Programa - Comunicação Oral Curta - COC26.6 - Saúde mental e Outros agravos em ST
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
ENTRE ESTIMULANTES, TRANQUILIZANTES E SUPLEMENTOS: O USO DE QUÍMICO-FÁRMACOS PARA A PRODUÇÃO DO CORPO E DAS DINÂMICAS LABORAIS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 USP
Apresentação/Introdução
O neoliberalismo pode ser considerado um regime somatopolítico que compõem e afeta todos os seres vivos, unindo modos de produção econômica com modos de produção de corpos. A partir do fortalecimento das formas contemporâneas de trabalho – a “pejotização”, nos toca questionar sobre quais os efeitos da flexibilização das leis trabalhistas em profissionais que atuam na área da saúde.
Objetivos
Dessa forma, este trabalho teve como objetivo analisar os agenciamentos, vivências e dispositivos utilizados por profissionais de educação física (PEF) lésbicas (autônomas/pessoas jurídicas) para atuar no campo da saúde.
Metodologia
Este é um recorte analítico de uma tese de doutorado, em que realizei uma etnografia por 12 meses (2023-2024) com PEF lésbicas nos campos de atuação profissional, na cidade de São Paulo (SP). Os espaços visitados para a pesquisa foram: quadras de areia, instituições esportivas, academias de ginástica e produtora de conteúdo esportivo (conteúdos relacionados às áreas de atividade física e saúde/esporte para mulheres), além das próprias casas das interlocutoras (espaços pessoais), restaurantes e bares.
Resultados
As PEF empregam e são atravessadas diariamente por um conjunto de dispositivos microprotéticos de controle da subjetividade, através de protocolos biomoleculares e de químicos-fármacos. Observamos um caráter massivo de consumo de suplementos (proteína isolada, creatina, cápsulas de cafeína e vitaminas, energéticos líquidos) administrados junto à ansiolíticos, antidepressivos, anfetaminas, hormônios, “smart drugs” como as lisdexanfetaminas. Além disso, nós entendemos que essa regulação homo-molecular da vida, parece girar - também, mas não somente, em torno do manter-se empregada/o, corpo como vitrine, corpo-ferramenta e corpo performativo – nos moldes cisheteronormativos
Conclusões/Considerações
Essa hipermerdicalização associada à construção do corpo e às dinâmicas laborais, pode ser entendido como um complexo sistema de práticas associadas à (des)proteção da "vida" e da "saúde”. No limite, são formas de produção de vida em um contexto de trabalho em saúde consumido pelo extrativismo capitalista.
SAÚDE DO TRABALHADOR DA SAÚDE MENTAL: DETERMINANTE SOCIAL DO SUCATEAMENTO DO SUS E DA LUTA ANTIMANICOMIAL
Comunicação Oral Curta
1 Centro Universitário UniFAMESC
2 Universidade Estácio de Sá- UNESA
Apresentação/Introdução
Nos Centros de Atenção Psicossocial, as equipes deparam-se com sofrimento agudo, alta vulnerabilidade e contradições sociais. A complexidade e grande volume da demanda podem gerar sentimento de desânimo, fracasso, processos defensivos e desamparo. Tais fatores fragilizam e podem adoecer as/os profissionais, comprometendo o trabalho, o qual prevê o engendramento de laços e redes.
Objetivos
Apontar a relação entre adoecimento de tralhadoras/es e a precarização da luta antimanicomial e do SUS devido a descontinuidade do trabalho. Defender a relevância dos espaços coletivos, enfatizando o lugar da supervisão clínico-institucional.
Metodologia
No primeiro momento da pesquisa, que se encontra em andamento, o percurso metodológico traçado contemplou a realização de revisão bibliográfica do tipo narrativa com o intuito de conhecer o estado da arte das produções sobre o tema. Para a realização das buscas nas bases de dados LILACS, SciELO e PubMed, foram utilizados os descritores “saúde ocupacional”, “serviços de saúde mental” e “esgotamento profissional”. O recorte temporal da pesquisa compreendeu o período de dez anos (2014-2024). Em um segundo momento, foi realizada uma articulação entre os achados e a perspectiva de autores que promovem debates entre saúde coletiva, saúde do trabalhador e psicanálise.
Resultados
O adoecimento produzido pelo processo de trabalho nos CAPS pode incorrer em absenteísmo (ausência do trabalhador de seu posto de trabalho) e/ou presenteísmo (comparecimento adoecido que compromete a prática implicada e inventiva). A contradição de oferecer cuidado em saúde mental e não contar com a garantia do cuidado de si revela-se como fator crítico no campo. Tal conjuntura potencializa a descontinuidade do trabalho, construído especialmente a partir das tecnologias de natureza relacional. A efetividade da Reforma Psiquiátrica e a manutenção da luta antimanicomial dependem do enfrentamento dessas questões. E a supervisão clínico-institucional aparece como lugar favorável nessa direção.
Conclusões/Considerações
A supervisão clínico-institucional é um espaço oportuno, onde o tema da saúde do/da trabalhador/a pode ser tratado transversalmente. O reconhecimento da complexidade e dos desafios e potencialidades do trabalho em equipe, pode promover, além de acolhimento, novas (re)significações da prática e da função da coletividade. Assim, o cuidado com a equipe pode qualificar o trabalho, produzindo impactos na atenção aos usuários e nas tecituras da Rede.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: SUSET, O CORPO SIMBÓLICO DA DOR INVISÍVEL EM UM TERRITÓRIO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA, ESPÍRITO SANTO.
Comunicação Oral Curta
1 UFES
Período de Realização
A experiência vem sendo realizada desde julho de 2024, no ciclo do PET-Saúde Equidade 2024-2026.
Objeto da experiência
A violência no trabalho em saúde na Atenção Primária à Saúde (APS), que afeta a qualidade do cuidado ofertado, a segurança e a saúde do trabalhador.
Objetivos
Descrever a experiência de um grupo Pet-Saúde Equidade no desenvolvimento e aplicação da boneca “Suset” em uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Vitória, Espírito Santo, como recurso de educação em saúde, visando os profissionais da APS para o enfrentamento da violência no trabalho no SUS.
Descrição da experiência
Os bolsistas do grupo I do Pet-Saúde Equidade adotaram como estratégia metodológica a criação de um cartaz em formato de boneca, representando uma trabalhadora, com notícias sobre situações de violências no ambiente de trabalho fixadas como marcas trazidas no corpo. A Suset ficou por 35 dias na USF, acompanhada de um vídeo explicativo e um formulário a ser respondido, acessados via QR code. A proposta previa sensibilização à temática, coleta de dados e devolutiva ao território.
Resultados
Como estratégia de devolutiva, foi elaborado um infográfico com os principais achados da passagem da Suset na USF, o qual foi apresentado aos profissionais do território em um encontro presencial. Essa etapa buscou valorizar o protagonismo dos trabalhadores e promover a reflexão coletiva. Dentre dos achados, 92,3% eram mulheres, 46,2% eram ACS, 61,6% se autodeclaram negros e 76,9% relataram já ter vivenciado violência no trabalho, principalmente sexismo, etarismo, LGBTQIAPN+fobia.
Aprendizado e análise crítica
Destaca-se a importância de reconhecer a violência no trabalho em saúde, por vezes banalizada, especialmente em suas formas estruturais. O perfil majoritariamente feminino e negro das profissionais evidencia os impactos de gênero, raça e ocupação nessas vivências e a ausência de espaços seguros de escuta reforça a necessidade da gestão participativa, de discussões sobre o processo de trabalho e do conhecimento dos dispositivos de prevenção das violências.
Conclusões e/ou Recomendações
A Suset se mostrou uma ferramenta pedagógica potente de reflexão crítica e fortalecimento da consciência sobre direitos. Ela evidencia a violência naturalizada e ocultada no ambiente de trabalho em saúde, assim como demonstra a importância da escuta e da ação coletiva para fomentar ambientes mais seguros e equitativos. Sugere-se expandir essa intervenção de educação permanente, haja vista que essa demanda está presente em vários territórios
INTERAÇÕES SOCIAIS COMO CUIDADO EM CONTRARREFERÊNCIA: SAÚDE MENTAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NAS EXPEDIÇÕES DO BARCO HOSPITAL SÃO JOÃO XXIII NO AMAZONAS
Comunicação Oral Curta
1 Barco Hospital São João XXIII na Providência de Deus
Período de Realização
Dezembro de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Vivência da equipe de enfermagem em interações com comunidades ribeirinhas durante o cuidado embarcado.
Objetivos
Descrever como interações sociais e manifestações de acolhimento promovidas pelas comunidades ribeirinhas contribuem para fortalecer vínculos e mitigar os impactos emocionais da prática embarcada na equipe de enfermagem.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu a bordo do Barco Hospital São João XXIII em expedições fluviais. Foram realizadas rodas de conversa com a equipe de enfermagem para relatar percepções sobre o acolhimento comunitário. Os relatos foram analisados buscando sentidos atribuídos às vivências e estratégias de enfrentamento emocional.
Resultados
As manifestações culturais e religiosas das comunidades promoveram acolhimento simbólico e fortaleceram vínculos profissionais. A equipe relatou diminuição do estresse, sensação de pertencimento e maior motivação para o cuidado, reforçando a importância das relações extramuros como suporte à saúde mental.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o cuidado embarcado não se limita ao atendimento técnico, mas envolve trocas simbólicas fundamentais ao bem-estar dos profissionais. O acolhimento recebido nas comunidades revelou-se uma tecnologia leve do cuidado, com efeito direto na saúde emocional e na resiliência da equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que estratégias de valorização dos vínculos com comunidades sejam reconhecidas como parte do cuidado em saúde mental da equipe. O fortalecimento desses laços contribui para uma prática mais humanizada e sustentável, especialmente em contextos adversos como o trabalho fluvial embarcado.
INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO E PROTAGONISMO POPULAR: A DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DO TRABALHADOR RURAL EM ASSENTAMENTOS DO MST EM PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz/PE
Apresentação/Introdução
A determinação social da saúde do trabalhador rural nos assentamentos do MST em Pernambuco expressa desigualdades históricas no campo. O MST fortaleceu o protagonismo popular pela formação de Agentes Populares de Saúde, que articulam cuidado, vigilância e mobilização social. O inquérito epidemiológico participativo produz dados locais para subsidiar políticas públicas eficazes.
Objetivos
Analisar, à luz da determinação social da saúde, as condições de vida e trabalho em territórios do MST e compreender o papel dos Agentes Populares de Saúde na vigilância participativa e cuidado comunitário.
Metodologia
Pesquisa quanti-qualitativa fundamentada na epidemiologia crítica. Foram utilizados: inquérito epidemiológico em comunidades de oito estados; entrevistas com trabalhadores, lideranças, APS e profissionais de saúde; grupos focais com coletivos do MST e análise documental de materiais da campanha durante a pandemia. O estudo articula métodos participativos com leitura crítica da realidade, considerando os determinantes sociais do processo saúde-doença e a dinâmica territorial do trabalho rural.
Resultados
Constatou-se precarização do trabalho rural, com ausência de proteção social, sobrecarga física e múltiplas jornadas. As mulheres enfrentam dupla jornada e violências invisíveis. Os APS atuaram como ponte de cuidado e vigilância em saúde do trabalhador. A formação incorporou saberes populares e crítica aos determinantes sociais, fortalecendo o protagonismo comunitário. A ação dos APS impactou na produção do cuidado territorializado e na visibilidade dos riscos e necessidades da população do campo.
Conclusões/Considerações
A atuação dos APS revela a potência da vigilância popular e da formação crítica na construção de um cuidado enraizado nos territórios. Defende-se o fortalecimento de políticas públicas de saúde do trabalhador rural e o reconhecimento das práticas populares como base para um SUS do campo orientado por direitos humanos e justiça social.
MANUAL DE ELETRONEUROMIOGRAFIA NA ATUALIZAÇÃO DO PROLOCOLO DE LER/DORT E APOIO DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNP) RELACIONADAS AO TRABALHO
Comunicação Oral Curta
1 FESFSUS
2 SESAB
Período de Realização
O presente Manual de Eletroneuromiografia foi escrito entre junho e dezembro de 2024
Objeto da produção
Manual Técnico de Eletroneuromiografia para atualização do Protocolo de LER/DORT e apoio diagnóstico às patologias do SNP relacionadas ao trabalho.
Objetivos
Uso e indicações da Eletroneuromiografia (ENMG) na atualização do Protocolo de LER/DORT e apoio diagnóstico de outras patologias do trabalho que acometem o sistema nervoso periférico (SNP) visando o estabelecimento do nexo causal.
Descrição da produção
O manual foi escrito a partir da necessidade de atualização do Protocolo de LER/DORT e promover o diagnóstico de outras patologias do SNP relacionadas ao trabalho. Foi baseado em referências nacionais e internacionais e em casos atendidos no Ambulatório da Coordenação de Atenção à Saúde do Trabalhador (COAST), Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador (DIVAST), Superintendência de Vigilância em Saúde (SUVISA) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB).
Resultados
Como resultados observamos diagnóstico mais preciso dos quadros de LER/DORT em que houve comprometimento do SNP e das demais patologias com impacto nesse sistema como as intoxicações exógenas ( agrotóxicos, etc.) atualmente subnotificadas, além da possibilidade de identificar sobreposição de patologias prevalentes no nosso meio e não necessariamente associadas ao trabalho como as neuropatias inflamatórias, por hanseníase, diabetes e outras que demandam encaminhamento imediato para a rede.
Análise crítica e impactos da produção
Trata-se de produção voltada principalmente ao profissional médico diante da especificidade dos quadros abordados porém sua formulação permite ser utilizado por médicos da atenção à saúde do trabalhador, de outras especialidades e da atenção básica, subsidiando tanto o pedido quanto a avaliação dos resultados do exame. Por outro lado, seu uso pressupõe oferta, na rede, do exame de Eletroneuromiografia a ser feito por médico qualificado para tanto.
Considerações finais
A ENMG é exame complementar diagnóstico nos casos de lesão do SNP de origem ocupacional, sejam quadros focais ou generalizados permitindo diagnóstico diferencial com patologias não ocupacionais. A descrição dos sinais e sintomas de comprometimento do SNP permite a utilização do Manual por profissionais de saúde não médicos contribuindo para a identificação precoce dos casos e dos ambientes laborais com riscos a essas patologias.
ANÁLISE DOS ÓBITOS POR DOENÇAS RELACIONADAS À EXPOSIÇÃO AO AMIANTO EM PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
2019 à 2023
Objeto da produção
Apresentar dados de óbitos por doenças relacionadas à exposição por amianto no Estado de Pernambuco.
Objetivos
Apresentar uma breve discussão acerca de avaliação do número de notificações relacionadas aos óbitos por doenças decorrentes da exposição ao amianto.
Descrição da produção
Pesquisa exploratória, nas bases de dados PubMed, Scielo e documentos do Ministério da Saúde, utilizando os termos: amianto, asbesto, asbestose, neoplasia, mesotelioma, pneumoconiose, placas pleurais e, dados públicos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Os agravos abordados e seus respectivos número de CID foram: Neoplasia Maligna dos Brônquios e dos Pulmões (C34), Mesotelioma da pleura (C45.0), Pneumoconiose devida a amianto (asbesto) e outras fibras (J61).
Resultados
A exploração do amianto no Brasil teve seu apogeu por volta da década de 70, levado em consideração o período de manifestações tardias e ou período de latência estender-se muitas vezes por décadas, a faixa de adoecimento ou de surgimento de doença, se dá na fase mais adulta. O maior número de registros de óbitos no estado de Pernambuco foi no ano de 2019 com 1.043, seguido de 2023 com 1.038. Já o ano com menor número registros foi 2021 com 897, seguido de 2022 com 943 e 2020 com 944 óbitos.
Análise crítica e impactos da produção
O amianto, em países desenvolvidos, contribui na mortalidade por câncer de pulmão e pleura e, mesmo com o banimento ocorrido entre as décadas de 80 e início deste século, a projeção de casos de câncer é ascendente até 2020. A subnoficação é um grande problema quando se trata de doenças relacionadas ao amianto e muito se dá pela falta de conhecimento por parte dos profissionais de saúde sobre as patologias relacionadas ao amianto e sobre sua associação com o trabalho.
Considerações finais
A qualidade da informação é um fator de grande relevância. Levar em consideração a história ocupacional do paciente é de suma importância. O preenchimento dos campos da declaração de óbito de forma inadequada prejudica as análises subestimando os resultados. Conscientizar os profissionais de saúde sobre o preenchimento das Declarações de Óbitos, são extremamente importantes para o processo de registros no país, qualificando assim a informação.
DESEQUILÍBRIO ESFORÇO-RECOMPENSA NO TRABALHO E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE EM PARTICIPANTES DO ESTUDO ELSA-BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Estresse ocupacional representa risco à saúde dos trabalhadores. Estudos baseados no Desequilíbrio Esforço-recompensa (DER) tem apontado efeitos deletérios do trabalho na saúde das pessoas, como sobrecarga, longas jornadas, assédio moral, violência psicológica e pressão de chefes e colegas.
Objetivos
Analisar associação entre Desequilíbrio Esforço-Recompensa no trabalho e autopercepção de saúde na população ELSA-Brasil.
Metodologia
Estudo transversal com 9.199 participantes ativos na segunda etapa (2012 a 2014) do ELSA-Brasil. O DER foi mensurado pelo questionário Effort-Reward Imbalance e autopercepção de saúde foi aferida por meio da pergunta: "de um modo geral, em comparação a pessoas da sua idade, como considera o seu estado de saúde? Na análise descritiva foi utilizada frequências absolutas e relativas para cada covariável do estudo estratificada por sexo. As diferenças entre proporções foram testadas com o uso do teste qui-quadrado de Pearson apresentando a distribuição de frequências das variáveis de exposição e desfecho e todas as covariáveis, sendo considerado o valor de p<0,05 para significância estatística.
Resultados
Dos 9.199 participantes 51,6% eram mulheres, 54,6% estavam na faixa etária de 51 anos ou mais com escolaridade igual ou até a nível superior (62,7% das mulheres e 54,0% dos homens). Sobre a situação familiar, 55,0% das mulheres eram casadas, 77,7% com filhos, e, entre os homens, 80,5% casados e 85,5% com filhos. Mulheres apresentaram maiores proporções de DER em comparação aos homens (24,4% e 20,6% respectivamente) e, entre as pessoas com DER, o excesso de comprometimento foi de 41,7% nas mulheres e 35,5% nos homens. Mulheres apresentaram maior prevalência de pior autopercepção de saúde quando relataram ter DER (32,5%), em comparação aos homens (26,8%).
Conclusões/Considerações
Mulheres apresentaram maiores prevalências de DER, comprometimento com o trabalho e pior autopercepção de saúde quando comparadas aos homens. As mudanças atuais nos processos e ambiente de trabalho evidenciam a importância de mais pesquisas sobre as diferenças de gênero nos estressores ocupacionais e efeitos à saúde relacionados à esses, especialmente em um contexto de aumento da presença feminina no mercado de trabalho.
Realização: