
Programa - Comunicação Oral Curta - COC34.8 - Saúde Única / Nutrição / Trabalhador
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NAS UNIDADES FEDERATIVAS (UF) DO BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 UFRPE
Apresentação/Introdução
A Medicina Veterinária foi reconhecida como profissão de saúde pública pela Resolução nº 287/1998 do CNS, com papel fundamental no SUS. Esses profissionais atuam nas ações de vigilância, zoonoses e fiscalização de produtos de origem animal. Nesse recorte, os Sistemas de Informação em Saúde, como o CNES, se destacam como ferramentas essenciais para mapear, gerir e planejar ações em saúde pública.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo quantificar, caracterizar e analisar a distribuição dos médicos veterinários no SUS nas Unidades Federativas, incluindo as capitais e o Distrito Federal.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal descritivo com dados secundários extraídos do CNES/DATASUS, no período de janeiro de 2023 a janeiro de 2024. Foram incluídos estabelecimentos públicos com atuação de médicos veterinários, tipos e classificações de estabelecimentos e dados populacionais do Censo 2022 (IBGE), para cálculo da razão de profissionais por 100 mil habitantes. A análise estatística foi descritiva, com cálculo de médias e proporções, e os dados foram compilados e tratados no Google Sheets®.
Resultados
Identificaram-se 4.709,5 cadastros de médicos-veterinários no Brasil, com maior concentração na região Sudeste (1.985,98), especialmente em São Paulo (881,23). Aproximadamente 89,13% dos profissionais estão alocados nas capitais, enquanto apenas 10,26% atuam no interior. Estados como Bahia e Pernambuco apresentaram melhor distribuição no interior, ampliando o acesso à saúde em áreas remotas. Por outro lado, Roraima e Amapá evidenciaram concentrações preocupantes nas capitais. A ausência de Laboratórios de Saúde Pública (LACEN) em várias UFs e a escassez de dados detalhados comprometem o controle de zoonoses e a efetividade da Vigilância em Saúde.
Conclusões/Considerações
Diante do papel axiomático que o médico veterinário tem inserido nas ações do SUS, os achados deste estudo reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam a valorização desses profissionais e sua alocação equitativa, fortalecendo o SUS como um sistema universal, democrático e equânime.
VAN DA VACINA COMO ESTRATÉGIA PARA AMPLIAÇÃO DO ACESSO A VACINAÇÃO CONTRA COVID 19 NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA/BA:
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria Municipal de saúde de Vitória da Conquista
2 Secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista enfermeira da ESF
3 Diretoria de Vigilância a Saúde da SMS Vitória da Conquista
4 secretaria Municipal de Saúde de Vitória da Conquista
Período de Realização
JANEIRO A NOVEMBRO de 2022
Objeto da experiência
vacinação contra COVID19
Objetivos
Desenvolver ações para ampliação da cobertura vacinal contra coVID 19 no município de Vitória da Conquista , Bahia em 2022
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência extramuros de ações de vacinação extramuros para Covid-19 chamada “Van da Vacina”, realizado no município de Vitória da Conquista -BA adaptado para ações de vacinação itinerante garantindo a segurança e as boas práticas de vacinação. Desenvolvida a partir da definição de locais estratégicos de maior fluxo ou que apresentem maior dificuldade de acesso as unidades de saúde, foi realizada a divulgação em redes sociais, site oficial da prefeitura, mídias.
Resultados
A estratégia foi realizada entre os meses de fevereiro e outubro /2022 e levou a vacinação para praças, feiras de saúde e locais de fluxo intenso de pessoas em 9 bairros do município: Alto Maron, Ibirapuera, Guarani, Miro Cairo, Brasil e Alto do Panorama, Praça Hercilio Lima, vacinando cerca de 3204 pessoas) , foi importante para ampliar a cobertura de vacinação contra COVID19
Aprendizado e análise crítica
A vacinação contra COVID 19 foi uma das maiores campanhas do Programa Nacional de Imunização (PNI) e contribuiu para salvar vida de mais de 800 mil pessoas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) mas para que isso fosse possível em um país como o Brasil , foi necessário que cada município implementasse estratégias para facilitar o acesso e garantir ampliação da cobertura vacinal principalmente através de horários alternativos além de ressaltar a importância da vacinação para o controle da doença.
Conclusões e/ou Recomendações
As ações de vacinação extramuros permitem alcançar resultados importantes além de contribuírem para facilitar o acesso para aquelas pessoas que tem dificuldade para se deslocar ou não possuem recursos para transporte, com o horário mais flexível para população, porém ainda é necessário reforçar a importância da vacinação para os públicos elegíveis principalmente os mais vulneráveis como idosos e crianças que ainda persistem com baixas coberturas vacinais
VIG+EDUCA – ESTRATÉGIAS INTEGRADAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O FORTALECIMENTO DA SAÚDE ÚNICA NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA DO CAMBUCÁ – PE
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
2 Secretaria de Saúde de Santa Maria do Cambucá
Período de Realização
Relato de experiência realizado de janeiro a maio de 2025 em Santa Maria do Cambucá.
Objeto da experiência
Fortalecer a vigilância em saúde por meio da educação, integrando saúde humana, animal e ambiental em Santa Maria do Cambucá.
Objetivos
Descrever as práticas de educação em saúde em Santa Maria do Cambucá frente aos desafios da Vigilância em Saúde sob a Saúde Única, evidenciando sua efetividade na promoção da saúde, prevenção de doenças e integração entre saúde humana, animal e ambiental.
Descrição da experiência
Em 2024, Santa Maria do Cambucá registrou o primeiro caso de morte por raiva humana em oito anos no estado, após contato com animal silvestre. Esse fato evidenciou a urgência de organizar a rede de saúde com ações que qualifiquem serviços e fortaleçam a educação popular e a capacitação profissional, essenciais para garantir cuidados adequados, preservar o meio ambiente e reduzir riscos à população.
Resultados
O trabalho fortaleceu a rede de saúde local por meio de ações intersetoriais, educação permanente para profissionais e formação popular. Parcerias com secretarias e universidade promoveram sensibilização ambiental e saúde nas escolas e comunidades. As iniciativas valorizaram saberes locais, resultando em melhor notificação de doenças, qualificação dos fluxos de atendimento e aumento da vacinação animal.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da integração intersetorial e da educação permanente para fortalecer a Vigilância em Saúde. A valorização do saber popular e a conscientização comunitária mostraram-se essenciais para a efetividade das ações. Contudo, desafios permanecem na qualificação das notificações e na manutenção contínua das estratégias, exigindo compromisso sustentável da gestão e participação ativa da comunidade para garantir resultados duradouros.
Conclusões e/ou Recomendações
O relato destaca que a integração intersetorial e a educação em saúde são fundamentais para fortalecer a Vigilância em Saúde e a Saúde Única. Recomenda-se ampliar a capacitação contínua dos profissionais, fortalecer a participação comunitária e garantir a sustentabilidade das ações. Investir na valorização do saber popular e na comunicação eficaz é crucial para a prevenção e o controle de doenças.
VIGILÂNCIA DOS ÓBITOS POR DENGUE NA EPIDEMIA DE 2024 NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: FLUXO DE INVESTIGAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria de Saúde do Município de São Paulo
Período de Realização
De janeiro a dezembro de 2024, durante a maior epidemia de dengue do município de São Paulo.
Objeto da experiência
Atuação do Núcleo de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses (NDTVZ) no fluxo de investigação dos 1.369 óbitos suspeitos de dengue.
Objetivos
Descrever a investigação dos óbitos suspeitos de dengue durante a epidemia de 2024 no município de São Paulo (MSP) pelo NDTVZ, destacando os processos adotados, os desafios e aprendizados. Contribuir para a qualificação da vigilância epidemiológica na Rede de Atenção à Saúde (RAS).
Descrição da experiência
Os casos que evoluíram a óbito são identificados por meio da notificação, da busca laboratorial, do Serviço de Verificação de Óbitos e das Unidades de Vigilância em Saúde. A investigação utiliza a ficha de notificação, a Declaração de Óbito, registros em prontuário, exames laboratoriais e de imagem e relatório de Visita Domiciliar. A comunicação ocorre por e-mail. A gestão de dados migrou de planilha local para sistema online, permitindo trabalho simultâneo.
Resultados
A investigação enfrentou desafios como número inédito de óbitos, dificuldade de acesso a documentos, prontuários incompletos, forte impacto emocional nas equipes e pressão por respostas rápidas. A adoção de planilha online e organização compartilhada otimizou o fluxo de trabalho. Foram investigados 1.369 óbitos suspeitos, com 526 confirmados, gerando informações essenciais para ações de controle e vigilância.
Aprendizado e análise crítica
O processo de investigação dos óbitos por dengue contribuiu para a estruturação dos fluxos de trabalho, o uso de ferramentas na integração e qualificação dos profissionais envolvidos. Neste contexto, foi elaborado o Protocolo de Investigação de óbitos por Arbovirose do MSP, o qual sistematizou etapas, responsabilidades e fluxos, evidenciando a vigilância de óbitos como ferramenta estratégica na gestão em saúde pública.
Conclusões e/ou Recomendações
Na investigação dos óbitos por dengue, durante a epidemia de 2024 no MSP, a definição de processos de trabalho, a qualificação da rede assistencial e de vigilância em saúde, e o uso de ferramentas que facilitam e integram o trabalho em equipe foram aspectos fundamentais para a estruturação da vigilância de óbitos como estratégia de resposta às arboviroses.
VIGILÂNCIA E ATENÇÃO EM SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE UM MUNICÍPIO MINEIRO.
Comunicação Oral Curta
1 Prefeitura Municipal de Leopoldina/MG
2 UFJF. GTSTT Abrasco
Período de Realização
Foi desenvolvido no período de abril a maio de 2024 e, encontra-se em fase de implementação.
Objeto da produção
Protocolo e cartilha de vigilância em saúde mental para trabalhadores da Atenção Básica (AB) de um município mineiro de pequeno porte.
Objetivos
Construir um protocolo e uma cartilha para orientação da vigilância em saúde mental dos trabalhadores da Atenção Básica de um município de pequeno porte.
Descrição da produção
O PT foi construído a partir dos resultados de pesquisa de Mestrado Profissional da aurora principal, que avaliou as condições de saúde mental dos profissionais da AB em um município de Minas Gerais/Brasil. Utilizou-se dados sobre conceito de transtornos mentais comuns, principais fatores associados e a proposta de organização de fluxo de vigilância e atenção aos trabalhadores da AB, considerando a realidade atual da Vigilância em Saúde do Trabalhador no município.
Resultados
Foi construída uma Cartilha com informações sobre transtornos mentais comuns e fluxograma para vigilância e atenção em saúde mental de trabalhadores na AB. O conteúdo da cartilha foi formatado em textos curtos, objetivos e com gravuras ilustrativas sobre a temática. Foi disponibilizada digitalmente e apresentada para a responsável pela Vigilância em Saúde do Trabalhador e para a Secretária Municipal de Saúde, do município onde a autora principal realizou seu estudo e atua como enfermeira da AB.
Análise crítica e impactos da produção
Após apresentação e entrega do PT à secretaria municipal de saúde, esta convidou as autora para participar do processo de implantação do protocolo no município, sendo realizada uma primeira oficina com alguns trabalhadores da AB. Tal iniciativa comprova o impacto da produção na realidade local, pois poderá contribuir para reflexões críticas sobre os processos de trabalho e possíveis agravos à saúde mental do trabalhadores da AB, bem como a elaboração de propostas de intervenção.
Considerações finais
A construção deste PT, baseado no levantamento de uma demanda real de um território do SUS - onde a autora principal é também trabalhadora - e no contexto de um processo de qualificação profissional (mestrado profissional em Saúde da Família) permitiu evidenciar que é a relação ensino-pesquisa-serviço é indissociável, com grande potencial para qualificação da AB e com impacto na qualidade da assistência prestada à população daquele território.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE: INVESTIGAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E DESAFIOS NA PANDEMIA DE COVID-19 EM MACRORREGIÕES DA BAHIA
Comunicação Oral Curta
1 UFRB
2 UFPB
3 UFBA
Apresentação/Introdução
Durante a pandemia de Covid-19, a Vigilância em Saúde enfrentou desafios como a falta de articulação regional, escassez de insumos, falhas na notificação e dificuldades na coordenação integrada das ações. A investigação e notificação de casos foi essencial para a tomada de decisões em saúde nas macrorregiões, mas que não acompanharam um padrão regionalizado nos fluxos.
Objetivos
Apresenta-se recorte da pesquisa “Estratégias de prevenção e controle da Covid-19 em diferentes fases da pandemia: análise global e regional”, em especial, características de atuação da vigilância em saúde em macrorregiões da Bahia.
Metodologia
Realizou-se estudo de múltiplos casos regionais com abordagem qualitativa e níveis de análise embricados entre a gestão estadual e regional. A produção dos dados incluiu a análise de 71 documentos, entre atos do poder executivo, diretrizes estaduais, atas de Comissões Intergestores Regionais e Bipartite, além de notas técnicas e alertas sanitários. Além disso, realizaram-se 27 entrevistas com gestores estaduais, regionais e de municípios-sede de regiões de saúde. Para a análise dos dados, consideraram-se as informações sobre a notificação, investigação e desafios da vigilância em saúde na Covid-19.
Resultados
A investigação dos casos foi liderada pelos municípios, com apoio técnico do estado, mas sem padronização macrorregional dos fluxos, com cenários pulverizados de monitoramento. A notificação variava entre registros manuais e sistema integrado, e o prazo de 48h era frequentemente descumprido pela defasagem temporal dos registros diários entre os níveis municipal e estadual, devido à demora da unidade notificadora em concluir o processo de confirmação. Entre os desafios da vigilância em saúde, destacaram-se a subnotificação, déficit de pessoal, insuficiência de insumos e testes, fake news e a não adesão de unidades privadas ao sistema oficial.
Conclusões/Considerações
A falta de padronização regional nos fluxos investigação e notificação comprometeu a efetividade da vigilância em saúde. A autonomia municipal gerou desigualdades operacionais, intensificadas por limitações estruturais e informacionais. Para enfrentar futuras emergências, é essencial integrar os entes federativos e os sistemas de informação, fortalecer a coordenação macrorregional e a atenção básica, além de padronizar os fluxos de vigilância.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS E AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NA REGIÃO DO BUTANTÃ - SÃO PAULO (SP): AVALIAÇÃO E ATUAÇÃO NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 IS
Apresentação/Introdução
Há necessidade de integração das ações de vigilância em saúde de forma descentralizada e articulada com os pontos da Rede de Atenção à Saúde. A avaliação do Sistema de Vigilância Epidemiológica em nível local pode identificar características importantes na sua estrutura e processo de trabalho, possibilitando o aprimoramento das ações de vigilância em saúde no âmbito regional.
Objetivos
Avaliar o sistema de vigilância epidemiológica no território da Rede de Atenção à Saúde-RAS do Butantã, município de São Paulo, em relação aos atributos de Simplicidade, Aceitabilidade e Oportunidade, preconizados pelo CDC(EUA).
Metodologia
Estudo quali-quantitativo de avaliação, observacional e transversal, utilizando os dados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos-SINAN (Meningites, Doenças Exantemáticas, Atendimento Antirrábico Humano e Violências Interpessoais) notificados nos anos de 2022 e 2023. Foi realizada amostra de 5209 notificações compulsórias. Na avaliação qualitativa foram usados questionários semi-estruturados direcionados aos trabalhadores de vigilância por meio de formulários eletrônicos. Responderam os formulários 71 trabalhadores que atuam na vigilância em saúde de 21 serviços notificadores – 3 Hospitais, 16 UBS, 1 SAE e 1 UVIS, no período entre janeiro e abril de 2025.
Resultados
Em relação ao atributo de Simplicidade, a análise mostrou que o sistema de vigilância epidemiológica local é complexo, requerendo grande volume de informações e conhecimento técnico específico para o preenchimento da notificação de cada agravo/doença. Aceitável, com média de 84% de campos preenchidos nas notificações e inoportuno para notificação e digitação, com média de 67% de notificações dentro dos prazos estabelecidos. A análise dos questionários confirmou a complexidade, aceitabilidade e inoportunidade do sistema, mostrando dificuldades dos trabalhadores com normativas técnicas, tabulação dos dados, comunicação entre os serviços da RAS, bem como necessidade de apoio da gestão.
Conclusões/Considerações
O sistema de informação é rígido, inflexível e desatualizado, requerendo mudanças no nível central. A avaliação dos atributos do sistema no contexto da RAS é influenciada não apenas pelas ações técnicas e seus sistemas de informações, mas também pelo modo como funciona e se organiza a rede de serviços, o modelo de gestão em saúde, o lugar da vigilância no SUS e o tipo de apoio e capacitação oferecidos aos trabalhadores do sistema.

Realização: