Programa - Comunicação Oral Curta - COC11.5 - Práticas de Promoção da Saúde, Educação e Participação Social
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
CARTOGRAFIA DA ARTE E A CULTURA DOS COLETIVOS DE CEILÂNDIA: CONSTITUIÇÃO DE TERRITÓRIOS COMUNS COM A TERAPIA OCUPACIONAL
Comunicação Oral Curta
1 UnB
2
Apresentação/Introdução
A terapia ocupacional, que usa a arte como instrumento de intervenção, tem como objetivo atuar em contextos desiguais, buscando criar um ambiente propício para encontros significativos e diálogos construtivos, utilizando atividades humanas como elementos de conexão. Este trabalho explora a produção artística diversificada de Ceilândia, feita por seus coletivos locais e comunitários.
Objetivos
Mapear coletivos artísticos de Ceilândia, analisar suas atividades e investigar como a terapia ocupacional pode ser integrada, promovendo saúde e bem-estar social por meio da arte.
Metodologia
Para realizar este estudo, fizemos um mapeamento meticuloso de 36 coletivos ativos na região de Ceilândia durante o período de 2021/2022. Dentre esses, seis foram selecionados para uma abordagem mais aprofundada, através de entrevistas realizadas com os coordenadores de cada grupo. Após a realização das entrevistas, procedemos com uma análise detalhada das mesmas, juntamente com os portfólios que documentam as atividades artísticas realizadas por cada coletivo.
Resultados
Nossa pesquisa identificou coletivos de grande relevância em Ceilândia, como Jovem de Expressão, Galeria RisoFloras, Casa Akotirene, Projeto RAP, Coletiva Filhas da Terra e Cio das Artes, cada um exercendo um papel único e valioso na comunidade. A arte, como veículo de expressão e transformação, contribui para a formação de terapeutas ocupacionais críticos aos modelos sociais pragmáticos, incentivando uma visão mais inclusiva de saúde e bem-estar. Essa perspectiva permite questionar estruturas sociais limitantes e valorizar a criatividade, promovendo participação em atividades significativas.
Conclusões/Considerações
A partir da análise realizada, concluímos que é possível criar uma rede de assistência à saúde em Ceilândia, que se utilize dos espaços de produção artística como um recurso valioso para a promoção da saúde e bem-estar da população local.
PROMOÇÃO DA SAÚDE E ENFRENTAMENTO DAS DESIGUALDADES: ARTICULAÇÕES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A PARTIR DA VOZ DOS PROFISSIONAIS
Comunicação Oral Curta
1 UNESC
Apresentação/Introdução
A promoção da saúde é estratégia fundamental da APS para reduzir desigualdades sociais em saúde. A articulação com outras políticas públicas amplia seu alcance e potencial, especialmente em contextos territoriais marcados por vulnerabilidades e iniquidades.
Objetivos
Analisar como a promoção da saúde se articula com outras políticas públicas no contexto da Atenção Primária para o enfrentamento das desigualdades sociais em saúde.
Metodologia
Estudo qualitativo realizado em município de pequeno porte no Sul do Brasil, com 14 profissionais da APS, com pelo menos um ano de atuação. A coleta de dados ocorreu por entrevistas semiestruturadas, individuais e presenciais. A análise utilizou a técnica de análise temática.
Resultados
As falas foram organizadas em oito categorias que revelaram perfil dos profissionais, compreensões, estratégias, desafios e percepções sobre desigualdades e a articulação das políticas na APS. Profissionais com maior experiência demonstraram compreensão ampliada da promoção da saúde, enquanto outros a associaram apenas à prevenção individual. As falas revelaram dificuldades na articulação intersetorial e ausência de apoio da gestão. Destacaram-se estratégias locais criativas para a promoção da saúde, com enfoque em educação, vínculo e trabalho comunitário. A renda e a escolaridade foram os principais determinantes sociais identificados como fatores de desigualdade nos territórios
Conclusões/Considerações
A pesquisa evidencia que a promoção da saúde na APS é atravessada por disputas conceituais e desafios estruturais. Reforça-se a importância de políticas intersetoriais e da qualificação permanente dos profissionais, além do reconhecimento das práticas territoriais como estratégicas para a equidade.
TECENDO SABERES NO TERRITÓRIO: CORPO, CULTURA E CUIDADO NA CONSTRUÇÃO DE SABERES EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 SESC RJ
2 FIOCRUZ
Período de Realização
O projeto se realizou por 7 semanas, com duração média de 90 minutos em cada encontro.
Objeto da experiência
A experiência se realizou com a Comunidade Caiçara de São Gonçalo, sendo estruturada de forma dialógica e horizontal.
Objetivos
O projeto objetivou a promoção da saúde mental, através do fortalecimento e a valorização das relações comunitárias, a partir da criação de espaços de escuta, diálogo e acolhimento que permitissem uma construção conjunta de saberes. Considerando o corpo e território no processo de cuidado.
Descrição da experiência
Optou-se por não adotar um método fixo, mas construir uma "caixa de ferramentas" metodológica, onde foram utilizadas estratégias, como rodas de conversa, dinâmicas, produção de materiais em grupo e outras práticas que favoreceram o protagonismo dos participantes. Foi abordado um tema por encontro, respeitando a dinâmica viva do território, com adaptações constantes às demandas emergentes do grupo, e onde a memória, a oralidade e o corpo foram elementos centrais na construção das atividades.
Resultados
As atividades contribuíram para a promoção de saúde, gerando um espaço de reflexão crítica sobre as ameaças territoriais e disputas políticas que impactam a saúde e o bem-estar da comunidade. A experiência possibilitou a construção de uma rede entre os participantes, fortalecendo e valorizando os saberes locais. O protagonismo feminino foi evidenciado, com papeis centrais na organização política, cuidado coletivo em saúde e na manutenção das tradições culturais e espirituais da comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de práticas educativas em saúde que sejam flexíveis, dialógicas e sensíveis ao contexto cultural e territorial. Trabalhar com o território exige disponibilidade, escuta ativa e adaptação constante às dinâmicas vivas e mutáveis da comunidade. As disputas territoriais mostraram-se impactantes para a saúde física, emocional e simbólica dos participantes, evidenciando a necessidade as práticas política e comunitária considerando também a saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que experiências semelhantes sejam construídas a partir de metodologias participativas e sensíveis às realidades locais. É fundamental considerar o território como espaço vivo, onde o cuidado e a saúde são produzidos cotidianamente para que futuras ações em saúde e educação comunitária estejam atentas às dinâmicas territoriais e às possíveis mudanças de rota, sempre acolhendo as demandas emergentes de forma respeitosa e colaborativa.
AÇÕES DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA: UMA REVISÃO DE LITERATURA NO ÂMBITO DO SUS
Comunicação Oral Curta
1 AgSUS
2 UnB
Apresentação/Introdução
Pessoas em situação de rua vivenciam violações sistemáticas de direitos e enfrentam barreiras ao cuidado em saúde. A promoção e a educação em saúde, enquanto diretrizes do SUS, configuram estratégias cruciais para a inclusão e a equidade. Esta pesquisa analisa criticamente experiências relatadas na literatura científica nacional, propondo avanços e reflexões.
Objetivos
Analisar, por meio da literatura científica, ações de promoção e educação em saúde para à população em situação de rua no SUS, discutindo suas contribuições, fragilidades e desafios à consolidação de práticas equitativas e intersetoriais no cuidado.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura guiada pela estratégia PICo (População, Interesse e Contexto), que orientou a formulação da pergunta: como são desenvolvidas ações de promoção e educação em saúde para a população em situação de rua no SUS? A busca foi realizada entre outubro de 2023 e agosto de 2024 nas bases BVS, Google Acadêmico, Science Direct, Scopus e Web of Science. Utilizaram-se critérios de inclusão, exclusão e seleção sistemática com auxílio do Rayyan. Os dados foram organizados em uma planilha eletrônica e analisados de acordo com as etapas propostas por Bardin: pré-análise, codificação, categorização e inferência. Foram incluídos dez estudos.
Resultados
As ações identificadas envolveram oficinas educativas, rodas de conversa, intervenções culturais, escuta qualificada e orientações sobre autocuidado, direitos e prevenção de agravos. Entre os benefícios, destacaram-se o fortalecimento de vínculos entre usuários e profissionais, a ampliação do acesso à informação e a promoção da autonomia. Contudo, persistem desafios como estigmatização social, baixa adesão, ausência de políticas públicas efetivas, carência de recursos e despreparo das equipes. A interprofissionalidade e a articulação intersetorial emergem como estratégias centrais para consolidar práticas contínuas e efetivas no cuidado à população em situação de rua.
Conclusões/Considerações
As estratégias de cuidado investigadas favorecem o empoderamento, a autonomia e a inclusão da população em situação de rua. No entanto, sua efetividade depende da articulação intersetorial, de políticas públicas sustentáveis, da qualificação permanente das equipes e do enfrentamento do estigma. Fortalecer e institucionalizar essas práticas é crucial para um SUS equitativo e comprometido com a justiça social.
UNIVERSIDADES PROMOTORAS E SUAS ABORDAGENS PEDAGÓGICAS RELACIONADAS À PROMOÇÃO DA SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 UFMT
Apresentação/Introdução
O movimento de Universidades Promotoras de Saúde (UPS) surge em 2003 como compromisso institucional de universidades públicas e privadas, em países como Chile e México. O Brasil, desponta em 2016 com a consolidação do termo de cooperação das UPS, com a proposta de transformar os espaços acadêmicos em ambientes físicos, socias, e saudáveis, que contribuam para o bem estar dos indivíduos.
Objetivos
Analisar as abordagens relacionadas à promoção da saúde, envolvendo estudantes de graduação, em publicações científicas no Brasil e América Latina, período de 2016 a 2024.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada em revisão de escopo, orientada pelas recomendações do Instituto Joanna Briggs, utilizando-se a lista de checagem da plataforma PRISMA, registrado na plataforma Open Science Framework sob a identificação DOI: 10.17605/OSF.IO/SH6YE. As buscas foram efetuadas nas bases de dados SciELO, BVS, LILACS e Pubmed. Foram incluídos estudos primários, secundários, relatos de experiência e ensaios teóricos, publicados em português, espanhol e inglês, entre os anos de 2016 e 2024; excluídos estudos de revisão sistemática, revisão integrativa, revisão bibliográfica, revisão de escopo, que não mencionavam estudantes de graduação, apenas técnicos e/ou docentes.
Resultados
Foram identificados 1.290 registros, dos quais 1278 foram excluídos por duplicidade, e por não alcançarem os critérios de elegibilidade. Assim, os 12 artigos considerados elegíveis e incluídos nesta revisão de escopo, foram organizados em um quadro no Word; posteriormente aludiram elementos para construção de um quadro de sensibilidade epistemológica, adaptada de Castiel, cuja a intenção é capturar o modo de revisitar a relação das palavras com o assunto. Os elementos foram agrupados em categorias temáticas, como: Contexto universitário e a percepção dos estudantes sobre promoção da saúde; Estratégias de intervenções para promoção da saúde; Comportamentos de saúde para autogestão do cuidado.
Conclusões/Considerações
Observou-se, como vem sendo discutido o tema Promoção da Saúde (PS) nos ambientes universitários, através das ações e abordagens relacionadas pelos autores. Notamos que a PS não ocorre de forma homogênea e tampouco é guiada pelos mesmos pressupostos nesses espaços de ensino superior. Acreditamos que ainda há um amplo caminho a ser percorrido para a consolidação da PS nas universidades, públicas e privadas do Brasil.
EMPODERAMENTO POPULAR E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM TEMPOS DE CRISE: REVISÃO CRÍTICA SOBRE RESPOSTAS COMUNITÁRIAS NA PANDEMIA COVID-19
Comunicação Oral Curta
1 Centro Universitário São Camilo
2 Universidade São Judas Tadeu
3 Faculdade de Saúde Pública/USP
4 Universidade Federal do ABC
Apresentação/Introdução
Este relato analisa, por meio de revisão crítica de literatura, como comunidades em contextos de vulnerabilidade urbana responderam à pandemia de COVID-19 sem apoio estatal efetivo. Destacam-se o protagonismo de lideranças populares e a potência das redes de solidariedade como estratégias de cuidado e afirmação do direito à saúde.
Objetivos
Analisar criticamente produções acadêmicas sobre ações de promoção da saúde desenvolvidas por coletivos populares durante a pandemia da COVID-19 entre 2020 e 2023.
Metodologia
Trata-se de uma revisão narrativa com enfoque crítico e territorial, fundamentada na determinação social da saúde. Foram selecionados artigos acadêmicos, relatórios técnicos, manifestos de movimentos sociais e produções independentes entre 2020 e 2023, que abordassem experiências de cuidado popular em ocupações urbanas, favelas e periferias brasileiras durante a pandemia de COVID-19. A análise buscou identificar elementos de empoderamento comunitário, ações autônomas de promoção da saúde e inserção do Estado, com base nos marcos teóricos da educação popular em saúde e da crítica ao modelo biomédico-excludente.
Resultados
A literatura analisada aponta que, frente à ausência deliberada do Estado, coletivos locais articularam respostas potentes às necessidades de saúde de seus territórios. Estas incluíram a organização de comitês populares, ações de comunicação em saúde, apoio psicológico comunitário, distribuição de alimentos e insumos. Em muitos casos, essas práticas foram invisibilizadas ou até mesmo deslegitimadas por gestores públicos, revelando um modelo de saúde que ainda ignora a potência do saber popular. Ao mesmo tempo, tais experiências fortaleceram vínculos sociais e produziram formas autônomas e enraizadas de cuidado.
Conclusões/Considerações
As experiências de promoção da saúde construídas pelas comunidades em meio à pandemia da COVID-19 afirmam o território como espaço legítimo de cuidado e organização política. A revisão evidencia a necessidade de romper com a lógica colonial e centralizadora do SUS, e reconhecer práticas populares como parte constitutiva da saúde coletiva. Em tempos de crise, o cuidado nasce da resistência.
CARTOGRAFIA SOCIAL E O MAPEAMENTO DE REDES VIVAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 PROFSAÚDE _ Fiocruz Brasília
2 Fiocruz _ Brasília
3 SES-DF
4 UNIEURO
Período de Realização
Abril a Junho de 2025
Objeto da experiência
A experiência da cartografia social como metodologia para fomentar o protagonismo comunitário e mapear redes vivas na construção do cuidado em saúde.
Objetivos
Utilizar a Cartografia Social como ferramenta para mapear determinantes sociais e potencialidades do território. Fortalecer a participação popular na APS e contribuir para o planejamento em saúde, articulando redes vivas na promoção da saúde territorial
Descrição da experiência
Essa experiência é fruto do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE). Narra o processo de Cartografia Social em uma comunidade rural do DF. Duas oficinas foram realizadas, envolvendo lideranças, ONGs, direção escolar e a eSF. Na primeira, discutiu-se o conceito de Cartografia Social o que revelou um profundo conhecimento comunitário sobre o tema. A segunda oficina utilizou mapas impressos para identificar coletivamente problemas estruturais, potencialidades, parcerias e redes.
Resultados
Resultou em engajamento comunitário, aumento do vínculo com a UBS e mudança de paradigma no processo de trabalho da eSF Safira. Identificou problemas, vulnerabilidades e potencialidades desconhecidas pela equipe. O diálogo evidenciou redes vivas e potencialidades intersetoriais, reforçando parcerias e abrindo caminho para futuros projetos.
Aprendizado e análise crítica
O processo reafirmou a centralidade do território no cuidado e a necessidade de práticas que dialoguem com os determinantes sociais em saúde, valorizando as 'redes vivas', saberes locaisas e protagonismo comunitário. O mapeamento coletivo revelou fragilidades e potencialidades locais, aproximando a eSF da comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A cartografia social se revelou um método potente para descentralizar o cuidado, fomentando uma construção coletiva e intersetorial. Sua aplicação pela APS fortalece o vínculo com a comunidade e permite um planejamento assertivo, focado nas necessidades do território. Conclui-se que a valorização do protagonismo local, das redes vivas e a articulação intersetorial são cruciais para a promoção da saúde.
PROMOÇÃO DA SAÚDE DAS MULHERES E FORMAÇÃO-AÇÃO: A EXPERIÊNCIA DO PSAT/FIOCRUZ BRASÍLIA NA DEFESA DE DIREITOS, EQUIDADE E JUSTIÇA SOCIAL
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Foram analisadas e sistematizadas as experiências do PSAT com mulheres de 2012 até 2025.
Objeto da experiência
Processos formativos do PSAT na promoção da saúde integral e direitos das mulheres via educação popular.
Objetivos
Analisar os processos formativos do PSAT voltados à saúde e aos direitos das mulheres, com ênfase nas ações realizadas nos territórios e seus impactos na construção de redes, no empoderamento e no fortalecimento de políticas públicas.
Descrição da experiência
Trata-se de uma sistematização das 40 experiências formativas com mulheres realizadas pelo PSAT, entre 2011 e 2025, com base na educação popular, na pedagogia da alternância e em observação participante. As ações envolveram mulheres em diversos territórios e partiram da escuta e dos saberes locais.
Resultados
Em mais de uma década, as ações do PSAT impactaram mais de mil mulheres em diversas regiões do país. As formações abordaram saúde integral, agroecologia, economia feminista, direitos humanos e interseccionalidades. Fortaleceram a autonomia, redes de cuidado e o protagonismo feminino. As metodologias articularam saberes populares e institucionais, promovendo mudanças nas políticas de saúde e nas comunidades.
Aprendizado e análise crítica
O estudo evidenciou que formações construídas a partir dos territórios, com base na escuta, no afeto e nos saberes das mulheres, fortalecem vínculos, ampliam o acesso a direitos e promovem a saúde com justiça social. A educação popular, aliada à participação ativa das educandas, revelou-se caminho potente para transformar realidades e enfrentar desigualdades de forma coletiva e emancipadora.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência do PSAT evidencia que processos formativos fundamentados na educação popular, escuta qualificada e valorização da diversidade das mulheres são estratégicos para a promoção da equidade em saúde. Ao integrar direitos humanos, participação social e territorialidade, o programa fortalece políticas públicas inclusivas e consolida redes femininas de cuidado, resistência e transformação nos territórios.
EQUIDADE NA ÁREA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: UMA REVISÃO DE ESCOPO.
Comunicação Oral Curta
1 UFRJ
2 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A equidade, princípio do Sistema Único de Saúde, reconhece as diversidades e especificidades de distintos grupos sociais, buscando atender as necessidades de todos. O direito humano à alimentação adequada assegura a Segurança Alimentar e Nutricional da população, especialmente dos grupos em situação de vulnerabilidade. Assim, a equidade permite criar estratégias para reduzir as iniquidades.
Objetivos
Mapear, na literatura, artigos que tratam a equidade no âmbito do SUS, analisando conceitos e abordagens da equidade em saúde relacionadas às ações de alimentação e nutrição voltada a grupos vulneráveis.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo, baseada no guia PRISMA-ScR. As buscas foram realizadas em abril de 2025, em 6 bases de dados, utilizando 6 descritores conforme a terminologia MeSH, sendo orientadas por três questões de pesquisa. Foram incluídos artigos que abordassem a equidade em saúde, tratassem sobre políticas e programas de alimentação e nutrição, com enfoque nos grupos mais vulnerabilizados e que referem-se ao contexto do Brasil em português, espanhol ou inglês, publicados entre 2015 e 2024. Os artigos foram analisados quanto ao detalhamento e profundidade com que a equidade é abordada. Neste trabalho, foram apresentados os resultados da base de dados Pubmed.
Resultados
Foram encontrados quatro artigos, três produzidos por instituições brasileiras, mas apenas um publicado em Revista Nacional. Se referiam a povos e comunidades tradicionais, imigrantes, população LGBTQIAPN+ e população negra. Todos mencionaram a equidade. Quanto ao detalhamento e profundidade com que a equidade é tratada, metade apresenta definição e contextualização de equidade, com alguma relação com objetivos, métodos ou discussão; a outra metade integra equidade de forma consistente na análise, resultados e discussão, com exemplos/dados específicos. Três artigos discutiam políticas e programas em alimentação em nutrição e apenas um trata sobre a Vigilância Alimentar e Nutricional no SUS.
Conclusões/Considerações
A revisão na base de dados Pubmed demonstrou que a abordagem da equidade aos grupos mais vulnerabilizados da sociedade no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição é limitada. São necessárias mais pesquisas que ampliem o enfoque da equidade sob a ótica da alimentação e nutrição, visando a construção de políticas e programas públicos que diminuam as iniquidades para efetivação do Direito Humano à Alimentação Adequada.
Realização: