Programa - Comunicação Oral Curta - COC12.3 - Vigilância, Dados e Sistemas em Saúde
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE DADOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO DA LEPTOSPIROSE DOS ATRIBUTOS: COMPLETITUDE E CONSISTÊNCIA, DISTRITO FEDERAL,2019-2023
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
Período de Realização
O período de realização ocorreu entre 09/08/2024 a 21/10/2024
Objeto da produção
Análise da qualidade dos dados do Sinan sobre leptospirose no DF, com foco em completitude e consistências
Objetivos
Descrever o sistema de Vigilância Epidemiológica da leptospirose no Distrito Federal, avaliar a qualidade dos dados no Sinan quanto à completitude e consistência, e propor melhorias que contribuam para o aprimoramento das informações e da vigilância em saúde.
Descrição da produção
Estudo descritivo, retrospectivo e transversal baseado em dados secundários de casos confirmados de leptospirose notificados no Sinan. Foram avaliados atributos de completitude e consistência em variáveis essenciais e obrigatórias. Os dados foram analisados com apoio do Excel e QGIS, utilizando o escore de Romero e Cunha (2007) para classificação da qualidade. Os aspectos éticos foram respeitados, com uso de dados não nominais conforme a Lei Geral de Proteção de Dados.
Resultados
Entre 2019 e 2023, foram confirmados 74 casos de leptospirose no DF, com 6 óbitos (letalidade de 6,9%). A completitude foi classificada como muito ruim em variáveis como escolaridade e ocupação, e excelente em critérios como febre, mialgia e hospitalização. A consistência dos dados foi considerada excelente (100%) em todas as variáveis analisadas, como datas de notificação, nascimento e atendimento.
Análise crítica e impactos da produção
A produção evidencia fragilidades importantes na completitude de campos cruciais como escolaridade e ocupação, comprometendo a efetividade das análises e ações de saúde pública. A consistência excelente indica que há atenção ao preenchimento de cronologias, mas ainda é necessário investir em capacitação, padronização e sensibilização para melhorar a coleta de dados. O estudo contribui para o fortalecimento do sistema de vigilância e subsidiará decisões mais assertivas.
Considerações finais
Apesar de avanços em alguns campos do Sinan, persistem desafios significativos na completitude das notificações de leptospirose no DF. A boa consistência indica potencial de melhora com investimentos pontuais em capacitação e monitoramento. É essencial aprimorar o registro de informações críticas para orientar políticas públicas mais eficazes e promover maior vigilância em saúde baseada em dados de qualidade.
CARACTERIZAÇÃO DA PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO DE ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO NA BAHIA, 2020 A 2024.
Comunicação Oral Curta
1 SESAB- Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste
2 SESAB- Núcleo Regional de Saúde Leste
Apresentação/Introdução
A raiva é uma zoonose viral, transmitida aos humanos por mamíferos infectados, principalmente pela saliva, afetando o sistema nervoso central e sendo quase sempre letal. A prevenção inclui vacinação anual de cães e gatos, profilaxia pré-exposição para grupos de risco, profilaxia pós-exposição com vacina, soro ou imunoglobulina após acidentes com animais potencialmente transmissores e reexposição.
Objetivos
Caracterizar e avaliar a qualidade dos dados das notificações de atendimento antirrábico humano, segundo indicação de tratamento na Bahia, entre 2020 e 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, de abordagem quantitativa que utiliza dados secundários das notificações de atendimento antirrábico informadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN), na Bahia (2020 a 2024). Os dados foram organizados e analisados através do R, Microsoft Excel365 e Tabwin, e apresentados por meio de tabelas, mapas e gráficos. A distribuição espacial dos casos considerou os municípios de residência dos atendimentos. Os dados são secundários, anonimizados e encontram-se publicamente disponíveis no portal de transferência de arquivos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), dispensando submissão a um comitê de ética em pesquisa.
Resultados
O tratamento mais prevalente foi observação+vacina (32,78%), seguido de observação do animal aplicada para cães e gatos (29,99%), indicação de vacina (21,77%), soro+vacina (8,25%) e dispensa de tratamento (1,48%). A análise das notificações demonstrou inconsistências quando considerada a profilaxia preconizada pelo Ministério da Saúde. Houve 2710 atendimentos envolvendo animais silvestres, incluindo quirópteros, sendo que 700 condutas foram divergentes da indicada pelo referido protocolo. Ademais, em 1653 acidentes com caninos e felinos sadios e passíveis de observação, foi verificada prescrição de profilaxia de soro antirrábico + vacina, também considerada inadequado.
Conclusões/Considerações
Condutas profiláticas inadequadas, com uso insuficiente de vacinas, soros e imunoglobulinas podem representar risco adicional para ocorrência da raiva humana. De outro modo, a indicação desnecessária pode ocasionar desperdício e desabastecimento de imunobiológicos, além de exposição a possíveis eventos adversos. Este cenário, reforça a importância de uma conduta criteriososa para indicação da profilaxia no atendimento antirrábico humano.
PROFILAXIA NOS CONTATOS DE HANSENÍASE: REVISÃO DE ESCOPO
Comunicação Oral Curta
1 UFPI
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae (M. Leprae). A hanseníase é uma doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória. A vigilância de contatos tem por finalidade a descoberta de casos novos entre aqueles que convivem ou conviveram, de forma prolongada com o caso novo de hanseníase diagnosticado (caso índice).
Objetivos
Mapear e analisar a literatura existente sobre a estratégia de profilaxia em contatos de hanseníase, identificar intervenções utilizadas, resultados obtidos e desafios enfrentados.
Metodologia
Revisão de escopo, baseada no protocolo PRISMA, realizaram-se buscas nas bases de dados Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e BVS Hanseníase, incluíram-se estudos publicados em inglês e português. Foram excluídos aqueles que não abordavam a temática da profilaxia em contatos de hanseníase, artigos em espanhol e estudos que não disponibilizavam o texto completo. A amostra foi composta por 17 artigos.
Resultados
A quimioprofilaxia com uma dose de rifampicina é eficaz na prevenção de contatos de pacientes com hanseníase contraírem a doença, a profilaxia pós-exposição é segura, a abordagem é apropriada em locais com pouco recursos, entre outros.
Conclusões/Considerações
Os estudos revisados demonstraram benefícios na redução do risco de desenvolvimento da hanseníase em contatos próximos de casos índices. No entanto, também foram identificadas lacunas importantes na literatura, incluindo a existência de poucos ensaios clínicos randomizados em larga escala e a necessidade de avaliar o impacto das intervenções em longo prazo.
ESTIMATIVA DA PREVALÊNCIA OCULTA DA HANSENÍASE NO ESTADO DE GOIÁS EM 2023
Comunicação Oral Curta
1 UFG
Apresentação/Introdução
O estado de Goiás exibe alta endemicidade e diagnósticos tardios de hanseníase, visto as incapacidades físicas no diagnóstico. A pandemia de COVID-19 impactou negativamente o cenário da doença. Assim, se faz necessário estimar a prevalência oculta, indicador recomendado pela OPAS para identificar casos não detectados, fortalecendo a Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2024-2030.
Objetivos
Estimar a prevalência oculta da hanseníase no Estado de Goiás, para o ano de 2023, referente ao acumulado no período entre 2018 a 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, do tipo transversal, em Goiás. O Estado apresenta relevância epidemiológica no cenário nacional, com taxa de detecção geral de novos casos de 13,41 casos /100 mil habitantes em 2022, o que confere alta endemicidade para a doença. Foram analisados novos casos de hanseníase residentes no estado e notificados de 2018-2022. Os dados foram obtidos no DATA-SUS e analisados por meio de tabelas e gráficos criados no programa Microsoft Excel®. A prevalência oculta foi estimada segundo método proposto pela OPAS/OMS, baseado na proporção de incapacitados ao diagnóstico. A pesquisa foi aprovada pelo CEP do HC/UFG (parecer nº 58175122.3.0000.5078).
Resultados
De 2018 a 2022, Goiás registrou 6.997 novos casos de hanseníase, com queda acentuada de 35% entre 2019 e 2020. O perfil mais acometido foi de homens (60,8%), com 1ª a 4ª série incompleta (17,99%), raça/cor parda (60,57%) e idade entre 40 e 49 anos (22,98%). Dos casos notificados no período, a forma clínica dimorfa foi predominante (53,67%). A taxa de detecção geral de casos novos se manteve no parâmetro “muito alto” de 2018 a 2019. Em 2020 houve queda, com mudança para um parâmetro “alto” de endemicidade. Em relação à prevalência oculta estimada, identificou-se que mais de 403 casos de hanseníase deixaram de ser notificados e ou diagnosticados no ano de 2023 em Goiás.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam a manutenção da hanseníase como problema de saúde pública em Goiás, com presença de diagnóstico tardio e aumento de casos não diagnosticados no contexto pandêmico. A estimativa da prevalência oculta em 2023 reforça a necessidade de fortalecer ações de vigilância, rastreamento e diagnóstico precoce, em consonância com a Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2024-2030.
FUNCIONALIDADE E ESTIGMA EM PESSOAS COM HANSENÍASE: ESTUDO EM CENTRO DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Comunicação Oral Curta
1 Programa de Pós-graduação em Estudos da Ocupação – UFMG
2 Departamento de Fisioterapia – UFMG
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica e endêmica no Brasil, com repercussões físicas e psicossociais. Seus impactos ultrapassam as incapacidades físicas, afetando a funcionalidade, a participação social e gerando estigma. Compreender essas dimensões é essencial para o cuidado integral às pessoas acometidas.
Objetivos
Identificar o perfil de funcionalidade e os impactos do estigma em pessoas com hanseníase atendidas em um centro de referência em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Metodologia
Estudo observacional transversal com amostra não probabilística. Foram critérios de inclusão: diagnóstico confirmado, estar em tratamento clínico ou de surto reacional, idade entre 18 e 59 anos. A coleta ocorreu de abril a setembro de 2024, por meio dos formulários: Avaliação Neurológica Simplificada; Escala Triagem de Limitação de Atividade e Consciência de Risco (SALSA), Escala de Estigma para Pessoas Acometidas pela Hanseníase (EMIC-AP), este último sugerido no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT). Realizou-se análise descritiva e exploratória, esta com regressão linear, para investigar associações entre desfechos funcionais e psicossociais.
Resultados
Foram avaliados 43 indivíduos, 60,5% homens, média de idade de 38,8 anos. Predominaram a forma virchowiana (55,8%) e casos multibacilares (95,3%). Sintomas nos membros inferiores foram relatados por 76,7%, e 78,5% apresentaram incapacidade física. Limitação de atividades foi observada em 72% (Escala SALSA), e 69,8% tinham consciência de risco. O estigma variou de 0 a 34 (mediana 14); 60,5% ocultaram o diagnóstico e 44,2% se afastaram socialmente. A limitação foi predita por idade, estigma e consciência de risco (R²=0,731); o estigma, pelo escore SALSA (R²=0,376).
Conclusões/Considerações
A hanseníase afeta a funcionalidade e está associada ao estigma, mesmo durante o tratamento. Os achados reforçam a necessidade de intervenções que integrem dimensões psicossociais ao cuidado, superando a abordagem biomédica e promovendo qualidade de vida, inclusão social e reabilitação integral das pessoas acometidas.
TERRITÓRIO, HANSENÍASE E TRABALHO: A EXPOSIÇÃO SILENCIOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral Curta
1 Instituto Aggeu Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz – Pernambuco
2 Centro Acadêmico de Vitória – Universidade Federal de Pernambuco
3 stituto Aggeu Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz – Pernambuco
4 ICentro Acadêmico de Vitória – Universidade Federal de Pernambuco
Apresentação/Introdução
A hanseníase, determinada socialmente, reflete desigualdades que atravessam territórios marcados por vulnerabilidades. O diagnóstico tardio amplia o risco de incapacidades e exige respostas da Atenção Primária. A análise espacial pode contribuir para identificar não só zonas críticas, mas também potenciais áreas onde profissionais e população compartilham riscos e desproteções.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial da hanseníase em Recife (PE) e sua relação com a exposição dos profissionais da Atenção Primária à Saúde no período de 2016 a 2021.
Metodologia
Estudo ecológico com base nos casos novos de hanseníase notificados no Sinan, extraídos em formato anonimizado da plataforma DATASUS. Os dados foram agrupados em dois triênios (2016–2018 e 2019–2021) e estratificados por faixa etária (<15 anos e ≥15 anos). Os estabelecimentos de saúde notificadores foram georreferenciados e vinculados aos casos entre residentes de Recife-PE. As análises espaciais incluíram a produção de mapas e interpolação por densidade de Kernel. Os territórios de atuação das equipes de saúde foram sobrepostos aos mapas de incidência para identificação de zonas de risco, permitindo a identificação de padrões e subsidiando a compreensão da dinâmica territorial do agravo.
Resultados
Observou-se predomínio das formas Multibacilar (MB) da hanseníase, associadas a graus de incapacidade física I e II no diagnóstico e casos em menores de 15 anos, os quais são indicadores de transmissão ativa. Os casos concentraram-se em áreas vulneráveis, com padrões endêmicos ao longo dos triênios nos Distritos Sanitários II e VIII. Isso sugere maior exposição dos profissionais locais e a necessidade de ações de vigilâncias e educação em saúde para esses trabalhadores.
Conclusões/Considerações
A hanseníase persiste em Recife (PE), refletindo desigualdades e revelando exposições dos profissionais da APS a riscos ocupacionais. A latência do agravo, o estigma e lacunas na integração entre vigilâncias dificultam a identificação precoce do adoecimento. Nesse contexto, a análise espacial contribui para fortalecer ações territoriais e protetivas que podem fortalecer a vigilância para a população e profissionais.
RELAÇÃO ENTRE VULNERABILIDADE SOCIAL E TAXA DE DETECÇÃO DE HANSENÍASE NA POPULAÇÃO INDÍGENA
Comunicação Oral Curta
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A hanseníase permanece como um importante problema de saúde pública no Brasil. Ela é conhecida como uma doença com forte determinação social em populações historicamente vulnerabilizadas, como os povos indígenas. Apesar dos avanços nas políticas de controle da doença, o padrão continental do país impõe desafios na transmissão da doença e distribuição dos casos.
Objetivos
Estimar a relação entre vulnerabilidade social e detecção de hanseníase em indígenas no território brasileiro.
Metodologia
Realizou-se estudo ecológico utilizando os municípios como unidade de análise. Foram coletados dados de casos novos de hanseníase na população indígena no período de 2015 a 2024 por meio do Sinan. As taxas de detecção foram calculadas utilizando o número médio de casos nos municípios e população indígena a partir do censo de 2022. Utilizou-se o índice de vulnerabilidade social (IVS) e índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM) como preditoras e foram realizadas as análises de Moran global e local, univariado e bivariado. Não houve necessidade de aprovação prévia de Comitê de Ética em Pesquisa devido natureza secundária e em livre acesso dos dados.
Resultados
Durante o período foram notificados 1.244 casos novos em indígenas, o que representa taxa de 7,3 casos/100 mil hab. O valor de I global para a taxa foi de 0,004 e p=0,117. Realizando o Moran bivariado, identifica-se I=0,034 (p=0,001) para relação entre IVS e taxa de detecção e I=-0,029 (p=0,002) entre o IDHM e a taxa. Localmente, observou-se que o país apresentou relação entre territórios com alta vulnerabilidade e detecção de hanseníase em indígenas, exceto no Mato Grosso. Neste caso, observou-se que o estado possui municípios com baixo IVS, rodeados por aqueles com altas taxas. Já em relação ao IDHM observa-se que o estado de Mato Grosso há elevado desenvolvimento rodeado por altas taxas.
Conclusões/Considerações
Identificou-se que as variáveis que representam vulnerabilidade social possuem relação com a taxa de detecção de hanseníase na população indígena. Paradoxalmente, o estado de Mato Grosso apresenta resultados diferentes do restante do Brasil uma vez que seus municípios possuem indicadores de baixa vulnerabilidade social mesmo rodeados de municípios com alta detecção em indígenas.
EDUCAÇÃO POPULAR NA PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO ESTIGMA DO HIV E OUTRAS ISTS: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROJETO "UFPE NO MEU QUINTAL"
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
Período de Realização
De 18 a 25 de janeiro de 2025, no município de Petrolândia, Sertão de Pernambuco
Objeto da experiência
Dialogar com a comunidade sobre ISTs e HIV, promovendo prevenção e enfrentamento aos estigmas ainda presentes no cotidiano social.
Objetivos
Conscientizar sobre a prevenção, transmissão e tratamento das ISTs e do HIV; reduzir estigmas, promover cuidado acolhedor e ampliar o acesso a direitos em saúde, por meio de uma oficina fundamentada nos princípios da educação popular e do SUS.
Metodologia
Foi conduzida uma oficina educativa sobre HIV e ISTs no município de Petrolândia-PE, durante o projeto UFPE no Meu Quintal. A atividade incluiu metodologias ativas com vídeos, rodas de conversa e distribuição de materiais e insumos de prevenção. A escuta ativa e o acolhimento foram fundamentais para criar um ambiente de construção coletiva do conhecimento.
Resultados
O projeto fortaleceu e ampliou o entendimento sobre direitos, formas de prevenção e tratamento das ISTs, especialmente do HIV. Observou-se a desconstrução de mitos e tabus, bem como a valorização das informações compartilhadas. A metodologia participativa e o ambiente acolhedor possibilitaram envolvimento ativo, construção coletiva de saberes e estímulo à replicação do conteúdo no território.
Análise Crítica
A ação evidenciou que o cuidado em saúde vai além da técnica: exige escuta, empatia e valorização dos saberes locais. A educação popular se mostrou essencial para criar espaços seguros, combater estigmas e reconhecer a potência da comunidade como protagonista da própria saúde e da transformação social.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirmou que saúde coletiva e educação popular caminham juntas na construção de espaços de escuta e transformação. O saber compartilhado de forma horizontal enfrentou estigmas, ampliou o acesso à informação e fortaleceu os sujeitos no cuidado de si. Ser protagonista dessa ação reforçou nosso compromisso com uma formação crítica e sensível.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS ÓBITOS POR AIDS NA BAHIA, NO PERÍODO DE 2009 A 2019
Comunicação Oral Curta
1 UEFS
2 FOM
Apresentação/Introdução
A Aids é considerada um problema de saúde pública, pois, apesar do tratamento eficaz e estratégias de enfrentamento, predomina uma significativa evolução do número de detecções e óbitos, evidente entre diferentes segmentos populacionais. No Brasil, a região Nordeste se destaca pela tendência de aumento da mortalidade, da qual a Bahia apresenta notificações em 94,4% de seus municípios.
Objetivos
Descrever a distribuição espacial da mortalidade por Aids nos municípios do Estado da Bahia, nos anos de 2009 a 2019.
Metodologia
Estudo ecológico com dados do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS segundo os códigos da CID; enquanto os aspectos populacionais advieram do IBGE a partir dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, sendo calculadas as estimativas para anos intercensitários. A população envolveu os óbitos por Aids dos municípios da Bahia, de 2009 a 2019, de acordo com o local de residência. Foram realizadas a estatística descritiva, os cálculos dos indicadores e taxas de mortalidade (padronizadas por idade), e a mortalidade proporcional. A análise espacial envolveu os coeficientes médios e a autocorrelação por meio dos índices de Moran global e local, com geração de mapas temáticos.
Resultados
Foram identificados 6.173 óbitos por HIV/Aids. A análise espacial demonstrou que as taxas de mortalidade por Aids apresentaram autocorrelação espacial significativa (p < 0,005) em todos os anos, exceto em 2010 (p = 0,111), o que indica a existência de padrões espaciais na ocorrência da infecção. As maiores taxas padronizadas de óbitos por HIV foram concentradas na Mesorregião Metropolitana de Salvador e no Sul Baiano. Também foi observado que os municípios com baixas taxas de óbitos coexistem em proximidade com os que apresentam taxas elevadas de mortalidade.
Conclusões/Considerações
É preciso analisar o quadro epidemiológico de IST/HIV/Aids no nível local, considerando as vulnerabilidades das pessoas afetadas e as práticas de cuidado em consonância com os princípios do SUS, o que irá fortalecer o protagonismo de grupos e indivíduos, mobilizar recursos e potencialidades nos territórios. O estudo ainda sugere a necessidade de desconstruir o estigma social em relação à Aids e promover processos de enfrentamento e transformação.
DEZEMBRO VERMELHO NO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA DE CAMARAGIBE: SAÚDE ALÉM DO DIAGNÓSTICO
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal Rural de Pernambuco
2 Prefeitura Municipal de Camaragibe
Período de Realização
Dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Bem-estar de pacientes acompanhados pelo Serviço de Assistência Especializada de Camaragibe.
Objetivos
O Dezembro Vermelho baseia-se na conscientização e prevenção sobre HIV/Aids e outras ISTs, mas também deve ser pautado em assistir pessoas que convivem com elas. Assim, o objetivo foi realizar palestras com temas pertinentes em saúde para promover bem-estar além do que tange o diagnóstico.
Descrição da experiência
Valendo-se da sala de espera como espaço para promover a educação em saúde, foram nela organizados três dias de palestras com profissionais de diferentes áreas da saúde, em consonância com agenda de atendimentos da infectologista, visando um maior público. Psicólogo, nutricionista e assistente social contribuíram com informações dentro de suas áreas de atuação.
Resultados
A ação impactou diretamente 40 pacientes acompanhados pelo serviço, promovendo diálogos construtivos e acolhedores com profissionais envolvidos. A participação ativa dos usuários demonstrou um forte interesse e necessidade de informação qualificada. Os encontros promoveram não apenas o esclarecimento de dúvidas, mas também fortaleceram o vínculo entre os pacientes e a equipe de saúde, contribuindo para um cuidado mais humanizado e integral.
Aprendizado e análise crítica
Tópicos como saúde mental, mitos e verdades sobre a alimentação ideal de pacientes acometidos por HIV/Aids, e benefícios sociais foram amplamente debatidos entre profissionais e pacientes. Considerando o número de questionamentos que surgiram e foram elucidados durante os debates, ficou evidente o benefício em disponibilizar suporte multiprofissional aos pacientes do Serviço de Assistência Especializada.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência do Dezembro Vermelho em Camaragibe demonstrou a eficácia da abordagem para promover o bem-estar dos pacientes. Destaca-se, portanto, a importância da continuidade e ampliação de ações semelhantes, que integram diferentes áreas da saúde e promovem o cuidado integral.
Realização: