Programa - Comunicação Oral Curta - COC12.6 - ISTs, HIV/AIDS, Hanseníase, Doença de Chagas, Fúngicas e Determinantes Sociais
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
ANÁLISE DA FREQUÊNCIA DAS ALTERAÇÕES METABÓLICAS EM MULHERES EM ACOMPANHAMENTO PARA HIV ENTRE 2014-2024 EM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DO PARANÁ
Comunicação Oral Curta
Bahls, A.1, Valenga, Y. P.1, Müller, E. V.1, Borges, P. K. O.1, Avais, L. S.1, Martins, C. M.1
1 UEPG
Apresentação/Introdução
O HIV compromete o sistema imunológico ao destruir linfócitos, causando a AIDS. Muitas mulheres jovens vivem com o vírus e, nesse contexto, observam-se alterações metabólicas associadas à infecção e à terapia antirretroviral, como dislipidemias, resistência à insulina e hipertensão, exigindo acompanhamento clínico contínuo.
Objetivos
Analisar a frequência das alterações metabólicas das mulheres em acompanhamento no Serviço de Atenção Especializada (SAE) de Ponta Grossa (PR) entre 2014-2024 e identificar possíveis fatores relacionados à infecção.
Metodologia
Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo com 981 mulheres acompanhadas no SAE de Ponta Grossa-PR, de 2014-2024. Os dados foram extraídos de prontuários e fichas de notificação, organizados em planilha Excel. Incluíram-se mulheres com informações sobre variáveis clínicas e laboratoriais do perfil metabólico (IMC, pressão arterial, colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos e glicemia). Também foram consideradas variáveis sociodemográficas e clínicas, como idade, raça, escolaridade, estado civil e tempo de diagnóstico. Casos com dados incompletos para as variáveis de interesse foram excluídos.
Resultados
A população do estudo é composta em maioria por mulheres brancas, de baixa escolaridade, casadas, heterossexuais, em sua maioria donas de casa e com média de idade de 48 anos. Observou-se elevada frequência de alterações metabólicas: 68 pacientes (6,93%) apresentavam IMC ≥ 30; 393 pacientes (40,06%) tinham PA entre 130–139/85–89 mmHg; 376 pacientes (38,34%) com PA entre 140–159/90–99 mmHg; 181 pacientes (18,45%) com PA entre 160–179/100–109 mmHg; e 32 (3,26%) com PA ≥ 180/110 mmHg. Colesterol total ≥ 190 mg/dL foi identificado em 544 (55,45%); LDL ≥ 115 mg/dL em 502 (51,17%); HDL < 35 mg/dL em 197 (20,08%); triglicerídeos ≥ 150 mg/dL em 460 (46,90%); e glicemia ≥ 100 mg/dL em 399 (40,67%).
Conclusões/Considerações
Estudo ainda em andamento, cujos resultados obtidos até o momento sugerem alto risco cardiometabólico nessa população. Tendo em vista a alta prevalência de obesidade, hipertensão, dislipidemias e glicemia alterada, ressalta-se a importância do acompanhamento regular da população em questão. Novas análises serão realizadas para aprofundar a compreensão dos fatores associados a essas alterações.
GRUPO VIDA ATIVA 50+: PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL ENTRE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS DO CENTRO DE REFERENCIA E TREINAMENTO EM DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Comunicação Oral Curta
Nakae, M.F.1, Silva, M.A.1, Coelho, R.F.S.1, Barros, D.O.1, Balikjian, P.1, Nogueira, R.S.1
1 CENTRO DE REFERENCIA E TREINAMENTO EM DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Período de Realização
Novembro de 2024 a junho de 2025 - em andamento
Objeto da experiência
Implementação da linha de cuidado e promoção de qualidade de vida para pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) com 50 anos ou mais.
Objetivos
Implementação de uma linha de cuidado voltada à promoção da qualidade de vida de PVHA com 50 e mais. A iniciativa visa responder às demandas específicas desse grupo, considerando o envelhecimento precoce, comorbidades e estigmas, por meio de ações integradas em saúde, assistência e sociedade civil.
Metodologia
Experiência desenvolvida no Ambulatório do CRT-DST/AIDS-SP, com usuários com 50 anos ou mais. Em 2023 foi criado um grupo de trabalho com equipe multidisciplinar e parceiros: sociedade civil, CREAS, coordenação de saúde da atenção básica e da saúde do idoso e outros, estabelecendo parcerias e protocolos de cuidado. Surge então o Grupo Vida Ativa 50+, com atividades semanais entre cognitivas, reflexivas, de bem-estar, nutrição e Lian Gong, como estratégia de cuidado e promoção da saúde integral.
Resultados
O grupo semanal promoveu adesão, fortalecimento de vínculos e melhora na percepção de saúde e do envelhecimento. A linha de cuidado permitiu construir protocolos, articular saúde e assistência social, e dar visibilidade às necessidades das PVHA 50+. Profissionais foram sensibilizados sobre o envelhecimento com HIV, fortalecendo o cuidado integral e multidisciplinar.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância de reconhecer as especificidades do envelhecimento com HIV, marcado por comorbidades precoces, fragilidade e estigmas. A abordagem intersetorial e centrada na pessoa mostrou-se eficaz para promover autonomia e qualidade de vida. A adaptação de instrumentos e a escuta ativa foram fundamentais para o sucesso da iniciativa. O desafio permanece na ampliação e sustentabilidade das ações.
Conclusões e/ou Recomendações
É essencial reconhecer que PVHA são consideradas idosas a partir dos 50 anos devido ao envelhecimento precoce associado à infecção crônica, uso prolongado de antirretrovirais e vulnerabilidades sociais. Recomenda-se a institucionalização de linhas de cuidado específicas para esse público, com ações integradas entre saúde, assistência e sociedade civil, visando a promoção da longevidade com qualidade de vida.
IMPACTO DE EXPERIÊNCIAS DE DISCRIMINAÇÃO, HOMONEGATIVIDADE INTERNALIZADA E BARREIRAS PERCEBIDAS NA ADESÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL: O PAPEL MEDIADOR DA DEPRESSÃO
Comunicação Oral Curta
Matos, V. C.1, Torres, T. S.2, Luz, P. M.2
1 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/FIOCRUZ
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A adesão diária à terapia antirretroviral (TARV) sustenta a eficácia do tratamento e a prevenção da transmissão do HIV. ~30% das pessoas que vivem com HIV não apresentam adesão adequada, sendo crescente a importância de fatores psicossociais. Percepção de barreiras práticas e psicológicas à adesão (PEDIAr), discriminação e homonegatividade internalizada são fatores psicossociais pouco explorados.
Objetivos
Estimar o impacto de experiências de discriminação, homonegatividade internalizada e percepção de barreiras (PEDIAr) na adesão à TARV entre pessoas que vivem com HIV no Brasil, considerando depressão como possível mediador desses fatores na adesão.
Metodologia
Utilizando uma amostra de conveniência de adultos ≥18 anos residentes no Brasil recrutados online entre novembro/2021 e janeiro/2022, foram estimados caminhos diretos e indiretos de experiências de discriminação, homonegatividade internalizada e percepção de barreiras (PEDIAr) na adesão à TARV. O mediador dos caminhos indiretos para todas as exposições foi a depressão. Todas as variáveis mencionadas foram tratadas como latentes e aferidas por escalas validadas. A estimação foi feita utilizando mínimos quadrados ajustados pela média e variância, controlando por nível socioeconômico e idade. Indicadores de ajuste foram discutidos.
Resultados
1924 participantes informaram viver com HIV, ~98% em uso de TARV. No modelo final (N=1889), a percepção de barreiras psicológicas (PEDIAr) (SC = -0.273, 95% CI [-0.351, -0.196]) apresentou efeito direto em adesão. A percepção de barreiras psicológicas (PEDIAr) (SC = 0.264, 95% CI [0.211, 0.316]) e a experiência de discriminação (SC = 0.329, 95% CI [0.286, 0.373]) associaram-se positivamente a sintomas depressivos, que, por sua vez, tiveram associação negativa (SC = -0.110, 95% CI [-0.184, -0.035]) com a adesão à TARV. O modelo final de equações estruturais apresentou bom ajuste (RMSEA = 0.048; 90% CI: 0.046–0.049; CFI = 0.956; TLI = 0.952; SRMR = 0.053).
Conclusões/Considerações
Os resultados apontam para uma associação direta entre maior percepção de barreiras psicológicas e menor adesão à TARV. Ademais, sintomas depressivos mediam a relação negativa entre a percepção de barreiras psicológicas e experiências de discriminação com a adesão à TARV. Destaca-se a necessidade de ações voltadas à saúde mental de pessoas vivendo com HIV, bem como intervenções específicas para superar as barreiras psicológicas na adesão à TARV.
IMPREP CAB BRASIL: ANALISANDO ESCOLHAS DE PREP E AUMENTO DA COBERTURA DA PREP COM CABOTEGRAVIR INJETAVEL EM POPULAÇÕES-CHAVE JOVENS
Comunicação Oral Curta
Torres, T. S.1, Coutinho, C.1, Hoagland, B.1, Silva, M. S. T.1, Bendetti, M.1, Pimenta, C.1, Ismerio, R.1, Veloso, V. G.1, Grinsztejn, B.1, ImPrEP study group2
1 INI-Fiocruz
2
Apresentação/Introdução
PrEP oral é altamente eficaz na prevenção do HIV, mas a adesão continua um desafio, principalmente entre jovens de minorias sexuais e de gênero (MSG). Cabotegravir injetável de ação prolongada (CAB-LA) demonstrou alta eficácia em ensaios clínicos, sendo promissor para os desafios de adesão e persistência à PrEP oral diária. Contudo, dados de efetividade e implementação no SUS ainda são limitados.
Objetivos
ImPrEP CAB Brasil tem por objetivo gerar evidências para informar as políticas públicas sobre a implementação da PrEP com CAB-LA no SUS. Reportamos a escolha de PrEP (oral ou CAB-LA), fatores associados a escolha de CAB-LA e cobertura da PrEP.
Metodologia
Ofertamos a escolha de PrEP oral ou CAB-LA para MSG de 18-30 anos que compareceram a um dos 6 serviços de PrEP do SUS (AM, BA, RJ, SC, SP) entre out/2023 a out/2024. Metade dos participantes recebeu intervenção digital que consistiu em vídeos educativos sobre prevenção combinada do HIV. Modelo multivariado de regressão logístico identificou fatores associados a escolha de CAB-LA. Participantes foram acompanhados por 48 semanas, com opção de troca de modalidade de PrEP. Cobertura de PrEP foi definida como a proporção de pessoas cobertas pela PrEP oral ou CAB-LA durante o estudo. Descrevemos número de visitas de injeção, perdas de seguimento e recarga (reinício da CAB-LA).
Resultados
Entre 1447 MSG, 83% (N=1200) escolheram CAB-LA. Exposição a intervenção digital foi associada à escolha de CAB-LA (aOR=2,54; IC95%:1,89-3,44), enquanto idade 18-20 anos e maior conflito de decisão (escala DCS) foi associado à escolha de PrEP oral (OR=0,94; IC95%:0,91-0,97). De 5041 injeções de CAB-LA, 94% foram administradas no prazo (+/-7 dias). Entre usuários de CAB-LA, 6% foram perdidos no seguimento; 0,8% receberam apenas a primeira injeção. Recarga foi realizada em 40 pessoas (3%). Até o momento, 44 pessoas mudaram de CAB-LA para PrEP oral (64% evento adverso local) e 21 de PrEP oral para CAB-LA (91% fadiga de comprimido). Cobertura de CAB-LA foi de 96,2% e de PrEP oral 64,1%; p<0,0001.
Conclusões/Considerações
Neste estudo pioneiro na América Latina, a maioria dos participantes escolheu CAB-LA. CAB-LA melhorou substancialmente a cobertura a PrEP, mostrando-se promissor no enfrentamento dos desafios de adesão à PrEP oral diária. A adesão às visitas de injeção foi alta e consistente durante o estudo, indicando boa aceitabilidade ao CAB-LA. Disponibilização de diferentes modalidades de PrEP no SUS pode ser crucial para o fim da epidemia de HIV no Brasil.
INFECÇÃO PELO PAPILOMAVÍRUS HUMANO: INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE EM ATENÇÃO PRIMÁRIA
Comunicação Oral Curta
Farias, D. R. P.1, Santos, A. S.2, Coelho, M. A.2
1 UFG
2 PUC-GO
Apresentação/Introdução
O Papilomavírus Humano (HPV) é uma infecção sexualmente transmissível prevalente, associada a neoplasias como o câncer de colo de útero e de pênis. A atenção primária exerce papel estratégico na prevenção e controle do HPV, sendo essencial o fortalecimento das ações de educação em saúde e rastreamento precoce.
Objetivos
Identificar as principais intervenções utilizadas pela equipe de enfermagem na prevenção e no tratamento das infecções pelo HPV no contexto da atenção primária à saúde.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada nas bases LILACS, BDENF, SCIELO, PUBMED e MEDLINE, com os descritores: Enfermagem, infecção por HPV, educação em saúde. Foram incluídos artigos publicados entre 2012 e 2022, nos idiomas português, inglês e espanhol. Excluíram-se artigos duplicados, reflexões teóricas e revisões sistemáticas. Seguiu-se um protocolo de seis etapas: definição da pergunta, critérios de elegibilidade, seleção dos estudos, categorização, análise crítica e síntese dos achados. No total, oito estudos foram incluídos na análise.
Resultados
Os tipos de HPV mais associados ao câncer de colo de útero foram os tipos 16 e 18; os tipos 6 e 11 relacionaram-se ao condiloma acuminado. A infecção foi mais prevalente em mulheres com menos de 25 anos e início precoce da vida sexual. As principais estratégias preventivas incluíram o uso de preservativos, vacinação e realização do exame Papanicolau. Destacou-se o papel do enfermeiro na atenção primária por meio de ações educativas, orientação sexual e adesão à imunização, promovendo a compreensão sobre o HPV e reduzindo estigmas relacionados à infecção.
Conclusões/Considerações
A enfermagem tem papel essencial na prevenção e controle do HPV na atenção primária, por meio da educação em saúde e ações preventivas. O fortalecimento dessas intervenções contribui para reduzir neoplasias associadas ao vírus e promover o empoderamento quanto à saúde sexual e reprodutiva. A sistematização reforça a importância de estratégias contínuas e inovadoras de educação em saúde no SUS.
TESTAGEM RÁPIDA EM MASSA COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO DAS IST NA ATENÇÃO BÁSICA EM ARACAJU.
Comunicação Oral Curta
Cardoso, A. S.1, Barreto, C. F.1, Silva, J. G.1, Nascimento, D. L. A.1, Santos, I. B. A.1, Cavalvante Filho, J. B.1, Santana, M. L. A.1, Leite, A. J. R. L.1, Azevedo, A. M. S.1, Coelho, E. B.1
1 UFS
Período de Realização
Março de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Oferta ativa e ampliada de testes rápidos de IST em diferentes espaços da comunidade.
Objetivos
Ampliar o acesso da população aos testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C, promovendo o diagnóstico precoce e o rompimento da cadeia de transmissão das IST, por meio da inserção das testagens em diversos pontos do cuidado e territórios.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu na UBS Manoel de Souza, em Aracaju/SE, onde preceptoria dos residentes e enfermeira da equipe de saúde da família instituíram testagens rápidas em massa como rotina. Além das consultas de pré-natal, inserção do DIU e citopatológico, a testagem foi ampliada para parceiros das gestantes, hipertensos, diabéticos, em feiras livres e condomínios da área adscrita, com registro em planilhas específicas para integração ao PEC.
Resultados
As ações extramuros resultaram em ampla participação popular, com média de 150 a 200 testagens por evento, principalmente em feiras livres. Foram identificados casos positivos, sobretudo de sífilis e hepatite B, viabilizando o tratamento precoce e contribuindo para o controle epidemiológico local.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o acesso efetivo às testagens depende de uma postura proativa da equipe. Sair dos muros da UBS e simplificar fluxos fortalece o vínculo com a população e reduz barreiras ao cuidado integral. Profissionais precisam se desburocratizar e inovar na atuação territorial.
Conclusões e/ou Recomendações
A testagem em massa é estratégica e replicável, desde que integrada às ações cotidianas e extramuros da atenção básica. Recomenda-se investimento em capacitações, registro adequado e sensibilização da equipe para efetiva atuação comunitária.
PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI
Comunicação Oral Curta
Toledo, CRS1, Camacho, LAB1, Larouzè, B.1, Cruz, SC.2, Miranda, A.E.3, Brito, C.1, Sánchez,A.1
1 FIOCRUZ/ENSP
2 FIOCRUZ/INI
3 UFES/DMS
Apresentação/Introdução
Não há dados publicados sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST) em adolescentes em conflito com a lei (ACL) no Brasil, grupo particularmente vulnerável devido às desigualdades sociais, início precoce das relações sexuais, comportamentos de risco e desinformação em saúde, num contexto violência comum aos segmentos mais desfavorecidos da população, de onde eles frequentemente se originam.
Objetivos
Avaliar as prevalências de IST, identificar fatores de risco a elas associados para definir estratégias de informação, prevenção, rastreamento e tratamento adaptados a esse segmento da população, presumida como de alto risco de IST.
Metodologia
Estudo seccional tipo censo de ACL internados, em internação provisória e que ingressaram (out/23-maio/24) nas unidades masculinas e feminina do Sistema Socioeducativo do Estado do Rio de Janeiro, Polo Ilha (DEGASE). Foram realizadas 1) Entrevistas para coleta de dados sociodemográficos, clínicos, comportamentais, conhecimento sobre ISTs (modo de transmissão, complicações e prevenção); 2) Para cada ACL, com ou sem sintoma declarado, realização de testes rápidos (TR) para sífilis e HIV/AIDS e testes moleculares em urina para clamídia (CT) e gonorreia (NG). A análise estatística incluiu avaliação da prevalência das IST e identificação, através de análise multivariada, de fatores de risco.
Resultados
Dos 965 ACL estudados (idade média: 16,1 anos), 83,2% não frequentavam a escola. A prevalência de IST foi maior na unidade feminina (45,6% sífilis; 34,6% CT; 12.5% NG, 1,5% HIV) do que nas nas masculinas (19,7% CT; 7,7% sífilis; 6,0% gonorreia e 0,45% HIV). A prevalência de “ao menos uma IST” foi maior na unidade feminina (68,4% vs 27,3%, p < 0,000). O modelo de regressão logística mostrou que as chances de IST no gênero feminino foram 5,4 vezes as chance no gênero masculino. A maioria das infecções eram assintomática (89,7% dos homens vs 87,1% das mulheres). Grande parte dos adolescentes desconhecia as manifestações clínicas das IST, os riscos durante a gravidez e as medidas preventivas.
Conclusões/Considerações
O estudo revela o alto risco de IST entre ACL, especialmente no gênero feminino, o que implica na implementação de estratégias de detecção ativa (rastreamento sistemático, considerando a alta frequencia de formas assintomáticas), tratamento e informação em saúde adaptadas a este grupo, custodiado sob a responsabilidade do estado. Neste contexto, a integração DEGASE e SMS-RJ conforme a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos ACL é imperativa.
ASPECTOS AMBIENTAIS E CRENÇAS A RESPEITO DA ESPOROTRICOSE EM MANAUS - AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DE VISITAS DOMICILIARES
Comunicação Oral Curta
LOUREIRO, C.F.1, ALVES, M.J.2, FERREIRA, L.A.3, LIMA, W. L. F.3, VALENTE, R.M.4, GRISOLIA, M. E.2, JACKISCH-MATSUURA, A. B.2
1 Programa de Pós-Graduação PPGVIDA, Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz, Manaus–Amazonas e Bolsista FAPEAM
2 LABDMAIS (Laboratório de Diversidade Microbiana da Amazônia com Importância para Saúde) Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz, Manaus–Amazonas
3 LABDMAIS (Laboratório de Diversidade Microbiana da Amazônia com Importância para Saúde) Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz, Manaus–Amazonas e Paic-FAPEAM
4 Programa de Pós-Graduação PPGVIDA, Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz, Manaus–Amazonas
Período de Realização
Agosto de 2024 a Maio de 2025
Objeto da experiência
Analisar a percepção do entendimento dos pacientes e tutores de animais sobre a esporotricose na cidade de Manaus.
Objetivos
Nosso grupo de pesquisa realiza visitas domiciliares com o objetivo de conhecer o entendimento dos pacientes e tutores de animais com esporotricose sobre a doença e quais os cuidados no tratamento dos animais e no ambiente domiciliar para evitar as contaminações.
Metodologia
Foram visitadas 23 casas, nos cinco bairros de Manaus-AM, com mais casos de esporotricose humana e animal. A visita domiciliar ocorreu somente após o aceite de participação na pesquisa (Comitê de Ética CAAE: 76564923.5.0000.5016). Uma equipe fazia a coleta de amostras ambientais para verificar em laboratório a presença do fungo, um pesquisador entrevistava o morador para identificar o nível de conhecimento e o manejo do animal doente, destinação de resíduos contaminados, entre outros fatores.
Resultados
Observamos que as pessoas souberam da existência da esporotricose após serem diagnosticados com a doença. As pessoas isolaram seus animais infectados, mas houve também relatos de abandono do animal. Por falta de conhecimento os animais que faleceram foram enterrados. Houve relatos de casos de infecção através de gato de vida peridomiciliar que foram tratados com Itraconazol. Em relação a limpeza do ambiente domiciliar, a água sanitária foi usada com frequência para a desinfecção.
Análise Crítica
A informação de infecção por arranhadura/mordedura de gato, fornecida pelo paciente ao médico foi fundamental para identificação da causa da lesão e o início do tratamento com Itraconazol. O presente relato evidenciou a importância da conscientização da população sobre a esporotricose em Manaus, demonstrando um manejo mais adequado dos animais infectados e uma melhor percepção dos pacientes e seus familiares após o conhecimento sobre a doença.
Conclusões e/ou Recomendações
Observou-se que apesar da esporotricose ocorrer na cidade de Manaus desde 2020, ainda há desconhecimento sobre a doença. Foi perceptível que as pessoas entrevistadas mostraram interesse para aprender o que deve ser feito para a limpeza do ambiente domiciliar e cuidado com os animais infectados. Falta divulgação de campanhas para informar sobre a esporotricose, levar os conhecimentos científicos para a população.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE INDIVÍDUOS COM INFECÇÕES FÚNGICAS INSERIDOS NO “CIRCUITO RÁPIDO AIDS AVANÇADA” EM MANAUS E PARINTINS, AMAZONAS
Comunicação Oral Curta
Tavares, A. S.1, Matsuura, A. B.2, Fonseca, F. R.2, De Souza, V. G.2, Da Silva, A. M.3
1 ILMD - Fiocruz Amazônia / CVS Parintins
2 ILMD - Fiocruz Amazônia
3 ILMD - Fiocruz Amazônia / FVS-RCP
Apresentação/Introdução
Nos últimos dez anos, o Amazonas teve aumento de 8,5% na mortalidade por AIDS, com Manaus registrando 12,4 óbitos por 100 mil, acima da média nacional. Além disso, estudos apontam alta mortalidade por criptococose e histoplasmose em pessoas com HIV/AIDS, destacando a relevância do monitoramento. Dessa forma, o projeto piloto “Circuito Rápido da AIDS Avançada” foi implantado em Manaus e Parintins, Amazonas.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico, estimar a prevalência, investigar meningite criptocócica e analisar a distribuição espacial de casos de criptococose e histoplasmose em pessoas do Circuito Rápido da AIDS Avançada em Manaus e Parintins.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e analítico, realizado de junho de 2023 a novembro de 2024, com indivíduos diagnosticados com criptococose e histoplasmose inseridos no “Circuito Rápido da AIDS Avançada” atendidas em Manaus e Parintins. Foram analisados dados secundários sociodemográficos, clínicos e laboratoriais extraídos de registros no sistema de informação SICLOM AIDS Avançada. A análise incluiu estatística descritiva, cálculo de prevalências e mapeamento espacial no software R e QGIS, respectivamente.
Resultados
Foram incluídos 19 pacientes com criptococose e 34 com histoplasmose, com prevalências de 2,63% e 4,71%, respectivamente, e evidências de subnotificação. Os casos se concentraram na Fundação de Medicina Tropical (Manaus) e na Policlínica Pe. Vitório (Parintins), apontando deficiências no acesso ao diagnóstico e tratamento, especialmente no interior. A maioria tinha CD4 < 200 células/mm³, estava em estágio clínico avançado (OMS 3 ou 4) e apresentava marcadores de vulnerabilidade social, destacando a necessidade de expandir a testagem.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam que adotar estratégias territoriais que considerem vulnerabilidade social e exposição ambiental pode fortalecer a prevenção, o rastreamento e o tratamento dessas infecções. Os achados destacam a necessidade de descentralizar a testagem, ampliar o rastreio de infecções fúngicas em pessoas com AIDS avançada e incluir criptococose e histoplasmose como doenças de notificação obrigatória, reduzindo a morbimortalidade no Amazonas.
ITINERÁRIO TERAPÊUTICO E A EXPERIÊNCIA DO ADOECIMENTO DE PESSOAS ACOMETIDAS POR DOENÇA DE CHAGAS NA REDE DE ATENÇÃO DO SUS EM MUNICÍPIO DO SUDOESTE DA BAHIA
Comunicação Oral Curta
Silva, K.N.M.1, Souza, E.A.2, Fraga, R.A.G.2, Brito, J.S.2, Santos, E.A.2, Bezerril, A.C.R.1, Ramos Jr, A.N.1, Barbosa, J.C.1
1 Universidade Federal do Ceará – Programa de Pós-graduação em Saúde pública
2 Universidade Federal da Bahia – Instituto Multidisciplinar em Saúde
Apresentação/Introdução
Após 115 de sua descoberta, a Doença de Chagas (DC) afeta milhões de pessoas e permanece endêmica no Brasil, devido a fatores de iniquidade social, negligência e vulnerabilidades operacionais dos serviços de saúde. Restrições de acesso ao diagnóstico oportuno e tratamento continuam devido a barreiras que contribuem para a manutenção da elevada carga de morbimortalidade da doença.
Objetivos
Compreender o itinerário terapêutico (IT) e a experiência do adoecimento de pessoas acometidas por DC na RAS do SUS, em município do Sudoeste da Bahia.
Metodologia
Estudo transversal qualitativo em Vitória da Conquista (BA), com entrevistas semiestruturadas de 10 pacientes com DC (diagnóstico sorológico, ≥18 anos, consentimento informado) , analisadas por categorias temáticas propostas por Minayo e interpretadas com fundamentação na produção de subjetividade de Deleuze e Guattari. Para reconhecer os serviços, aplicou-se questionário estruturado sobre ações e serviços oferecidos na RAS em 2024, a 15 gestores da rede, analisado por frequências absolutas e relativas. O material foi digitado no Excel 360 (double-entry) e processado no Stata 13.0.
Resultados
Os gestores demonstraram desconhecimento sobre a estrutura e o funcionamento da Rede de Atenção à Saúde do SUS, evidenciando fragilidades operacionais que, combinadas às características clínico-epidemiológicas dos pacientes, reforçam ciclos de vulnerabilidade social. As narrativas revelaram três eixos principais: (1) percurso fragmentado até o diagnóstico e ausência de tratamento etiológico; (2) percepção crítica da atenção recebida (demora em exames, falta de acolhimento e informação); (3) impacto psicossocial do adoecer (medo, desesperança, baixa autoestima). Fatores como baixa escolaridade, desemprego e histórico familiar de DC agravam essas vulnerabilidades e fomentam descrença no SUS.
Conclusões/Considerações
O itinerário terapêutico e as experiências relatadas apontam lacunas informacionais, educacionais e organizacionais na rede de atenção à saúde municipal. É urgente estruturar Linhas de Cuidado específicas para a Doença de Chagas, fortalecer a integralidade e a equidade no SUS por meio de protocolos integrados, capacitação contínua de profissionais e vigilância ativa.
FATORES ASSOCIADOS AO CONHECIMENTO SOBRE HIV/AIDS ENTRE ADOLESCENTES DA DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
SEIXAS, S. R.1, MAGNO, LAIO2, LEITE, B. O3, RIVAS, D. R. Z3, GOMES, F. S3, GRECO, D.B4, GRANGEIRO, A.5, DOURADO, I3
1 UNEB
2 UNEB/UFBA
3 UFBA
4 UFMG
5 USP
Apresentação/Introdução
O conhecimento sobre o HIV/aids é um elemento necessário, porém não suficiente, para a adoção de métodos de prevenção. Há uma lacuna na literatura sobre estudos que avaliem o conhecimento de HIV/aids entre adolescentes da diversidade sexual e de gênero (ADSG).
Objetivos
Verificar o conhecimento sobre o HIV/aids e identificar os seus fatores associados entre ADSG.
Metodologia
Foram utilizados dados da linha de base da coorte PrEP15-19 Escolhas, um estudo multicêntrico de implementação de três modalidades da profilaxia pré-exposição ao HIV. A amostra foi composta por homens cis que fazem sexo com homens, travestis, pessoas trans e não-binárias, de 15 e 19 anos entre setembro/2023 e abril/2025. O conhecimento sobre HIV/aids foi avaliado por meio da Teoria de Resposta ao Item, com onze afirmações de opções de resposta verdadeiro, falso e não sei. Foi calculado um score de conhecimento categorizado em: baixo(ref.),médio e alto. Modelo de regressão logística multinominal foi utilizado para estimar odds ratios ajustadas (ORa) e intervalos de confiança ao 95% (IC95%).
Resultados
Foram incluídos 588 adolescentes; destes, 77,0% eram HSH, 74,8% possuíam 18-19 anos, 73,9% se autodeclaram negros e 66,7% tinham o ensino médio. Em relação ao conhecimento, 11,3%, 70,5% e 18,0% dos adolescentes foram classificados com baixo, médio e alto conhecimento, respectivamente. No modelo final, apresentaram associação com o médio conhecimento: escolaridade superior (aOR:9,2 IC95% 2,89-29,64) e possuir plano de saúde (aOR:2,67 IC95%1,14-6,23); com o alto conhecimento: escolaridade superior (aOR:7,25 IC95% 1,7- 30,5), participação em ONGs (aOR:5,3 IC95% 1,11-25,4), possuir plano de saúde (aOR:2,64 IC95% 1,03-6,77) e já ter usado PrEP (aOR:5,4 IC95% 1,76-16,7).
Conclusões/Considerações
O acesso à informação qualificada e aos serviços de saúde ainda está concentrado entre aqueles com maior nível socioeconômico e educacional. Por outro lado, a participação em organizações comunitárias e o uso de tecnologias de prevenção pode ampliar o conhecimento. Desse modo, deve-se fortalecer a participação comunitária e as estratégias de prevenção ao HIV nessas populações.
REPERCUSSÕES DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS PARA MULHERES CUIDADORAS EM RELAÇÃO A FATORES SOCIOECONÔMICOS E À PARTICIPAÇÃO E FORMA DE INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Comunicação Oral Curta
Teixeira, C. S. S.1, Araújo, T. V. B.1, Neves, G. E. A.1, Melo, A. P. L.2, Fontes, J.3, Alves, S. V.1
1 CCM/UFPE
2 CAV/UFPE
3 PPGCS/UPE
Apresentação/Introdução
A Síndrome Congênita do Zika (SCZ), tem consequências a longo prazo para famílias, pois os comprometimentos clínicos, psicomotor, e outros, demandam cuidados contínuos e peregrinação por serviços de saúde. Estudos indicaram repercussões nas relações sociais, condições materiais e econômicas às famílias, mas estas podem variar em decorrência do grau de gravidade da doença e diferentes contextos.
Objetivos
Caracterizar o perfil sociodemográfico, a participação e forma de inserção no mercado de trabalho de mulheres cuidadoras de crianças com algum diagnóstico que abrange a SCZ no Recife e Região Metropolitana, entre 2024 e 2025.
Metodologia
A pesquisa é parte do projeto “Long-term consequences of Zika virus infections during pregnancy for school-aged children and their families in Brazil”. Foram incluídas 160 mães/cuidadoras de crianças com SZC, integrantes da Coorte Pediátrica Microcephaly Epidemic Research Group (MERG–PC). A coleta de dados foi realizada nos meses de dezembro/2024 a junho/2025, com aplicação de questionários estruturados. Este estudo é um recorte transversal, com dados preliminares da coleta. Foram descritas as frequências absolutas e relativas das características das cuidadoras e suas famílias. O projeto foi aprovado Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, CAAE 66580323.1.0000.5208.
Resultados
Até abril/2025, avaliamos 131 mulheres, a maioria entre 30-39 anos (51,9%), pardas (60,6%) e pretas (16,1%), escolaridade no ensino médio (65,7%) e fundamental (22,1%), e renda até um salário mínimo (60,3%). Ainda, 41,4% eram beneficiárias do Bolsa Família, 24,4% de pensão vitalícia/BPC e 7,6% do Minha Casa Minha Vida. Destas, 43,5% trabalhavam (56,2% vínculos instáveis). Após nascimento do/a filho/a, 45% deixaram o trabalho (84,7% para cuidar do/a filho/a), 14,5% mudaram de emprego/profissão, 16% reduziram a carga horária e 13,7% interromperam os estudos. A maioria não retomou o trabalho/ocupação de antes (73,2%) e não realizou entrevista de trabalho após o nascimento do/a filho/a (75,7%).
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou um perfil social de ampla vulnerabilidade destas mães/cuidadoras e a dificuldade de inserção e oportunidade no mercado de trabalho. Estes resultados podem subsidiar reinvindicações políticas por melhores condições de vida para estas mulheres/crianças e suas famílias e auxiliar gestores de políticas sociais para melhorar suas ações e adequá-las às necessidades das famílias.
INTERIORIZAÇÃO DAS AÇÕES DO PROGRAMA “FIQUE SABENDO" NA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA: AMPLIAÇÃO DA TESTAGEM DAS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM GRANDES EVENTOS
Comunicação Oral Curta
Rebouças, K. S.1, kettli, P. G. N. C.1, Morais, M. B.1
1 SESAB
Período de Realização
Realizado anualmente, de junho de 2023 a junho 2025, em municípios da região sudoeste da Bahia.
Objeto da experiência
Ações do “Fique Sabendo”, com foco na prevenção das infecções sexualmente transmissíveis em eventos com a população em municípios do interior da Bahia
Objetivos
Promover o diagnóstico precoce de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), com ênfase em HIV, sífilis e hepatites B e C; ampliar o acesso à testagem em eventos de grande circulação; fortalecer as ações de prevenção com aconselhamento, educação em saúde, tratamento e distribuição de insumos.
Descrição da experiência
A interiorização das ações do "Fique Sabendo", desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, via NRS Sudoeste, ocorreram no São João de Ibicuí-2023 e 2024, Carnaval de Rio de Contas-2025 e festejos em Brumado- 2025. Os stands realizaram testagem rápida, aconselhamento pré e pós-teste, distribuição de preservativos e gel lubrificante. O tratamento inicial de sífilis foi ofertado e administrado no local e os casos positivos foram notificados e encaminhados aos serviços especializados.
Resultados
Durante os eventos, 29.490 pessoas foram abordadas, com 2.658 atendimentos diretos nos stands e 9.445 testes rápidos realizados. Foram detectados 86 casos positivos para sífilis, dos quais 39 iniciaram tratamento imediato. Houve 6 casos de HIV reagentes, todos encaminhados aos serviços de referência. Foram distribuídos 77.764 preservativos masculinos, 2.144 femininos e 6.550 unidades de gel lubrificante. O acolhimento e o aconselhamento aconteceram em 100% dos atendimentos.
Aprendizado e análise crítica
As ações evidenciaram a importância de ampliar o acesso à testagem rápida de ISTs nos municípios do interior, especialmente em locais onde a população enfrenta o estigma e o receio de procurar os serviços de referência. A adesão da comunidade aos stands montados em eventos populares demonstra que a oferta nesses espaços facilita o acesso, acolhimento e diagnóstico oportuno. Destacam-se como desafios: logística para montar os stands, o sistema de registro e melhores condições para as equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia “Fique Sabendo” amplia o diagnóstico precoce e a prevenção de ISTs no interior. Recomenda-se antecipar a estrutura, qualificar os registros, melhorar as condições de trabalho e incluir PrEP e PEP no aconselhamento. A articulação com a Atenção Primária e serviços de referência é essencial para fortalecer o cuidado e garantir a sustentabilidade da ação.