Programa - Comunicação Oral Curta - COC13.14 - Mediações Tecnológicas: Educação, Inclusão Digital e Inovação no SUS

Apresentação/Introdução
A formação em saúde mediada por tecnologias digitais tem ganhado relevância na qualificação profissional em contextos diversos, sobretudo na Atenção Primária. O PEPSUS (Programa de Educação Permanente de Saúde da Família), ofertado pelo AVASUS/UFRN, destaca-se ao ampliar o acesso à educação permanente para médicos do Programa Mais Médicos, especialmente em regiões remotas.

Objetivos
Avaliar a percepção de médicos do Programa Mais Médicos sobre o processo formativo vivenciado no PEPSUS, identificando contribuições, potencialidades e oportunidades de melhoria.

Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com 580 médicos das turmas 2, 3 e 4 do PEPSUS, entre 2018 e 2021. Os dados foram coletados por meio de questionário com questões abertas, aplicado ao final do curso no AVASUS. As respostas foram analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo, com apoio do software Atlas.ti®. Os dados foram organizados em três categorias analíticas, a partir de codificação indutiva conduzida por pesquisadora com experiência na área.

Resultados
A análise revelou três categorias: (1) potencialidades do processo formativo, como acessibilidade, flexibilidade, uso de recursos tecnológicos e contextualização da prática; (2) oportunidades de melhoria, envolvendo ausência de contato direto com tutores, dificuldades com a internet e a plataforma, demora nos feedbacks e desafios na rotina de estudos; e (3) contribuições para a formação profissional, destacando a atualização de conhecimentos e a qualificação das práticas na Atenção Primária

Conclusões/Considerações
O PEPSUS foi percebido como estratégia potente de formação, especialmente por ampliar o acesso à qualificação em saúde permitindo atuar no cenário de prática onde os profissionais estão inseridos. Reforça-se a importância de políticas públicas que garantam conectividade, apoio tutorial e fortalecimento da EAD como ferramenta de equidade e educação permanente.

Período de Realização
Publicações no ARES – Acervo de Recursos Educacionais em Saúde, de junho de 2022 a junho de 2025

Objeto da experiência
ARES, plataforma gerenciada pela UNA-SUS, Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde, e as publicações que discutem o tema Sobrepeso e Obesidade

Objetivos
Análise sistemática dos conteúdos dos diversos recursos educacionais, provenientes dos cursos oferecidos pelas UNA-SUS, no formato EAD, publicados na plataforma ARES - Acervo de Recursos Educacionais em Saúde, sobre a temática da obesidade e sobrepeso nos últimos 3 anos.

Descrição da experiência
Estudo qualitativo, descritivo-analítico, fundamentado na análise de conteúdo proposta por Bardin (2011). Foi realizada a interpretação sistemática de todos os conteúdos relacionados ao tema obesidade ou sobrepeso, publicado nos últimos três anos na plataforma ARES – Acervo de Recursos Educacionais em Saúde. A UNA-SUS, responsável pela plataforma, visa atender às necessidades de capacitação e educação permanente de profissionais de saúde brasileiros em todos os níveis de atenção.

Resultados
Um total de 1534 resultados foram filtrados na plataforma para os termos “obesidade” e “sobrepeso”. A análise qualitativa dos resultados foi realizada através dos objetivos dos recursos educacionais, sendo observados 81 recursos diretamente relacionados com o manejo do sobrepeso e da obesidade. Destes, 60 foram monografias dos cursos de pós-graduação lato Sensu, 16 podcasts, 2 videoaulas, 1 artigo, 1 ficha técnica de curso e 1 e-book. Não foi analisada a qualidade dos recursos.

Aprendizado e análise crítica
A UNA-SUS, criada pelo Ministério de Saúde em 2010, tem como norte a capacitação e educação permanente de profissionais de saúde. Destaca-se pela diversidade de regiões atendidas, pelo quantitativo de alunos e gratuidade de seus cursos. No presente estudo, a maioria dos recursos (monografias) descreviam projetos de intervenção relacionados com o manejo de indivíduos vivendo com obesidade e sobrepeso, com ênfase na educação em saúde, estímulo à atividade física e alimentação de qualidade.

Conclusões e/ou Recomendações
A obesidade é uma doença com prevalência aumentada, tendo projeções no Brasil para 2030 de 68% da população vivendo com excesso de peso e 28% com excesso de peso. Conclui-se que os recursos disponibilizados no ARES apresentam estratégias na APS, enfatizando a prevenção. Muitos recursos foram relacionados à obesidade com outras doenças, como a HAS e a DM tipo II. Mais estudos sobre o tratamento e prevenção da obesidade são fundamentais.

Período de Realização
De agosto de 2024 até hoje, em dois cursos EaD de 120h, um para docentes e outro para eMulti.

Objeto da experiência
Formação de profissionais de saúde a partir do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e de Metodologias Ativas de ensino aprendizagem.


Objetivos
Refletir sobre o uso das TICs e das metodologias ativas de aprendizagem (MAEA) para a formação de profissionais de saúde no SUS; Reconhecer como as TICs e as MAEA possibilitam a formação crítica de profissionais para atuação na APS, a partir da utilização do Método Balint-Paideia (MBP).


Descrição da experiência
A experiência tem sido vivenciada pelas autoras a partir da formação para Docentes de Aprendizagem junto ao curso “eMulti em Formação”, em 2024, e, segue até o presente momento no “Curso de Formação para Profissionais das eMulti”, onde atuam como facilitadoras de aprendizagem. Ambos cursos ocorrem via Moodle e Zoom®, com uso de metodologias ativas, como o MBP. Ambos têm 120h e abrangem profissionais de saúde de diversas regiões do país, com foco no trabalho das eMulti na APS.


Resultados
Os cursos utilizaram Moodle, Zoom® e YouTube. Um com 13 encontros, sendo um presencial, que formou 270 docentes e outro com 20 encontros síncronos, que prevê formar 6.000 profissionais em 2025. O MBP trouxe casos reais, rodas de conversa críticas e recursos como poemas, vídeos, músicas, contos, sendo uma MAEA que propicia o ensino-aprendizagem significativo. As TICs ampliaram o alcance e interação entre profissionais, mas revelaram limites: infraestrutura, liberação e suporte institucional.


Aprendizado e análise crítica
O uso das TICs mostrou-se potente para a formação síncrona à distância de profissionais do SUS. Foi possível promover trocas interprofissionais éticas, acesso e autonomia na busca de saberes. Entre os desafios: falta de convivência presencial educando-facilitador, dificuldades no uso da tecnologia, ausência de suporte institucional, dificuldades técnicas. A experiência reforça a necessidade de suporte pedagógico e técnico contínuo. O ensino EaD não é adequado para todas as formações da saúde.

Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se o uso de TIC e MAEAs, porém há desafios como a garantia de condições de participação com qualidade e liberação laboral, ambiente protegido, acesso a equipamentos, tempo de qualidade síncrono e assíncrono para contemplar teoria e prática, aprimorar a infraestrutura digital e uso de MAEAS e estratégias pedagógicas para garantir que o ensino virtual seja um espaço dialógico, criativo, acessível e transformador para a educação em saúde.

Apresentação/Introdução
Este estudo tem como pilares a necessidade de desenvolver a literacia digital dos profissionais de saúde e a importância em se ampliarem as ações de educação permanente em saúde. Foi desenvolvido um instrumento de autoavaliação da literacia digital para profissionais de saúde, denominado Teste de Inteligência Digital em Saúde (Teste IDs), com base na norma IEEE 3527.1 publicada em 2020.

Objetivos
Avaliar os aspectos adotados no modelo de literacia digital em saúde do Teste IDs e propor a ampliação, alteração ou manutenção dos aspectos e exemplos existentes para abranger os profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS).


Metodologia
O método adotado foi composto de análise documental da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), mapeamento das competências relacionadas com o uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC) descritas para cada profissional de saúde, elaboração de exemplos de práticas de uso das TIC relacionadas com as competências digitais necessária, análise estatística descritiva para identificar resultados da autoavaliação, apresentação de relatório individual com gráficos comparativos e indicação de aspectos fortes, fracos e aqueles que não se aplicam ao respondente. Aprovação CEP/UNIFESP CAAE 74640923.1.0000.5505.


Resultados
O Teste IDs foi o resultado da evolução da versão original em três fases distintas. Iniciada em 2017, o instrumento era composto por 30 questões fechadas e foi respondido por 522 estudantes de pós-graduação. Na segunda fase, em 2019, o Teste IDs foi reformulado com base nas competências digitais descritas na norma IEEE 3527.1 e foi possível oferecer a autoavaliação para 292 voluntários que avaliaram 44 aspectos. No final de 2023, o Teste IDs obteve financiamento do CNPq via chamada pública nº 21/23 e teve início a terceira fase. A versão atual foi finalizada em maio de 2025 e denominada Teste IDs APS. Está disponível de forma gratuita, contemplando 63 aspectos em literacia digital em saúde.

Conclusões/Considerações
O Teste IDs APS tem como objetivo possibilitar uma autoavaliação das competências relacionadas ao desenvolvimento da literacia digital na perspectiva da cidadania, criatividade e competitividade digital. Espera-se que a identificação das competências digitais dos profissionais de saúde possibilite o fortalecimento da atuação no SUS Digital, e um apoio aos gestores de saúde na identificação das competências digitais existentes em equipes de saúde.

Período de Realização
Junho/2023 – Junho/2025.

Objeto da produção
Curso EAD autoinstrucional no MOODLE (20h), com a temática "Reforma Sanitária Brasileira e a criação do SUS".

Objetivos
Descrever o processo de criação do curso, integrando design instrucional, curadoria digital (baseada em critérios de relevância teórica e temática) e TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), com ênfase na interatividade.

Descrição da produção
A equipe multiprofissional (pesquisador, bibliotecário, publicitário, analista de sistemas) selecionou 17 materiais (8 textos e 9 vídeos) com base em critérios de relevância temática e licenças Creative Commons. A equipe priorizou a interatividade com os objetos virtuais de aprendizagem: textos foram convertidos em hipertextos e audionarrações, enquanto vídeos incorporaram atividades interativas via H5P. A trilha de aprendizagem no MOODLE foi organizada em quatro eixos temáticos.

Resultados
Curso EAD autoinstrucional em quatro módulos temáticos. Todos os textos foram convertidos em hipertexto e áudio; alguns dos vídeos incorporados via H5P, possuem atividades que remetem à gameficação, ampliando interatividade com os materiais. O Banco de questões possui 90 questões cadastradas (tipo Verdadeiro ou Falso e Múltipla escolha) e quatro questionários randômicos, cada um com 5 questões para avaliar a aprendizagem. O sistema de avaliação oferece feedback imediato aos participantes.

Análise crítica e impactos da produção
A curadoria digital mostrou-se eficaz para a oferta de materiais de qualidade no curso. Compreende-se que é fundamental instituir treinamentos regulares para equipes multiprofissionais para sustentabilidade de iniciativas como esta. A colaboração de profissionais de diferentes áreas (saúde, comunicação, tecnologia) na elaboração/implantação do curso se mostrou decisiva para a efetivação da proposta, sugerindo que essa seja uma metodologia a ser replicada em futuras ações formativas.

Considerações finais
O uso de TDICs na oferta de cursos no SUS é estratégico na qualificação de trabalhadores. A integração entre curadoria digital e design instrucional pode produzir cursos EAD de qualidade para a formação em saúde pública. O modelo desenvolvido apresenta especial relevância para contextos como o do Estado do Tocantins, onde as distâncias geográficas impõem desafios logísticos à capacitação profissional. A previsão é que o curso seja ofertado em novembro de 2025.

Período de Realização
Janeiro a setembro de 2023, com seguimento clínico e análise de impacto até o início de 2025.

Objeto da produção
Curso online gratuito em português para profissionais de saúde sobre osteoartrite de joelho, com ampla disseminação no Brasil e em outros países.


Objetivos
Avaliar o alcance, o engajamento e o impacto do curso PEAK-Português como ferramenta gratuita de capacitação para o manejo da osteoartrite de joelho, considerando sua disseminação nacional e internacional.

Descrição da produção
O curso PEAK-Português, resultado da parceria entre a UFSCar e a Universidade de Melbourne, envolveu alunos de graduação e pós-graduação em fisioterapia, professores universitários, jornalistas e atores. Adaptado do curso original, orienta profissionais de saúde na prática baseada em evidências com atendimentos presenciais ou por teleconsulta. Disponibiliza materiais educativos para profissionais e pacientes e está disponível na plataforma Future Learn.

Resultados
O curso teve apoio institucional e divulgação internacional. Até 4 de abril de 2025, registrou 1.193 inscritos de 51 países, sendo 992 do Brasil. Teve participantes de 21 estados e Distrito Federal, maior adesão em São Paulo (266) e Rio Grande do Norte (133). O engajamento foi elevado no Rio Grande do Norte (49,62%), Mato Grosso e Paraná (>55%). Internacionalmente, destacaram-se Cabo Verde (100%) e Moçambique (58,3%). A disponibilização foi bem aceita e demonstrou benefícios clínicos relevantes.


Análise crítica e impactos da produção
A disponibilização gratuita do curso PEAK-Português amplia o acesso à capacitação de profissionais no Brasil e em outros países. Seu alcance evidencia o potencial da iniciativa para promover mudanças significativas e aprimorar a abordagem da osteoartrite de joelho em diversos contextos clínicos e culturais, contribuindo para a disseminação de práticas baseadas em evidências e fortalecimento do cuidado global.

Considerações finais
O estudo sobre o curso PEAK-Português mostra como a ciência pode ser transformada em ações concretas, inclusivas e amplas. A estratégia teve impacto positivo em profissionais e usuários, fortalecendo o cuidado da osteoartrite de joelho no Sistema Único de Saúde e em contextos internacionais. A iniciativa se consolida como política formativa inovadora e sustentável, com potencial para ampliar o acesso equitativo a práticas baseadas em evidências.

Apresentação/Introdução
A intensificação das mudanças climáticas, com o aumento da frequência de eventos extremos como ondas de calor e enchentes, têm gerado impactos sobre a saúde pública e na capacidade de resposta. Apesar das diretrizes internacionais voltadas à construção de sistemas de saúde resilientes às mudanças climáticas, faltam diagnósticos locais sobre vulnerabilidades e respostas em saúde, sobretudo materno-infantil.


Objetivos
Refletir sobre os resultados do Curso Internacional Mudanças Climáticas, Efeitos na Saúde Materno-Infantil e a Capacidade de Respostas dos Sistemas de Saúde.


Metodologia
O curso foi realizado na modalidade presencial entre os dias 7 a 11 de abril de 2025, totalizando 45 horas. Participaram 49 pessoas, incluindo estudantes, gestores, pesquisadores nacionais e internacionais, profissionais de saúde e lideranças comunitárias. A proposta formativa foi estruturada por meio de exposições teóricas e oficinas práticas, com foco nos eventos climáticos extremos e seus impactos na saúde materno-infantil.


Resultados

Foram identificadas necessidades de educação permanente nos serviços de saúde, com a utilização de metodologias ativas para a identificação de problemas relacionados a eventos climáticos extremos, além da construção de políticas públicas voltadas para a saúde materno-infantil. Ressaltou-se a ampliação da discussão aos territórios impactados pela estiagem e seca. Por outro lado, em relação aos aspectos positivos da formação, destacaram-se a abordagem transdisciplinar, a integração entre setores, a diversidade de perfis dos palestrantes e o contato com diferentes realidades, apontando para a efetividade prática do curso.


Conclusões/Considerações
A formação contribuiu para reflexões sobre a agenda global de saúde, especialmente para a formulação de políticas públicas em saúde diante das mudanças climáticas. Além disso, reafirmou-se a necessidade de articulação dos serviços de saúde às demandas do território, contribuindo para práticas intersetoriais e participativas mais próximas das realidades locais.

Apresentação/Introdução
O Programa Médicos pelo Brasil (PMB) ampliou o acesso à Atenção Primária em áreas remotas e vulneráveis. Nesse contexto, a educação a distância, por meio de cursos autoinstrucionais em diversas modalidades, torna-se recurso essencial para a qualificação permanente dos profissionais de saúde, promovendo o desenvolvimento de competências fundamentais para um atendimento qualificado nessas regiões.

Objetivos
Analisar a adesão dos médicos do PMB às disciplinas autoinstrucionais entre 2023 e 2025, identificando os temas das disciplinas cursadas pelos profissionais do Curso de Especialização do programa.

Metodologia
O estudo tem caráter descritivo e quantitativo. A partir do ambiente virtual de aprendizagem do curso, foram extraídas as informações acerca de inscrição e completude de 709 estudantes em 18 disciplinas eletivas, que foram agrupadas em 4 eixos temáticos: Atenção Domiciliar (Eixo 1); Atenção a Problemas de Saúde Específicos (Eixo 2); Habilidades e Competências (Eixo 3); e Saúde de Populações Específicas (Eixo 4). Uma análise descritiva foi conduzida para estratificar as médias de aprovações e desistências dos estudantes nas disciplinas ofertadas.

Resultados
A análise do aproveitamento das disciplinas eletivas do PMB, entre 2023 e 2025, revela padrões distintos de engajamento entre os temas ofertados. O eixo 2 liderou em aprovações com 89,22%, o que pode refletir maior interesse em condições clínicas comuns na atenção primária à saúde. O eixo 1 atingiu média de 76,65% de aprovação e 23,35% de desistência/reprovação, sugerindo maior dificuldade do conteúdo em cuidado domiciliar. Os eixos 3 e 4 obtiveram 84,34% e 84,19% de aprovação, respectivamente, o que pode sinalizar interesses e dificuldades intermediários.

Conclusões/Considerações
A EAD democratiza o acesso à formação, mas a oferta e escolha de disciplinas optativas nem sempre se alinha às necessidades reais de saúde da população atendida. Para qualificar profissionais, especialmente médicos em áreas vulneráveis, é preciso ter curadoria pedagógica e monitoramento contínuo que possam contribuir na criação de trilhas formativas em Educação Permanente em Saúde condizentes com necessidades locais

Período de Realização
Primeiro semestre letivo de 2025/1 do módulo de Medicina e Comunidade da Universidade Santo Amaro.

Objeto da experiência
Promover compreensão das políticas públicas de equidade em saúde no SUS e das condições de vulnerabilização de grupos historicamente marginalizados.

Objetivos
Estimular o protagonismo estudantil na construção coletiva de estações temáticas, analisando iniquidades em saúde sob múltiplas perspectivas, relacionando políticas públicas do SUS, e desenvolvendo escuta, diálogo e cooperação com base na valorização da diversidade.

Descrição da experiência
A atividade foi precedida por etapa de preparação, em que grupos construíram estações temáticas com base em pesquisa orientada sobre marcos legais, determinantes sociais da saúde e desafios da população-alvo. Em sala, os grupos rodiziaram nas estações, mediando debates, com o professor como facilitador, promovendo reflexões sobre vulnerabilidade social, racismo estrutural, sexismo, LGBTfobia, etnocentrismo e envelhecimento populacional.

Resultados
Os estudantes mostraram engajamento, domínio dos conteúdos e sensibilidade às iniquidades, evidenciando a potência da metodologia para aproximar a formação médica dos princípios da equidade e justiça social no SUS. Houve aproximação das políticas de equidade voltadas às populações negra, indígena, LGBTQIA+, mulheres e idosos.

Aprendizado e análise crítica
A estratégia favoreceu o aprendizado ativo, a autonomia, o trabalho colaborativo e a articulação entre teoria e prática. As estações construídas foram espaços imersivos, lúdicos e que transformaram a experiência da leitura e estudo das políticas públicas em cenários pedagógicos. A discussão construída pela metodologia permitiu a inserção das políticas de equidade na educação médica de maneira crítica reflexiva, contextualizada às experiências vivenciadas pelos estudantes no SUS.

Conclusões e/ou Recomendações
A construção e vivência da rotação por estações é uma ferramenta valiosa no ensino das políticas públicas de saúde, promovendo pensamento crítico e compromisso com o cuidado integral. Permitiu a aproximação na educação médica com as políticas de garantia de equidade de uma maneira crítica reflexiva para promoção do cuidado em saúde de populações historicamente vulnerabilizadas.

Período de Realização
Início das gravações em abril de 2024 até o momento (experiência em aandamento)

Objeto da experiência
Divulgação de conteúdos técnicos através de vídeo/podcast para Educação Permanente na Atenção Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro.

Objetivos
Estabelecer um canal de educação permanente em saúde (EPS) para profissionais da APS com informações atualizadas para uso sob demanda, a ser assistido (vídeo) ou ouvido (podcast), estimulando a reflexão sobre os temas abordados e fortalecendo o aprendizado contínuo na prática profissional.

Descrição da experiência
Quatro profissionais de saúde e um especialista em comunicação na saúde formam a equipe do projeto. O público-alvo do vídeo/podcast são profissionais da APS, saúde mental e residentes. A cada episódio, a mediadora conduz um debate com 3 convidados da rede APS sobre temas relevantes, seguindo script estruturado. Gravado com câmera de celular, microfones e computador, o programa é lançado quinzenalmente no YouTube, Spotify e Deezer, com divulgação em redes sociais e avaliação pelo número de acessos.

Resultados
Após 9 semanas e 4 episódios lançados do video/podcast “Fala, SUBPAV!”, contabilizou-se 1.076 acessos: desafios e potencialidades da APS carioca (1.000); diagnóstico precoce da tuberculose (30); parar de fumar na APS (30); saúde LGBTQIA+ (16). Ter especialista em comunicação na equipe permitiu trocas interdisciplinares e produto qualificado. Os próximos episódios serão: equidade racial em saúde, uso racional de medicamentos e hepatite A. Outros 30 temas serão gravados.

Aprendizado e análise crítica
A EPS de 1.444 equipes APS distribuídas em 239 unidades de saúde é um obstáculo e novas metodologias de ensino e aprendizagem podem ampliar o engajamento profissional. O vídeo/podcast é uma ferramenta coerente com os princípios da EPS, pois o profissional busca ativamente os conteúdos segundo sua conveniência e necessidade. Manter o interesse do público será um desafio contínuo.

Conclusões e/ou Recomendações
O video/podcast representa uma oportunidade de baixo custo para acesso à informação sob demanda na APS, a ser visualizada ou ouvida, estimulando o desenvolvimento profissional e institucional. A disponibilização pela gestão de sala, câmera de celular, microfones e computador facilitou a operacionalização da iniciativa que pode ser realizada em outros municípios.