Programa - Comunicação Oral Curta - COC23.6 - Saúde Escolar, Educação Permanente e Formação em Saúde
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
ANÁLISE DE BARREIRAS E FACILITADORES DE ACESSO A SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL VOLTADO AO CUIDADO EM ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS PELA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA DE BELO HORIZONTE
Comunicação Oral Curta
Marinho, R. A.1, Souza, A. A.2, Dantas, A. C. M. T. V.1, Fernandes, L. M. M.1, Souza, J. R.1, Martins, A. L. J.1, Oliveira, G. L.1, Marinho, C. R. V.1, Rodrigues, I. B.1, Paes-Sousa, R.1
1 IRR/Fiocruz Minas
2 IRR/Fiocruz Minas e ENUT/UFOP
Apresentação/Introdução
Estima-se que 14 mil pessoas estejam em situação de rua em Belo Horizonte (BH), sendo o uso prejudicial de álcool e outras drogas associado à ida das pessoas para as ruas. O uso de substâncias psicoativas é identificado como fator de risco para os principais agravos de saúde que acometem essa população e dessa forma, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é imprescindível em seus cuidados.
Objetivos
Identificar e analisar as barreiras e facilitadores no acesso da População em Situação de Rua (PSR) aos serviços da RAPS destinados aos cuidados em álcool e outras drogas do município de BH.
Metodologia
Trata-se de um estudo com coleta de dados primários a partir da aplicação de questionários pelo método survey à PSR. Os dados foram coletados no ano de 2024 em 16 serviços da assistência social e da saúde. O software REDCap foi utilizado para organizar o banco de dados. Participaram da pesquisa 343 pessoas em situação de rua e, dentre elas, 218 informaram fazer uso prejudicial de álcool e outras drogas, sendo incluídas na análise. Todos responderam às perguntas de barreiras e apenas aqueles que utilizaram os serviços de saúde responderam as de facilitadores. As análises descritivas do perfil sociodemográfico e das barreiras e facilitadores foram realizadas utilizando o software Stata.
Resultados
O perfil da amostra foi constituída em sua maioria por homens, adultos, negros, com baixa escolaridade e naturais de outras cidades mineiras. Em relação ao tempo de rua, 27% estavam há mais de dez anos e 24% há até seis meses. As 15 barreiras e 11 facilitadores de acesso elencadas foram categorizadas e analisadas em três dimensões, a partir da classificação de Sanchez e Ciconelli (2012): 1) disponibilidade; 2) aceitabilidade; 3) informação. As barreiras mais prevalentes foram relacionadas à disponibilidade (65%), seguidas pela aceitabilidade (40%) e informação (39%). Quanto aos facilitadores, observamos a seguinte distribuição: aceitabilidade (84%), informação (68%) e disponibilidade (65%).
Conclusões/Considerações
Mesmo diante da robusta e qualificada estruturação da RAPS/BH, prevalências altas de barreiras de acesso ao serviço foram identificadas apontando a necessidade de investimento na rede para as demandas e especificidades de utilização dos serviços pela PSR. O uso prejudicial de substâncias e as características sociodemográficas da PSR, reforça a necessidade de ações intersetoriais e políticas públicas que qualifiquem os serviços e o seu acesso.
DESCENTRALIZAR PARA CUIDAR MELHOR: UMA EXPERIÊNCIA DE INOVAÇÃO NA VIGILÂNCIA DE ÓBITOS POR ARBOVIROSES
Comunicação Oral Curta
METZNER, R. J. M.1, GALLI, A. T.1, PAIM, D. G. P.1, GONÇALVES, C. A.1, FILGUEIRAS, M.1, REZENDE, J. M.1, GLASSER, P. R.1, PEDROSO, N. F. S.1, FERREIRA, M. N.1, BARBOSA, I. P. A.2
1 SMS-SP
2 SESAB/SUVISA/BA
Período de Realização
De setembro de 2024 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Descentralização da investigação de óbitos suspeitos de arboviroses no município de São Paulo.
Objetivos
Redesenhar o processo de investigação de óbitos por arboviroses e implementar Comitês Regionais e Locais, com o intuito de aproximar a análise dos territórios, reduzir o tempo de investigação e propor intervenções que qualifiquem a assistência e fortaleçam a vigilância em saúde.
Descrição da experiência
O modelo de investigação de óbitos por arbovirose ancorado na vigilância e centralizado na COVISA, mostrou-se insuficiente na epidemia de dengue de 2024, levando à sobrecarga de trabalho e limitação de respostas tempestivas às lacunas assistenciais. Com apoio da ASPLAN, redesenhou-se o processo com uso de práticas colaborativas (design thinking e gestão de processos, de projetos e da mudança), mapeando fluxo e gargalos, criando protocolo e realizando oficinas para implantação dos comitês.
Resultados
A implantação de 6 Comitês Regionais e 28 Locais facilitou a articulação no território entre vigilância, assistência e unidades, reduzindo o tempo de investigação. Até maio de 2025, 76,3% dos óbitos foram encerrados oportunamente, incremento de 40% em relação a 2024. Isso permitiu identificar pontos de atenção e promover respostas dos serviços, contribuindo para a qualificação do atendimento à população.
Aprendizado e análise crítica
O projeto evidenciou o valor do apoio metodológico e da escuta qualificada. Reforçou a importância de pactuações institucionais, sistematização de práticas e uso de saberes locais. Aprendeu-se ainda que formação em serviço se dá mesmo sem formalização e que a inovação, muitas vezes, vem do simples e do contexto local. Por isso, a partir do monitoramento de resultados e devolutiva dos Comitês sobre o uso dos instrumentos, serão realizados ajustes ao fluxo para sua melhoria contínua.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou que metodologias participativas fortalecem a gestão pública e geram efeitos duradouros. Recomenda-se iniciar projetos com pactuação clara de papéis, garantir registro e sistematização do conhecimento e promover devolutivas contínuas. Em tempos de crise climática, aproximar vigilância e cuidado dos territórios contribui para reduzir desigualdades e promover respostas mais justas e efetivas.
GESTÃO DA TUBERCULOSE: POTENCIALIDADES PARA AÇÕES DE CONTROLE E ADESÃO AO TRATAMENTO EM FORTALEZA-CE
Comunicação Oral Curta
Bandeira, F.L.S.1, Tavares, A.C.1, Paiva.L.M.S.1
1 UECE
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) é um problema sério no Brasil e uma emergência de saúde global reconhecida pela OMS desde 1993. Apesar de ser curável e tratável, ainda representa um grande desafio, com cerca de 1,5 milhão de mortes em 2020 (Chen et al., 2023). Em 2022, o Brasil concentrou 38% dos casos e 35% das mortes por TB no mundo.
Objetivos
Analisar os discursos dos gestores acerca das potencialidades nas ações de controle e adesão ao tratamento da tuberculose no municío de Fortaleza- CE
Metodologia
Trata de pesquisa qualitativa, descritivo. Realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas no período de julho a setembro de 2024, com 10 gestores da tuberculose no município de Fortaleza, das seis secretarias executivas regionais de saúde. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas utilizando a análise de conteúdo temática proposta por Bardin. Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará parecer 6.850.710. Os dados foram organizados em categorias temáticas, conforme Bardim (2011), a partir disso para a realização deste trabalho utilizaremos um recorte, a categoria: “potencialidades para ações de controle e adesão ao tratamento” .
Resultados
Quanto às potencialidades existentes os gestores apontam:
“A questão do acesso de todos os nossos pacientes com relação à atenção primária’’
“Então uma das grandes potencialidades é a questão dos insumos, que não falta.’’
“Eu acho que quando a gente capacita, quando a gente está perto que eu acho que a gestão tem que estar perto ali, dando apoio os nossos profissionais se sentem mais seguros.”
“Medicamentos a disposição para o tratamento completo, coleta diária de baciloscopia em qualquer horário é realizada, profissionais capacitados para o atendimento, eu acho que seria isso que fortalece, potencializa.”
Conclusões/Considerações
A pesquisa apresentou resultados diretos que podem auxiliar no planejamento em saúde para o controle da tuberculose no munícipio de Fortaleza, por meio do recohecimento das potecialidades que chegam no município através das políticas públicas e que são empregadas por meio das ações realizadas, encorajando e afirmando sua continuidade.
IDENTIFICAR E APOIAR OS MAIS VULNERÁVEIS COMPÕE A QUALIDADE DO SERVIÇO DE SAÚDE: INDICADORES DOS SERVIÇOS DE TRATAMENTO DO HIV NO BRASIL, 2024
Comunicação Oral Curta
Nemes, MIB1, Alves, AM1, Santos, MA1, Carvalho, WMES2, Rabelo, SF1, Sorrentino,IS1, Nunes,LO1, Silva,MM3, Nascimento, DS3, Sato, APS3, Nemes, MIB1, Alves, AM1, Santos, MA1, Carvalho, WMES2, Rabelo, SF1, Sorrentino,IS1, Nunes,LO1, Silva,MM3, Nascimento, DS3, Sato, APS3
1 Faculdade de Medicina da USP
2 Escola Superior em Ciências da Saúde da UniDF
3 Faculdade de Saúde Pública da USP
Apresentação/Introdução
A assistência prestada pelo serviço de saúde pode atenuar os componentes individual e social da vulnerabilidade ao adoecimento ou agravamento de uma condição. A organização do processo de assistência deve contemplar a identificação oportuna do usuário com maior vulnerabilidade e a oferta de apoio psicossocial, especialmente para condições de longo acompanhamento clínico, como a doença do HIV
Objetivos
Descrever os processos relacionados à identificação e apoio aos usuários de maior vulnerabilidade da organização da assistência dos serviços do SUS que realizam o acompanhamento clínico e laboratorial das pessoas vivendo com HIV no Brasil em 2024
Metodologia
Os dados provêm do inquérito nacional do "Questionário Qualiaids" de 2024 sobre a organização da assistência de serviços do SUS de tratamento do HIV. Contém 77 questões de múltipla escolha cujas alternativas descrevem atividades de padrão esperado (valor 1) ou insuficiente (valor 0). São 108 alternativas pontuadas cuja porcentagem de respostas assinaladas expressa a avaliação final de 0 a 100%. Foram selecionadas as porcentagens nacionais de 16 respostas de padrão esperado relacionadas à identificação e ao apoio psicossocial aos usuários de maior vulnerabilidade. Entre estas, as 5 respostas sobre identificação de questões clínicas foram expressas em uma porcentagem média
Resultados
Quanto à identificação, reportaram rastreamento rotineiro das questões psicossociais: 13% dos serviços (transtorno mental), 11% (estigma da AIDS) e 19% (abuso de álcool e drogas) ; rastreamento de questões clínicas (tais como carga viral detectável após 6 meses de tratamento) com porcentagem média de 42% dos serviços. Quanto ao apoio psicossocial, 28% reportaram ter flexibilidade de horário para pessoas de maior vulnerabilidade, 70% de disponibilidade de psicólogo , 84% de assistente social e 30% de psiquiatra . Reportaram integração com a rede de atenção psicossocial, 32%, com organizações da sociedade civil, 22% e com conselho gestor local, 37%.
Conclusões/Considerações
A identificação e o apoio psicossocial para os mais vulneráveis é incipiente. À exceção do aporte de profissionais, cujas porcentagens foram medianas, todas as demais, com escore baixo, são dependentes do gerenciamento da assistência. Essas falhas já foram apontadas por inquéritos anteriores do Qualiaids e em estudos da APS. A melhoria do gerenciamento local está na raiz da necessária melhoria da qualidade dos serviços ambulatoriais do SUS.
MAPEAMENTO DE PROCESSOS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Thayanny, L. V.1, Barros, A.C.S.2, Campos, A. L.C.2, Aquino, D.M.P.2, Campos, H.J.M.2, Azevedo, J.C.R.O.2, Nunes, J.C.D.2, Avelar, M.R.2, Dias, M.D.2, Costa, T.D.L.2
1 UFMA
2 EMSERH
Período de Realização
Experiência ocorreu entre janeiro e dezembro de 2024
Objeto da experiência
Implantação de ferramentas de gestão da qualidade como o mapeamento de processos, utilizando a ferramenta SIPOC
Objetivos
Treinar profissionais de saúde que exercem atividade de liderança a mapear processos de trabalho utilizando a ferramenta SIPOC; oferecer uma técnica de mapeamento de processos que revele uma visão abrangente de um sistema de trabalho, identificando seus principais elementos e suas interconexões
Descrição da experiência
O Mapeamento de Processos é uma etapa de Implantação da Gestão da Qualidade da EMSERH, é realizado por meio de treinamento com equipes de liderança, na qual é apresentada a ferramenta SIPOC. O SIPOC é uma sigla em inglês que representa (fornecedores, processo, saídas, clientes). Através da apresentação e utilização dessa ferramenta é possível analisar processos de trabalho, assim como qualificar etapas e facilitar a implementação de indicadores de desempenho.
Resultados
Durante o ano de 2024, foram realizados em 25 unidades de saúde gerenciadas pela EMSERH 57 mapeamentos de processos utilizando a ferramenta SIPOC. Foram mapeados processos em áreas de internação, unidade de terapia intensiva, CME, centro cirúrgico, setores de pronto atendimento, farmácia, ambulatórios e agência transfunsional. A experiência permitiu aos profissionais de saúde compreender o trabalho executado e, também, atuar em pontos específicos do processo, promovendo melhoria contínua
Aprendizado e análise crítica
Através dessa experiência foi possível perceber que muitos profissionais de saúde que ocupam cargos de liderança desconhecem ou não fazem uso de ferramentas de gestão. Apesar isso, os treinamentos realizados sobre a utilização da ferramenta SIPOC e os mapeamento realizados contribuíram para melhoria entre a comunicação entre as áreas assistenciais, diminuição das falhas por falta de alinhamento entre etapas de atendimento e promoveu a uniformização de procedimento entre setores e profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Na política de saúde a utilização de mapeamentos de processos é de extrema relevância pois é uma ferramenta que contribui para promover a cultura de segurança do paciente, identificando riscos e reduzindo erros clínicos e administrativos. Diante disso, ter processos mapeados impacta diretamente na qualidade do atendimento prestado ao paciente, garantindo um cuidado consistente e eficaz, eliminando desperdícios de tempo e recursos institucionais.
O CUIDADO COMPARTILHADO: DISCUSSÕES DE CASOS E TELECONSULTORIA ENTRE AS EMULTI E AS DEMAIS EQUIPES DA APS INTEGRADOS AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO
Comunicação Oral Curta
Guimarães, J. N.1, Melo, A. A.1, Cunha L.S.O.1, Demarche, N.F.1, Gomes, I.C.1, Silva, A.C.1, Medeiros, O.L1, Gaete, R.A.C.1, Souza, C.D1, Selinger, N.C.1
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
Em 2023, entre março e novembro, da idealização a liberação da funcionalidade em âmbito nacional.
Objeto da experiência
Implementação do módulo Cuidado Compartilhado no Prontuário Eletrônico e-SUS APS para qualificar a resolutividade entre as equipes na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Relatar a experiência de desenvolvimento da funcionalidade de cuidado compartilhado (CC) no Prontuário e-SUS APS para ampliar e compartilhar a gestão do cuidado em saúde entre as equipes vinculadas à Atenção Primária e as equipes Multiprofissionais (eMulti).
Descrição da experiência
O desenvolvimento do módulo CC foi conduzido por meio de discussões entre as áreas de interesse no âmbito da SAPS. A elaboração teve como base o modelo de colaboração interprofissional entre equipes da APS. A funcionalidade possibilita comunicação entre profissionais de saúde de forma assíncrona com a finalidade de esclarecer dúvidas sobre procedimentos, hipóteses diagnósticas e outras questões relativas ao processo de trabalho.
Resultados
Entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025 foram realizados pelas eMultis 26.945 ações de CC por meio da ferramenta no e-SUS APS, em todo o Brasil. Desse total, as eMulti do tipo complementar utilizaram mais a ferramenta (42,95%), seguida das ampliadas (28,50%) e estratégicas (18,55%). Além disso, 3.957 eMulti não utilizaram o CC. Em fevereiro/2025 o total de equipes eMulti homologadas era de 4.615 (692 Ampliadas; 7 Ampliadas Intermunicipal; 1.566 Complementares; 2.350 Estratégicas).
Aprendizado e análise crítica
Ainda não há adesão total das equipes para utilização em seu cotidiano. A disseminação da funcionalidade nos territórios pode contribuir para a compreensão do seu correto uso e dos benefícios da sua adoção. O CC é o meio de registro institucional das discussões de casos, bem como teleconsultoria integrada com o Prontuário Eletrônico, com a proteção dos dados. Cabe a reflexão sobre as recomendações que a eMulti desenvolva junto às equipes vinculadas a um trabalho compartilhado e colaborativo.
Conclusões e/ou Recomendações
Estratégias que favorecem a comunicação entre os profissionais de saúde são necessárias ao cuidado multiprofissional. Desta forma, a TDIC introduzida na Estratégia e-SUS APS oportuniza a comunicação entre as equipes de maneira complementar às ações presenciais e torna-se uma ferramenta que potencializa a continuidade informacional, produzindo novas relações de cuidado na rotina das eMulti que podem atuar em mais de uma UBS.
PAINEL DE INDICADORES COMO ESTRATÉGIA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO DA PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO A SAÚDE NO ESTADO DO CEARÁ
Comunicação Oral Curta
Lima Ferreira, N. N.1, Assis, F. L. B.2, Ribeiro, M. da Silva3, Santos, T. H. P.4, Sousa, M. do S.5, Nascimento, M. I. F. M.6, Martins, I. C.6, Mota, M.V.6, Araújo, C. E. L.7
1 Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Saúde Pública
2 Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (FAMED/UFC)
3 Secretaria da Saúde do Ceará, Superintendência da Região do Litoral Leste/Jaguaribe
4 Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Saúde Pública (UFC/PPGSP)
5 Secretaria da Saúde do Ceará, Secretária Executiva da Atenção Primária e Políticas de Saúde, Coordenadoria de Políticas de Educação, Trabalho e Pesquisa em Saúde (SESA/SEAPS/COPEPS)
6 Secretaria da Saúde do Ceará
7 Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina, Departamento de Saúde Comunitária, Programa de Pós-graduação em Saúde Pública (UFC/FAMED/DSC/PPGSP)
Período de Realização
Janeiro a maio de 2025
Objeto da produção
Painel de indicadores de processo (PIP) eletrônico para o acompanhamento e monitoramento (A&M) das ações de planificação da atenção à saúde no Ceará.
Objetivos
Descrever a elaboração e aplicação de um PIP para A&M de oficinas presenciais e atividades de dispersão vinculadas a Planificação da Atenção à Saúde em municípios do Ceará, no âmbito do Projeto Braços Abertos, destacando sua importância estratégica para o seguimento e fortalecimento do projeto.
Descrição da produção
O PIP envolveu quatro etapas: 1) Coleta regular da frequência das oficinas presenciais e atividades de dispersão aplicadas por unidade de saúde (UBS) da planificação na Região do Litoral Leste Jaguaribe (SRLES) e Região Sul Cariri (SRCariri); 2) Definição de indicadores de processos (IP); 3) Construção do PIP no Microsoft Power BI, com dashboards gráficos de frequências absolutas e percentuais com filtros por Região de Saúde, Município e UBS; 4) Validação dos IP e do PIP por atores estratégicos.
Resultados
Implementado em 2025, o PIP consolida ações realizadas desde 2023 na SRLES e 2025 na SRCariri, somando 65 municípios e 821 UBS com 1112 oficinas executadas e 2956 atividades de dispersão concluídas. A ferramenta permitiu o overview das regiões e a análise específica por UBS, por meio da visualização rápida e objetiva de dados, qualificando o diagnóstico das ações. Sua validação garantiu confiabilidade das informações e apoio à tomada de decisão, além de fortalecer a integração entre instituições.
Análise crítica e impactos da produção
O PI melhorou decisões, promoveu equidade territorial e direcionou ações em municípios com menor alcance. Desenvolvido pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Secretaria Estadual de Saúde (SESA) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASS), o painel facilita identificar fragilidades locais e tomar decisões. Validado por atores estratégicos, ampliou sua aplicabilidade territorial, impulsionando a gestão pública, embora dependa da articulação entre os níveis de gestão.
Considerações finais
O PI, nesse contexto, destaca-se como uma inovação gerencial resultante da articulação entre UFC, SESA e CONASS. A ferramenta fortalece a transparência, a comunicação entre os níveis de gestão e a tomada de decisões baseadas em evidências. Entre os desafios estão a qualidade e padronização dos dados, o engajamento dos atores e a adaptação aos diferentes contextos. Superá-los é essencial para sua efetiva incorporação como ferramenta de A&M.
QUALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE BUCAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA: VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DO MODELO TEÓRICO-LÓGICO E DA MATRIZ DE INDICADORES
Comunicação Oral Curta
Pazos, C. T. C.1, Silva, D. R. B.1, Araújo, A. B. V. L.1, Silva, R. O.1, Gaspar, G. S.1, Figueiredo, N.1, Goes, P. S. S.1
1 UFPE
Apresentação/Introdução
Visando aumentar a qualidade da atenção à saúde bucal das crianças menores de cinco anos de idade, faz-se necessário validar ferramentas de acompanhamento das ações dos profissionais e das experiências dos usuários das unidades de saúde, por meio da elaboração de indicadores que reflitam a realidade dos serviços.
Objetivos
Descrever a validação de face do modelo lógico e matriz de indicadores de uma ferramenta para avaliação da qualidade da atenção à saúde bucal na primeira infância, na perspectiva dos profissionais – médicos, dentistas e enfermeiros – e dos usuários.
Metodologia
A validação de conteúdo envolveu três etapas da Técnica do Grupo Nominal, via Google Forms e Meet, com a participação de médicos, enfermeiros e dentistas que aceitaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Inicialmente, cada juiz avaliou individualmente o modelo e a matriz, de forma qualitativa (relevância: indispensável, necessário, dispensável) e quantitativa (escala: 0-6). Em seguida, foram excluídos os indicadores classificados como dispensáveis ou com percentual inferior a 70% da pontuação máxima resultando em uma matriz intermediária. Por fim, em encontro virtual, a matriz intermediária foi apresentada aos juízes para construção da versão final, por meio de consenso.
Resultados
A matriz inicial foi composta por 74 indicadores, desses, 10 obtiveram alguma avaliação qualitativa “dispensável” e foram eliminados para as análises seguintes. A matriz intermediária foi composta por 64 indicadores, dos quais, 23 foram considerados consensuais pelo alto índice de avaliação (≥70%). Os outros 41 indicadores, avaliados como “indispensável” ou “necessário” e sem avaliação “dispensável” por ≤70% dos especialistas, sendo novamente analisados, desta vez em grupo, durante a terceira etapa do grupo nominal, até o consenso, elaborando a matriz final, composta por 34 indicadores separados em seis dimensões.
Conclusões/Considerações
O modelo teórico-lógico foi validado pelo grupo de especialistas sem alterações. A matriz de indicadores foi validada após reunião de consenso. A partir disso, foram elaboradas ferramentas, com características interprofissionais, validadas para avaliação da qualidade da atenção à saúde bucal na primeira infância, na perspectiva dos usuários e dos profissionais.
TUBERCULOSE E HANSENÍASE: DIRETRIZES E ACOMPANHAMENTO NO DISTRITO SANITÁRIO 2 DE RECIFE-PE
Comunicação Oral Curta
Pereira, R. A. B. S.1, Canuto, I. M. B.1, Ramalho, I. A. B.1, Jaques, S. R.1, Gomes, E. K. S.1, da Silva, E. E. R.1, Coutinho, K. R. V.1, Simões, J. S.1, Santos, E. D. B. X.1
1 SESAU/PE
Período de Realização
A experiência foi realizada no período de janeiro a junho de 2025.
Objeto da experiência
Grupo de trabalho para acompanhamento das pessoas com tuberculose e hanseníase residentes do Distrito Sanitário II do município de Recife.
Objetivos
Aperfeiçoar a qualidade do cuidado às pessoas com tuberculose e hanseníase através do planejamento de ações intersetoriais. Fortalecer a integração de ações da Atenção Básica (AB).
Descrição da experiência
Identificou-se a necessidade do fortalecimento de ações intersetoriais para reduzir os casos de interrupção do tratamento para tuberculose e hanseníase, doenças curáveis se tratadas adequadamente. Assim, foi criado o grupo de trabalho (GT) com os atores: supervisão de AB, vigilância e farmácia; coordenações de assistência farmacêutica, de VE e dos programas de tuberculose e hanseníase; gerência distrital. As reuniões ocorreram mensalmente no GT e quinzenalmente nas Unidades de Saúde da Família.
Resultados
Foram realizados 06 encontros com o GT e 08 encontros nas Unidades de Saúde da Família (USF). Durante as reuniões foram discutidos dados epidemiológicos e elaboração de boletins; alinhamento de fluxo de visitas às USF; identificação de entraves e potencialidades no cuidado de pessoas com tuberculose e hanseníase (busca ativa, notificação e tratamento); apresentação de proposta de fluxo para assistência aos casos e seus contatos.
Aprendizado e análise crítica
A proposta de aprendizagem busca fortalecer a integração intersetorial que qualifica o cuidado em saúde. A análise evidencia avanços na organização das ações e na produção de informações, mas também aponta desafios como a continuidade das iniciativas e a adesão do paciente ao tratamento. A experiência mostra-se relevante, replicável e estratégica no enfrentamento de doenças negligenciadas e no fortalecimento da rede de atenção.
Conclusões e/ou Recomendações
Observa-se que a continuidade das ações intersetoriais e a atuação dos Grupos de Trabalho contribuíram para avanços na organização do cuidado e na produção de informações qualificadas. A partir disso, verifica-se a importância da manutenção das ações implementadas, monitoramento sistemático dos resultados alcançados com a realização dos GTs.
USO DE DASHBOARDS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DE INDICADORES: EXPERIÊNCIA DE MONITORAMENTO DAS EQUIPES DO CONSULTORIO NA RUA
Comunicação Oral Curta
UCHOA, F.S.V.1, BARAKAT, R.D.M.1, FABRICIO, S.E..P.1, CAVALCANTE, N.R.P.1, LIMA, L.S.1, OLIVEIRA, A.M.B.2, SILVA, F.R.1, MOREIRA, T.M.M.1
1 UECE
2 SMS FORTALEZA
Período de Realização
Maio de 2023, e a partir disso, de forma contínua.
Objeto da experiência
Implantação e uso de dashboards para acompanhamento de indicadores de saúde em Equipes de Consultório na Rua (eCR).
Objetivos
Fortalecer o monitoramento de ações em saúde das eCR por meio do uso de dashboards, qualificar a gestão territorial, apoiar a tomada de decisão e ampliar a visibilidade dos indicadores de saúde relacionados à população em situação de rua.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada em Fortaleza-CE e consistiu na criação e uso de dashboards digitais para monitorar indicadores como testagens, vacinação, saúde mental e agravos. A ferramenta permite visualização territorial, geração de relatórios, análise de tendências e apoio à gestão regional e municipal.
Resultados
Observou-se maior controle sobre os indicadores prioritários, ampliação da cobertura vacinal e aumento na realização de testagens rápidas e atendimentos em saúde mental. O uso do dashboard também reduziu o retrabalho com planilhas e facilitou o diálogo com outras áreas da rede. As reuniões de equipe tornaram-se mais orientadas por dados, e foi possível identificar territórios com maior vulnerabilidade para ação focada. Os indicadores passaram a embasar os relatórios institucionais.
Aprendizado e análise crítica
O processo revelou a importância da formação continuada para o uso de dados. Embora os dashboards sejam ferramentas potentes, sua efetividade depende da qualidade da informação registrada e do engajamento das equipes. A experiência evidenciou a necessidade de padronização dos indicadores e da integração entre sistemas. A ferramenta facilitou a integração entre as eCR, vigilância em saúde e demais pontos da rede.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a adoção de dashboards como ferramenta estratégica nas eCR e demais dispositivos de saúde que atuam com populações vulneráveis. Sua implementação favorece a gestão orientada por evidências e amplia a articulação intersetorial. Para seu sucesso, é necessário investir em capacitação, integração de sistemas, valorização do trabalho das equipes e investir em infraestrutura tecnológica.