
Programa - Comunicação Oral Curta - COC33.6 - Saúde Mental e Atenção Primária: Conexões entre Prática, Pesquisa e Formação
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
CRIAÇÃO DE UM INSTRUTIVO DE IDENTIFICAÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS (IISS) POR AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) QUE ATUAM NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DO PARANÁ.
Comunicação Oral Curta
1 SESA PR
Período de Realização
O Instrutivo foi criado e aprovado no ano de 2021 e implantado a partir de 2022.
Objeto da experiência
Implantação de instrutivo para identificação de sinais e sintomas por Agentes Comunitários de Saúde como estratégia para o cuidado em saúde mental.
Objetivos
Ampliar o olhar do Agente Comunitário de Saúde na identificação de sinais e sintomas em saúde mental em seus territórios, qualificando suas ações e fortalecendo o acesso e vinculação dos usuários aos serviços na Rede de Atenção à Saúde.
Descrição da experiência
O IISS contém elenco de sinais e sintomas, seguidos de explicação, que caracterizam indicadores de sofrimento psíquico. O IISS é utilizado para qualificar o olhar do ACS para as necessidades de saúde mental da população do território, contemplando o público adulto e elenco específico para crianças e adolescentes. O ACS ao identificar necessidades de saúde mental, comunica a equipe da Unidade Básica de Saúde para que seja realizado o cuidado em saúde mental adequado as necessidades do indivíduo.
Resultados
O IISS por ACS sensibiliza e amplia o olhar deste profissional para as necessidades de saúde mental no território adscrito. O reconhecimento dessas necessidades pelo ACS, amplia o acesso e estabelece o desenvolvimento de vínculos mais fortes entre o indivíduo e a atenção primária para o cuidado em saúde mental e, quando necessário com demais pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial.
Aprendizado e análise crítica
O IISS contém dados subjetivos que, por vezes, dificulta a assimilação pelo ACS, porém fornece subsídios para o reconhecimento de sinais e sintomas em saúde mental, além do acesso oportuno e adequado do indivíduo na Rede de Atenção à Saúde. O IISS não é uma anamnese ou avaliação de estado mental, portanto, não são perguntas ou um roteiro de questões que o ACS faça ao usuário, e sim os indícios que podem ser observados pelo ACS ou trazidos de forma espontânea na fala do usuário ou da família.
Conclusões e/ou Recomendações
O IISS é uma estratégia para apoiar e qualificar o ACS na identificação de necessidades de saúde mental da população nos territórios, qualificando suas atividades e fortalecendo o acesso, otimizar o atendimento, vinculação dos usuários aos serviços da Rede de Atenção à Saúde e Rede de Atenção Psicossocial/RAPS.
GESTÃO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DOS GERENTES DAS UBS NO DISTRITO FEDERAL
Comunicação Oral Curta
1 NuSMAD - Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
A saúde mental, definida pela OMS como parte do bem-estar, exige ações integradas no SUS. A Atenção Primária à Saúde (APS) é estratégica na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), sendo o gerente de UBS peça-chave nesse processo. Este estudo analisa os desafios e possibilidades da atuação desses gestores em um região de saúde do Distrito Federal.
Objetivos
Identificar os desafios e possibilidades enfrentados pelos gerentes de UBS em uma região de saúde do DF quanto à gestão do cuidado em saúde mental a comunidade, visando fortalecer a RAPS e qualificar as ações na APS.
Metodologia
Relato de pesquisa, que contou com a participação de seis gerentes de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de uma região de saúde com 9 UBS. Foi utilizado um formulário estruturado com 31 questões, abrangendo dimensões como perfil sociodemográfico, formação em saúde mental, práticas de gestão do cuidado e a oferta de ações em saúde mental nas UBS. A coleta de dados foi realizada por meio da plataforma Google Forms, entre os meses de setembro e outubro de 2023. Os dados foram organizados em planilhas eletrônicas e apresentados por meio de tabelas e gráficos, favorecendo a análise descritiva dos resultados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
A experiência evidenciou baixa formação dos gerentes na tematica de saúde mental, ausência de protocolos de acolhimento nas UBS e fragilidade no monitoramento e acesso a dados sobre usuários. Poucos se sentem preparados para propor ações, embora reconheçam a importância do tema e demonstrem abertura para materiais orientadores. Apenas parte das UBS reserva horários para ações de saúde mental, inclusive para trabalhadores. A articulação com a RAPS é funcional, mas irregular. A alta rotatividade dos gestores e a ausência de planejamento estratégico fragilizam as ações. Ainda assim, a disposição dos gerentes em qualificar suas práticas aponta para uma oportunidade concreta de transformação.
Conclusões/Considerações
Recomenda-se a elaboração de diretrizes específicas para atuação dos gerentes das UBS em saúde mental , construção de materiais orientadores e formação continuada. É necessário o desenvolvimento de um plano de carreira para gestores e políticas que favoreçam estabilidade e qualificação na APS. Sugere-se ampliar a pesquisa para outras regiões do DF e nacionalmente, subsidiando ações estruturantes para fortalecer a gestão do cuidado em saúde mental na APS.
GRUPO DE MENINAS COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental com Ênfase na Atenção Básica - Sorocaba/SP
Período de Realização
De abril de 2024 até o momento.
Objeto da experiência
Grupo na Atenção Primária à Saúde de prevenção e promoção de saúde mental, para adolescentes de 12 a 16 anos que se identificam com o gênero femino.
Objetivos
Criar e fortalecer vínculos e rede de apoio, bem como proporcionar um espaço de prevenção, promoção e cuidado em saúde mental, em que seja possível expressar, sentir e refletir sobre questões referentes à transição para a adolescência.
Metodologia
O “Grupo de Meninas” foi idealizado e estruturado para adolescentes de 12 a 16 anos, que se identificam com o gênero feminino. O grupo passou a funcionar no formato semi-aberto, não tendo um limite de encontros definido, exigência de frequência para participação, e podendo ter inserção de novas participantes a qualquer momento. Os encontros são semanais e acontecem no espaço da academia da unidade.
Resultados
Após o estabelecimento de vínculo, foi notável que participantes que estavam mais retraídas e com dificuldade de se expressar, hoje se expressam com facilidade, estabeleceram relações de amizades e não se sentem mais tão ansiosas ou nervosas em iniciar a fala. Ao longo dos encontros, foram discutidos temas como: autoestima, ser mulher, adolescência, tensão pré-menstrual, bullying, sexualidade, relacionamentos, emoções, relações familiares, amizades, escola e resolução de conflitos.
Análise Crítica
No grupo, notou-se a importância do acolhimento, da escuta ativa e sensível, e das intervenções e prevenções em saúde mental, que possibilitam um espaço seguro e confiável para a expressão de vulnerabilidades e potencialidades. Além disso, a adequação da linguagem, utilizando abordagens mais descontraídas e que validam as diferentes formas de ser e se expressar, têm sido facilitadores das relações e promovido um cuidado mais horizontalizado, em contraponto a um modelo prescritivo de atenção.
Conclusões e/ou Recomendações
Considera-se que o suporte ofertado tem sido importante nessa fase de mudanças, e que a relação dialógica usuário-usuário e usuário-profissional tem possibilitado o olhar ampliado para as diferentes realidades e necessidades. Como limitação, tem-se o número reduzido de participantes, geralmente devido às escolas em período integral ou a não compreensão do grupo como tecnologia de cuidado efetiva em saúde mental.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS MORTES POR DESESPERO NO BRASIL: UM ESTUDO DE SÉRIES TEMPORAIS INTERROMPIDAS
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Saúde
2 Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 causou impactos profundos sobre a saúde global, incluindo a saúde mental. Medidas de isolamento social juntamente com incertezas e perdas econômicas rodearam a população durante diversos anos. O conceito de mortes por desespero, originalmente utilizado no contexto de deterioração econômica, pode ser estudado durante este período.
Objetivos
Estimar o impacto da pandemia de COVID-19 nas mortes por desespero no Brasil, no período de 2001 a 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo de séries temporais interrompidas utilizando como unidade de análise o país. Foram coletados dados mensais referentes ao número de óbitos por suicídio, alcoolismo e uso de drogas em sete faixas etárias distintas no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), acessadas pelo portal do DATASUS, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2022. Projetou-se a população intercensitária e calculou-se as taxas de mortalidade. O marco de interrupção da série foi março de 2020. A série foi analisada por meio de regressão de Prais-Winsten. Este estudo não necessitou de aprovação prévia de Comitê de Ética em Pesquisa devido sua natureza secundária.
Resultados
Identificou-se que, a partir da pandemia, houve uma queda imediata nas mortes por uso de drogas na faixa de 15 a 19 anos (0,97; IC95%: 0,96-0,99) e aumento entre 60 a 69 anos (1,01; IC95%: 1,01-1,03). Quanto ao suicídio, observou-se queda imediata na faixa etária de 30 a 39 anos (0,96; IC95%: 0,93-0,98) e aumento imediato na população com ≥70 anos (1,05; IC95%: 1,01-1,10). A análise das mortes por álcool revelou aumento imediato na faixa de 30 a 39 anos (1,06; IC95%: 1,02-1,10). Quanto ao efeito ao longo da pandemia, observou-se queda nas mortes por uso de drogas na população de 15 a 19 anos e aumento nas mortes por suicídio na população de 20 a 49 anos.
Conclusões/Considerações
Por meio deste estudo, observou-se que a pandemia de COVID-19 contribuiu para o aumento das mortes por desespero, principalmente entre adultos e idosos, com destaque para o suicídio. Neste sentido, fica evidente que os impactos da pandemia também afetaram a saúde mental, principalmente no grupo economicamente ativo da sociedade.
IMPLANTAÇÃO DO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ/PB
Comunicação Oral Curta
1 UFPB/FACULDADE GILGAL/ESP-PB
2 FACULDADE GILGAL
3 Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz/PB
4 UFPB
5 UFRN
6 ESP/PB
Período de Realização
O projeto teve inicio com sua elaboração em janeiro de 2024 com conclusão em novembro de 2024.
Objeto da experiência
Ampliar a resolutividade da Atenção Primária à Saúde no atendimento e cuidado de usuários com transtornos mentais.
Objetivos
- Mapear os usuários com diagnóstico de transtornos mentais;
- Capacitar e oferecer suporte técnico às equipes da APS;
- Implantar a estratificação de risco em saúde mental na APS;
- Reduzir os encaminhamentos para os serviços de média e alta complexidade, aumentando assim resolutividade da APS.
Descrição da experiência
O desenvolvimento da intervenção se constituiu de encontros semanais entre as equipes da atenção básica e coordenação da APS, respeitando as particularidades de cada equipe. Diante da proposta foi elaborado um plano de ação para realização das intervenções nas 03 ESF do município com os seguintes pontos:
- Apresentação do projeto aos profissionais;
- Mapeamento e análise dos dados da atualização dos cadastros;
- Capacitação dos profissionais da APS;
- Implantação da estratificação de risco;
Resultados
Foi realizado uma busca ativa pelo ACS para atualização dos cadastros no PEC-ESUS identificando que 8,1% da população tem algum diagnóstico, sendo 68,9% do sexo feminino e 61,6% com o transtorno de ansiedade. Com o levantamento, as oficinas de organização com as ESF foram importante para o aumento da resolutividade e o fortalecimento do cuidado com os CAPS. Seguindo a programação a oficina de educação permanente e a implantação dos cartões de acompanhamento fortaleceu a resolutividade.
Aprendizado e análise crítica
O projeto trouxe um impacto positivo no processo de trabalho nas ESF no município de Santa Cruz (PB), consequentemente houve um aumento significativo na resolutividade para os casos com transtornos mentais. O documento orientador da RAPS destaca que a APS é o ponto inicial da rede e deve ser qualificada para identificar, acolher e acompanhar casos de sofrimento psíquico. Ela tem potencial para garantir o cuidado e o vínculo com o território, fundamentais no tratamento em saúde mental (BRASIL, 2011).
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se então que houve uma melhoria na qualidade de vida para essas pessoas, proporcionando-lhes mais chances de recuperação e uma vida plena e produtiva, além do fortalecimento da RAPS, envolvendo familiares, amigos e a comunidade no processo. É importante também ressaltar um melhoria no processo de trabalho da APS além da redução dos custos com o aumento da resolutividade na APS.
INSTRUMENTO DE ENFERMAGEM PARA ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS COM ANSIEDADE SOCIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO
Comunicação Oral Curta
1 UNIFOR
2 UNIFATENE
3 IFCE
Apresentação/Introdução
A ansiedade social em crianças representa um desafio crescente na Atenção Primária à Saúde. O Transtorno de Ansiedade Social afeta significativamente o desenvolvimento infantil e exige abordagens específicas. Contudo, a ausência de ferramentas clínicas específicas compromete a qualidade do cuidado prestado. O presente estudo desenvolveu e validou um instrumento de acolhimento para qualificar a atuação do enfermeiro diante dessa demanda.
Objetivos
Construir e validar um instrumento de acolhimento destinado a crianças com Transtorno de Ansiedade Social (TAS), visando apoiar enfermeiros da Atenção Primária na sistematização do cuidado.
Metodologia
Estudo metodológico, de abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvido entre maio de 2022 e março de 2024, na rede de Atenção Primária à Saúde do município de Cascavel-CE. Foi conduzido em seis etapas sequenciais: revisão integrativa de literatura; coleta de dados com enfermeiros da APS sobre o acolhimento a crianças com TAS, por meio de formulário e análise SWOT; construção do instrumento com base nos dados empíricos e referenciais teóricos; elaboração da versão inicial da tecnologia; validação de conteúdo e aparência por 11 juízes especialistas via Técnica Delphi; e ajustes e elaboração da versão final do instrumento. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética, sob o parecer nº. 6.082.505.
Resultados
O instrumento validado baseou-se na Teoria das Relações Interpessoais de Hildegard Peplau e obteve Índice de Concordância Geral de 90,5%, atendendo aos critérios de clareza, relevância, estrutura e aplicabilidade clínica. Foram estruturados 14 Diagnósticos de Enfermagem baseados na taxonomia NANDA-I, distribuídos em domínios, com intervenções fundamentadas na Classificação NIC e resultados esperados conforme a NOC. A análise dos juízes indicou adequação do conteúdo ao contexto da APS, destacando sua aplicabilidade prática para uso em protocolos e prontuários eletrônicos. O estudo evidenciou a escassez de tecnologias semelhantes voltadas à saúde mental infantil na atenção básica.
Conclusões/Considerações
A validação do instrumento confirma sua utilidade no acolhimento de crianças com ansiedade social na APS. O uso pode favorecer uma abordagem integral, humanizada e sistematizada, fortalecendo o papel do enfermeiro. Recomenda-se sua adoção em contextos semelhantes e futuras avaliações quanto à efetividade clínica.
ÍNDICE DE REATIVIDADE RELATIVA AO ESTRESSE, PENSAMENTOS NEGATIVOS E RESILIÊNCIA: UMA ANÁLISE DE CLUSTER DA VARIABILIDADE CARDÍACA E DO CORTISOL.
Comunicação Oral Curta
1 Unisinos
2 UFCSPA
3 Unisinos, Cesuca
Apresentação/Introdução
O impacto do estresse pode ser severo para a saúde mental, precipitando o início de sintomas ou a recaída em uma série de transtornos psiquiátricos. A presença de pensamentos negativos tem sido associada como preditores de transtornos como depressão e ansiedade. Por outro lado, indivíduos resilientes possuem características que favorecem à resposta adaptativa ao estresse.
Objetivos
Comparar o índice de reatividade relativa ao estresse com a presença de pensamentos negativos e respostas psicológicas de resiliência através da análise de cluster da Variabilidade da frequência cardíaca e cortisol.
Metodologia
Este estudo, parte do projeto Wearhealth, investigou a reatividade ao estresse em adultos, comparando dados fisiológicos antes e após indução de estresse social. Utilizaram-se os questionários MSMR e PTQ-15, além de coletas de VFC e Cortisol. A indução foi feita com o TSST adaptado. A análise no JASP (2025) incluiu variáveis delta (T3 - T1), combinadas em um cluster entre VFC e Cortisol. As variáveis e os questionários foram analisados por ANOVA.
Resultados
A amostra foi composta por 33 adultos, 63,3% mulheres, 93,9% brancos, com idade média de 31 anos. A análise de cluster identificou 2 agrupamentos distintos na amostra (n=212) a partir das variáveis de resposta fisiológica ao estresse. O Cluster 1 (n=15; 45,5%) apresentou respostas fisiológicas consideradas normais (aumento dos níveis de cortisol e redução na VFC); o Cluster 2 (n=18; 54,5%) foi caracterizado por respostas alteradas (diminuição do cortisol e aumento na VFC). Os dois grupos apresentaram diferenças significativas para os instrumentos psicológicos. O grupo 1 teve maior média que o grupo 2 para o MSMR (p=0,029) e menores para o PTQ-15 (p=0,023).
Conclusões/Considerações
Compreender a relação entre psicopatologia e resposta ao estresse pode favorecer tratamentos e prevenção mais eficazes. Pesquisas sobre medidas psicofisiológicas e sintomas psiquiátricos ajudam a identificar fatores de vulnerabilidade transdiagnóstico, representando uma área emergente e promissora na ciência da saúde mental.
OFICINAS DE BRINCAR: CUIDADO INTEGRAL A CRIANÇAS COM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO POR MEIO DE OFICINAS LÚDICAS MULTIPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.
Comunicação Oral Curta
1 Missão Sal da Terra
2 Missão Sal da Terra.
Período de Realização
De março a dezembro de 2024, em 02 ciclos de 10 encontros em três bairros de Uberlândia, MG.
Objeto da experiência
Promoção do desenvolvimento infantil com oficinas lúdicas multiprofissionais para crianças com atraso no desenvolvimento e vulnerabilidades psicossociais.
Objetivos
Relatar a experiência da implantação das Oficinas de Brincar, que visa promover o desenvolvimento global e saudável de crianças com ADNPM, transtornos do neurodesenvolvimento e outras vulnerabilidades, por meio de oficinas lúdicas conduzidas por equipe multiprofissional na APS.
Descrição da experiência
As Oficinas de Brincar ocorreram em 03 pólos da APS atendendo crianças de 6 a 12 anos, baixo risco (FADI), com ADNPM, vulnerabilidades, com e sem diagnósticos relacionados. Foram 02 ciclos de 10 encontros, conduzidos por equipe multiprofissional, com objetivos terapêuticos desenvolvidos em oficinas terapêuticas, psicomotoras e de estimulação, com atividades diversas (jogos, contação de histórias, cozinha terapêutica, etc.) e rodas de conversa com responsáveis para orientações e apoio ao cuidado.
Resultados
Em 2024, 50 crianças participaram das oficinas (68% meninos e 32% meninas), com diagnósticos mais frequentes de TDAH (24%), TEA (24%) e TAG (14%). Os ganhos observados incluíram melhorias em socialização (78%), comunicação, cognição e comportamento (67%), autocuidado (44%) e aspectos motores e emocionais (33%). Profissionais e familiares destacaram os impactos positivos no desenvolvimento infantil, refletidos em casa e na escola, e na relação cuidador-criança, fortalecendo o vínculo com a APS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o cuidado de saúde integral na infância pode ser potencializado por práticas coletivas lúdicas e interdisciplinares. A inclusão de crianças neurodivergentes em contextos de convivência com pares diversos amplia oportunidades de aprendizagem, socialização e acolhimento. A adesão das famílias e o envolvimento da equipe mostraram-se fundamentais para o êxito do projeto, revelando sua potência como tecnologia leve de cuidado na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
As Oficinas de Brincar mostraram-se efetivas para a promoção da saúde e do desenvolvimento de crianças na APS. A experiência pode ser replicada em outros territórios e incorporada à linha de cuidados da infância. Recomenda-se o fortalecimento da formação das equipes, a estruturação em pólos e a institucionalização das oficinas como parte das estratégias de cuidado à infância com base em práticas lúdicas, inclusivas e intersetoriais.
SA[ÚDE MENTAL E ESTRATÈGIA DE SAÙDE DA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE DAS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS PROFISSIONAIS GENERALISTAS NA OFERTA DO CUIDADO
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Estadual de Campinas
Apresentação/Introdução
A importância dos cuidados em saúde mental na APS está prevista em diversos documentos oficiais, mas isso nem sempre acontece de forma efetiva. Na literatura, são escassas as propostas de formação voltadas para os profissionais da APS nessa área. Ademais, a obrigatoriedade do atendimento a estes casos pode camuflar as dificuldades apresentadas, trazendo consequências para o cuidado ofertado.
Objetivos
Investigar os desafios pelos profissionais generalistas da APS para lidar com os casos com componentes de saúde mental.
Analisar como a formação e as características pessoais dos profissionais impactam a assistência em saúde mental prestada.
Metodologia
O trabalho parte de uma perspectiva qualitativa e tem um caráter exploratório. A pesquisa realizou entrevistas semi-estruturadas com 15 profissionais da Atenção Primária à Saúde de Campinas, incluindo gestores, médicos, enfermeiras e técnicos de enfermagem, entre abril e agosto de 2023. O roteiro utilizado foi dividido em três eixos: 1) experiências prévias de trabalho e a inserção do trabalhador na sua atual função; 2) as dificuldades dos trabalhadores no atendimento aos casos com componentes de saúde mental; 3) formação e capacitação para as atividades desenvolvidas, ampliando para experiências pessoais com o tema. As entrevistas foram analisadas a partir da análise de conteúdo temática.
Resultados
A principal dificuldade relatada pelos profissionais para realizarem os cuidados em saúde mental é a falta de capacitação. A sensação de despreparo termina por incentivar uma dinâmica de seguidos encaminhamentos entre os profissionais, que apontam a falta de especialistas, como psicólogos e psiquiatras, também como um problema. Os profissionais referem predominante sensação de medo, sobretudo diante dos pacientes em “crise”. Além disso, os entrevistados apontaram que aqueles profissionais mais “tímidos” e “calados” têm mais dificuldades no atendimento aos casos. Neste cenário, a ampliação da capacidade de escuta dos profissionais é apontada como uma forma de driblar essas dificuldades.
Conclusões/Considerações
Diante da crescente demanda em saúde mental, é preciso considerar a necessidade de formações nesta área aos trabalhadores da APS. Demanda-se uma melhor definição sobre os fluxos de atendimento para aumentar a clareza das EqSF sobre as suas atribuições, evitando que o tema seja tratado como restrito aos especialistas. Os cuidados em Saúde Mental na APS são fundamentais na redução do estigma e na criação de estratégias não-medicalizantes,

Realização: