMA DO MESTRADO PROFISSIONAL EM TRABALHO, SAÚDE, AMBIENTE E MOVIMENTOS SOCIAIS.
Comunicação Oral Curta
Zuliani, M. Q.1, FONTES, V.M.G.M.2, PRONKO, M. A.3, NOVAES, E. C.4, STAUFFER, A. B.3, RODRIGUES, A.4, OLIVEIRA, S.5, SILVA, E. T. T.5, SANTOS, S.4, DINIZ, B.4
1 MST/ENSP
2 Professora Aposentada UFF
3 EPSJV/FIOCRUZ
4 MST
5 ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
O curso iniciou em 2024 e seguirá até 2026.
Objeto da experiência
Formação da segunda turma do Mestrado Profissional em Trabalho, Saúde, Ambiente e Movimentos Sociais, parceria entre o MST/ENFF e ENSP/FIOCRUZ.
Objetivos
Experiência formativa da Turma Mãe Bernadete, com seus princípios político pedagógicos, articulando-se Trabalho/Saúde/Ambiente, a fim de fortalecer a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (2013).
Descrição da experiência
O curso, fruto das lutas sociais, se embasa na Pedagogia do Movimento, desenvolvendo-se a partir da alternância pedagógica. É composta por 25 educandos(as) de 5 movimentos sociais do campo, da floresta e das águas. Os tempos educativos são orientados pelo Projeto Metodológico, dialogado e construído pela Coordenação Político Pedagógica formada por profissionais da ENSP e da EPSJV, ambas da Fiocruz, e do MST, além de considerar a participação da turma, numa perspectiva organizativa e democrática.
Resultados
Desenvolveram-se 2 Tempos Escola e 2 Tempos Comunidade, em que se realizou: inserção e organização da turma; efetivação de parte das disciplinas; debates públicos na instituição e em formato virtual; ações político-culturais; o desenvolvimento dos coletivos de pesquisa e o início das orientações individuais das pesquisas dos(as) mestrandos(as). A partir da proposta pedagógica, a turma construiu sua simbologia, trazendo a vida e luta de Mãe Bernadete como homenagem e nome da turma.
Aprendizado e análise crítica
O curso tem sido enriquecedor para estudantes e docentes. Constata-se o fosso no acesso da população do campo a cursos de pós-graduação que reflitam sobre: as condições de vida e saúde; a atuação do Estado brasileiro; o anúncio de novas possibilidades de agenciamento social pautadas em experiências dos territórios com a participação de movimentos sociais. É relevante potencializar a formação de pesquisadores que reflitam sobre tais questões, incidindo sobre as políticas públicas sociais.
Conclusões e/ou Recomendações
Experiências com a participação efetiva dos movimentos sociais contribuem para deslocar o foco de uma ciência instrumental, a favor da produção econômica, para uma ciência voltada à análise das contradições sociais, com foco na saúde, sempre relacionada à sua determinação social. Os coletivos de pesquisa, espaços de debates e críticas, relacionam as questões de cada realidade com a produção do conhecimento e a perspectiva formativa emancipadora.
ATUAÇÃO DOCENTE NA FIOCRUZ: PERFIL, FORMAÇÃO E DESAFIOS DO TRABALHO
Comunicação Oral Curta
Cavaca, A.G.1, Petersen, R.S.1, Barros, A.S.1, Alves, D.E.1, Oliveira, A.T.P.1, Lemos, A.S.P.1, Guizardi, F.L.1, Köptcke, L.S.1
1 Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apresenta ampla presença nacional na formação acadêmica de trabalhadores da área da saúde, com docentes atuando nos 48 programas de pós-graduação stricto-sensu da instituição. Essa função é realizada predominantemente pelos servidores públicos que, para além de suas atribuições técnicas e administrativas, dedicam-se às atividades acadêmicas.
Objetivos
Ampliar os conhecimentos acerca da atuação docente na Fiocruz, de forma a obter uma melhor compreensão acerca do perfil, práticas e necessidades formativas desses profissionais.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, realiza por meio da aplicação de questionários em formato eletrônico a 336 docentes atuantes nos programas de mestrado e doutorado das 16 unidades da Fiocruz. Os resultados foram tabulados e analisados por meio de análise estatística descritiva, para as questões fechadas, e análise temática de conteúdo, para as questões abertas.
Resultados
Predominaram docentes do sexo feminino, na faixa etária entre 40 e 49 anos, com uma trajetória média de 13,7 anos na função de docência. Dos 336 respondentes, 209 professores (59%) relataram já ter realizado alguma formação para prática docente, enquanto 148 (41%) afirmaram nunca ter participado de nenhuma formação. Das atividades formativas realizadas, foram identificados cursos diversos, de curta e longa duração, estágios de docência na pós-graduação, além das experiências advindas da formação de base e de mestrado/doutorado. O tempo médio semanal dedicado às atividades de docência foi de 18,7 horas. Como dificuldades, os docentes apontaram a falta de tempo e sobrecarga de trabalho.
Conclusões/Considerações
Apesar da docência representar parcela significativa da carga-horária semanal dos profissionais, ela ainda carece de maior compreensão e clareza de suas funções. O melhor entendimento quanto ao que é esperado de um docente na instituição se torna essencial para a qualificação do processo de trabalho e proposição de uma política de educação permanente que esteja alinhada às necessidades individuais e institucionais.
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE OU APENAS UM POSTINHO? MAPEAMENTO PARTICIPATIVO DOS SERVIÇOS OFERTADOS NA APS COM RESIDENTES EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Comunicação Oral Curta
COELHO, E.B.1, CARDOSO, A.S.1, LEITE, A.J.R.1, AZEVEDO, A.M.S.1, SILVEIRA, G.S.O.1, SILVA, J.G.1, NASCIMENTO, D.L.A.1, SANTOS, I.B.A.1, SANTANA, M.L.A.2
1 UFS
2 PMA
Período de Realização
Maio de 2025
Objeto da experiência
Promoção da educação sobre o papel da UBS no território para residentes e estudantes, com posterior divulgação dos serviços à comunidade.
Objetivos
Promover a compreensão crítica da complexidade da atenção primária à saúde por residentes e estudantes, por meio do mapeamento dos serviços ofertados na UBS e sua divulgação para a comunidade.
Descrição da experiência
A ação foi realizada com residentes e estudantes da UBS Manoel de Souza, em Aracaju/SE. Iniciou com estudo teórico sobre os serviços da APS com base em documentos oficiais, seguido de visita setorial para levantamento dos serviços ofertados. A informação foi organizada por áreas temáticas e divulgada à população em formato de banner fixado na sala de espera da unidade.
Resultados
A atividade resultou em maior compreensão dos residentes e estudantes sobre a abrangência da APS, valorizando sua atuação no território. A comunidade passou a reconhecer mais claramente os serviços disponíveis, promovendo maior acesso e desmistificação do papel da UBS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que a integração entre ensino e serviço, com ações investigativas no território, fortalece o papel educativo da UBS e evidencia sua complexidade. O envolvimento direto dos residentes e estudantes favoreceu uma formação crítica e sensível às necessidades locais.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade é replicável em outras unidades e constitui importante estratégia pedagógica e de educação em saúde. Recomenda-se que as UBS invistam em ações de visibilidade dos seus serviços para qualificar o acesso e fortalecer o vínculo com a comunidade.
INICIATIVAS INSTITUCIONAIS PARA A FORMAÇÃO EM SAÚDE: RETRATOS E TENDÊNCIAS A PARTIR DOS PLANOS DE SAÚDE DOS ESTADOS BRASILEIROS
Comunicação Oral Curta
Santos, R. C1, Medeiros, K. R.1
1 Instituto Aggeu Magalhães - Fiocruz Pernambuco
Apresentação/Introdução
Os Planos de Saúde como instrumentos de planejamento expressam os compromissos de gestão com as prioridades sanitárias definidas pelos atores estratégicos. As iniciativas implementadas pelos estados para prover a formação em saúde, enquanto eixo primordial do Sistema Único de Saúde, devem ser explicitadas nestes instrumentos, a fim de garantir os aportes à operacionalização das ações ensejadas.
Objetivos
Discutir as iniciativas institucionais para a formação dos trabalhadores de saúde presentes nos Planos de Saúde dos estados brasileiros entre 2016 e 2025
Metodologia
Fez-se uma análise documental baseada nos Planos Estaduais de Saúde dos estados brasileiros dos 3 últimos quadriênios (2016-2025), disponíveis no sistema DigiSUS do Ministério da Saúde, que publica os instrumentos de planejamento. Pesquisou-se as iniciativas institucionais planejadas para a formação dos trabalhadores de saúde, induzidas pelos entes estaduais. Reportou-se uma matriz de análise de base qualiquantitativa. Foram contabilizados os achados dos Planos por estados, e posteriormente foi conduzida a identificação temática pela análise de conteúdo de Bardin, de forma a possibilitar o rastreio das iniciativas e a natureza de conteúdo e de tipologias de formações.
Resultados
Dos 67 planos identificados, 93% mencionam iniciativas para formação dos trabalhadores de saúde. Os conteúdos por categorias de análise foram: o papel das instituições formadoras e dos programas de qualificação, aperfeiçoamento e especialização profissional. O escopo de ações mostra alinhamento entre Planos, com abordagens similares na implementação de iniciativas de formação, com tendência às ofertas regionalizadas e voltadas à Atenção Primária, com caráter técnico. Destaca-se a ampliação da rede formativa induzida pelos estados, com aumento de 92% nas ofertas ao longo do período, sobretudo no ano de 2021, marcadamente das ofertas remotas. Persistem desafios à ampliação do acesso formativo.
Conclusões/Considerações
As tendências institucionais para a formação em saúde exibiram comportamentos peculiares nos períodos, com divergências regionais consideráveis. Houve concentração de ofertas formativas nas regiões Sul e Sudeste nos últimos 3 anos, com incremento importante nas práticas voltadas a componentes assistenciais típicos da Atenção Primária, e implementação massiva das ofertas via remota e regionalizada.
NOTAS SOBRE A EXPERIÊNCIA: FORMAÇÃO-AÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E PROMOÇÃO DA SAÚDE DAS MULHERES
Comunicação Oral Curta
SANTOS, L.M.R.1, CORRÊA, V. S.1, FENNER, A.L.D.2
1 Fiocruz Brasília - EGF
2 Fiocruz Brasília - EFG
Período de Realização
Março de 2024 a março de 2025
Objeto da experiência
Curso Livre e de Especialização em Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres
Objetivos
Conhecer a Formação-ação em Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres, proposto pelo Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT), e ofertada pela Escola de Governo Fiocruz, Brasília.
Descrição da experiência
A formação-ação em Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres, floresceu dentro da Pedagogia da Alternância, em solos férteis, tanto no Tempo Aula (TA), como no Tempo Comunidade (TC), por meio da relação teoria e prática baseado no diálogo interdisciplinar. As participantes foram organizadas em Núcleo de Aprendizagem e Ensino (NAE), de modo que cada NAE teve participação ativa na organização e funcionamento desta formação-ação.
Resultados
A primeira edição da formação-ação reuniu professoras e alunas de diversas regiões do Brasil para discutir temas fundamentais dos direitos humanos das mulheres. Com uma turma diversa, composta por profissionais da saúde, ciências sociais, educação, comunicação, além de membros de movimentos sociais, agricultoras familiares e artesãs, a formação buscou fortalecer redes de apoio e qualificar profissionais comprometidas com a transformação social e a construção de uma sociedade equânime.
Aprendizado e análise crítica
Apesar das conquistas das mulheres, ainda há milhões delas, enfrentando violência e ausência de direitos fundamentais. Elas são maioria em setores como saúde e educação, mas enfrentam disparidades, como a diferença salarial de 16% em relação aos homens e a dedicação média três vezes maior as atividades domésticas e cuidados não remunerados. É urgente a qualificação do debate e construção de conhecimentos e saberes sobre Direitos Humanos, Participação Social e Promoção da Saúde das Mulheres.
Conclusões e/ou Recomendações
A efetivação dos direitos humanos das mulheres é um processo contínuo que depende de esforços múltiplos: legais, institucionais, sociais e culturais. Apesar dos avanços obtidos nas últimas décadas, as desigualdades de gênero continuam a limitar a plena cidadania de milhões de mulheres em todo o mundo. Portanto, torna-se essencial a expansão e fortalecimentos de formações-ações como esta, que sejam construídas por elas, com elas e para elas.
PERCEPÇÕES COMUNITÁRIAS SOBRE A PREVENÇÃO DAS IRAS: SUBSÍDIOS PARA AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Oliveira, S. B.1, Silva, A. T.1, Silveira, R. B. S.1, Silva, E. L. M.1, Michel, F. G.1, Costa, T. N. M.1, JORGE, L. N.1, CASTRO, T. R. L.2, CASTRO, T. E. D.2
1 PUC Minas
2 Hospital Infantil Padre Anchieta
Apresentação/Introdução
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam um desafio à saúde, exigindo ações institucionais e o engajamento da população. Compreender a percepção da comunidade é essencial para planejar estratégias educativas eficazes, que valorizem saberes populares e incentivem a corresponsabilidade nos cuidados de saúde.
Objetivos
Investigar a percepção da comunidade sobre seu papel na prevenção das IRAS, com vistas a subsidiar ações educativas e estratégias de extensão voltadas à promoção da cultura de segurança nos ambientes de cuidado.
Metodologia
Estudo quali-quantitativo, de caráter descritivo e transversal. A coleta de dados foi realizada em 2024 por meio de um questionário online estruturado, que abordava condutas comportamentais e práticas de higiene praticadas por acompanhantes de pacientes internados no ambiente hospitalar. Os participantes classificaram diferentes ações como relevantes (R), pouco relevantes (PR) ou indiferentes (I) para a prevenção das IRAS. A partir da análise das percepções identificadas, o estudo mapeou lacunas de conhecimento e propôs estratégias educativas voltadas à promoção do cuidado e da cultura de segurança no ambiente hospitalar, com foco na formação cidadã em saúde.
Resultados
Participaram 83 indivíduos de todos os estados do Brasil, maioria mulheres (67,5%), entre 18 e 28 anos (41%). Práticas como lavar as mãos (94,5%) e uso de álcool gel (92,1%) foram amplamente reconhecidas como relevantes. Já ações como evitar adornos (62,6%) e não visitar pacientes gripado (44%) foram subestimadas, revelando lacunas de conhecimento. A valorização de materiais e cartazes educativos (74%) reforça o papel das estratégias educativas na promoção da cultura de segurança e na conscientização da comunidade sobre as IRAS.
Conclusões/Considerações
Apesar do reconhecimento de práticas básicas de prevenção, persistem percepções equivocadas sobre condutas de risco. Os dados evidenciam a importância de ações educativas contínuas e de projetos de extensão que promovam o letramento em saúde e a participação da comunidade na construção de uma cultura de segurança.
PROMOÇÃO INTEGRATIVA DE SAÚDE: EXPERIÊNCIAS E VIVÊNCIAS DAS BENZEDEIRAS E CURANDEIRAS QUE DIALOGAM COM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL DE IBICUITINGA – CE
Comunicação Oral Curta
Rabelo, M. I. F. D1, Drumond, N. M. G.2, Garcia, L. D3, Mendes, J. E2, Cruz, G. M. G4
1 FIOCRUZ BRASILIA
2 UECE
3 FIOCRUZ BRASÍLIA
4 SEDUC CE
Período de Realização
Novembro de 2024 a março de 2025
Objeto da experiência
Refletir sobre a promoção da saúde e direitos humanos das mulheres, como alternativa de reconhecimento, partilha e elaboração de conhecimentos populares.
Objetivos
Compreender e articular o conjunto de conhecimentos adquiridos e transmitidos pelas gerações, além de sensibilizar as gerações atuais de adolescentes, jovens e a própria comunidade local a valorização da cultura das benzedeiras e curandeiras que protagonizam saberes tradicionais, inviabilizados pela sociedade.
Metodologia
A experiência teve a participação de estudantes que dialogaram sobre saúde, o processo se deu por meio de uma abordagem qualitativa, com foco na observação participante, na escuta ativa e na valorização das experiências das estudantes, aliadas à análise de registros fotográficos, audiovisuais e materiais escritos produzidos ao longo das atividades.
Resultados
Em síntese, o projeto revela o potencial pedagógico dos saberes populares quando inseridos de forma respeitosa e reflexiva nos espaços escolares. Ao promover a escuta e o diálogo intergeracional, o projeto amplia as possibilidades de formação cidadã, fortalece a autoestima das estudantes e resgata uma herança cultural que há muito tempo tem sido silenciada.
Análise Crítica
O estudo trouxe à tona o resgate de mulheres historicamente invisibilizadas por meio do diálogo sobre saberes populares e a valorização humanizada das benzedeiras e curandeiras. Essas mulheres, que protagonizam práticas tradicionais de cura, desempenham um papel essencial na transmissão de conhecimentos às futuras gerações.
Conclusões e/ou Recomendações
As reflexões nas atividades proporcionaram diálogos críticos, conhecimentos, motivação de continuação dos círculos de cultura na escola, na perspectiva das temáticas em práticas de saúde e direitos da mulher. Além da sensibilidade sobre a importância de ações na promoção em saúde e a formação continuada de profissionais para atender mulheres vulnerabilizadas do município e a compreender seus direitos para obter qualidade na saúde pública.
RODA DE CONVERSA SOBRE CONSELHOS LOCAIS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EDUCATIVA COM TRABALHADORES E USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Costa, A. P. C.1, Braga, L. F. Q.1, Araújo, K. E. L.1, Costa, K. M. de M.1, Regis, C. R.1
1 Universidade Federal do Acre (UFAC)
Período de Realização
27 de março de 2025.
Objeto da experiência
Roda de conversa com trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre Conselhos Locais de Saúde (CLS).
Objetivos
Relatar a experiência de uma roda de conversa sobre CLS conduzida por 8 discentes sob supervisão de um docente, vivenciada em um projeto de extensão da disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Acre (UFAC), em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Cruzeiro do Sul, AC.
Descrição da experiência
Trabalhadores e usuários da UBS foram convidados presencialmente e via WhatsApp. A roda foi realizada na sala de espera da UBS e abrangeu 4 momentos: a) Acolhida, apresentação e entrega de material de apoio; b) Explicação sobre definição, legislação, funcionamento dos CLS; c) Discussão sobre participação popular: compartilhamento de reflexões e experiências dos participantes sobre a representação da voz da população nas decisões de saúde; d) Encerramento e estímulo para implantação de CLS.
Resultados
Participaram da roda 8 trabalhadores e 6 usuários, que relataram desconhecimento sobre os CLS e identificaram a importância de sua aplicação na comunidade. A participação dos trabalhadores durante a roda foi maior que dos usuários, com comentários e dúvidas. Os participantes relataram compreender o papel dos CLS e se mostraram motivados a buscar maior envolvimento nas decisões que impactam diretamente as condições de saúde de seus territórios.
Aprendizado e análise crítica
A atividade realizada demonstrou a importância da educação popular em saúde como estratégia fundamental para o fortalecimento do controle social, através do maior envolvimento na gestão e aplicação dos serviços de saúde na comunidade. No entanto, a ausência de discursos sobre a participação social no Sistema Único de Saúde revela uma lacuna entre as diretrizes do serviço público de saúde, restringindo o envolvimento popular e dificultando o exercício da cidadania plena.
Conclusões e/ou Recomendações
A roda de conversa cumpriu o seu propósito de compartilhar as informações de forma dialógica na comunidade. Ademais, a atividade reafirma o papel transformador dos profissionais em promover diálogos para o compartilhamento de informações que visam o empoderamento coletivo e o fortalecimento do SUS. Afinal, quando bem estimulado, o protagonismo social pode trazer visibilidade a contextos negligenciados, como o vivenciado na Amazônia.