
Programa - Comunicação Oral Curta - COC23.7 - Capacitação e Avaliação em Saúde: Cursos e Metodologias
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ABSENTEÍSMO EM CONSULTAS DO SISTEMA PÚBLICO EM UM MUNICÍPIO DO SUL DE SANTA CATARINA
Comunicação Oral Curta
1 Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
2 Fundo Municipal de Saúde de Tubarão
Apresentação/Introdução
A CF/88 garante a saúde como dever do Estado, organizando o SUS e atribuindo ao poder público sua regulamentação. A atenção primária é a porta de entrada do sistema, em que ocorrem os procedimentos regulatórios. A regulação, por meio do SISREG, visa otimizar o acesso e alocar recursos. Conflitos como o absenteísmo impactam o SUS.
Objetivos
Este estudo objetiva avaliar o fenômeno do absenteísmo em um município de Santa Catarina.
Metodologia
Estudo transversal realizado na Central de Regulação de um município do Sul de Santa Catarina, com base em dados anonimizados do SISREG, para garantir a privacidade e a confidencialidade das informações dos pacientes, conforme previsto na LGPD. Os dados referem-se ao período de abril de 2024 a março de 2025. As variáveis analisadas foram: presença/ausência do paciente, especialidade, classificação de risco. Foram incluídos apenas registros completos, sendo excluídos dados duplicados ou inconsistentes. A amostra mínima estimada foi de 380 consultas. A análise foi realizada no software SPSS 20.0, adotando-se p<0,05 como nível de significância estatística.
Resultados
Em março de 2025, foram registradas 28.489 solicitações para consulta médica, procedimento terapêutico e exames, majoritariamente de baixa urgência. Em 2024, a média de absenteísmo foi 27,5%, com pico em dezembro. Já nos primeiros meses de 2025, manteve-se em 26,7%, com maior índice em março. A psicologia destacou-se com taxa de absenteísmo de 76%, assim como a fisioterapia, com 58,7%. Na análise de série temporal, verificou-se taxa de absenteísmo crescente (p<0,05) para fisioterapia, colonoscopia e endoscopia digestiva alta. Em consulta médica, a abstenção foi de 23,77%, sendo maior em reumatologia, dermatologia, neurologia, pediatria e ginecologia, e menor em cardiologia e genética.
Conclusões/Considerações
Analisando-se as áreas mais afetadas, nota-se menor atenção dos usuários com os cuidados à saúde mental, reabilitação e determinadas especialidades médicas. Ainda, há uma preocupação ligada à ausência em exames endoscópicos, importantes ferramentas na prevenção e rastreio de vários perjúrios. A compreensão do perfil absenteísta permite à gestão municipal identificar gargalos e aprimorar o sistema de referência e contrarreferência existente.
ANÁLISE DA RESPOSTA À PANDEMIA DE COVID-19 NO MUNICÍPIO DE NITERÓI -RJ.
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal Fluminense
Apresentação/Introdução
A COVID-19, declarada uma emergência sanitária de importância internacional em janeiro de 2020, trouxe mudanças drásticas em todos os setores da sociedade. Niterói-RJ foi reconhecida como modelo no enfrentamento à pandemia por meio de ações nos setores da saúde, assistência social, infraestrutura, educação, gestão e economia. A cidade destacou-se na América Latina pela resposta oportuna à pandemia.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é analisar a resposta do município de Niterói para a pandemia de COVID-19.
Metodologia
Estudo qualitativo realizado por meio de entrevistas com 13 participantes entre gestores e profissionais de saúde do município de Niterói e da Universidade Federal Fluminense (UFF) envolvidos diretamente no enfrentamento à pandemia e análise documental dos atos normativos municipais. O roteiro da entrevista foi adaptado do protocolo SPIKES (Baile et al, 2000) com seis passos. A análise foi realizada por meio de análise de discurso segundo Bardin (2012) aplicando-se a técnica de análise temática e análise da enunciação para formar categorias analíticas. Projeto aprovado no CEP/UFF sob parecer número 6.154.922.
Resultados
Após a leitura flutuante das transcrições das entrevistas foram elencadas três categorias analíticas: (1) a articulação entre universidade e a prefeitura que trouxe contribuições importantes no que tange a troca de conhecimentos e participação no comitê gestor, além do uso da infraestrutura e recursos humanos da UFF para os testes e vacinação de COVID-19; (2) a oportuna tomada de decisão, com a formação do comitê gestor de crise que permitiu a articulação entre as diversas secretarias e (3) a dedicação dos profissionais com a causa, vista por meio dos relatos sobre as ações relacionadas à carga horária extenuante, afastamento do núcleo familiar como cuidado e dedicação ao estudo do tema.
Conclusões/Considerações
A elaboração de entrevistas partindo do protocolo SPIKES permitiu a identificação de elementos relevantes para a análise da resposta sanitária, ao mesmo tempo que foi sensível aos entrevistados que resgataram memórias difíceis do período da pandemia. O planejamento, o respaldo científico e a articulação de ações entre os diversos setores envolvidos na resposta permitiram enfrentamento à emergência no município de Niterói.
APLICAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ORÇAMENTÁRIA: ANÁLISE DOS GASTOS FARMACÊUTICOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ)
Apresentação/Introdução
A racionalização dos gastos farmacêuticos na Atenção Primária é fundamental para a sustentabilidade do SUS. A Amoxicilina‑Clavulanato, amplamente prescrita, respondeu por parcela significativa do orçamento da assistência farmacêutica do município do Rio de Janeiro. Ferramentas da Metodologia Lean podem otimizar processos, identificar desperdícios e aprimorar a alocação de recursos.
Objetivos
Analisar os gastos com Amoxicilina-Clavulanato na Atenção Primária do Rio de Janeiro e aplicar a Metodologia Lean para identificar fatores de desperdício, propor melhorias no controle de estoque e estabelecer estratégias de otimização orçamentária.
Metodologia
Realizou-se uma análise documental dos custos de aquisição de Amoxicilina‑Clavulanato fornecidos pela APS carioca no período entre 01/01/2024 e 31/08/2024, considerando dados de consumo mensal e valores de referência. Empregou‑se a Análise de Pareto para identificar as principais fontes de impacto financeiro. Para investigação de causas e proposição de melhorias, aplicaram‑se ferramentas Lean: Matriz GUT para priorização de problemas, 5 Porquês para análise de causa‑raiz e Plano de Ação 5W2H para definir ações estruturadas. O diagnóstico subsidiou recomendações para padronização de protocolos clínicos, capacitação profissional e otimização logística.
Resultados
A Amoxicilina‑Clavulanato representou 35,89% do orçamento da assistência farmacêutica da APS, evidenciando um padrão de prescrição elevado. A Análise de Pareto destacou seu peso financeiro predominante. As ferramentas Lean identificaram desperdícios relacionados à prescrição irracional, ausência de controle informatizado de estoques e falhas logísticas. Com base no diagnóstico, propuseram‑se intervenções como padronização de protocolos clínicos, capacitação de profissionais e integração de sistemas para monitoramento de estoques e demandas.
Conclusões/Considerações
A aplicação da Metodologia Lean revelou‑se eficaz para análise e gestão de gastos farmacêuticos na APS, promovendo maior eficiência na alocação de recursos e redução de desperdícios. A implementação das intervenções propostas pode contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde, melhoria da qualificação da assistência farmacêutica e redução de custos, fortalecendo a gestão preventiva e contínua da cadeia de suprimentos.
AVALIAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DE INTERVENÇÃO VISANDO A EXPANSÃO DA TESTAGEM PARA COVID-19, TELEMONITORAMENTO DE CASOS E AÇÕES DE VIGILÂNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral Curta
1 ISC/UFBA
2 PPGSC/DCV/UNEB
3 FO-UFBA
4 PPGSC/ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 expôs desafios na saúde e a complexidade da implementação de políticas locais. Países que se destacaram ampliaram testes, isolamento e telemonitoramento. A Atenção Primária à Saúde (APS) se adaptou significativamente, modificando o formato das consultas e a organização dos serviços para responder à crise. Implementar intervenções eficazes requer entender obstáculos e facilitadores.
Objetivos
avaliar o grau de implantação da Estratégia-TQT-COVID em unidades da APS. Identificar facilitadores e obstáculos para a implementação em um território com vulnerabilidade social. A intervenção foi implantada entre julho de 2022 a fevereiro de 2023
Metodologia
Estudo avaliativo em uma região administrativa do Nordeste do Brasil (400 mil habitantes), abrangendo 17 unidades, sendo 12 (USF) e 5 (UBS).Um comitê de 16 gestores/pesquisadores planejou a iniciativa. Desenvolveu-se um Modelo Lógico e uma matriz de avaliação (12 critérios, 100 pontos em testagem, acompanhamento e plataforma digital), validada por 20 especialistas. A implantação foi classificada em tercis (não, parcialmente ou implantada). A coleta de dados incluiu relatórios de monitoramento, plataforma digital e 121 entrevistas (gestores, profissionais de saúde e ACS). A análise e pontuação dos critérios foram feitas por avaliadores externos, com consenso e triangulação de evidências.
Resultados
Houve implantação parcial em 17 unidades. Testagem foi o ponto forte (82,3%), impulsionada por comunicação e apoio na infraestrutura. A inclusão da vigilância no processo de trabalho teve baixa implantação (76,5%), com desafios no telemonitoramento e rastreamento devido problemas técnicos, baixa adesão e fatores sociais. Plataforma digital foi parcialmente implantada, devido falhas e problema da internet do município. Planejamento e treinamentos facilitaram a implementação, mas a resistência profissional e sobrecarga de trabalho foram barreiras. Profissionais perceberam a estratégia como facilitadora da testagem, identificação de casos, fortalecimento comunitário e agilidade nos resultados.
Conclusões/Considerações
A intervenção enfrentou obstáculos como infraestrutura inadequada, falta de pessoal e problemas de internet, além da baixa adesão devido à menor preocupação com a pandemia. Contudo, ampliou o acesso a testes (mais de 13 mil realizados), sistematizou informações e organizou o trabalho na APS. Para sustentabilidade, são cruciais investimentos em infraestrutura, pessoal, capacitação, sistemas digitais e engajamento local, com monitoramento contínuo.
CONSEQUÊNCIAS FUNCIONAIS PROLONGADAS DA COVID-19: ANÁLISE DE PACIENTES ASSISTIDOS POR SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR EM PORTO ALEGRE, RS
Comunicação Oral Curta
1 UFRGS
2 AHVN
3 HCPA
Apresentação/Introdução
Apesar da redução da incidência da COVID-19, suas consequências funcionais podem persistir, especialmente após internações hospitalares. A condição Pós-COVID-19 pode durar meses, com impacto funcional prolongado, similar ao observado em sobreviventes de doenças críticas. Dada a importância de entender esses desfechos a longo prazo, é essencial avaliar a recuperação funcional nesta população.
Objetivos
Avaliar a funcionalidade, encaminhamentos para a reabilitação funcional e retorno laboral e de lazer de pacientes pós-COVID-19 assistidos por um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) após hospitalização.
Metodologia
Estudo transversal realizado de outubro de 2022 a junho de 2023. Foram incluídos indivíduos pós-COVID-19 atendidos no SAD da Associação Hospitalar Vila Nova (Porto Alegre/RS). A funcionalidade foi mensurada por meio das escalas Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), Índice de Barthel (IB) e Escala de Estado Funcional Pós-COVID-19 (PCFS). Os demais desfechos, incluindo encaminhamento à reabilitação e retorno ao trabalho e lazer, foram obtidos a partir de prontuários do SAD e por meio de questionário específico aplicado por contato telefônico.
Resultados
Foram incluídos 79 indivíduos, com idade média de 57±12 anos, avaliados 23,3±5,8 meses após alta no SAD. Nas escalas AIVD e IB, 59,4% e 45,5% foram classificados como independentes, enquanto 40,5% apresentaram dependência grave na PCFS. Após a alta, 54,4% realizaram acompanhamento fisioterapêutico, que reduziu a chance de pior funcionalidade [AIVD: 0,40(0,16-0,95); IB: 0,34(0,14-0,79); PCFS: 0,39(0,16-0,93), p>0,05]. Entre os que trabalhavam antes da internação, 52,8% não retornaram ao trabalho; destes, 71,4% não se consideraram aptos para retomar suas funções. Além disso, 55,6% não retomaram atividades de lazer prévias à COVID-19.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que pouco mais da metade dos avaliados apresentou limitações funcionais persistentes após internação por COVID-19, refletidas pela dificuldade na retomada ao trabalho e lazer. Embora o acompanhamento fisioterapêutico tenha exercido efeito protetor funcionalidade, apenas pouco mais da metade teve acesso a esse cuidado, suscitando discussões acerca do acesso e da continuidade da reabilitação funcional após hospitalizações.
ESTRATÉGIAS PARA MELHORIA DO FLUXO E REDUÇÃO DAS FILAS DE ESPERA EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE FISIOTERAPIA DA ATENÇÃO ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE JAPERI/RJ
Comunicação Oral Curta
1 Prefeitura de Japeri
Período de Realização
Janeiro a Maio de 2025
Objeto da experiência
Gestão do serviço de fisioterapia: implementação de triagem, estratificação por complexidade, informatização da fila e grupos de atendimento.
Objetivos
Reduzir as filas de espera, melhorar a qualidade do serviço prestado, melhorar a transparência do acesso ao serviço, promover o princípio da equidade através da estratificação por complexidade e patologia e educar o usuário do serviço sobre a logística de acesso e sobre sua condição de saúde.
Descrição da experiência
Em janeiro/25 foi feito um levantamento da situação do serviço para identificação dos problemas. Em fevereiro/25 demos início a uma série de mudanças de gestão: Estabelecemos protocolos clínicos e de triagem, agrupamos atendimentos de menor complexidade de acordo com as diversas patologias, direcionamos os atendimentos mais complexos para dias com mais profissionais, informatizamos a lista de espera e capacitamos os profissionais de acordo com os protocolos clínicos mais recentes.
Resultados
Conseguimos reduzir o tempo de espera, do momento em que o paciente chegava na recepção para marcação até a primeira consulta com o fisioterapeuta, de 180 dias para casos crônicos e 28 dias para casos urgentes, para 60 dias e 7 dias, respectivamente. O número total de pacientes aguardando em fila de espera, reduziu de 256 pacientes crônicos e 21 pacientes de urgência, para 48 e 0 pacientes, respectivamente. Considerando na comparação o mês de Janeiro de 2025 com o mês de Maio de 2025.
Aprendizado e análise crítica
A ausência de um profissional na atenção primária, para realizar a triagem adequada, direcionamento de fluxo e atendimento dos pacientes crônicos de menor complexidade, sobrecarrega o serviço da atenção especializada. Mais além, a falta de comunicação entre a equipe e entre as diversas especialidades da atenção secundária, causava um fluxo desordenado de pacientes mal orientados quanto aos protocolos do serviço. A falta de padronização nos protocolos clínicos causava confusão nos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
Baseados na experiência positiva que tivemos, recomendamos que serviços semelhantes foquem em montar protocolos de gerenciamento e clínicos, de acordo com os mais altos níveis de recomendação científica, para padronizar o atendimento e melhorar a qualidade do serviço prestado. Não obstante, realizar a reciclagem e capacitação constante dos profissionais. A médio e longo prazo, busquem melhor interação e comunicação com as outras categorias.
IMPACTO FINANCEIRO DA PANDEMIA DE COVID-19 EM UTI DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E TDABC
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
2 UFAL
3 UPE
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 agravou o subfinanciamento estrutural do SUS, especialmente em UTIs de hospitais universitários, que operam com maior densidade tecnológica e exigência formativa. Estimar corretamente os custos hospitalares é essencial para garantir sustentabilidade, orientar políticas públicas e enfrentar a assimetria entre planejamento orçamentário e realidade assistencial.
Objetivos
Analisar os impactos financeiros da pandemia de COVID-19 nas internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital universitário federal.
Metodologia
Estudo realizado com 280 pacientes internados na UTI do HC-UFPE/Ebserh. Foram utilizadas modelagens de custeio por absorção e Time driven activity based costing (TDABC), com o objetivo de avaliar a precisão informacional de cada método frente à complexidade assistencial e aos limites do financiamento público. Em 2019, aplicou-se o custeio por absorção, enquanto em 2020 utilizaram-se simultaneamente os métodos de custeio por absorção e TDABC. Empregaram-se estatística descritiva, testes de normalidade, homocedasticidade, Wilcoxon e regressão linear para avaliar a correlação entre custos e déficits, identificando distorções potenciais e inferências de sustentabilidade financeira.
Resultados
Os custos médios por paciente aumentaram em 2020, especialmente nos primeiros 10 dias de internação. O custo médio por absorção foi de R$ 42.106,00 e por TDABC, R$ 34.842,00. O déficit médio por paciente em 2020 foi de -R$ 25.073,10 (absorção) e -R$ 17.809,66 (TDABC). A regressão linear demonstrou forte correlação entre custo e déficit. O TDABC mostrou maior precisão na alocação dos custos indiretos, servindo como ferramenta crítica de gestão e subsídio à redefinição de estratégias de financiamento hospitalar.
Conclusões/Considerações
A pandemia aumentou os custos em UTI, sem aumento proporcional no financiamento do SUS, comprometendo a integralidade da assistência. O TDABC mostrou-se mais sensível à complexidade hospitalar. Os achados reforçam a urgência de revisar o modelo de custeio e os valores de repasse, adotando metodologias que favoreçam decisões fundamentadas e sustentáveis na saúde pública.
INVESTIMENTOS EM SAÚDE PÚBLICA E OS IMPACTOS NA MORTALIDADE NO BRASIL ANTES E DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA
Comunicação Oral Curta
1 Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz
2 Fucape Business School
Apresentação/Introdução
O financiamento da saúde pública brasileira, sempre foi um tema polêmico. Em suma, as receitas e os orçamentos para custear o sistema público de saúde brasileiro após a CF/88, se tornaram ainda mais insuficientes e precárias (Mendes et al., 2016). Apesar do tema ser muito discutido, existem lacunas a serem estudadas, a exemplo do impacto de investimentos em saúde pública nas taxas de mortalidade.
Objetivos
O presente estudo foi investigou se a aplicabilidade orçamentária em custeio e capital, incluindo tecnologia influenciou na taxa de mortalidade no contexto brasileiro em 06 anos antes da pandemia e comparando com o período pandêmico nos anos de 2020 até 2021.
Metodologia
A amostra da pesquisa foi coletada nos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, no período compreendido entre os anos de 2014 e 2019, somado aos dois primeiros anos (2020 e 2021) do período pandêmico. No estudo foi aplicado o modelo de regressão em painel com efeitos fixos com duas equações para testar as hipóteses relacionadas a pesquisa. Na equação 1, foram analisadas as relações do orçamento de custeio e capital com a taxa de mortalidade nos seis anos que antecederam o período pandêmico. Já na Equação 2 foram analisadas as relações do orçamento de custeio e capital com a taxa de mortalidade, nos dois primeiros anos de pandemia, com as mesmas variáveis, incluindo a vacinação.
Resultados
No período de 2014-2019, o estudo demonstra que investimentos em tecnologia têm relação negativa e significativa com taxa de mortalidade, sugerindo que investimento dessa natureza pode reduzir essa taxa. Já nos anos de 2020-2021, essa mesma variável também apresentou uma relação negativa, e ainda mais significativa, em relação a 2014-2019. No período de 2020-2021, a taxa de vacinação apresenta uma relação positiva e altamente significativa com a taxa de mortalidade. Essa variável, provavelmente, se mostrou positivamente significante, visto que a taxa de mortalidade em período pandêmico é alta, o que provocou aumento do investimento para melhorar o indicador da população vacinada.
Conclusões/Considerações
A variável que se mostrou com maior impacto na taxa de mortalidade foi tecnologia apresentando uma relação negativa e significativa com a taxa de mortalidade nos seis anos antes da pandemia e durante a pandemia. Já nas variáveis de controle o que chamou atenção foi a variável da população vacinada, a qual no início da pandemia não mostrou impacto na taxa de mortalidade, por isso houve maior investimento para aumentar produção de vacinas.
SERVIÇO DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO E ATENÇÃO ÀS DOENÇAS CARDIOVASCULARES: ANÁLISE DA PRODUÇÃO DA REDE COMPLEMENTAR EM ANGRA DOS REIS-RJ
Comunicação Oral Curta
1 UERJ/ SSA-AR
2 SSA -AR
3 SSA - AR
4 ICICT/Fiocruz
Apresentação/Introdução
O estudo focaliza procedimentos para pacientes com HAS. Dada a extrema importância do indicador de procedimentos ambulatoriais por habitante na população portadora de HAS, foi realizado análise estratificada por tipos de procedimentos para capturar variações significativas destes na população e identificar padrões de acesso aos SADT cardiológicos ofertados pelo município.
Objetivos
Analisar temporalmente os procedimentos ambulatoriais no município de Angra dos Reis de janeiro de 2021 a setembro de 2024
Metodologia
Estudo observacional, analítico, do tipo ecológico de série temporal que analisou o indicador de procedimentos ambulatoriais por habitante voltados a pacientes com hipertensão arterial sistêmica no município, no período de janeiro de 2021 a novembro de 2024, na população residente de 18 anos e mais e ambos os sexos. Os registros foram obtidos do SIA/SUS via sítio do DATASUS assim como a população de 20 anos e mais na projeção populacional também disponível no sítio do DATASUS para 2021, 2022, 2023 e 2024, para o município de Angra dos Reis. Realizada a análise de séries temporais dos procedimentos por habitantes, nos 47 meses correspondentes aos anos de 2021 a 2024.
Resultados
No período de janeiro de 2021 a setembro de 2024 foram registrados, no município de Angra dos Reis, 14.351 consultas de cardiologia, 11.534 procedimentos de ecocardiografia transtorácica, 1.969 de Holter 24 horas, 1.694 de MAPA, 1.605 de teste ergométrico, 8.914 de ultrassonografia doppler de vasos e 11.819 de ultrassonografia abdômen total. Os resultados foram apresentados na variação percentual anual (APC) com os respectivos intervalos de confiança de 95%. Os dados foram processados com o software livre Joinpoint Regression Program Version 5.3.0.0 (2024).
Conclusões/Considerações
Foi possível observar estimativa significativa de crescimento das consultas em cardiologia, possivelmente relacionado a queda na cobertura das ESF e acompanhamento frágil da HAS, proporcionando aumento na demanda por avaliação cardiológica na AE e por realização de exames de rastreio de Lesões em Órgãos Alvos (LOAS)
PROPOSTA DE ATUALIZAÇÃO DOS PARÂMETROS SUS, COM BASE NA OFERTA REAL DE ESPECIALISTAS TITULADOS E ATUANTES NO BRASIL EM 2025.
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
O SUS enfrenta desafios na alocação equitativa de especialistas, agravados por parâmetros desatualizados e desvinculados da realidade de provimento. Isso compromete o planejamento em saúde e aprofunda desigualdades regionais no acesso à atenção especializada.
Objetivos
Investigar discrepâncias entre os Parâmetros SUS e a oferta real de especialistas, utilizando dados de titulação e atuação profissional; e propor ajustes mais realistas para subsidiar o planejamento em saúde.
Metodologia
Estudo transversal, descritivo e exploratório baseado em dados secundários de fontes oficiais. Utilizou-se a Demografia Médica 2025 para estimar médicos titulados por especialidade e o CNES (março/2025) para quantificar os atuantes em FTE 40h. Foram calculadas razões de especialistas por mil habitantes, com base populacional da RIPSA (2024), comparando-se com os parâmetros da Portaria de Consolidação GM/MS nº 1/2017. Propôs-se como referência o maior valor entre os dados reais e os parâmetros normativos, buscando refletir a capacidade instalada. A análise considerou abordagens da literatura nacional e internacional sobre escassez, desequilíbrio territorial e metodologias de dimensionamento.
Resultados
Houve grandes distorções entre os parâmetros normativos e a oferta real, com déficits críticos em especialidades como Genética Médica, Radioterapia e Cirurgia Pediátrica. Já especialidades como Oftalmologia e Anestesiologia superaram os parâmetros estabelecidos. A proposta de utilizar a maior razão observada (titulação ou FTE) revelou-se viável para redefinir metas com base empírica, promovendo um novo padrão de referência ajustado à realidade do SUS.
Conclusões/Considerações
A atualização dos Parâmetros SUS é urgente para refletir a real disponibilidade de especialistas. O uso de FTE 40h e de dados de titulação fornece um retrato mais preciso da força de trabalho. A proposta contribui para um planejamento mais realista e equânime, respeitando a diversidade territorial e os desafios regionais do SUS.

Realização: