Programa - Comunicação Oral Curta - COC3.1 - Plataformas, planos e indicadores para saúde e ambiente
01 DE DEZEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
08:30 - 10:00
A ADESÃO DO REDCAP COMO FERRAMENTA PARA REGISTROS E MONITORAMENTO DE DESASTRES NO ESTADO DA BAHIA
Comunicação Oral Curta
Gomes, G.F.1, Lima, C.R1, Evangelista, D.N.1, Júnior, E.R.1, Araújo, F.Z.1, Santos, M.F.1
1 SESAB
Período de Realização
A realização da experiência aconteceu de 14 de outubro a 09 de junho.
Objeto da experiência
O uso da plataforma REDCap para registro e monitoramento dos desastres na Bahia
Objetivos
Relatar a adesão da plataforma REDCap nas ações da Vigilância de Populações Expostas aos Riscos Associados aos Desastres (vigidesastres) na Bahia e Descrever o cenário atual de desastres na Bahia.
Descrição da experiência
A plataforma do REDCap é uma estratégia instituída pelo Ministério da Saúde, apresentada em 14 de outubro de 2024. Logo após foram desencadeadas ações, como: Convocação dos Núcleos Regionais de Saúde (NRS), Plenária Estadual do Vigidesastres e primeiro teste no REDCap, Inicio de eventos hidrológicos na Bahia e aumento de registros, Envio de sugestões e dúvidas para o Vigidesastres Nacional e Apresentação em Plenária Nacional como experiência exitosa na adesão ao REDCap.
Resultados
Na Bahia houveram 228 registros de desastres e desses 100 são primeiros registros do evento e 128 são atualizações dos eventos. Dos 100 primeiros registros 98 são desastres naturais e 2 são desastres tecnológicos, dentre os desastres naturais 36 foram de desastres hidrológicos e 19 climatológicos. Sendo as regiões de saúde mais afetadas: Sul (30), Sudoeste (20) e Oeste (12).
Aprendizado e análise crítica
Os desastres impactam diretamente na saúde da população, resultando em danos físicos, doenças agudas e traumas emocionais, também podem aumentar a morbidade e a mortalidade associada às doenças crônicas e infecciosas. O objetivo REDCap no vigidesastres é otimizar a coleta, armazenamento e análise de dados, facilitando a resposta e a prevenção do desastre, proporcionando a organização do setor saúde para a preparação, a mitigação, a resposta e a recuperação.
Conclusões e/ou Recomendações
Os desastres naturais estão se tornando cada vez mais frequente e causando impactos maiores em todo o Brasil. Com isso, ter uma ferramenta que permita um acompanhamento dos indicadores, identificar riscos e auxiliar na tomada de decisão tem se tornado fundamental para atuar frente a população exposta de forma eficiente. Nesse caso, o REDCap tem desempenhado um papel importante frente ao cenário de desastres na Bahia.
PLATAFORMA PARA ARMAZENAMENTO DE DADOS EM TEMPO REAL PARA CONTENTORES DE RESÍDUOS SÓLIDOS ESPECIAIS: UMA ABORDAGEM BASEADA EM IOT E COMPUTAÇÃO EM NUVEM
Comunicação Oral Curta
Escarani, L.F.G.1, Viana, E.1
1 USP
Período de Realização
O trabalho foi desenvolvido em etapas sequenciais entre janeiro e julho de 2025.
Objeto da produção
Plataforma para armazenamento de dados em Tempo Real para contentores de Resíduos Sólidos Especiais (Fármacos, Eletroeletrônicos, Pilhas e Baterias).
Objetivos
1)Desenvolver um sistema de balança inteligente com geração de dados em Tempo Real para contentores de Resíduos Sólidos Especiais (Fármacos, eletrônicos, Pilhas e Baterias).
2)Integrar os dados das balanças com uma plataforma de gestão integrada.
3)Avaliar a frequência de descarte nos contentores.
Descrição da produção
Para alcançar o objetivo proposto, adotou-se uma abordagem metodológica quantitativa e exploratória, com a implementação de um sistema de monitoramento experimental em ambiente controlado. A metodologia proposta envolveu as seguintes etapas: Desenvolvimento de um sistema de balança inteligente com armazenamento de dados aferidos em nuvem; Integração dos dados das balanças com uma plataforma de gestão integrada e Avaliação da frequência de descarte nos contentores.
Resultados
Dados precisos e confiáveis permitirão o monitoramento contínuo do fluxo de resíduos, a identificação de gargalos e oportunidades de otimização nos processos de coleta e tratamento, e a tomada de decisões estratégicas embasadas em evidências concretas. A avaliação da frequência de descarte, a validação da precisão dos dados e a análise da usabilidade do sistema contribuirão para a construção de um sistema de gestão da logística reversa robusto e eficiente.
Análise crítica e impactos da produção
A facilidade de instalação dos dispositivos IoT acoplados às balanças nos dispensadores, esbarra na sua fragilidade e consequentemente na sua inutilização por mau uso. A usabilidade e a robustez do sistema de coleta de dados são aspectos cruciais para a sua implementação em larga escala e para a sustentabilidade da coleta de informações em tempo real. Serão realizadas análises periódicas, visando identificar potenciais pontos de melhoria na durabilidade dos equipamentos.
Considerações finais
A implementação e a operacionalização dos sistemas de logística reversa, instituída pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida pela Lei nº 12.305/2010, estão intrinsecamente ligados à capacidade de quantificar com precisão os volumes de resíduos descartados, permitindo o rastreamento dos fluxos, a avaliação do cumprimento das metas estabelecidas e a identificação de pontos críticos e oportunidades de otimização.
PODCAST MOMENTO SAÚDE
Comunicação Oral Curta
AGOSTINI, C.1, ARENHALDT, R.1
1 UFRGS
Período de Realização
Planejado e produzido: março a junho de 2023, primeiro programa transmitido em 15 de junho de 2023.
Objeto da produção
Programa de Rádio no formato de Podcast, contendo 10 episódios, disponível em: https://podcasters.spotify.com/pod/show/carla-agostini.
Objetivos
Popularizar o conhecimento da pesquisa acadêmica, ampliando as ações de educação sobre intoxicações exógenas por agrotóxicos agrícolas e os impactos destes na saúde humana para a população exposta, promovendo a saúde, prevenindo os agravos, otimizando que a maior rede social no interior é o rádio.
Descrição da produção
Produto Técnico de Comunicação desenvolvido no Curso do Mestrado Profissional Ensino na Saúde-UFRGS, no formato de podcast. Os episódios foram gravados/editados no estúdio com a equipe técnica da Rádio Comunitária Navegantes, gratuitamente, indo ao ar diariamente, de segunda à sexta-feira, às 11 horas da manhã, com transmissão pela frequência 104.9, disponíveis no Facebook da rádio/“Rádio Navegantes”, com 10 programas sequenciais, com o primeiro episódio transmitido no dia 15 de junho de 2023.
Resultados
Através deste produto, foi possível levar as informações da pesquisa à um quantitativo maior de pessoas, para além daquelas que participaram das atividades da pesquisa, levando/popularizando informações importantes, promovendo a consciência crítica, sobre os impactos dos agrotóxicos agrícolas na saúde humana, auxiliando no reconhecimento dos sintomas, e consequentemente na superação da subnotificação. Ronda Alta passou de uma notificação, para este tipo de agravo, em 2022, para nove, em 2024.
Análise crítica e impactos da produção
O podcast teve ótima aceitação/repercussão na comunidade de Ronda Alta. Após 02 anos do fim da pesquisa, os registros de notificação-intoxicação exógena-agrotóxico agrícolas ainda são tímidos/limitados, mas até 2018 eles não existiam: Ronda Alta era classificada como município silencioso para este tipo de agravo, em 2019 tivemos um registro e hoje, até 2024, orgulhosamente são 9.O podcast extrapolou fronteiras, sendo reproduzido por outras Rádios Comunitárias devido a importância do tema.
Considerações finais
Sempre me frustrei com o conhecimento acadêmico “murado” disponível a alguns privilegiados. Enquanto pesquisadora isso não me bastava, pois, do que adianta a ciência se ela não serve os seres humanos? Então planejei o podcast, para popularizar o conhecimento acadêmico e, para que, as informações da pesquisa, chegassem a comunidade de Ronda Alta, que é extremamente exposta aos agrotóxicos agrícolas, promovendo a saúde e prevenindo os agravos.
PREVENÇÃO E RESPOSTA A DESASTRES EM ÁREAS DE RISCO: O USO DO GEOPROCESSAMENTO E NARRATIVA BIOGRÁFICA EM PETRÓPOLIS/RJ
Comunicação Oral Curta
Sábado P. K.1, Agassis W. W.2, Rosa G. P.1, Carvalho L. O. T.1, Alves C. A.1, Carvalho V. C.1
1 UNIFASE/FMP
2 UNFASE/FMP
Período de Realização
Experiência iniciada em jul/2024 com equipes da UNIFASE/FMP e Defesa Civil; ainda em curso.
Objeto da experiência
Geoprocessamento e narrativa biográfica.
Objetivos
Este relato apresenta as capacitações para profissionais e alunos da saúde sobre geoprocessamento e narrativa biográfica, ambos objetivos do projeto-piloto “Comunidade que Cuida da Vida”, que integra dados e ações da Defesa Civil, Atenção Primária e Comunidade.
Descrição da experiência
A introdução apresentou uma contextualização sobre geoprocessamento, suas ferramentas, funcionalidades e a relação com as mudanças climáticas. A oficina prática utilizou uma apostila com tutorial de uso de banco de dados existente. A segunda atividade abordou a narrativa biográfica, com oficinas formativas de 4 horas realizadas via Zoom. Estudantes e profissionais refletiram sobre como suas histórias de vida influenciam e são influenciadas pelas relações que estabelecem com os outros e com o território.
Resultados
Profissionais da APS e alunos da saúde foram capacitados para criar planilhas e mapas que apoiam a mobilização prévia ao desastre, considerando aspectos físicos, sociais, situacionais e individuais dos usuários. Esses dados auxiliam na gestão integrada de riscos e desastres, estando disponíveis para ações de busca e salvamento. Também foram formados para aplicar a narrativa biográfica como estratégia de comunicação empática, promovendo a resiliência individual e coletiva.
Aprendizado e análise crítica
Destaco a fala de um aluno: “Participar do projeto é uma experiência transformadora. Aprendi que o cuidado em saúde vai além dos consultórios; ele acontece no território, nas histórias e vulnerabilidades das pessoas. Estar próximo à comunidade de Petrópolis, em um cenário de crise climática, ampliou minha visão sobre o papel social da saúde. Mais que capacitação técnica, foi um aprendizado humano, onde escuta ativa e trabalho em equipe se tornaram essenciais para promover cuidado e apoio comunitário.”
Conclusões e/ou Recomendações
O geoprocessamento, como ferramenta estratégica, busca tornar as respostas a desastres mais rápidas e eficazes, promovendo a proteção de vidas. A capacitação dos profissionais de saúde e o envolvimento da comunidade mostram que a gestão em saúde, diante da crise climática, deve ser uma ação coletiva e intersetorial, integrando a população local nos processos de decisão e fortalecendo a resposta comunitária aos riscos.
THE CIDACS-CLIMA: CLIMATE, ENVIRONMENTAL AND HEALTH DATA PLATFORM
Comunicação Oral Curta
Neves, D. J. D.1, Ferreira, A. J. F1, dos Santos, R. S.2, Ferreira, H. S.1, dos Reis, J. S.1, Eustorgio Filho, M. A.1, Alves, J. V.1, Miranda, D. F. B. N.1, Andrade, R. F. S3, Barreto, M. L.3
1 CIDACS-IGM/Fiocruz Bahia
2 European Space Agency (ESA)
3 CIDACS-IGM/Fiocruz Bahia; UFBA
Apresentação/Introdução
Climate change is exacerbating health inequities, with impacts on socially vulnerable populations. Structural socioeconomic inequalities intersect with high climate vulnerability, leading to a dual burden: greater exposure to environmental and climate hazards and fewer resources for adaptation, demanding, in front of this syndemic of climate hazards and structural inequities, new research tool.
Objetivos
To address critical gaps in climate change health research, we developed the CIDACS-Clima Plataform, an innovative open-access platform integrating standardized climate, environmental, and health data for Brazil (2000–present).
Metodologia
Databases are from diverse open-access sources as climate reanalysis, Earth Observation satellite-derived data products, and weather and air quality station observations. This large data portfolio will support the monitoring of extreme weather events (e.g., droughts, floods, heatwaves) and other environmental exposures (e.g., air quality, wildfires, green spaces, land cover changes), ensuring consistent data quality and spatio-temporal resolution across continental Brazil.
Resultados
The platform is designed to support research on the effects and impacts of extreme weather events, such as floods, drought, extreme temperature, pollution, landslides, due to climate change on public health, with a particular focus on socially vulnerable groups registered in the 100 Million Brazilian Cohort from Cidacs. It facilitates analyses of long-term and indirect effects of climate change on health outcomes and evaluates the role of social protection policies in mitigating these impacts.
Conclusões/Considerações
By providing a platform of high-quality and standardized information, the CIDACS-Clima platform aims to advance interdisciplinary research, inform public health interventions, and promote equitable climate adaptation strategies in the context of climate change.
EFEITOS INDIRETOS DA DENSIDADE DE VEGETAÇÃO VERDE EM TORNO À RESIDÊNCIA NO ÓBITO FETAL ANTEPARTO: RESULTADOS PRELIMINARES
Comunicação Oral Curta
Elias, D. E.1, Marques, L. J. P.1, Buralli, R. J.2, Schultz, R.3, Figueiredo, G. M.4, Francisco, R. P. V.5, Novaes, H. M. D.6, Almeida, M. F.1, Gouveia, N.6, Alencar, G. P.1
1 Departamento de Epidemiologia, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
2 Departamento de Política, Gestão e Saúde, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
3 Laboratório de Anatomia Patológica, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
4 Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
5 Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
6 Departamento de Medicina Preventiva, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
Apresentação/Introdução
A mortalidade fetal é um importante indicador de saúde materno-infantil. Em 2023, a taxa de mortalidade fetal foi de 8,0 por 1.000 nascimentos no município de São Paulo. Múltiplos fatores estão associados ao óbito fetal, tais como fatores sociais, biológicos, comorbidades e cuidado pré-natal. Porém, as vias entre esses fatores que levam ao óbito fetal ainda não são totalmente conhecidas.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi identificar efeitos indiretos da densidade de vegetação verde em torno da residência da gestante sobre o óbito fetal anteparto.
Metodologia
Este estudo é parte do projeto FetRisks - caso-controle de base populacional, de óbitos fetais e nascidos vivos, em 14 hospitais públicos do município de São Paulo (12/2019 a 12/2023). Estimamos a densidade de vegetação verde com o valor mediano do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (IVDN), obtido de imagens de satélites do período do estudo, considerando uma zona de influência de 150m em torno das residências. Usamos regressões logísticas penalizadas para selecionar as características maternas, fetais e do entorno das residências. Com base nesses dados construímos uma rede bayesiana e realizamos análise de mediação contrafactual usando regressões probit.
Resultados
Foram analisados 248 óbitos fetais anteparto e 300 nascidos vivos. Os percentis 25, 50 e 75 da distribuição do IVDN mediano em torno das residências foram 0,07, 0,08 e 0,10, respectivamente. As mulheres que moravam em residências com o IVDN mediano maior que 0,10 tiveram menor risco de óbito fetal anteparto (OR ajustado 0,49, IC 95%: 0,32, 0,73), em comparação com as que moravam em regiões com um menor IVDN. A restrição do crescimento fetal e os sinais inflamatórios da placenta mediaram 36,1% (efeito indireto ajustado [EIA] -0,0603; IC95%: -0,0918, -0,0288) e 13,5% (EIA -0,0225; IC95%: -0,0406, -0,0044) do efeito do IVDN mediano maior a 0,10 no óbito fetal anteparto, respectivamente.
Conclusões/Considerações
A maior densidade de vegetação verde apresentou uma associação protetora com o óbito fetal anteparto. As vias pelas quais a densidade de vegetação verde esteve associada com um menor risco de óbito fetal se relacionaram à restrição de crescimento fetal e a sinais inflamatórios da placenta. Políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável dos ambientes urbanos que aumentem as áreas verdes poderiam reduzir o risco de óbito fetal.
IMPACTO DO PROGRAMA 1 MILHÃO DE CISTERNAS NA MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL: UM ESTUDO COM A COORTE DE 100 MILHÕES DO CIDACS
Comunicação Oral Curta
Sousa-Filho, JF1, Santos, GF2, Ferreira, A1, Rebouças, P1, Silveira, I2, Paixão, ES3, Falcão, I1, Ribeiro, R1, Pescarini, J3, Barreto, ML1
1 CIDACS
2 UFBA
3 LSHTM
Apresentação/Introdução
Embora o acesso à água seja um direito humano, 2,2 bilhões ainda vivem sem água potável. No semiárido brasileiro, onde secas e desigualdades persistem, mulheres e crianças buscam água de fontes inseguras. O Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC), criado em 2003, instala cisternas e pode reduzir mortes infantis, mas seu impacto geral na mortalidade em menores de 5 anos ainda não havia sido avaliado.
Objetivos
Investigar o impacto do P1MC na mortalidade geral em menores de 5 anos.
Metodologia
Foram vinculados dados administrativos sobre status socioeconômico, nascimentos vivos, mortalidade e recebimento do P1MC na Coorte dos 100 Milhões de Brasileiros (2003–2018). Foram incluídas crianças menores de cinco anos residentes na região semiárida. Foram comparadas crianças em domicílios que receberam cisterna entre 0 e 5 anos e crianças cujos domicílios só receberam cisterna após 5 anos. Foram utilizados modelos de regressão de Cox e regressão logística para estimar o Peso Inverso da Probabilidade de Tratamento, avaliando o impacto do programa na mortalidade infantil geral.
Resultados
Foram analisadas 354.543 crianças nascidas em domicílios que receberam o P1MC em algum momento entre 2003 e 2018, com 793 mortes (0,22%) antes dos cinco anos. Crianças que tiveram acesso às cisternas entre o nascimento e 5 anos de idade apresentaram risco 44% menor de mortalidade geral em comparação com aquelas em domicílios que só receberam cisternas após os 5 anos (HR=0,56, IC95%=0,34–0,94).
Conclusões/Considerações
Receber o P1MC, que aumenta o acesso à água segura, foi associado à redução da mortalidade em menores de cinco anos na região semiárida do Brasil.
OBSERVATÓRIO DA DENGUE: INTEGRAÇÃO ENTRE CLIMA, TERRITÓRIO E VIGILÂNCIA COMUNITÁRIA EM SAÚDE NA AP 2.2 DO RIO DE JANEIRO
Comunicação Oral Curta
OLIVEIRA, R.RF.1, OSCAR-JUNIOR, A.C.2, CARVALHO, S.L.2, QUEIROZ, R.O.2, XAVIER, J.P.2, GONÇALVES, M.E.L.3, BARRETO, P.S.4, LOPES, G.R.4, SOARES FILHO, M.B.4
1 FIOCRUZ/UERJ
2 UERJ
3 UFRJ
4 UVA-TIJUCA
Apresentação/Introdução
O Observatório da Dengue integra o mapeamento de zonas climáticas locais, o monitoramento climático com estações e a instalação de ovitrampas em territórios da Área Programática de Saúde 2.2 do Rio de Janeiro. A ação promove vigilância em saúde comunitária frente às questões climáticas e arboviroses como a dengue.
Objetivos
Objetivo principal é apresentar a experiência do Observatório da Dengue como prática de vigilância em saúde comunitária frente aos desafios impostos pela proliferação da dengue, integrando as perspectivas geográficas, climáticas e de epidemiologia.
Metodologia
A metodologia combina mapeamento climático (Local Climate Zones (LCZ)), monitoramento meteorológico e vigilância entomológica com ovitrampas. As LCZs foram delimitadas com base Stewart e Oke (2012), utilizando o software R e ArcGIS, com recorte na área de estudo. Foram instaladas estações meteorológicas, com registro dos elementos do tempo atmosférico. Cerca de 30 ovitrampas foram distribuídas entre escolas públicas, vilas, condomínios e residências, com coletas semanais. A proposta fortalece a vigilância em saúde ambiental, territorializada, sensível às variações do clima urbano e articulada à participação comunitária nos territórios monitorados.
Resultados
A proposta do projeto é implementar um monitoramento contínuo, com duração mínima de 12 meses, da infestação do Aedes aegypti na área de estudo, gerando dados com precisão e escala inéditas que servirão de suporte para a tomada de decisão e para a definição de ações estratégicas. O objetivo é desenvolver um sistema de risco e alerta refinado para o Rio de Janeiro, fundamentado em um modelo preditivo construído com o auxílio da Inteligência Artificial. Esse modelo permitirá o monitoramento em tempo real e a antecipação do risco da doença, levando em conta as especificidades das tipologias urbanas do município.
Conclusões/Considerações
O Observatório da Dengue além do monitoramento do Aedes aegypti, promove uma rede colaborativa intersetorial em que envolve comunidade, setor de saúde e escolas municipais. Ao integrar vigilância em saúde e participação social local, fortalece a conscientização, populariza a ciência e apoia políticas públicas baseadas em evidências para prevenção, promoção em saúde no controle da dengue na área urbana.
OBSERVATÓRIO DE DESASTRES DA MINERAÇÃO – REDUÇÃO DE RISCOS E DIREITOS HUMANOS
Comunicação Oral Curta
Silva, Mariano Andrade1, Melo, Bernardo Dolabella1, Menezes, Fernanda Carvalho1, Machado, Ana Regina1, Martins, Alberto Mesaque1, Luz, Zélia Maria Profeta da1
1 Fiocruz_MG
Período de Realização
O Observatório Desastres da Mineração iniciou suas atividades em 2021.
Objeto da experiência
Produção de conhecimento e articulação para enfrentar os impactos dos desastres da mineração na saúde das populações afetadas e em risco.
Objetivos
O Observatório visa analisar e sistematizar dados em saúde relacionados aos desastres da mineração, promover redes, fomentar políticas públicas e ações baseadas na ciência e no princípio da precaução, visando à redução de riscos, resposta, recuperação e defesa dos direitos das populações atingidas.
Descrição da experiência
O Observatório atua na elaboração de notas técnicas, produção de materiais informativos e relatórios, promovendo a discussão sobre o tema. Atua em cooperação com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público MG e contribui com a divulgação e discussão dos resultados do Programa de Ações Integradas em Saúde de Brumadinho da FIOCRUZ e UFRJ. Para 2025, está prevista uma agenda com lives para discutir desastres e aprofundar o tema e propostas.
Resultados
O observatório vem atuando na sistematização de notas técnicas e propostas de organização de serviços de saúde em municípios com barragens; promove debates através da realização de eventos e lives de discussão sobre os temas relacionados aos desastres, especialmente a partir dos resultados do Programa de Ações Integradas em Saúde de Brumadinho, promove articulação de redes de cooperação e ações de advocacy, guiado pela ciência e pela justiça social.
Aprendizado e análise crítica
A experiência vem demonstrando a importância de uma abordagem sistêmica e intersetorial, com vigilância contínua e políticas integradas buscando monitorar os processos de saúde física e mental, integrar políticas públicas, atenção às populações vulneráveis e fortalecimento da rede de saúde e da gestão de risco. A incorporação do risco sistêmico no planejamento de saúde deve garantir apoio imediato e de longo prazo.
Conclusões e/ou Recomendações
O Observatório atua na divulgação de informações científicas que subsidiem a construção de ações em saúde para o fortalecimento do SUS e articulação entre instituições de pesquisa, poder público, movimentos sociais e população que atuam e vivem em territórios com atividade de mineração. Por meio de discussões com diferentes atores e instituições permite uma compreensão ampliada da complexidade que perpassa a vigilância e atenção em saúde nesses territórios
PLANO MULTIRRISCOS – SAÚDE SALVADOR: GESTÃO DE RISCOS EM SAÚDE FRENTE A EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS
Comunicação Oral Curta
Santos, I.P.1, Pereira, A.P.M.2, Gallo, L.G.3, Muhana M.A.2, Mêrces M.L.S.2, Frutuoso R.L.3, Cardoso, C.W.2
1 SESAB
2 SMS
3 OPAS
Período de Realização
Julho de 2024 a fevereiro de 2025
Objeto da produção
Plano multirriscos para resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) municipal a desastres climáticos em Salvador
Objetivos
Fortalecer a capacidade do SUS municipal para prevenção, preparação, manejo e recuperação frente a eventos climáticos extremos (altas temperaturas e elevadas precipitações), com foco na redução da morbimortalidade e aumento da resiliência do sistema de saúde.
Descrição da produção
Aplicou-se metodologia STAR para análise de cenários de riscos. Áreas de risco para aumento de pluviosidade e de calor foram mapeadas por territórios. Um Grupo Condutor do Centro de Informações em Vigilância em Saúde de Salvador (CIEVS) em articulação com os profissionais da OPAS/OMS, Defesa Civil de Salvador (CODESAL) e profissionais de saúde realizou 5 processos de construção, sendo duas pré oficinas, momento de dispersão e oficina geral para construção do plano multirriscos – Saúde Salvador.
Resultados
Indicadores: Calor – Nível I: até 41 °C ou sensação térmica entre 36° e 41º e/ou aumento de atendimento em unidades de saúde; Nível II: > 41 °C e/ou aumento da demanda com óbito. Chuvas – Nível I: 150 mm/72h, até 2 áreas de risco e 20 pessoas no aluguel social e/ou decreto de emergência; Nível II: chuvas contínuas, >2 áreas de risco e >20 pessoas no aluguel social ou interrupção de serviços de saúde. Foram elaborados fluxogramas de comunicação, de notificação e de busca ativa de doenças.
Análise crítica e impactos da produção
A experiência revela o potencial do CIEVS Salvador na liderança técnica e articuladora de respostas em saúde pública diante de ameaças climáticas. O plano representa avanço na institucionalização da gestão de riscos no SUS municipal, integrando vigilância, atenção, comunicação e governança local. Desafios permanecem, como a garantia de financiamento contínuo, a manutenção da mobilização intersetorial e a revisão periódica do plano.
Considerações finais
A gestão de riscos e desastres é uma tarefa complexa. A existência de um plano multirriscos facilita o planejamento e execução de ações intra e intersetoriais. A elaboração do Plano Multirriscos – Saúde Salvador é uma importante ferramenta para fortalecer a resposta do SUS frente às mudanças climáticas com base na participação intersetorial e territorial, representando um passo importante na construção de um município mais resiliente.