Programa - Comunicação Oral Curta - COC1.5 - Hipertensão, Diabetes e Doença Renal
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
ASSOCIAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA E INFLAMAÇÃO SISTÊMICA COM A INCIDÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE RENAL
Comunicação Oral Curta
Vieira, C. R.1, Mata, D. L.1, Schincaglia, R. M.1, Marcola, M.C.D.2, Ferreira, J.S.2
1 Universidade Federal de Goiás
2 Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi
Apresentação/Introdução
A síndrome metabólica (SM) é comum após o transplante renal e eleva o risco cardiovascular. A circunferência da cintura (CC) e a inflamação sistêmica, refletida pela proteína C reativa (PCR), estão associadas à SM em diversos contextos. Este estudo avalia essas associações em pacientes transplantados renais.
Objetivos
Analisar a relação entre CC e as concentrações de PCR com a ocorrência de SM em pacientes submetidos ao transplante renal.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal com 43 transplantados renais. A amostra foi dividida entre presença (n=28) e ausência de SM (n=24). Coletaram-se dados sociodemográficos, clínicos, antropométricos, bioquímicos e de uso medicamentoso. Aplicaram-se testes estatísticos conforme a natureza e distribuição das variáveis (t-Student, Mann-Whitney, qui-quadrado, Exato de Fisher), com significância de 5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética do Hospital Dr. Alberto Rassi, sob o parecer n.º 5.275.367.
Resultados
Pacientes com SM apresentaram maiores valores de CC (91,5 ± 13,4 cm vs 83,8 ± 4,66 cm; p=0,051) e PCR (3,89 ± 6,86 mg/dL vs 2,35 ± 3,24 mg/dL; p=0,5784), embora sem significância estatística. A prevalência de triglicerídeos elevados e HDL foi maior em pacientes com SM (p=0,0014 e p=0,026, respectivamente). A SM foi mais frequente em indivíduos com alterações glicêmicas (p<0,001), o que sugere uma associação entre perfil metabólico e inflamação.
Conclusões/Considerações
A CC aumentada e as concentrações mais elevadas de PCR foram observados em pacientes com SM, mas sem diferença estatisticamente significativa. Alterações lipídicas e glicêmicas mostraram associação com a SM. Estudos com maior amostra podem esclarecer o papel da inflamação e da adiposidade central na síndrome metabólica pós-transplante.
ATIVIDADE FÍSICA E SÍNDROME METABÓLICA EM TRANSPLANTADOS RENAIS: UMA ASSOCIAÇÃO ESTRATÉGICA PARA REDUÇÃO DE RISCOS CARDIOMETABÓLICOS
Comunicação Oral Curta
schincaglia, R.M1, Mata, D.L1, Marcola, M.C.D2, Ferreira, J.S2, Vieira, C.R1
1 Universidade Federal de Goiás
2 Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi
Apresentação/Introdução
O transplante renal (TxR) melhora a sobrevida em pacientes com DRC, mas não elimina o risco de hipertensão, dislipidemia e obesidade abdominal, que favorecem a síndrome metabólica (SM). Em contrapartida, a prática regular de atividade física pode mitigar esses riscos.
Objetivos
Analisar a associação entre atividade física e a síndrome metabólica, incluindo perfil lipídico, glicemia, pressão arterial, composição corporal e fatores comportamentais em pacientes pós-TxR.
Metodologia
Estudo transversal com 43 pacientes pós-TxR. Coletaram-se dados sobre atividade física (leve, moderada e intensa), peso, CC, pressão arterial, perfil lipídico e glicemia. Aplicaram-se testes de Shapiro-Wilk, t-Student ou U-Mann-Whitney (variáveis contínuas) e qui-quadrado ou Exato de Fisher (categóricas). Significância de 5%. As análises foram realizadas no STATA® 14.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética do Hospital Dr. Alberto Rassi, sob o parecer n.º 5.275.367.
Resultados
Entre os 43 pacientes, 58,14% apresentaram CC aumentada. Indivíduos com intensa em comparação com aqueles com leve atividade física associaram-se a melhores indicadores metabólicos: triglicerídeos médios de 106,31 mg/dL (dp = 29,91) vs. 175,90 mg/dL (dp = 80,57), p = 0,0014; HDL de 47,23 mg/dL (dp = 18,99) vs. 33,48 mg/dL (dp = 10,13), p = 0,0534. A CC foi menor nos mais ativos (83,80 cm; dp = 4,66) comparados aos menos ativos (91,50 cm; dp = 13,40), p = 0,051.
Conclusões/Considerações
A maior prática de atividade física se associou ao menor risco de síndrome metabólica em pacientes pós-TxR, com melhores perfis lipídicos e menor obesidade abdominal. A prática regular de exercícios deve ser parte essencial do cuidado multidisciplinar, o que contribui para a prevenção de eventos cardiovasculares e a longevidade do enxerto.
CARACTERIZAÇÃO DA ALTERAÇÃO DA SENSIBILIDADE NOS PÉS EM PARTICIPANTES COM DIABETES: RESULTADOS DO ELSA-BRASIL
Comunicação Oral Curta
Cavalcante, L. L. R.1, FRAGA-MAIA, H. M. S2, Almeida, M. C. C.3, Matos, S. M. A.1
1 ISC/UFBA
2 UNEB
3 Fiocruz/IGM
Apresentação/Introdução
A exposição prolongada à ausência de controle glicêmico favorece o desenvolvimento da polineuropatia diabética. Dentre as complicações mais frequentes do pé diabético, a perda progressiva da sensibilidade favorece lesões traumáticas indolores, feridas crônicas e aumento no risco de amputação. Logo, a perda de sensibilidade nos pés se apresenta como marcador para o rastreio clínico do pé diabético.
Objetivos
Objetiva-se caracterizar a alteração da sensibilidade nos pés em participantes com diabetes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), considerando aspectos sociodemográficos e o tempo de diagnóstico de diabetes.
Metodologia
Trata-se de um estudo de corte transversal, referente ao primeiro seguimento do ELSA-Brasil, conduzido no período de 2012 a 2014. Foi realizado um estudo descritivo com participantes com diabetes. Para verificar a existência de diferenças de proporção e associação entre as variáveis analisadas, utilizou-se o Teste X2 de Pearson. Foram consideradas estatisticamente significantes associações com p-valor ≤ 0,05. As análises foram conduzidas no pacote estatístico Stata versão 13®. Este trabalho integra as desenvolvidas pelo ELSA-Brasil e possui aprovação em Comitês de Ética em Pesquisa do sistema CEP/CONEP.
Resultados
Participaram do estudo 2616 pessoas com diabetes. Destes 52,4% eram homens, 41,5% com idade entre 45 e 54 anos, 44,8% eram brancos e 45,8% tinham nível superior completo. Eram casados 64,4% e de baixa classe social latente 51,4%. Quanto ao tempo de diagnóstico de diabetes, 73,2% tinham mais de 10 anos e 43,3% apresentaram a sensibilidade dos pés preservada. A perda da sensibilidade protetora nos pés foi mais prevalente entre homens, pessoas mais velhas, com menor escolaridade, pertencentes à classe social baixa e sem companheiro. Observou-se associação estatisticamente significativa com sexo, idade, raça/cor, escolaridade, classe social e tempo de diagnóstico do diabetes (p<0,05).
Conclusões/Considerações
A caracterização da alteração da sensibilidade nos pés em pessoas com diabetes sugere que a perda de sensibilidade protetora está associada a condições sociodemográficas mais vulnerabilizadas e ao tempo de diagnóstico. Essas evidências indicam que há desigualdades sociais relevantes na distribuição da neuropatia diabética o que reforça a necessidade de desenvolvimento de estratégias de prevenção e rastreio clínico direcionadas para estes grupos.
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO COMO ESTRATÉGIA DE DIVULGAÇÃO DA MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS NO BRASIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
SOUZA, S.E.P.1, HASLETT, M.I.C.1, CARVALHO, L.S.L.2, ALBUQUERQUE, G.M.2, CARDOSO, L.O.3, ORTELAN, N.2
1 EpiSUS/DEMSP/SVSA/MS
2 CGDNT/DAENT/SVSA/MS
3 DAENT/SVSA/MS
Período de Realização
Relato de experiência vivenciada nos meses de abril a junho de 2025 na SVSA/MS
Objeto da experiência
Desenvolvimento de um boletim epidemiológico como estratégia de contextualização da morbimortalidade por Diabetes Mellitus no Brasil entre 2010 e 2023
Objetivos
Relatar a experiência como profissional em treinamento do EpiSUS, nível avançado, no desenvolvimento de um boletim epidemiológico como estratégia de contextualização da morbimortalidade por Diabetes Mellitus no Brasil entre 2010 e 2023
Metodologia
Experiência vivenciada no Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DAENT) do Ministério da Saúde com os profissionais da área técnica. As informações foram coletadas para o período de janeiro/2010 a dezembro/2023 nos relatórios dos inquéritos populacionais e no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), considerando como causa básica os códigos E10 a E14 da CID-10, disponibilizados de forma pública pelo Departamento de Informática do SUS (DataSUS)
Resultados
O boletim apresenta a série histórica da prevalência de diabetes, bem como a taxa de mortalidade por diabetes padronizada por idade no Brasil, segundo sexo, faixa etária, raça/cor, região e unidade da federação. Este material tem a finalidade de informar sobre a morbimortalidade por essa causa, no Brasil, facilitando a compreensão sobre o assunto e contribuindo para o planejamento de estratégias de prevenção e para o aprimoramento das ações em saúde pública
Análise Crítica
O diabetes representa um importante problema de saúde pública, pelo seu elevado impacto e altos custos do tratamento. Uma das estratégias do Ministério da Saúde é promover a transparência na divulgação dos dados de mortalidade com linguagem acessível, orientando ações estratégicas e possibilitando o acompanhamento contínuo da situação de saúde. Assim, o boletim é apresentado com caráter técnico-científico, servindo como instrumento da vigilância em saúde para disseminar informações qualificadas
Conclusões e/ou Recomendações
A divulgação do boletim sobre a morbimortalidade por diabetes no Brasil contribuirá para a articulação intersetorial dentro do setor saúde, estimulando o diálogo entre diferentes áreas e fortalecendo ações de promoção e prevenção. A disponibilização dessas informações constitui um referencial essencial para o acompanhamento do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis (DANT) no Brasil
CUIDADO INTEGRAL A HIPERTENSOS E DIABÉTICOS EM VULNERABILIDADE: UM RELATO DA UBS ISADORA CHAVES MOURA
Comunicação Oral Curta
Pires, W. M.1, Carvalho, T. L.2
1 PROFSAUDE
2 ITPAC - PORTO
Período de Realização
Março de 2024 a junho de 2025
Objeto da experiência
Atenção programada a hipertensos e diabéticos em vulnerabilidade social, com foco em autocuidado e segurança alimentar.
Objetivos
Promover o cuidado integral a usuários com doenças crônicas que vivem sozinhos e enfrentam dificuldades socioeconômicas e culturais para aderirem ao tratamento, fortalecendo o vínculo com a UBS e favorecendo práticas alimentares e terapêuticas acessíveis.
Descrição da experiência
A equipe da UBS Isadora Chaves Moura identificou, via cadastro e escuta ativa, usuários hipertensos e diabéticos com baixo grau de instrução, sem apoio familiar e sem recursos para seguir orientações nutricionais. Criou-se uma ação interprofissional com visitas domiciliares, educação em saúde e rodas de conversa com apoio da nutricionista, assistente social e agentes comunitários, focando no diálogo cultural e práticas alimentares acessíveis à realidade local.
Resultados
Houve melhora no vínculo com a UBS, aumento da adesão às consultas e maior compreensão das doenças. Muitos usuários relataram mudanças no preparo dos alimentos e substituições acessíveis. A experiência fortaleceu a visão multiprofissional e estimulou a criação de um grupo permanente de apoio a crônicos em vulnerabilidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou que estratégias técnico-pedagógicas culturalmente sensíveis, com escuta qualificada, são mais eficazes que abordagens prescritivas. A falta de recursos exige criatividade dos profissionais e articulação comunitária. A ação demonstrou o valor das tecnologias leves e da atenção centrada na pessoa, promovendo equidade e justiça social em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
É necessário consolidar ações permanentes de educação em saúde adaptadas à realidade dos usuários, com investimento em visitas domiciliares e estratégias comunitárias. Recomenda-se ainda incluir grupos de vulneráveis nos espaços de participação social e desenvolver protocolos para atenção a crônicos com barreiras socioeconômicas e culturais.
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UMA CARTILHA VIRTUAL COMO TECNOLOGIA CUIDATIVO-EDUCACIONAL PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERA VENOSA
Comunicação Oral Curta
CARLOS, J.B.M1, LIRA, R.C.1, FERNANDES, M.C.1, ASSIS, E.V.1
1 UFCG
Período de Realização
Setembro de 2024 a maio de 2025
Objeto da produção
Cartilha virtual
Objetivos
Testar as evidências de validade de uma de uma cartilha virtual como tecnológica cuidativo-educacional para prevenção de úlcera venosa em relação ao conteúdo e a aparência.
Descrição da produção
Trata-se de um estudo metodológico. Participaram da pesquisa especialistas da área da saúde (n=7) para avaliação de conteúdo e especialistas do designer (n=5) para avaliação da aparência. Para análise da validade da aparência foi usado o índice de validade de aparência (IVA > 0,8) e para conteúdo o índice de validade de conteúdo (IVC > 0,8).
Resultados
O bloco “Objetivos” obteve IVC igual a 0,97 (97%), “Estrutura e apresentação” obteve IVC de 0,94 (94%) e “Relevância” obteve IVC de 1,0 (100%), indicando ótimo nível de concordância entre os especialistas em todos os blocos. O IVC geral da cartilha foi de 0,95 (95%), considerando- se, a cartilha validada quanto ao conteúdo. O IVA geral da cartilha foi de 0,83 (83%). Portanto, considera-se a cartilha validada quanto à aparência.
Análise crítica e impactos da produção
O fato dessa tecnologia já ter sido validade por especialistas demonstra o compromisso com a qualidade visual e adequação técnica do material, garantindo que o conteúdo seja atraente e compreensível. Esse processo de validação dá robustez ao produto. Tecnologias educacionais voltadas à prevenção de úlcera venosa têm grande potencial de impacto, pois essas lesões são prevalentes, de difícil manejo e causam sofrimento significativo aos pacientes. Elas favorecem o autocuidado e autonomia.
Considerações finais
A produção de tecnologias cuidativo-educacionais apresenta uma abordagem proativa e com alinhamento nas diretrizes da saúde pública com capacidade para transformar práticas preventivas. Elas são construídas a partir das necessidades do público-alvo e apresentam um potencial para adaptação a diferentes contextos socioculturais.
ESTÁGIOS DE MOTIVAÇÃO PARA MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2
Comunicação Oral Curta
Peralta, L. C.1, Dosso, N. T. R.2, Dias, T. G.1, Vilena, K. C. G.3, Pereira, S. S.1, Teston, E. F.1
1 UFMS
2 Secretaria Municipal de Saúde
3 UCDB
Apresentação/Introdução
A alta prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, está relacionada aos comportamentos de risco. Porém, mudar um comportamento é um processo complexo, influenciado por fatores biopsicossociais. O Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento envolve cinco estágios de prontidão para mudança: pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção.
Objetivos
Identificar os estágios de motivação para mudança de comportamento de pessoas com diabetes mellitus tipo 2.
Metodologia
Estudo qualitativo, realizado com nove pessoas com diabetes tipo 2 cadastradas em uma Unidade de Saúde da Família de uma capital do centro-oeste brasileiro. Os dados foram coletados por meio de entrevistas individuais com caracterização sociodemográfica e hábitos de vida, audiogravadas, no período de janeiro a maio de 2023.
Resultados
Dos participantes, oito eram mulheres, com idade entre 53 a 72 anos, com diagnóstico de três a 28 anos. Em relação aos hábitos dos usuários e seus estágios de prontidão para mudança de comportamento, todos eram sedentários e estavam em contemplação (reconhece a necessidade da mudança, todavia, ainda sem iniciativa) para atividade física. Um em contemplação para o tabagismo e quanto à alimentação, variaram entre contemplação e manutenção (mantém a mudança de comportamento há, pelo menos, seis meses e sabe prevenir e manejar as recaídas).
Conclusões/Considerações
Identificar os estágios de motivação para mudança de comportamento dos indivíduos com doenças crônicas favorece a assistência holística, considerando os fatores psicossociais, individualidades e motivação da pessoa, que impacta em um plano de cuidado personalizado, centrado no indivíduo e em suas condições. Dessa maneira, o autocuidado pode ser estimulado na rede de atenção às condições crônicas e evoluir nos cuidados no âmbito da saúde coletiva.
GUIA DO CUIDADO DA PESSOA COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Silveira, D. V.1, Diercks, M. S.1, Lima, L. A.1, Einloft, F. M. S.1, Mai, S.1, Dornelles, R. A. S.1, Scott, L. M.1
1 GHC
Período de Realização
Guia iniciado em 2022, lançado em agosto de 2024, segue com ações educativas contínuas.
Objeto da produção
Qualificar o cuidado às condições crônicas com base nas melhores evidências e práticas disponíveis na literatura.
Objetivos
Elaborar um Guia de Cuidado para pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus Tipo 2 na Atenção Primária à Saúde, com ênfase no modelo de atenção às condições crônicas, visando apoiar a equipe interprofissional na tomada de decisão fundamentada em evidências científicas.
Descrição da produção
O Guia foi elaborado com base no Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) e nos atributos da Atenção Primária, a partir de revisão de artigos, diretrizes e protocolos nacionais e internacionais (2015-2024). Estruturado em seis capítulos: MACC, tecnologias e ferramentas de apoio, estilo de vida, cuidado à pessoa com DM2 e HAS. Com linguagem clara e inclusiva, foi submetido a quatro ciclos de avaliação crítica por profissionais e especialistas até a versão final.
Resultados
Foram impressas 300 cópias do Guia e criada versão online https://gqr.sh/ahyE
O material foi distribuído ao GHC, gestão municipal de Porto Alegre, Secretaria Estadual e Ministério da Saúde. O Guia foi apresentado no III Seminário sobre HAS/DM2 na APS, com especialistas, mesas redondas e oficinas. As prioridades em educação permanente foram definidas no evento e as atividades vêm sendo implementadas desde agosto de 2024.
Análise crítica e impactos da produção
Diante da sobrecarga da APS com demandas agudas, alta rotatividade de profissionais e foco na produtividade, consolidar o MACC e as boas práticas de cuidado por meio de atividades pedagógicas representa um desafio político e educativo. O Guia e as ações de educação permanente podem qualificar o cuidado e fortalecer o modelo de atenção às condições crônicas, promovendo melhorias efetivas nas práticas da Atenção Primária à Saúde.
Considerações finais
O Guia está contribuindo para ampliar e qualificar o cuidado às pessoas com HAS e DM2 na APS, fortalecendo o modelo de atenção às condições crônicas. Sua implementação, aliada à educação permanente, estimula práticas baseadas em evidências e o protagonismo das equipes. Destaca-se como ferramenta relevante para superar desafios e aprimorar a qualidade da atenção ofertada.
HIPERDIA JUNINO: ESTRATÉGIA EDUCATIVA E CULTURAL PARA PROMOÇÃO DO CUIDADO COM HIPERTENSOS E DIABÉTICOS NA ATENÇÃO BÁSICA
Comunicação Oral Curta
Nascimento, D. L. A.1, Coelho, E. B1, Cardoso, A. S.1, Silva, J. G.1, Santana,L.A.S1, Santos,B.A.S1, Azevedo,A.M.S1, Leite,A.J.R1, Silveira,G.S.O1, Barreto,C.F1
1 UFS
Período de Realização
Junho de 2024
Objeto da experiência
Promoção de saúde com foco em doenças crônicas por meio de evento temático junino.
Objetivos
Conscientizar hipertensos e diabéticos sobre cuidados com doenças crônicas, utilizando estratégias lúdicas e culturais para promover adesão ao acompanhamento e melhorar indicadores de saúde.
Descrição da experiência
Foi realizada a ação Hiperdia Junino na UBS Manoel de Souza, em Aracaju/SE, integrando cultura e saúde. Com decoração temática e teatro educativo sobre infarto e acionamento do SAMU, também houve aferição de pressão, glicemia capilar, avaliação antropométrica, orientações sobre alimentação e atividade física, sorteios e lanche saudável. A atividade foi voltada para usuários com hipertensão e diabetes da comunidade.
Resultados
O evento teve ampla participação da comunidade, resultando em aumento da frequência dos usuários nas consultas e atividades educativas. Houve melhora nos indicadores de acompanhamento dos hipertensos e diabéticos, com maior adesão às orientações sobre alimentação e prática corporal.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que ações culturais fortalecem o vínculo entre equipe e usuários, facilitando a adesão ao cuidado contínuo. A ludicidade, aliada ao conteúdo técnico, potencializa o impacto educativo e estimula o autocuidado de forma acolhedora e eficaz.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade demonstrou-se eficaz e replicável como estratégia de promoção da saúde de pessoas com doenças crônicas. Sugere-se que ações educativas com apelo cultural sejam incorporadas às práticas das equipes de saúde da família para fortalecer a prevenção e o cuidado.
PREVALÊNCIA DE SUSPEIÇÃO DE DIABETES EM ADULTOS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO NORDESTE
Comunicação Oral Curta
Casas, G.C.1, Tapioca, T. S. C.1, Ananias, P. Y. T.1, Ferreira, D.P.A.1, Rodrigues, E. P2, Góis, J.A.1, Nascimento, M. de A.1, Nascimento Sobrinho, C.L.1
1 UEFS
2 UFRB
Apresentação/Introdução
O Diabetes Melito (DM) corresponde a um grupo de distúrbios metabólicos caracterizados pela presença de hiperglicemia na ausência de tratamento. Sua etiopatologia heterogênea inclui defeitos na secreção de insulina, na ação desse hormônio ou ambos. Segundo dados do Vigitel a prevalência de diabetes na população brasileira adulta (18 anos ou mais) em 2021, foi de 9,1%.
Objetivos
Estimar a prevalência e investigar fatores associados de suspeitos de Diabetes Melito, em uma amostra aleatória de 337 indivíduos adultos, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família do município de Mucugê, Bahia.
Metodologia
Estudo de corte transversal, amostral, com 337 adultos, cadastrados na Estratégia de Saúde da Família do município de Mucugê, Bahia. Coletou-se dados sobre aspectos sociodemográficos, hábitos de vida e condições de saúde. Foram aferidas medidas antropométricas e a glicemia capilar casual. Considerou-se suspeito de diabetes o sujeito com glicemia ≥180 mg/dl. Utilizou-se a Razão de Prevalência como medida de associação e o intervalo de confiança de 95%, como medida de inferência estatística. Esse projeto foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana obtendo o parecer n° 3.758.267.
Resultados
A prevalência de suspeição de Diabetes foi de 8,3%. Os indivíduos com Ensino Médio (EM) incompleto apresentam uma prevalência 3,49 vezes maior (RP=3,49) de ser suspeito da doença, sendo esse o único resultado estatisticamente significante deste trabalho (IC-95% 1,24 a 9,83). Ademais, mostraram-se relacionadas à suspeição de DM, os seguintes fatores: ter filhos (RP=6,21); circunferência abdominal (CA) masculina ≥90 cm (RP=3,59); idade ≥40 anos (RP=2,11); beber (RP= 1,97); não praticar atividade física (RP=1,59); CA feminina ≥80 cm (RP=1,57); IMC ≥30 kg/m² (RP=1,56); sexo feminino (RP=1,40) e fumar (RP=1,32).
Conclusões/Considerações
A prevalência de suspeitos de Diabetes identificada no estudo, foi semelhante a nacional, e foi observada associação com alguns fatores de risco modificáveis. Assim, recomenda-se a disseminação de informações sobre os fatores de risco para a diabetes e suas implicações para a saúde pela Equipe de Saúde da Família, uma vez que tais ações poderão contribuir para a prevenção e controle desse agravo no município.