
Programa - Comunicação Oral Curta - COC12.5 - COVID-19, Síndromes Respiratórias e Experiências em Saúde Coletiva
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
FATORES ASSOCIADOS A SINTOMAS RESPIRATÓRIOS DE CONDIÇÃO PÓS-COVID EM ADULTOS: ESTUDO DE CASO CONTROLE
Comunicação Oral Curta
1 UFSCar
Apresentação/Introdução
As condições pós-Covid (CPC) correspondem à persistência ou ao aparecimento de sintomas após quatro semanas da infecção por SARS-CoV-2, sem explicação por outras causas. Os sintomas respiratórios, como falta de ar e tosse, são recorrentes e comprometem a funcionalidade e a qualidade de vida. Identificar os fatores associados é essencial para orientar ações de cuidado e vigilância em saúde.
Objetivos
Analisar os fatores associados à manifestação de falta de ar e tosse decorrentes de condição pós-Covid-19 em uma população adulta do estado de São Paulo
Metodologia
Trata-se de um estudo de caso-controle não pareado, com 821 adultos com CPC (casos) e 821 sem CPC (controles), todos diagnosticados laboratorialmente com Covid-19 entre março de 2020 e dezembro de 2023. Os dados foram obtidos junto à Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária e Hospital Universitário da UFSCar, em São Carlos. Foram analisadas variáveis como idade, sexo, raça/cor, comorbidades, vacinação, hospitalização e sintomas pós-Covid. Utilizou-se estatística descritiva e regressão logística para estimar Odds Ratio bruto e ajustado com IC de 95%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFSCar.
Resultados
Dentre os resultados, destacam-se que indivíduos sem comorbidades apresentaram 55% menos chance de desenvolver a falta de ar (IC95%: 0,28-0,71; p<0,01), enquanto as pessoas não vacinadas tiveram 2,7 vezes a chance de relatarem esse sintoma (IC95%: 1,26-5,89; p<0,01). Em relação à tosse, observou-se que adultos de 18 a 29 anos apresentaram 4,0 vezes a chances de manifestá-la, em comparação aos indivíduos com 70 anos ou mais (IC95%: 1,23-13,19; p=0,02). Não houve associação estatisticamente significativa entre a tosse e sexo, raça/cor, comorbidades ou vacinação. Os achados evidenciam o impacto de idade, comorbidades e vacinação na persistência de sintomas respiratórios.
Conclusões/Considerações
A ausência de comorbidades e a vacinação consistem em efeitos protetores contra a persistência da falta de ar nas CPC. A tosse esteve mais associada à população jovem, sugerindo diferenças de percepção ou diagnóstico em faixas etárias distintas. Os achados reforçam a importância da vacinação dos grupos prioritários e de abordagem individualizada da vigilância pós-Covid.
INCIDÊNCIA, MORTALIDADE E LETALIDADE DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE ASSOCIADA À COVID-19 NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de São Carlos
Apresentação/Introdução
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é caracterizada por quadro respiratório agudo com febre, tosse, dispneia e saturação de O₂ < 95%, podendo evoluir com necessidade de hospitalização. A Covid-19 consiste em uma das causas de SRAG, contribuindo para o aumento da morbimortalidade, o que reforça a importância da vigilância contínua.
Objetivos
Analisar a incidência, mortalidade e letalidade de SRAG associada à COVID-19 no Brasil e caracterizar os óbitos, segundo aspectos demográficos e clínicos.
Metodologia
Estudo transversal descritivo de casos e óbitos por SRAG associada à Covid-19 no Brasil, notificados entre 05/05/2023 e 31/12/2024, extraídos da plataforma OpenDataSUS. Foram analisadas as variáveis: sexo, idade, sintomas respiratórios e comorbidades. Os dados foram analisados por estatística descritiva, e calculou-se: a incidência (número de novos casos de SRAG associada à Covid-19 no período / números de casos novos de Covid-19 no período)x100.000; mortalidade (óbitos por SRAG associada à covid-19 no período/números de casos novos de Covid-19 no período)x100.000 e letalidade (óbitos por SRAG associada à Covid-19 no período/número de novos casos de SRAG associada à covid-19 no período)x100.
Resultados
Foram registrados 59.957 casos e 10.731 óbitos por SRAG associada à COVID-19 no período do estudo. Destaca-se que 52,9% (31.745) dos casos foram registrados na região Sudeste. A incidência foi de 3.575,6 casos de SRAG associada à Covid-19/100 mil casos novos de Covid-19; o coeficiente de mortalidade foi de 639,9 óbitos por SRAG associada à Covid-19 / 100 mil casos novos de Covid-19; e letalidade, de 17,9%. Entre os óbitos, 52,3% (5.610) eram homens, com idade média de 72 anos. Os sintomas mais frequentes foram 84% (8.057) dispneia e 79% (7.230) dessaturação de oxigênio. Ainda, 62,3% (4.597) apresentavam doenças cardiovasculares e 42,4% (2.908) diabetes mellitus.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam elevada morbimortalidade por SRAG associada à COVID-19, especialmente em pessoas idosas e homens e alta prevalência de sintomas respiratórios graves. A letalidade elevada pós emergência sanitária de Covid-19 reforça a necessidade de incentivo à vacinação, vigilância contínua, diagnóstico precoce e manejo clínico qualificado.
LEMBRANÇAS DE UMA PANDEMIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA GRADUANDA EM SAÚDE COLETIVA NA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 E ENFRENTAMENTO DAS FAKE NEWS
Comunicação Oral Curta
1 ESP-DF/FEPECS
Período de Realização
O Programa Voluntário-Colaborador da Saúde ocorreu entre 10 de maio de 2021 e 23 de outubro de 2022.
Objeto da experiência
Atuação voluntária de estudante de Saúde Coletiva na campanha de vacinação contra Covid-19, destacando fake news e integração ensino-serviço-comunidade.
Objetivos
Relatar a atuação voluntária de uma estudante de Saúde Coletiva na campanha de vacinação contra Covid-19 no DF, refletindo sobre os desafios da desinformação e a importância da integração ensino, serviço e comunidade no fortalecimento do SUS.
Descrição da experiência
A atuação ocorreu no contexto da pandemia de Covid-19, por meio da iniciativa da SES-DF com estudantes da UnB e de instituições privadas. As atividades foram realizadas em UBS e pontos de vacinação, incluindo triagem, apoio nas filas, preenchimento de fichas e escuta da população. A vivência com profissionais da linha de frente evidenciou o papel formativo e prático da integração ensino-serviço na atuação em saúde coletiva.
Resultados
A experiência permitiu compreender o papel fundamental da comunicação na adesão à vacinação. As fake news geravam dúvidas, medo e resistência, exigindo abordagens acolhedoras e baseadas em evidências. A integração com a equipe de saúde favoreceu o desenvolvimento de competências práticas, empatia, escuta e trabalho em equipe. O voluntariado fortaleceu o vínculo entre universidade e SUS, promovendo aprendizagem significativa e engajamento social.
Aprendizado e análise crítica
Participar da campanha revelou a potência da atuação de futuros profissionais em cenários reais de cuidado. Para estudantes de Saúde Coletiva, cuja formação prática é limitada em comparação com outros cursos da saúde, essa experiência foi essencial para desenvolver habilidades como escuta, empatia, comunicação em saúde, trabalho em equipe, além de fortalecer o vínculo com o SUS e com os territórios onde atuam.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstra que estudantes podem ser agentes ativos no fortalecimento do SUS. Recomenda-se ampliar políticas permanentes de integração ensino-serviço, favorecendo a formação prática, crítica e comunicativa dos futuros profissionais da saúde. Enfrentar fake news exige abordagem intersetorial, com ações educativas, estratégias de escuta, acolhimento nos serviços e fortalecimento da comunicação comunitária.
RESPOSTA IMUNE À VACINA CHADOX1 NCOV-19 (ASTRAZENECA) EM ADULTOS DA ILHA DE PAQUETÁ, RJ: ANÁLISE SOROLÓGICA DO ESTUDO DE COORTE POPULACIONAL PAQUETÁ VACINADA
Comunicação Oral Curta
1 ENSP / FIOCRUZ
2 INI / FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
O primeiro caso de COVID-19 no Brasil foi confirmado em fevereiro de 2020, levando à rápida disseminação do vírus e alta mortalidade. A resposta envolveu medidas de saúde pública e aprovação emergencial de vacinas, como Coronavac e ChAdOx1 nCoV-19. Além das restrições, a vacinação em massa foi fundamental para controlar a propagação e proteger grupos vulneráveis.
Objetivos
Avaliar variações na resposta imune ao SARS-CoV-2 antes e 30 dias após a segunda dose da vacina COVID-19 (Bio-Manguinhos/AstraZeneca) em adultos de bairro insular do Rio de Janeiro, considerando características sociodemográficas e antecedentes clínicos..
Metodologia
Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, de base populacional, que teve como objetivo avaliar as variações na resposta imune sorológica ao SARS-CoV-2 antes e 30 dias após a segunda dose da vacina contra a COVID-19 (Bio-Manguinhos/AstraZeneca) em adultos de um bairro insular do Rio de Janeiro, considerando características sociodemográficas e históricas clínicas. Foram analisados 543 participantes que receberam duas doses da vacina. Empregaram-se modelos de regressão linear e critérios rigorosos para seleção de variáveis, com análises realizadas no software R.
Resultados
Antes da vacinação, 33,9% relataram suspeita de infecção por COVID-19, mas apenas 14% tinham confirmação por teste. Cerca de 32,6% já apresentavam títulos detectáveis de anticorpos, e 30 dias após a segunda dose, 99,6% estavam soropositivos. Indivíduos com suspeita prévia tiveram médias geométricas mais altas (4711 AU/mL; IC95%: 4097–5414) em comparação aos negativos no basal (1604 AU/mL; IC95%: 1418–1814), mas menor razão de incremento pós-vacinal. A regressão linear indicou que soropositivos no basal tiveram, em média, uma razão 49,3% menor de aumento nos títulos de IgG anti-S.
Conclusões/Considerações
Baseado nos achados deste estudo, a vacinação com AstraZeneca na Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro, foi eficaz em induzir resposta imunológica robusta contra a COVID-19, com alta soropositividade e aumento significativo dos anticorpos após a segunda dose. Os resultados reforçam a eficácia da vacina independentemente de variáveis demográficas e comportamentais, destacando a importância da vacinação contínua para a saúde pública.
RISCO DE INTERNAÇÃO E MORTE POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE EM PESSOAS COM COVID-19 POR GÊNERO E IDADE
Comunicação Oral Curta
1 UFJF
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 representou um momento de fragilidade e incertezas para a saúde global. No Brasil, foram mais de 700.000 mortes pelo novo coronavírus. Determinados fatores foram associados a uma maior susceptibilidade a desfechos mais graves de infecção pelo SARS-CoV-2, como idade, diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca, dentre outros.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar o risco de internação e morte por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em pessoas com COVID-19 por gênero e idade.
Metodologia
Foram analisados os bancos de dados de notificação por síndrome gripal de pessoas residentes de Juiz de Fora / MG no período de março de 2020 a janeiro de 2021, antes do início da vacinação contra SARS-CoV-2. Foram selecionados apenas os casos com COVID-19 confirmada laboratorialmente. Este banco foi relacionado probabilisticamente com o banco de notificações de SRAG. As variáveis usadas no relacionamento foram nome, data de nascimento, gênero, data de notificação, raça/cor e bairro de residência. Foram estimados os riscos de internação e óbito por SRAG, por gênero e faixa etária, e ajustado modelo de regressão de Poisson múltiplo, para estimar o risco relacionado a gênero ajustado pela idade.
Resultados
No período do estudo, foram notificados 9.251 casos confirmados de COVID-19, sendo 52% do gênero feminino. Metade dos casos tinha entre 20 a 39 anos e 15% com 60 anos ou mais. O risco de internação por SRAG na faixa de 20 a 39 anos foi de 0,3% em mulheres e 0,4% em homens; na faixa de 40 a 59 anos foi de 1,7% em mulheres e 2,2% em homens; e na faixa de 60 anos ou mais foi de 6,2% em mulheres e 6,8% em homens. No modelo de regressão, não houve associação entre gênero e risco de internação ou morte; a idade teve associação, com cada ano a mais associada a um risco 6% maior de internação e 8% maior de óbito.
Conclusões/Considerações
O risco de internação hospitalar e morte por SRAG aumentou de forma importante com o aumento da idade. Após ajuste pela idade, o gênero não teve associação com o prognóstico da COVID-19. Esta análise corroborou anteriores, que mostraram que a idade é um dos principais fatores prognósticos de pessoas com COVID-19, geralmente devido às comorbidades, mais comuns em idosos.
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E O DIREITO À VACINAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA EQUIPE DE CONSULTÓRIO NA RUA EM SALVADOR/BA
Comunicação Oral Curta
1 Enfermeira da Equipe de Consultório na Rua Pelourinho – Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Bahia, Brasil
2 Coordenação/Apoio Técnico da Equipe de Consultório na Rua Pelourinho – Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Bahia, Brasil
Período de Realização
De 2015 até hoje
Objeto da experiência
Relatar a experiência de uma equipe de Consultório na Rua na oferta da vacinação da população de rua
Objetivos
Relatar a experiência da vacinação da população em situação de rua no Centro Histórico de Salvador, descrever estratégias adotadas e desafios, e refletir sobre a importância dessa ação para a saúde pública frente às doenças transmissíveis
Descrição da experiência
A vacinação é fundamental para a saúde pública, especialmente no controle de doenças transmissíveis. Pessoas em situação de rua (PSR) enfrentam barreiras no acesso à vacinação como preconceito e exigência de documentos. Desde 2015, a equipe de Consultório na Rua Pelourinho realiza ações de vacinação adaptando horários e locais. A iniciativa teve início com apoio da USF e serviços como Corra Pro Abraço, Ponto de Cidadania e Defensoria Pública, e passou a compor o processo de trabalho da equipe.
Resultados
Ao longo dos anos a equipe conseguiu vacinar em abrigos, centros de acolhimento (Centro POP e NUAR), pontos de distribuição de refeições e na rua em locais de grande concentração de pessoas em situação de rua. Todas as Campanhas Nacionais de Vacinação foram adaptadas a esse público - COVID19, Gripe, Febre amarela, Sarampo. A maioria das vacinas aplicadas foram registradas no sistema de informação visto que, apesar de não portarem a documentação, muitos já tinham Cartão Nacional de Saúde.
Aprendizado e análise crítica
A assistência à população em situação de rua deve ser respeitosa e preservar sua autonomia. Considerando o princípio da equidade do SUS, é fundamental garantir acolhimento, escuta qualificada e informações claras sobre a importância da vacinação. Um ambiente acolhedor favorece o vínculo e contribui para reduzir medos. O registro das vacinas no sistema de informação foi essencial para assegurar a continuidade e a completude dos esquemas vacinais, fortalecendo o cuidado e a integração em rede.
Conclusões e/ou Recomendações
É fundamental que UBS e USF de Salvador desenvolvam estratégias para ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde. Ações intersetoriais entre saúde, assistência social e cidadania são essenciais para qualificar o cuidado e melhorar os indicadores de saúde dessa população vulnerável.
VACINAÇÃO CONTRA O SARAMPO EM RESIDENTES DE 10-59 ANOS DE IDADE: DADOS DO INQUÉRITO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 2023-24.
Comunicação Oral Curta
1 USP
Apresentação/Introdução
O Brasil, reconhecido como referência em imunização, enfrentou quedas proeminentes das coberturas vacinais, como a tríplice viral (dose 1) em 2015 de 96% para 75% em 2021. Esse cenário foi agravado pela pandemia de Covid-19 e desperta preocupação devido à alta transmissibilidade e agravos relacionados ao sarampo, intensificado por desigualdades sociais e barreiras no acesso às vacinas.
Objetivos
Avaliar a cobertura vacinal do sarampo em pessoas de 10-59 anos de idade residentes no município de São Paulo, utilizando dados do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo (ISA CAPITAL 2023-24) que visa o aprimoramento de políticas públicas.
Metodologia
Estudo de corte transversal com dados do ISA CAPITAL 2023-24, obtidos por entrevistas domiciliares de 5.373 pessoas não institucionalizadas. O bloco referente à vacina do sarampo foi respondido por 3.666 participantes de 10-59 anos de idade. A vacinação contra o sarampo foi definida pela questão “O(a) Sr.(a) você tomou vacina contra Sarampo, Caxumba e Rubéola (tríplice viral) em algum momento da sua vida?”, considerando-se como vacinados aqueles que responderam de forma afirmativa. As coberturas foram analisadas por meio de frequências relativas e intervalo de 95% de confiança (IC95%). Utilizou-se também o teste de qui-quadrado de Rao-Scott, considerando o peso amostral.
Resultados
A cobertura vacinal do sarampo foi de 98,3%(IC95%: 97,5-98,8%). Destes, 98,5% foram vacinados no serviço público. Entre os não vacinados, 52,6% referiram não ter recebido orientação ou não saber que precisavam tomar a vacina, e 20,0% alegaram não achar necessário. Observou-se diminuição das coberturas com o aumento da faixa etária (p<0,001); a cobertura entre pessoas de 10-15 anos foi de 99,5% (IC95%: 98,1-99,8%), enquanto em pessoas de 50-59 anos de idade foi de 93,1% (IC95%: 88,9-95,8%). Em relação à escolaridade (p=0,001), foi mais elevada entre pessoas com 13 anos ou mais de estudo (98,9%, IC95%: 98,1-99,4%) e mais baixa entre àquelas com 1-8 anos de estudo (95,3%, IC95%: 92,2-97,2%).
Conclusões/Considerações
O estudo revelou alta cobertura vacinal do sarampo, especialmente entre os mais jovens. A maior escolaridade esteve ligada a melhores coberturas, evidenciando desigualdades estruturais na prevenção de doenças transmissíveis. Destaca-se à importância da comunicação eficaz dos serviços de saúde para fortalecer a percepção de risco e o engajamento comunitário diante dos desafios contemporâneos para promoção da saúde, como à hesitação vacinal.
“EU SEI ME CUIDAR” - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXITOSA NO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE
Comunicação Oral Curta
1 ENSP/FIOCRUZ
2 SMS/RJ
Período de Realização
De abril de 2022 a maio de 2023,pelo Consultório na Rua (CR) do Município do Rio de Janeiro da AP3.2
Objeto da experiência
Acompanhamento longitudinal ao usuário em situação de rua com Tuberculose (TB), cirrose hepática e Hepatite B (HB) crônica.
Objetivos
Acompanhar um caso complexo de uma Pessoa em Situação de Rua (PSR), pactuando estratégias entre rede a intra e intersetorial e usuário, visando garantir adesão aos tratamentos, fortalecimento de vínculos com os serviços de saúde e promover o autocuidado.
Descrição da experiência
R.S.,homem,pardo,em situação de rua,morador de uma cena de uso de substâncias próximo à linha férrea,encaminhado por uma equipe de saúde para unidade hospitalar com diagnóstico de cirrose hepática, hepatite B e TB pulmonar. Internado inicialmente, solicitou alta por não se adaptar ao ambiente hospitalar. Após pactuação com a eCR, passou a receber medicação na unidade diariamente e alimentação via ONG.Com apoio intenso da equipe, aderiu ao tratamento até alta com cura clínica e radiológica da TB
Resultados
Apesar da complexidade do quadro clínico, o usuário aderiu ao tratamento com a eCR. Foi possível garantir o uso regular da medicação, apesar das especificidades do funcionamento da eCR, o comparecimento às consultas e a formação de vínculo com os serviços. Em maio de 2023, o tratamento de TB foi considerado concluído com critério de cura clínica e radiológica. Esse foi um dos casos que demonstrou que as pactuações realistas e rede comprometida podem garantir cuidado efetivo e digno para as PSR.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que há possibilidade de realizar um cuidado efetivo às PSR, porém exigem estratégias que devam estar alinhadas à situação de rua e previamente pensadas e pactuadas com o usuário, com a rede intersetorial ativa e com o vínculo profissional.A escuta, o respeito à autonomia e a corresponsabilização foram essenciais para a garantia da adesão aos tratamentos.A atuação coletiva foi decisiva para que o usuário completasse um tratamento de alta complexidade em condições adversas
Conclusões e/ou Recomendações
Casos como este mostram que é possível garantir cuidado integral e longitudinal,com estratégias adaptadas às ruas e da própria vivência do sujeito.Recomenda-se fortalecer o do vínculo como estratégia prioritária para o cuidado,bem como a construção do PTS com o usuário a fim de promover a melhoria do autocuidado.Além da corresponsabilização da rede com as articulações intersetoriais,respeitando a autonomia e singularidade de cada sujeito
TUBERCULOSE PULMONAR NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ANÁLISE DOS DESFECHOS DE CASOS NOVOS CONFIRMADOS LABORATORIALMENTE, DE 2020 A 2023.
Comunicação Oral Curta
1 GERT SES RJ
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil, especialmente na população privada de liberdade (PPL), que apresenta risco 26 vezes maior de adoecimento quando comparada à população geral. O Estado do Rio de Janeiro (ERJ) destaca-se por sua elevada carga de casos e desafios operacionais para o controle da doença no ambiente prisional (BRASIL, 2025).
Objetivos
Analisar os desfechos dos casos novos de tuberculose pulmonar confirmados laboratorialmente em pessoas privadas de liberdade no ERJ, no período de 2020 a 2023.
Metodologia
Estudo transversal e descritivo, com uso de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN-TB), extraídos em maio de 2025 por meio do TabNet/DATASUS. Foram incluídos casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial no período de 2020 a 2023, em indivíduos com 18 anos ou mais, excluindo-se casos de tuberculose extrapulmonar, retratamentos e não confirmados. Os desfechos foram reclassificados como sucesso terapêutico (cura) e insucesso (interrupção, transferência, óbito, resistência etc.). Foram analisadas variáveis sociodemográficas, clínicas e de acompanhamento.
Resultados
De 2020 a 2023, o sucesso terapêutico (cura) dos casos novos de TB pulmonar na PPL no ERJ aumentou de 49% para 72%, enquanto o insucesso (abandono, transferência, óbito, resistência) caiu de 25% para 13%. Considerando a dicotomização adotada, observou-se incremento do sucesso no período. Quanto às características sociodemográficas, o sexo masculino foi predominante (98% a 99%). Pretos e pardos representaram a maioria dos casos (64% em 2020 e 76% em 2023). No tocante à escolaridade, a maior parte tinha entre a 5ª e a 8ª série do fundamental incompleto (40% a 43%) e a faixa etária predominante ficou entre 25 e 34 anos (42% em 2020 e 51% em 2023).
Conclusões/Considerações
O aumento significativo do sucesso terapêutico e a redução do insucesso nos casos novos de TB pulmonar na PPL do ERJ entre 2020 e 2023, sugerem uma evolução positiva no controle da doença nessa população, que pode estar associado a implementação das equipes de Atenção Primária Prisional a partir do segundo semestre de 2022, podendo corresponder a melhorias na organização da linha de cuidado e no acompanhamento dos casos.
DESCRIÇÃO DE UM SURTO DE COQUELUCHE EM UM MUNICÍPIO DA BAHIA E OS IMPACTOS DA APLICAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO EM SITUAÇÃO DE SURTO NO PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES
Comunicação Oral Curta
1 FUNDAÇÃO ESTATAL SAUDE DA FAMILIA
2 SESAB
3 PREFEITURA MUNICIPAL DE TEIXIERA DE FREITAS
Período de Realização
Com Inicio 09/09/2024 e encerramento 08/04/2025.
Objeto da experiência
Surto de Coqueluche em um município da Bahia
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico do surto de coqueluche em Teixeira de Freitas, município da Bahia, e analisar o impacto da adoção da definição de caso suspeito em situação de surto sobre os casos notificados e confirmados antes e após sua implementação.
Descrição da experiência
Foi realizado um estudo descritivo com dados de Coqueluche em Teixeira de Freitas (BA), entre 2024 e 2025. As notificações foram extraídas do SINAN, com uso do TABWIN e tabulação no Excel®. Incluíram-se casos de residentes notificados por unidades do município, desde o primeiro caso suspeito em 2024 até a SE 15 de 2025, quando o surto foi encerrado. Os dados foram obtidos de forma anonimizada pela gestão estadual.
Resultados
Entre a SE 34/2024 e 15/2025, foram notificados 315 casos suspeitos de coqueluche em Teixeira de Freitas. Após mudança no critério de definição de caso, as notificações aumentaram e a taxa de confirmação caiu. Dos 52 casos confirmados, metade foi por critério laboratorial. Crianças menores de 1 ano foram as mais afetadas, com maior taxa de hospitalização e o único óbito. A vacinação mostrou falhas, com parte dos casos sem registro vacinal.
Aprendizado e análise crítica
A mudança no critério de definição de caso impactou no aumento de notificações, com redução de sintomas clássicos, exceto febre, após a definição em situação de surto. A flexibilização incluiu casos com apresentações atípicas, reforçando a importância do diagnóstico laboratorial. Uma definição mais sensível exige decisões baseadas em recursos disponíveis. A rede local mostrou-se capaz de atender à demanda clínica e laboratorial.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a definição de caso de surto foi eficaz para ampliar a vigilância, exigindo maior uso do diagnóstico laboratorial para garantir a precisão dos dados. Os achados destacam a importância de estratégias vacinais e vigilância robustas, além de notificações completas e de qualidade, como pilares para reduzir a morbimortalidade e interromper a transmissão da coqueluche.

Realização: