Programa - Comunicação Oral Curta - COC2.11 - Práticas educativas e relatos de experiência em alimentação e nutrição
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTOS IMAGÉTICOS NO ATENDIMENTO NUTRICIONAL EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 FAMERP
2 Secretaria Municipal de Saúde - São José do Rio Preto
Período de Realização
A experiência foi desenvolvida nos meses de março, abril e maio de 2025.
Objeto da experiência
Aplicação de recursos imagéticos no atendimento nutricional em duas Unidades Básicas de Saúde em São José do Rio Preto (SP).
Objetivos
Utilizar instrumentos imagéticos durante os atendimentos nutricionais e observar sua importância como ferramenta de educação alimentar e nutricional, além de estabelecimento de aproximação, diálogo e empoderamento do usuário quanto aos seus padrões e hábitos alimentares.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada em duas UBS durante atendimentos nutricionais individuais. Foram utilizados recursos visuais como o “My Plate” adaptado à realidade brasileira, a classificação NOVA dos alimentos e imagens com composições de produtos industrializados. As imagens foram apresentadas em papel, como forma de ilustrar escolhas alimentares, provocar reflexões e facilitar a compreensão dos usuários sobre temas como alimentação saudável e consumo de ultraprocessados.
Resultados
A utilização dos recursos visuais contribuiu significativamente para o entendimento e o engajamento dos usuários, especialmente entre públicos com menor escolaridade. Os instrumentos facilitaram a comunicação, reduziram barreiras no aconselhamento nutricional e promoveram maior autonomia nas escolhas alimentares. Observou-se que os usuários se mostraram mais participativos e dispostos a compartilhar suas práticas alimentares quando estimulados pelas imagens.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial educativo dos instrumentos imagéticos como facilitadores do cuidado nutricional, especialmente na atenção primária. Observou-se que o uso de imagens amplia o alcance das mensagens, respeita os saberes populares e favorece o vínculo entre profissional e usuário. No entanto, destaca-se a importância de adequar os materiais ao contexto sociocultural local e de capacitar os profissionais para sua utilização crítica e sensível.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o uso de instrumentos imagéticos é uma estratégia eficaz na educação alimentar e nutricional na Atenção Primária à Saúde. Recomenda-se a incorporação sistemática desses recursos nas práticas dos nutricionistas, com atenção à linguagem visual acessível e à valorização dos saberes dos usuários. Investir na produção e validação de materiais educativos adequados pode fortalecer o cuidado nutricional e a promoção da saúde.
“QUEM PREPARA, QUEM COME, QUEM CUIDA?”: PRÁTICAS ALIMENTARES, GÊNERO E REPRODUÇÃO SOCIAL DA VIDA
Comunicação Oral Curta
1 UFMG
2 MLB
Apresentação/Introdução
Esse relato apresenta resultados da pesquisa participativa “Diários de Alimentação”, vinculada ao projeto internacional Change Stories-OSUBH-UFMG. Com base na Saúde Coletiva crítica, analisa a alimentação como prática situada, revelando desigualdades de gênero na experiência da (in)segurança alimentar.
Objetivos
Compreender de que modo as relações de gênero se expressam na alimentação enquanto dimensão do cuidado e, a partir disso, desenham as práticas alimentares e a (in)segurança alimentar em diferentes contextos de uma metrópole brasileira.
Metodologia
A pesquisa adotou uma abordagem participativa e qualitativa, adaptando a técnica dos registros alimentares individuais a partir do método dos diários solicitados, que denominamos “Diários de Alimentação”. A coleta de dados ocorreu em fevereiro de 2025, com a participação de 16 moradores de Belo Horizonte (MG), que registraram e enviaram fotografias e relatos em áudio ou texto sobre suas refeições.. Esta ferramenta permitiu obter um registro situado e subjetivo das práticas alimentares cotidianas. A análise dos dados foi conduzida a partir de uma perspectiva de gênero, examinando seus efeitos nas dinâmicas alimentares dos sujeitos enquanto expressão do cuidado.
Resultados
Os achados sugerem marcadas desigualdades de gênero nas práticas alimentares do grupo participante. Entre os homens, foi comum o consumo de refeições prontas compradas e o ato de comer sozinho, sugerindo sua não implicação nos processos de preparo das refeições. Já as mulheres, mesmo quando inseridas no mercado de trabalho, permaneciam majoritariamente responsáveis pela alimentação da família, assumindo jornadas duplas. Em momentos em que não cozinharam para outros, muitas relataram abrir mão da própria refeição ou recorrer a sobras e alimentos infantis, como estratégia diante da exaustão.
Conclusões/Considerações
A pesquisa mostra que a alimentação é atravessada por iniquidades de gênero, visíveis nas rotinas de preparo, acesso e consumo. Mais do que uma divisão de tarefas, revelam-se estruturas que atribuem às mulheres responsabilidade pelo cuidado e pela reprodução social da alimentação e, portanto, da vida. O passo do alimento à refeição tende a ser naturalizado e invisibilizado, como se sempre houvesse alguém disponível para preparar, servir e cuidar.
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO “HORTA SESC MESA BRASIL”: O PROTAGONISMO FEMININO NA IMPLANTAÇÃO DE HORTA URBANA NA PERIFERIA DE NATAL
Comunicação Oral Curta
1 Sesc RN
Período de Realização
maio de 2024 a dezembro de 2024
Objeto da experiência
Implantação de horta urbana por mulheres periféricas em área de vulnerabilidade social em uma instituição cadastrada no programa Sesc Mesa Brasil
Objetivos
Ampliar acesso a alimentos de qualidade. Promover a segurança alimentar e inclusão social. Transformar os quintais das participantes em espaços produtivos de cultivo de alimentos. Reduzir gastos com a alimentação. Estimular o protagonismo feminino no desenvolvimento da agricultura urbana.
Metodologia
A Horta Sesc Mesa Brasil foi desenvolvida por 12 mulheres cadastradas no Instituto Dom Bosco que está inserida em área periférica de Natal, no bairro Lagoa Azul. Em parceria com a Emater, que ofereceu orientações e suporte técnico, as mulheres tiveram a oportunidade em 08 meses de aprender o cultivo de diversas hortaliças. Realizamos reuniões de convivências semanais, abordando questões como: alimentação direito de todos e o protagonismo das mulheres no desenvolvimento da agricultura urbana.
Resultados
As mulheres tiveram a oportunidade de participar do processo de implantação da horta Sesc Mesa Brasil, sendo protagonistas na aprendizagem e troca de saberes. Participaram de ações educativas, discutindo segurança alimentar e acesso a uma alimentação saudável. Tiveram a oportunidade de cultivar e consumir produtos nunca antes adquiridos. Compartilharam suas experiências na transformação dos seus quintais, passaram a cultivar hortaliças, beneficiando suas famílias na aquisição desses alimentos.
Análise Crítica
A formação de um grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade, participando de um projeto que cria um espaço de discussão, gera um empoderamento e uma valorização na construção de suas vidas. As reuniões se tornaram um ponto de referência de escuta e de fala, sendo muitas vezes a mulher periférica silenciada e exposta aos mais diversos tipos de violências. Dessa forma, cria-se uma rede de apoio na comunidade diminuído o isolamento social.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação de um grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade, participando de um projeto que cria um espaço de discussão, gera um empoderamento e uma valorização na construção de suas vidas. As reuniões se tornaram um ponto de referência de escuta e de fala, sendo muitas vezes a mulher periférica silenciada e exposta aos mais diversos tipos de violências. Dessa forma, cria-se uma rede de apoio na comunidade diminuído o isolamento social.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: QUEM QUER PÃO? - DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NA ÁREA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PANIFICAÇÃO
Comunicação Oral Curta
1 UFMG
2 CEFET-MG
Período de Realização
O projeto "Quem Quer Pão?" teve início em 2021 e ainda está desenvolvendo atividades de extensão.
Objeto da experiência
O objeto da experiência é capacitar a comunidade por meio do ensino de panificação, divulgação científica e a valorização da cultura alimentar local.
Objetivos
O objetivo é possibilitar novas formas de geração de renda para a população pela transmissão de conhecimentos da Tecnologia de Panificação, divulgação científica nas redes sociais e valorização das técnicas tradicionais, promovendo a preservação da cultura alimentar e a sustentabilidade.
Metodologia
As oficinas ocorrem no laboratório de tecnologia de Alimentos, da Faculdade de Farmácia (UFMG), sendo escolhido um profissional capacitado para ofertar as oficinas aos participantes, que devem possuir conteúdos práticos, com receitas e conhecimento técnico aplicável, além disso, fichas técnicas e cartilhas, são ofertadas aos participantes. As divulgações científicas nas redes sociais, possuem conteúdos estratégicos na área da panificação, a exemplo de receitas/dicas/registros das atividades.
Resultados
Foram realizadas 7 oficinas, sendo: Pizza, Pão Italiano,Pão de Queijo,Biscoitos de Halloween,Biscoitos de Natal,Polvilhos/Quitandas e Panetone/Chocotone, totalizando 160 participantes, sendo: mulheres(70,6%), com 18-25 anos(73%), no ensino superior(61%), renda familiar 1-5 salários mínimos(65%) e (46,7%) esperavam abrir seu próprio negócio/conseguir emprego na área. Nas redes sociais, o perfil do projeto possui 1374 seguidores e 230 publicações com 34.886 visualizações nos últimos 90 dias.
Análise Crítica
O projeto de extensão "Quem Quer Pão?" possui grande relevância para a valorização da cultura alimentar local e do ensino técnico para a comunidade. As oficinas teórico-práticas permitiram não apenas a transmissão de saberes em panificação, mas também o fortalecimento da autonomia dos participantes, que se mostraram interessados em empreender/atuar na área. Em relação às redes sociais, o perfil do projeto é uma ferramenta de divulgação dos conteúdos, alcançando públicos fora dos laboratórios.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que os resultados e os feedbacks dos participantes reforçam o papel inclusivo do projeto, cumprindo o objetivo, seja por meio da capacitação da população na área de Tecnologia em Panificação nas oficinas ou pela divulgação científica fora do laboratório, nas Mídias Sociais. Ademais, o projeto promove o diálogo e a interação com a comunidade atendida e a universidade, fortalecendo suas noções de cidadania e de responsabilidade social.
RECEITAS CONTAM HISTÓRIAS: OFICINA CULINÁRIA EM AFROPERSPECTIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.
Comunicação Oral Curta
1 ENSP/FIOCRUZ
2 CMS NILZA ROSA
Período de Realização
A experiência foi realizada em novembro de 2024.
Objeto da experiência
Oficina culinária com receitas afro-brasileiras como estratégia de promoção da saúde e valorização da culinária afrodiaspórica.
Objetivos
Apresentar a realização de uma oficina culinária em afroperspectiva como atividade de promoção da alimentação saudável e valorização de saberes ancestrais com usuários de uma unidade básica de saúde no município do Rio de Janeiro.
Metodologia
A oficina ocorreu na cozinha de uma igreja no território adscrito pela unidade de saúde, com a participação de 10 mulheres, majoritariamente negras, e 4 profissionais de saúde. Foram preparadas receitas baseadas nas técnicas culinárias africanas, como angu salgado, bolo de fubá e cuscuz de milho. Iniciou-se com uma roda de conversa sobre a cultura alimentar afrodiaspórica e a contribuição dos povos escravizados, seguida da confecção das receitas e degustação ao final.
Resultados
No início da atividade, após perguntas disparadoras sobre a origem das técnicas e dos alimentos pertencentes à cultura alimentar brasileira, as participantes compartilharam histórias e memórias relacionadas à comida. Foi possível observar que, principalmente entre as mulheres negras, as experiências culinárias estavam fortemente ligadas a elementos afrodiaspóricos, muitos dos quais foram aprendidos com seus antepassados. Ao final da oficina, as participantes avaliaram positivamente a atividade.
Análise Crítica
A comida, além de nutrir, comunica memórias, pertencimento e identidade. Desde a colonização, os saberes de povos racializados foram essenciais para a sobrevivência. Porém, na culinária brasileira, as contribuições africanas foram preteridas pelas europeias, apagando tradições e reforçando a ideia de que alimentos africanos ou afrodiaspóricos são menos saudáveis. Trazer a perspectiva africana para pensar a alimentação valoriza memórias, respeita a história e reconhece a visão africana de mundo.
Conclusões e/ou Recomendações
Reconhecer e valorizar os saberes africanos e afrodiaspóricos é fundamental para combater o apagamento cultural e promover uma alimentação mais diversa, justa e enraizada em memórias ancestrais. Ao resgatar essas tradições, reafirmamos a importância das culturas afrodiaspóricas na formação da identidade brasileira e abrimos espaço para práticas alimentares que respeitam a história, a saúde e a dignidade dos povos que as construíram.
OFICINA DE CULINÁRIA COMO POSSIBILIDADE TERAPEUTICA PARA CRIANÇAS COM SELETIVIDADE ALIMENTAR CADASTRADAS EM EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA SAÚDE SUPLEMENTAR
Comunicação Oral Curta
1 CASSI
Período de Realização
De fevereiro de 2023 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Crianças, de 4 a 10 anos, com seletividade alimentar, cadastradas em equipes de saúde da família da saúde suplementar na cidade de Porto Alegre/ RS.
Objetivos
Relatar a experiência e desafios encontrados durante a realização de oficinas de culinárias para crianças com seletividade alimentar nos últimos dois anos em um serviço de Atenção Primária à Saúde (APS) da saúde suplementar.
Descrição da experiência
Após identificação da criança alvo das oficinas, a nutricionista faz anamnese. A escolha do ingrediente a ser trabalhado é feita em conjunto com a criança. Durante a oficina a criança participa de todas as etapas do processo de elaboração da receita com a supervisão e auxílio. Os responsáveis aguardam na recepção da clínica. Ao término da preparação a criança é convidada a experimentar o alimento. Semestralmente, é realizada uma oficina de culinária ampliada com crianças acompanhadas pela APS.
Resultados
Foram acompanhadas 8 crianças, todas com IMC e altura dentro da normalidade e que apresentavam alimentação seletiva. Principais alimentos recusados eram verduras, frutas e feijão. Todas as crianças incluíram ao menos um alimento novo em sua rotina. Observou-se um comportamento mais restritivo em duas crianças com dificuldade de encostar nos alimentos. Ao decorrer dos encontros foi observado maior naturalidade durante o processo, inclusive o consumo deles.
Aprendizado e análise crítica
Sabe-se que alimentação diversificada é capaz de fornecer nutrientes indispensáveis ao desenvolvimento da criança. E que impactos negativos ao estado nutricional nesta fase, podem ser irreversíveis. Identifica-se também que APS é um importante lócus de atuação, capaz de alcançar necessidades sociais e a garantir a melhora da qualidade de vida por meio da produção de autonomia. Sendo assim a oficina de culinária vem ao encontro como importante ferramenta.
Conclusões e/ou Recomendações
A partir da experiência vivenciada é possível afirmar que oficinas de culinária podem ser uma potente ferramenta para o tratamento de seletividade alimentar na APS. Uma das dificuldades encontradas foi a continuidade do trabalho em casa, pois muitas famílias não partilham do preparo dos alimentos e fazem poucas refeições em família, sendo os pais e responsáveis um público importante a ser trabalhado.
O GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA COMO INSTRUMENTO NORTEADOR DE PRÁTICAS EDUCATIVAS NO INTERNATO DE NUTRIÇÃO EM SAÚDE COLETIVA DA UERJ
Comunicação Oral Curta
1 UERJ
Período de Realização
As práticas educativas ocorreram entre março e junho de 2025.
Objeto da experiência
Ações educativas em alimentação e nutrição com base no Guia Alimentar como instrumento norteador para promoção da alimentação saudável.
Objetivos
Apresentar informações sobre alimentação adequada, incentivando práticas saudáveis pautadas no Guia Alimentar valorizando a cultura alimentar local, fortalecendo a autonomia culinária e contribuindo para prevenção de doenças crônicas não transmissíveis por meio de ações educativas em saúde.
Metodologia
As práticas educativas foram construídas com base no Guia Alimentar, utilizado como instrumento norteador das ações. Realizadas na APS e em escolas públicas, as atividades consideram os contextos socioculturais locais e incluem rodas de conversa, oficinas culinárias, jogos e materiais informativos. Os temas abordaram promoção da alimentação adequada e saudável, níveis de processamento, grupos de alimentos, autonomia alimentar, entre outros.
Resultados
Ao todo, foram realizadas cinco ações educativas, avaliadas com a escala hedônica facial, que indicou a média de 90% de aprovação. As avaliações revelaram resultados majoritariamente positivos, revelando boa aceitação e o impacto favorável das abordagens utilizadas. O público participou ativamente, interagindo com os internos por meio de perguntas e discussões construtivas. Ao final, demonstraram maior compreensão dos temas abordados e disposição para adotar as mudanças alimentares sugeridas.
Análise Crítica
A realização das práticas educativas em alimentação e nutrição, fundamentada no Guia Alimentar, evidenciam seu potencial como ferramenta teórico metodológica clara, eficaz e acessível. No entanto, o processo formativo revelou os desafios pela limitada inserção do Guia nas ações da Atenção Primária em Saúde, como no Programa Saúde na Escola, dificultando a sua aplicação e reconhecimento por parte das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
Atividades educativas em alimentação e nutrição, fundamentadas no Guia Alimentar para a População Brasileira, promovem o entendimento de uma alimentação saudável e adequada, valorizando esse instrumento como referência pública. Ao estimular habilidades culinárias, contribuem para a redução do consumo de ultraprocessados. O nutricionista se destaca como educador e agente de transformação no território.
LETRAMENTO NUTRICIONAL DE SOBREVIVENTES DE CÂNCER DE MAMA: IMPACTO DO USO DE VÍDEOS E PODCAST EDUCATIVOS
Comunicação Oral Curta
1 UECE
2 UFCG
3 UFC
Apresentação/Introdução
O letramento nutricional é a capacidade de ler e compreender informações sobre alimentação e nutrição. Em mulheres com câncer de mama, essa habilidade pode prevenir recidiva da doença, favorecendo escolhas saudáveis e autocuidado. Materiais educativos digitais, como vídeos e podcasts, são estratégias promissoras de intervenção em saúde.
Objetivos
Avaliar o impacto de vídeos e podcasts educativos sobre alimentação saudável no letramento nutricional de mulheres sobreviventes de câncer de mama.
Metodologia
Estudo longitudinal, realizado em uma instituição de referência em oncologia. Amostra com 106 mulheres com câncer de mama, alocadas, aleatoriamente, nos grupos intervenção (56) e controle (50). O letramento nutricional foi aferido através do instrumento Nutrition Literacy Assessment Instrument for Brazilians (NLit-Br), antes e após três meses da intervenção com vídeos (9) e podcast (8 episódios) sobre alimentação saudável. Os dados foram tabulados no STATA versão 16.1. O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 69459317.0.0000.5534).
Resultados
Predominaram mulheres de 27-53 anos (51,89%), com pelo menos 9 anos de estudo (61,32%) e com renda de 1-2 salários mínimos (73,58%). A intervenção ocorreu por meio de 9 vídeos e 1 podcast com 8 episódios, seguida de contato semanal por whatsapp e contato mensal presencial com as participantes. Considerando os 5 domínios do instrumento (1 - Nutrição e Saúde; 2 - Macronutrientes; 3 - Rótulo de Alimentos; 4 – Grupos alimentares; e 5 – Habilidades como consumidor), após a intervenção houve melhora no desempenho relativo a Habilidades como consumidor (p=0,026), evidenciando melhora da compreensão e análise crítica para seleção de alimentos.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a intervenção com vídeos educativos e episódios de podcast promoveu melhora significativa no letramento nutricional de mulheres com câncer de mama, referente a Habilidades como Consumidor. Os achados reforçam o uso de mídias digitais como estratégia viável e eficaz na educação em saúde.
ENTRE COMIDA, AFETO E HISTÓRIAS QUE ALIMENTAM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE OFICINAS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM UM ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL (EDI)
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Período de Realização
Entre março e dezembro de 2024, foram realizados cinco encontros em um EDI.
Objeto da experiência
Ação de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável com foco na memória afetiva e na cultura alimentar no cenário da educação infantil.
Objetivos
Relatar experiência de um ciclo de encontros realizado por um projeto de extensão em articulação com um EDI do Rio de Janeiro e um Centro Municipal de Saúde (CMS), visando fortalecer vínculos e promover o diálogo entre saberes populares e técnico-científicos sobre alimentação.
Metodologia
Foram realizados cinco encontros no EDI: 1- Territorialização (conhecer e mapear demandas, fragilidades, potências do espaço escolar). 2- Roda de conversa com os responsáveis para resgatar as memórias afetivas sobre alimentação. 3- Teatro de fantoches com os alunos do EDI. 4- Oficina culinária em parceria com o CMS, com atividade de caça aos alimentos com as crianças e produção de um bolo de banana. 5- Diálogo com os responsáveis sobre o ciclo de encontros e o livro de receitas coletivo.
Resultados
As ações realizadas despertaram o interesse das crianças e fortaleceram o vínculo com os responsáveis. A participação da comunidade escolar possibilitou a construção coletiva de um livro de receitas. A roda de conversa e oficina estimularam memórias afetivas, o reconhecimento da cultura alimentar local e o compartilhamento de saberes entre famílias, educadores e profissionais de saúde, reforçando a escola como espaço de diálogo e valorização da cultura alimentar.
Análise Crítica
Para o grupo, foi desafiador manter a atenção de crianças do maternal por um longo período, o que serviu de aprendizado para melhorar a organização das propostas realizadas em experiências futuras. O papel central da ludicidade e a escuta ativa das famílias para o sucesso das ações foram imprescindíveis. A interdisciplinaridade e o vínculo com o território se mostraram essenciais para enriquecer o processo. A experiência reafirma a potência da EAN como prática pedagógica emancipadora.
Conclusões e/ou Recomendações
As atividades propostas tiveram como objetivo fortalecer a autonomia alimentar das crianças, resgatar memórias afetivas com os alimentos e incentivar uma boa relação com a comida, considerando os seus múltiplos aspectos. É essencial dar continuidade às ações intersetoriais como estratégia para abordar a alimentação adequada e saudável a partir do afeto, da memória e da cultura, para além de um enfoque reducionista para os nutrientes.
DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO MÓVEL DE SAÚDE DIGITAL PARA PROMOÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES DO GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
Comunicação Oral Curta
1 USP
Apresentação/Introdução
O Guia Alimentar para População Brasileira recomenda o consumo de alimentos in natura e minimamente processados e suas preparações culinárias. O distanciamento do padrão alimentar brasileiro reflete o aumento do consumo de ultraprocessados. A saúde digital, por meio de aplicativos móveis, tem potencial para ampliar o acesso a informações e apoiar ações de promoção da alimentação saudável.
Objetivos
Descrever o desenvolvimento de um aplicativo móvel construído para uma intervenção digital como estratégia para aumentar a adesão ao padrão alimentar brasileiro recomendado pelo Guia e reduzir os ultraprocessados na dieta
Metodologia
Estudo metodológico tendo como base o Guia Alimentar e o Modelo Transteórico de Mudança (MTM). Um comitê de especialistas no Guia, saúde digital e mudanças comportamentais conduziu o projeto, utilizando a metodologia de design thinking, centrada no usuário, com as etapas de benchmarking e jobs to be done. Foram realizadas entrevistas com potenciais usuários (n=7) para compreender seus comportamentos e necessidades em relação com alimentação e saúde, orientando a criação de uma persona, que representa o perfil ideal do usuário. O diagnóstico foi complementado por revisão de literatura. E o desenvolvimento técnico foi realizado por UX designer e programadores.
Resultados
O aplicativo "Feijão no Prato" foi desenvolvido como um curso autoinstrucional de 120 dias, estruturado em cinco níveis formativos progressivos, compostos por dez módulos, cada um com sete seções interativas. O conteúdo das seções foi construído para apoiar o usuário na reflexão sobre seus hábitos alimentares, auxiliar nas habilidades culinárias, no enfrentamento de desafios cotidianos e na construção de motivações para a redução do consumo de ultraprocessados. O percurso formativo inclui quizzes, desafios, atividades avaliativas, acompanhamento de progresso, elementos de gamificação, avatar para interação e um repositório com conteúdos complementares, visando ampliar o engajamento.
Conclusões/Considerações
O app "Feijão no Prato" será a plataforma utilizada para avaliar a eficácia de uma intervenção digital voltada à promoção da dieta brasileira na prevenção de doenças, no ensaio clínico PREDIBRA, com subamostra da coorte NutriNet Brasil. Além do estudo, o app tem potencial para se tornar uma ferramenta de saúde digital de acesso público, como produto de saúde pública, alinhado às diretrizes da Estratégia de Saúde Digital do Ministério da Saúde.
Realização: