
Programa - Comunicação Oral Curta - COC26.2 - Interseccionalidades e violência no trabalho
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
A QUESTÃO RACIAL COMO ELEMENTO ESTRUTURANTE DAS EXPERIÊNCIAS LABORAIS DA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)
Apresentação/Introdução
Esta pesquisa propõe uma reflexão interdisciplinar sobre as dinâmicas do trabalho, utilizando a Ergologia como base teórica e incorporando a questão racial na análise das experiências laborais da população negra no Brasil. Esta proposta apresenta uma contribuição inovadora e necessária para analisar a relação entre subjetividade, trabalho e saúde.
Objetivos
Identificar como a questão racial afeta a saúde do trabalhador e trabalhadora negra no Brasil e como a abordagem ergológica pode ser um dispositivo que contribui para promoção da saúde desses trabalhadores e trabalhadoras.
Metodologia
Com o objetivo de compreender o panorama atual das pesquisas sobre a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras negras, sob a perspectiva da Ergologia, se iniciou um levantamento bibliográfico nas bases de dados Web of Science e Scopus. Como esta pesquisa ocorre em um programa de Engenharia de produção, inicialmente concentrou-se na investigação de estudos nessa área, porém não foram obtidos resultados. Ao expandir o escopo para pesquisas na área da saúde, foi realizada uma revisão sistemática entre os estudos encontrados para identificar elementos que apontem a influência do racismo como fator determinante nas iniquidades em saúde dos trabalhadores e trabalhadoras negras.
Resultados
Os estudos encontrados indicam que a associação entre raça/cor e trabalho aponta demandas psicossociais e físicas no ambiente laboral. Siqueira e Fernandes (2021) revelam que, comparados aos brancos, pretos apresentaram 65% a mais na prevalência de alta exigência (quantidade de trabalho exigido) e 60% a mais na prevalência de baixo controle (capacidade de tomar decisões) no trabalho. Souza e Araújo (2023) mostram que transtornos mentais comuns (TMC) são 21,7% maior entre mulheres e negros. Nery et al. (2022) indicam que, na Bahia, negros perderam 85,4% dos anos potenciais de vida por acidentes de trabalho, com mortes precoces aos 38,9 anos (pardos) e 39,4 anos (pretos).
Conclusões/Considerações
Estudos sobre racismo no local de trabalho indicam que as relações étnico-raciais têm afetado o contingente de trabalhadores e trabalhadoras negras que estão mais vulneráveis a adoecimentos físicos e psicossociais. A abordagem ergológica é especialmente relevante nesta análise, pois propõe conhecer e transformar o trabalho dando foco nos saberes dos trabalhadores, possibilitando a desconstrução das relações laborais excludentes.
APOIO DA LIDERANÇA E APOIO INSTITUCIONAL: PERCEPÇÕES DE TRABALHADORAS NEGRAS DE ENFERMAGEM COMO SEGUNDAS VÍTIMAS
Comunicação Oral Curta
1 Universidade do Estado da Bahia
2 Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
A ocorrência do erro no trabalho em enfermagem é um fenômeno complexo e multifatorial. As profissionais afetadas por esses eventos são chamadas de segundas vítimas. As trabalhadoras negras da enfermagem que vivenciam esses episódios são atravessadas por interseccionalidades de raça e gênero que moldam suas interações e o apoio recebido no ambiente de trabalho.
Objetivos
Analisar as experiências de apoio recebidas por trabalhadoras negras da enfermagem, enquanto segundas vítimas, a partir da atuação de lideranças imediatas e instituições de saúde.
Metodologia
Estudo exploratório descritivo de abordagem qualitativa, constituído a partir do recorte temático de uma dissertação de mestrado que buscou compreender as experiências de trabalhadoras negras do campo da enfermagem enquanto segundas vítimas. A pesquisa utilizou para análise dos dados a análise de conteúdo e o presente relato se desenvolve a partir da terceira categoria de análise, intitulada ‘Apoio da supervisora e apoio da instituição’, que buscou analisar o tratamento dispensado pelas lideranças e instituições de saúde as segundas vítimas estudadas. O roteiro semiestruturado baseou-se no Questionário de Experiência e Apoio à Segunda Vítima, na sua versão adaptada ao Brasil BR-SVEST.
Resultados
Os achados revelam uma cultura de culpabilização por parte das lideranças de enfermagem, marcada pelos tratamentos mais severos direcionados às mulheres negras em comparação com as colegas brancas. O apoio das lideranças e instituições foi inexistente ou inacessível. As violências estruturais e simbólicas vivenciadas pelas profissionais negras não apenas intensificam o sofrimento decorrente de um evento adverso, mas também as expõem a um maior risco de envolvimento em novos incidentes. Evidencia-se uma estrutura de poder estruturada a partir do racismo e que reforça a responsabilização individual e sustenta desigualdades interseccionais no ambiente laboral.
Conclusões/Considerações
A cultura punitiva se mantém presente nas instituições, aspecto que se configura como um obstáculo para a consolidação de uma cultura de segurança, voltada para o aprendizado contínuo e melhoria dos processos. A dinâmica em questão contribui para a manutenção estrutural da objetificação e desumanização das trabalhadoras negras da enfermagem, impactando diretamente as formas de interação e a construção de suas subjetividades.
VIOLÊNCIA POR RAÇA, GÊNERO, IDADE E CAPACITISMO - ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO PARA AS TRABALHADORAS DO SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 UEA
Período de Realização
A oficina ocorreu no dia 29 de maio de 2025, de 08:00h às 12:00h.
Objeto da experiência
Oficina realizada com mulheres para construção de estratégias de enfrentamento das violências por raça, gênero, idade e capacitismo no trabalho.
Objetivos
Relatar uma oficina de formação intersetorial voltada à construção de estratégias para a prevenção de violências por raça, gênero, idade e capacitismo, para mulheres trabalhadoras do Sistema Único de Saúde (SUS).
Descrição da experiência
A oficina foi realizada em três etapas: 1ª: contextualização e levantamento de problemas; 2ª: construção de estratégias de enfrentamento às violências; 3ª: confecção e exposição de painel de estratégias. Este resumo apresenta a segunda etapa da oficina, onde as trabalhadoras discutiram os problemas encontrados na primeira etapa através de rodas de conversa e avaliação das situações vivenciadas, em seguida desenvolveram estratégias para o enfrentamento destas violências no ambiente de trabalho.
Resultados
Foram identificadas barreiras relacionadas ao reconhecimento da violência, sentimento de impotência e o desejo de transformação. Para o enfrentamento destes, estratégias foram propostas pelas trabalhadoras: criação de comissões intersetoriais permanentes; criação de protocolos integrados de acolhimento e encaminhamento; realização de campanhas educativas e formativas com enfoque antidiscriminatório e a construção de espaços de escuta ativa, emocional e canais de comunicação para as vítimas.
Aprendizado e análise crítica
A oficina gerou reflexões a cerca dos tipos de violência enfrentadas por mulheres no ambiente de trabalho. Ao realizar a atividade de forma ativa e participativa, as trabalhadoras puderam colocar em pauta suas maiores dores no trabalho, atuando como um dispositivo de formação crítica que impulsionou a criação de estratégias para o enfrentamento de tais violências. Ao desenvolvê-las para amenizar as suas próprias dores, as trabalhadoras sentem-se valorizadas, acolhidas, respeitadas e ouvidas.
Conclusões e/ou Recomendações
A oficina de formação demonstrou potencial para sensibilizar profissionais e fomentar a articulação de estratégias concretas de enfrentamento às violências por raça, gênero, idade e capacitismo. A continuidade dessas ações, com suporte institucional e político, é essencial para transformar realidades de exclusão.
DISPARIDADES RACIAIS NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS TRABALHADORES DE ENTREGA NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Os trabalhadores de entrega representam categoria ocupacional vulnerabilizada por características sociais do trabalho, como a ausência de vínculo com as empresas, especialmente as de aplicativo, e pela raça/cor e classe social desses trabalhadores. Esses trabalhadores, que atuam no novo conceito de informalização, encontram-se, muitas vezes, desprovidos de direitos e segurança.
Objetivos
Investigar o perfil epidemiológico dos trabalhadores de entrega (TE), segundo raça/cor, no Brasil.
Metodologia
Estudo epidemiológico descritivo, com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), IBGE, 2019. A população de estudo foi os trabalhadores entregadores de encomenda, carregadores de bagagens e mensageiros, proxy possível dos trabalhadores de entrega na PNS, que usa a Classificação de Ocupações para Pesquisas Domiciliares, COD 2010. As variáveis analisadas foram sociodemográficas, ocupacionais e de saúde, comparando trabalhadores negros e brancos (excluídos os trabalhadores amarelos e indigenas da análise), descritas por frequências simples e relativas.
Resultados
Dos 401.411 TE, a maioria era de homens (95,2%), negros (64,4%), com idade de 31-60 anos (53,6%), com até escolaridade fundamental completa (44,1%) e renda até 600 reais (16,7%). Mulheres negras representam 7,0% das TE, em comparação a 1,0% das brancas. Disparidades de ra/cor são observadas na renda de até 600 reais (16,7% negros e 10,5% brancos), na escolaridade até fundamental (44,1% negros e 34,1% brancos), além da percepção ruim ou muito ruim do próprio estado de saúde (2,5% negros e 0,7% brancos) e maiores prevalências de lesões provocadas por acidentes e violências (44,5% em negros e 0,0% em brancos) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (18,1% negros e 13,6% brancos).
Conclusões/Considerações
O perfil epidemiológico dos TE na PNS 2019 demonstram a vulnerabilidade das pessoas negras em relação à renda, escolaridade, além do maior risco de adoecimento por agravos relacionados ao trabalho.
PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO AO ASSÉDIO E ÀS DISCRIMINAÇÕES NO TRABALHO NO MINISTÉRIO DA SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
Agosto de 2023 à abril de 2024, totalizando 20 encontros e cerca de 80 horas de trabalho.
Objeto da experiência
Assédio Moral, Sexual e Outras Discriminações e Violências Relacionadas ao Trabalho do Ministério da Saúde.
Objetivos
Estabelecer iniciativas concretas para prevenção, acolhimento, apuração, responsabilização e resolução de conflitos visando à construção de ambientes de trabalho livres de assédio, discriminação e demais tipos de violência.
Metodologia
O MS participou do Grupo de Trabalho Interministerial promovido pelo MGI para construção do Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação e, em consonância com suas proposições e de forma simultânea, constituiu por meio da Portaria GM nº 3.105/2024 o GT para Elaboração de proposta de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e Outras Discriminações e Violências Relacionadas ao Trabalho do Ministério da Saúde, com participação de todas as Secretarias do MS.
Resultados
Como resultado de uma ampla discussão e construção coletiva, considerando as singularidades da saúde, foi instituida a Portaria GM 6.638 de 20 de fevereiro de 2025, que institui o Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e às Discriminações no Trabalho na Saúde (PEADTS) no âmbito do Ministério da Saúde.
Análise Crítica
O Plano Setorial de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e às Discriminações no Trabalho na Saúde deve se materializar na micropolítica do trabalho em saúde, para se tornar uma prática ativa e atuante, e sirva como uma bússola para que gestoras/es e trabalhadoras/es possam orientar suas ações cotidianas e as tomadas de decisão para a afirmação do respeito à diversidade, com o foco na dignidade e valorização do trabalho em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O MS assume o compromisso de tolerância zero ao assédio e às discriminações no trabalho, como também no aprimoramento de suas organizações e das condições do trabalho em saúde na perspectiva de difundir o trabalho decente, saudável e digno.
O ASSÉDIO LABORAL SOFRIDO POR SERVIDORAS/ES PÚBLICOS DA SAÚDE E A ATUAÇÃO DE UM SINDICATO
Comunicação Oral Curta
1 SindSaúde/PR
Período de Realização
Entre 2020 até o presente momento.
Objeto da experiência
O assédio laboral sofrido por servidoras e servidores públicos da saúde e a atuação do SindSaúde/PR no enfrentamento desse problema.
Objetivos
O principal objetivo é acolher as demandas de saúde relacionadas ao trabalho, especificamente o assédio laboral, e realizar ações para combater esses problemas. Isso é feito através de uma equipe de Saúde do Trabalhador do SindSaúde/PR.
Descrição da experiência
A equipe de Saúde do Trabalhador do SindSaúde/PR, composta por diretoras/es sindicais, um trabalhador da entidade, uma assistente social, um psicólogo, advogadas do Sindicato e um médico do trabalho, acolhe demandas em saúde relacionadas ao trabalho. A equipe acolhe muitas situações, de forma individual ou coletiva, e produz relatórios que servem de subsídio para negociações sindicais ou denúncias cabíveis, sempre a partir de decisões em conjunto com as/os trabalhadoras/es ou coletivos atendidos.
Resultados
As condições de trabalho são determinantes do processo saúde-doença. Esta estratégia de gestão, cada vez mais disseminada, passa pela humilhação e isolamento de certos trabalhadores, impactando em todos os outros. Um efeito nitidamente observado do assédio laboral é o enfraquecimento da união entre as/os trabalhadoras/es, com o clima de trabalho passando a ser de competitividade, indiferença ao sofrimento de colegas e degradação das relações, em vez de solidariedade e união.
Aprendizado e análise crítica
A produção destaca o assédio laboral como um importante problema em Saúde Pública, reconhecido mundialmente. Apesar do discurso hegemônico das instituições em tratar o assédio como efeito acessório e acidental, ou naturalizar os pressupostos violentos sob os quais o capitalismo se funda, o assédio laboral é, na verdade, uma estratégia de gestão eficiente e devastadora, e é mais eficiente quanto mais imperceptível.
Conclusões e/ou Recomendações
As consequências do assédio laboral são profundamente danosas a nível coletivo e individual. As/os trabalhadoras/es conhecem o significado e os impactos de ter a integridade ameaçada no trabalho, sem forças para as atividades diárias, inclusive fora do ambiente de trabalho, e com perda do sentido do trabalho e da vida.
CINESUS – EQUIDADE EM CENA: CINEMA E DIÁLOGOS SOBRE SAÚDE MENTAL E VIOLÊNCIA NO TRABALHO NO SUS
Comunicação Oral Curta
1 ESPFOR-SMS
2 PET SAUDE - UFC
Período de Realização
Junho a novembro de 2025
Objeto da experiência
Promoção da equidade e cuidado às trabalhadoras do SUS, com foco em saúde mental e violência no trabalho.
Objetivos
Promover reflexões críticas sobre saúde mental e violências no SUS com uso do cinema; fortalecer a cultura do autocuidado e da equidade entre trabalhadores da saúde; sensibilizar sobre desigualdades estruturais por meio de rodas de conversa mediadas.
Metodologia
A ação integra o PET-Saúde Equidade da UFC e realiza seis encontros presenciais com exibição de curtas e rodas de conversa mediados por especialistas e representantes de coletivos. Utiliza metodologia participativa, linguagem audiovisual e estratégias de registro e avaliação, promovendo espaços sensíveis de escuta, diálogo e aprendizado coletivo sobre o cuidado em saúde, valorizando especialmente as trabalhadoras e futuras trabalhadoras do SUS.
Resultados
Foi realizado 1 de 6 dos encontros com envolvimento de profissionais de diferentes níveis e áreas do SUS. Participantes relataram que Projetos assim promovem maior consciência sobre a saúde mental, fortalecimento de vínculos, valorização do cuidado de si e do outro. Houve produção de material sistematizado e há recomendação para inserção no Plano Municipal de Educação Permanente. O projeto já é reconhecido como prática inovadora e replicável em outros contextos.
Análise Crítica
A experiência revelou o potencial transformador da arte no campo da saúde coletiva, favorecendo a escuta, a empatia e a reflexão crítica. A roda de conversa mostrou que profissionais carecem de espaços seguros para compartilhar vivências e sofrimento psíquico. A diversidade dos públicos enriqueceu os debates, evidenciando a urgência de políticas institucionais que promovam ambientes de trabalho mais saudáveis e equitativos no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
O CineSUS mostrou-se uma estratégia potente de educação permanente e promoção do cuidado no trabalho. Recomenda-se sua ampliação como ação continuada nas redes de saúde, com apoio institucional para garantir sustentabilidade e replicabilidade. É essencial investir em metodologias sensíveis que valorizem a saúde de quem cuida, promovendo equidade, inclusão e respeito às diferenças no ambiente laboral do SUS.
PREVALÊNCIA DE EXPOSIÇÕES RELACIONADAS AO TRABALHO ENTRE TRABALHADORES INDÍGENAS NAS CAPITAIS E REGIÕES METROPOLITANAS, PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE (PNS), IBGE, 2019.
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Os trabalhadores indígenas nas capitais e regiões metropolitanas (RME) do Brasil, maiores de 18 anos, em 2019 no Brasil, representam 0,7% da população ativa e ocupada brasileira. Mesmo assim, pouco se sabe sobre as relações de saúde e trabalho dos indígenas brasileiros.
Objetivos
Descrever a prevalência das exposições ocupacionais dos trabalhadores indígenas nas capitais e regiões metropolitanas no Brasil.
Metodologia
Estudo epidemiológico descritivo, com dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), IBGE, 2019. A população do estudo foi a população indígena ativa e ocupada (PEAO), de 18 anos ou mais, na semana de referência da PNS 2019. As variáveis sociodemográficas e ocupacionais foram descritas percentualmente e as prevalências da exposição foram calculadas, dividindo as pessoas expostas aos fatores de risco específicos (trabalho noturno, substâncias químicas, radiação solar, ruído, manuseio de materiais biológicos, resíduos urbanos, poeiras e minerais) e a PEAO total indígena, comparando indígenas, com brancos e negros (excluídos os trabalhadores amarelos da análise).
Resultados
A prevalência de todas exposições relacionadas ao trabalho foram superiores entre indígenas, quando comparados à negros e brancos, exceto para exposição ao sol (28,5% entre negros, 26,7% indígenas e 21,4% brancos) ruídos (22,4% negros, 21,9% brancos e 20,0% e indígenas) e materiais biológicos (6,2% brancos e 5,2% entre negros e indígenas). As superiores entre os indígenas foram o trabalho noturno (44,0% entre indígenas, 32,3% brancos e 30,9% negros); manuseio de substâncias químicas (15,1% indígenas, 14,5% brancos e 13,9% negros); exposição a poeiras e minerais (11,6% indígenas, 11,4% negros e 8,9% brancos); manuseio de resíduos urbanos (8,2% indígenas, 7,0% negros e 5,1% brancos).
Conclusões/Considerações
Trabalhadores indígenas têm maiores prevalências de exposições a riscos relacionados ao ambiente de trabalho, quando comparados aos brancos e negros. Persiste a necessidade de mais estudos que possam descrever e valorizar a saúde do trabalhador indígena e o reconhecimento dos fatores relacionados à essas exposições.

Realização: