Programa - Comunicação Oral Curta - COC7.2 - Comunicação científica e disseminação do conhecimento em saúde
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
A FORMAÇÃO DO SANITARISTA E AS DISPUTAS DE SENTIDO DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Comunicação Oral Curta
1 Instituto de Saúde Coletiva - UFBA
Apresentação/Introdução
O ensino da comunicação nos cursos de graduação em Saúde Coletiva constitui uma dimensão pouco explorada, embora essencial para compreender os projetos formativos em disputa. Este estudo parte da hipótese de que os sentidos atribuídos à comunicação nesses cursos revelam tensionamentos entre enfoques técnico-operacionais e propostas críticas de formação para o SUS.
Objetivos
Analisar o ensino da comunicação em saúde nos CGSC, com foco nas concepções expressas nos currículos e suas implicações para a formação do sanitarista enquanto agente no campo comunicacional do SUS.
Metodologia
A pesquisa de caráter qualitativo, sustenta-se em um referencial crítico da comunicação e saúde. Com base em Gramsci, o estudo investiga os sentidos formativos atribuídos à comunicação nos CGSC. O percurso teórico é articulado à análise de documentos institucionais e à reflexão sobre o lugar da comunicação na formação do sanitarista. A metodologia privilegia a análise conceitual e a problematização das abordagens predominantes, buscando evidenciar como a comunicação é concebida nos projetos pedagógicos e que tipo de racionalidade formativa ela opera: se alinhada à reprodução de modelos informacionais, ou se capaz de fomentar práticas comunicacionais críticas no SUS.
Resultados
A investigação, ainda em andamento, revela indícios de que a comunicação tende a ocupar um lugar secundário nos currículos, frequentemente associada a competências técnicas ou à ideia de habilidade. Essa redução conceitual esvazia seu potencial político e formativo, reforçando práticas comunicacionais adaptativas no cotidiano do SUS. Em contrapartida, identificam-se também iniciativas pontuais com enfoque crítico, que apontam para a comunicação como dimensão constitutiva da ação em saúde. A análise dessas tensões permite compreender como os currículos operam como arenas de disputa entre distintos projetos de formação e de sociedade.
Conclusões/Considerações
O estudo busca contribuir com o aprofundamento teórico sobre a interface entre comunicação e formação em saúde, compreendendo os currículos como espaços onde se travam disputas por sentidos. Ao tensionar o lugar da comunicação nos CGSC, propõe-se refletir sobre sua centralidade para a consolidação de práticas formativas que não se limitem à adaptação institucional, mas que ampliem as possibilidades críticas no campo da saúde coletiva.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PRIMEIRA INFÂNCIA: TEATRO E LUDICIDADE NO ENFRENTAMENTO DA DENGUE E PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Comunicação Oral Curta
1 PUC Minas Betim
Período de Realização
FEVEREIRO A JUNHO DE 2025
Objeto da experiência
Ações de comunicação e educação em saúde nas práticas do Estágio Obrigatório em Fisioterapia na Saúde Coletiva.
Objetivos
Promover educação em saúde para crianças de 2 a 5 anos por meio de ações lúdicas, articuladas ao Programa Saúde na Escola, abordando os temas da Dengue e Alimentação Saudável, em consonância com os indicadores de saúde locais e o projeto pedagógico da Escola parceira.
Descrição da experiência
Seis alunos do 10º período do curso de Fisioterapia da PUC Minas Betim, acompanhados do professor supervisor, reuniram com a direção pedagógica de um Centro Educacional Infantil para definir e planejar duas intervenções. O tema Dengue e Alimentação Saudável foram definidos considerando o previsto no projeto pedagógico da Escola e os indicadores de saúde municipal. Duas peças teatrais com personagens infantis foram apresentadas a aproximadamente 142 crianças de forma criativa e participativa.
Resultados
A dramatização por meio de personagens infantis e super-heróis facilitou a interação e engajamento das crianças, percebidas por meio das expressões de espanto, alegria, gritos e comentários durante as cenas. Cantineiras e professores da Escola relataram melhora na aceitação das refeições escolares e mudanças positivas nas atitudes das crianças diante de situações cotidianas relacionadas aos temas abordados. Os estagiários aprimoraram competências de comunicação, liderança e trabalho em equipe.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial do teatro como ferramenta de educação em saúde na infância, favorecendo a internalização de conteúdos relativos ao cuidado com a saúde individual e coletiva e com o meio ambiente por meio da ludicidade. Ações intersetoriais de saúde e educação, quando planejadas em conjunto pelos setores envolvidos e pensadas de forma articulada ao projeto pedagógico da Escola e consoante às necessidades de saúde locais contribuem para a integralidade do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação demonstrou ser eficaz na promoção da saúde infantil, reforçando a relevância de estratégias lúdicas e intersetoriais. Recomenda-se a continuidade e ampliação dessas práticas com maior envolvimento da equipe multiprofissional de saúde e dos pais e responsáveis pelas crianças visando potencializar os impactos educativos e sociais das intervenções.
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS: UMA ESTRATÉGIA DE POPULARIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Comunicação Oral Curta
1 UFSB
2 UFES
3 UNEX
Período de Realização
21 de Agosto de 2023 a 21 de Dezembro de 2024
Objeto da experiência
Projeto de extensão sobre divulgação científica em saúde baseada em evidências na pós-pandemia, utilizando o Instagram como ferramenta de comunicação.
Objetivos
Popularizar o conhecimento científico sobre temas sensíveis à saúde baseada em evidências, contendo temas atuais, relevantes e com linguagem acessível, promovendo acesso a informações de qualidade, o engajamento crítico da comunidade e o fortalecimento da comunicação científica nas mídias sociais.
Descrição da experiência
O projeto de extensão foi estruturado em diferentes etapas: elaboração do plano de ação e cronograma; levantamento de evidências científicas em bases de dados como BVS, LILACS, MEDLINE, SciELO, OMS e Ministério da Saúde; produção de conteúdos técnicos e visuais em linguagem acessível; planejamento e divulgação de postagens semanais no Instagram; e criação de canais de interação com os usuários. Os conteúdos foram organizados por categorias temáticas e validados por uma equipe interna.
Resultados
O perfil apresentou crescimento gradual, atingindo 2.758 seguidores, com alto engajamento e média de 13 mil visualizações em publicações e stories nos últimos 90 dias, alcançando cerca de 2.800 contas na rede social. Os temas mais acessados foram medicações, procedimentos do SUS e vacinações. Os dados indicam boa aceitação, interesse do público, consolidação de identidade visual confiável e inserção dos estudantes em atividades de extensão e comunicação científica.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a relevância da linguagem acessível e da presença digital como instrumentos para a democratização do conhecimento científico. A curadoria de conteúdos, com rigorosa validação científica, foi essencial no enfrentamento à desinformação e na promoção do letramento científico. Contudo, desafios como as fake news, a atualização constante e o engajamento sustentado exigem planejamento contínuo, supervisão e dados fidedignos.
Conclusões e/ou Recomendações
A iniciativa evidenciou o potencial das mídias sociais como ferramentas eficazes de comunicação científica, sobretudo quando integradas à pesquisa e ao planejamento estratégico. Recomenda-se a replicação da metodologia com estímulo à formação de redes colaborativas. A continuidade e expansão dessas ações fortalecem o controle social, a educação em saúde baseada em evidências e a construção de uma cultura científica acessível.
ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA LITERACIA DE POPULAÇÕES EM VULNERABILIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Comunicação Oral Curta
1 UFPB
2 PCR
Apresentação/Introdução
Literacia em Saúde (LS) envolve habilidades para acessar, compreender, avaliar e interpretar informações sobre saúde, visando a promoção da saúde e a redução de iniquidades e desigualdades sociais. A educação em saúde é um meio de incentivar a participação social, promovendo posicionamentos conscientes que contribuem para o desenvolvimento da literacia e para a melhoria do cuidado à saúde.
Objetivos
Mapear publicações a respeito das estratégias de educação em saúde utilizadas na Atenção Primária à Saúde para o desenvolvimento da Literacia em Saúde de populações vulnerabilizadas.
Metodologia
Revisão de escopo, sob a metodologia Joanna Briggs Institute e alinhada ao PRISMA-ScR. O protocolo foi submetido à Plataforma Open Science Framework. A questão de pesquisa, baseada na estratégia Population, Concept e Context, foi: "Quais estratégias de educação em saúde têm sido utilizadas na Atenção Primária para desenvolvimento da LS em populações vulnerabilizadas?". Considerou-se estudos originais, sem delimitação temporal até agosto de 2024. A busca em 10 bases de dados resultou em 215 publicações, das quais 158 permaneceram após exclusão de duplicatas. Após triagem e avaliação, 13 estudos foram incluídos na revisão, com dados apresentados de forma narrativa.
Resultados
Identificou-se o uso de práticas pedagógicas nos modelos tradicional e dialógico, publicadas entre 2012 e 2024, com foco na vulnerabilidade biológica (n=6) e em intervenções voltadas ao desenvolvimento da LS no âmbito individual e do autocuidado. Destacaram-se estudos realizados no Brasil (n=6). As estratégias educacionais contribuíram para a LS por meio de palestras, rodas de conversa, vídeos, mensagens, aplicativos, tutoriais, dramatizações, simulações e pictogramas. Todas as intervenções conduzidas pelos trabalhadores incluíram avaliação da LS, majoritariamente com instrumentos validados, em contraste com métodos qualitativos de elaboração própria.
Conclusões/Considerações
A fundamentação das estratégias de educação em saúde no modelo dialógico, com análise crítica do contexto individual e coletivo, a interação com pares e o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação ampliam a visão para uma LS emancipatória, promovendo práticas educativas mais efetivas, que valorizam a história e saberes dos indivíduos. A revisão aponta lacunas sobre vulnerabilidade ampliada e intervenções nos níveis comunitário e sistêmico.
ESTRATÉGIAS PARA COMBATER A DESINFORMAÇÃO CIENTÍFICA EM SAÚDE POR MEIO DE UM PERIÓDICO CIENTÍFICO
Comunicação Oral Curta
1 FSP-USP
Apresentação/Introdução
A ciência enfrenta o desafio crescente da desinformação científica. Para combatê-la, a Revista de Saúde Pública (RSP) tem adotado estratégias que fortalecem a comunicação responsável e ampliam o acesso a evidências de qualidade.
Objetivos
Aprimorar comunicação pública da RSP por meio de conteúdos bem elaborados que atingissem os interessados em ciência. Foi realizado um esforço contínuo em plataformas digitais, preservando a precisão científica e assegurando conteúdos interessantes.
Metodologia
A Revista de Saúde Pública apresenta um potencial para combater a desinformação devido à sua relevância científica na saúde coletiva. Respeitando a metodologia científica, a comunicação pública foi reforçada a partir de conteúdos que atinjam o maior número de interessados em ciência. Foi desenvolvido um trabalho contínuo nas diferentes mídias digitais, com o desafio de garantir que a divulgação não perca o rigor científico.
Resultados
As propostas selecionadas para o desenvolvimento do jornalismo científico na Revista de Saúde Pública foram: conversas sobre ciência com divulgadores científicos no podcast “Para além do artigo: o podcast da Revista de Saúde Pública”; divulgação de conteúdo científico e artigos publicados na RSP nas redes sociais; press releases de artigos selecionados para a imprensa; participação em congressos, palestras e eventos para mostrar os resultados da pesquisa; acompanhamento e análise das diferentes estratégias de divulgação científica realizadas pela pesquisadora, por meio de uma análise descritiva dos seus resultados.
Conclusões/Considerações
A presente pesquisa desenvolve estratégias para mitigar a desinformação científica em saúde, utilizando como ponto de partida o conhecimento gerado pela Revista de Saúde Pública. A Revista apresenta potencial para mitigar a desinformação devido a sua relevância científica. Fazer divulgação científica na nova era digital é inovador por transpor o formato tradicional de comunicar.
LITERACIA DIGITAL EM SAÚDE: ESTADO DA ARTE
Comunicação Oral Curta
1 Universidade de Brasília (UnB)
Apresentação/Introdução
Literacia digital é um termo científico que foi popularizado por Gilster (1997) para denominar as aptidões e habilidades técnicas para se viver numa sociedade digital. Alguns autores classificam a literacia digital como a capacidade de ler e interpretar de forma reflexiva as produções publicadas online.
Objetivos
O presente estudo tem como objetivo realizar um estudo da arte acerca das produções que englobam o tema literacia digital em saúde e como elas podem ajudar a construir conhecimento dentro das comunidades online.
Metodologia
A metodologia utilizada é o estuda arte. A pesquisa teve como base a pergunta norteadora: O que está sendo produzido no Brasil e no mundo acerca da literacia digital em saúde nos anos de 2011 a 2022? Os operadores booleanos utilizados foram: literacia AND digital AND saúde nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo, e teve como critério de inclusão as produções em português publicadas entre os anos de 2011 e 2022, os métodos de pesquisa e o tema central da pesquisa.
Resultados
Foram encontrados um total de 144 artigos publicados entre os anos de 2011 e 2022, destes, apenas 54 artigos atendiam aos critérios estabelecidos na pesquisa, que eram: texto completo disponível, produções escritas em português e somente artigos. Posteriormente, com a leitura dos resumos e das palavras-chave, foram selecionados apenas os artigos que incluíam a saúde como tópico de discussão, restando 32 artigos elegíveis para a pesquisa.
Conclusões/Considerações
É possível concluir que as pesquisas sobre literacia digital em saúde ainda são muito escassas, principalmente no Brasil, pois, dos 54 artigos selecionados, apenas 25 foram produzidos por pesquisadores brasileiros, é necessário aprofundar os estudos em relação ao tema visto que a produção de conhecimento em espaços digitais vem crescendo cada vez mais.
LITERACIA EM SAÚDE NO BRASIL: UM DESAFIO E UMA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DO SUS
Comunicação Oral Curta
1 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
2 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS.
3 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde.
4 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde.
Apresentação/Introdução
A literacia em saúde é concebida como a capacidade de acessar, compreender, avaliar e aplicar informações para tomar decisões relacionadas à saúde. Níveis insuficientes de literacia impactam negativamente o autocuidado e estão associados a menor adesão a tratamentos, uso inadequado dos serviços de saúde e maior exposição à desinformação, ocasionando um grande desafio para a saúde pública.
Objetivos
Avaliar o nível de literacia em saúde da população brasileira, sua associação com a escolaridade e acesso às redes sociais.
Metodologia
Foi realizado um transversal com adultos brasileiros. A amostra foi recrutada por convivência, com abordagem presencial em municípios do Rio Grande do Sul, e por voluntariado, em formato on-line, durante o mês de maio de 2025. Os dados foram coletados mediante um instrumento estruturado com questões sociodemográficas, conhecimentos de saúde e aplicação da versão reduzida, traduzida e validada para o português brasileiro do questionário European Health Literacy Survey Questionnaire short-short form (HLS-EU-Q6). A análise dos dados incluiu estatísticas descritivas e o teste Qui-Quadrado para avaliar as associações entre as variáveis, considerando um nível de significância de 5%.
Resultados
Participaram do estudo 312 participantes de diferentes estados brasileiros com mediana de idade de 37 anos (IQ 24–53). A maioria era do sexo feminino (71,4%), autodeclarada branca (85,8%) e com ensino médio completo (44,5%). A literacia foi classificada como problemática para 74% dos participantes. Observou-se associação significativa entre literacia e escolaridade (p<0,001) e entre o uso de mídias, como televisão (p=0,016) e ChatGPT (p=0,012). Entre os indivíduos com ensino fundamental incompleto, 43% apresentaram literacia inadequada e 57% problemática, sem registros de literacia suficiente nesse grupo.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam que a maioria da população estudada apresenta níveis insuficientes de literacia em saúde, especialmente entre indivíduos com menor escolaridade. Esse cenário reitera a necessidade de investir em estratégias de comunicação, educação e acesso à informação em saúde, considerando as diferentes realidades socioculturais e os múltiplos meios de divulgação.
PROMOÇÃO DA LITERACIA EM SAÚDE E DA EQUIDADE NA ADOLESCÊNCIA: A LUDICIDADE COMO ESTRATÉGIA EDUCATIVA SOBRE IST‘S, PLANEJAMENTO REPRODUTIVO E PROJETO DE VIDA
Comunicação Oral Curta
1 UFPB
2 UFPE
3 PCR
4 UNINASSAU
Período de Realização
O planejamento e execução da ação foram realizados durante os meses de abril e maio de 2025.
Objeto da experiência
A ludicidade como ferramenta de conhecimento sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Planejamento Reprodutivo e Projeto de Vida.
Objetivos
Propagar de forma lúdica, informações sobre ISTs, vacinação contra HPV, métodos contraceptivos e refletir a respeito do cuidado relacionado ao campo da saúde sexual como parte do projeto de vida de adolescentes de uma Escola Estadual de Referência em Ensino Médio do Recife-PE.
Metodologia
Norteada pela estratégia de resgate de vacinação contra HPV nas escolas em parceria com o Projeto Comunidades que Cuidam, a ação foi planejada em reuniões semanais na Unidade de Saúde, juntamente com a direção da escola para alinhamento e implementação. Tendo como temas: atualização vacinal, Planejamento Reprodutivo, ISTs e Projeto de Vida, foi confeccionado como material lúdico, um tabuleiro humano, imagens expositivas dos métodos contraceptivos e um quiz de 20 perguntas envolvendo a temática.
Resultados
Participaram da atividade 202 adolescentes, divididos em 8 grupos orientados por monitores. Durante o jogo de tabuleiro humano, expuseram dúvidas e conhecimentos, enquanto trabalhadores da saúde compartilharam orientações. A participação ativa tornou o aprendizado divertido. No dia seguinte, com maior consciência sobre prevenção de ISTs, realizou-se uma ação de vacinação contra HPV na escola, com 76 cadernetas de vacinação avaliadas.
Análise Crítica
A atividade impactou e promoveu reflexão crítica sobre métodos seguros contra ISTs, contracepção e suas implicações na vida. Os adolescentes expuseram dúvidas e saberes, garantindo equidade no acesso à informação. O aprendizado foi mais atrativo, provocando curiosidade, engajamento e participação ativa. Temas complexos foram abordados, favorecendo um aprendizado significativo e o desenvolvimento da literacia em saúde como habilidade de compreender e avaliar informações.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação em saúde nas escolas é uma estratégia eficaz no fomento de hábitos promotores da saúde, quando pautada por uma perspectiva emancipatória, crítica e dialógica. Por meio da ludicidade, os adolescentes podem refletir, transformar-se e expandir o conhecimento em seu convívio. Recomenda-se ampliar parcerias para instigar o desenvolvimento da Literacia Crítica em Saúde, auxiliar nas escolhas e preparar para os desafios da vida.
REFORMULAÇÃO DA REVISTA BAIANA DE SAÚDE PÚBLICA PARA O FORTALECIMENTO DA DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO EM SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Comunicação Oral Curta
1 SESAB
2 UFBA
Período de Realização
Iniciou em setembro de 2024 e segue em processo.
Objeto da produção
O objeto se refere ao processo de reformulação da Revista Baiana de Saúde Pública (RBSP), da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB).
Objetivos
A iniciativa teve como objetivo fortalecer a revista enquanto ferramenta estratégica de comunicação científica no campo da saúde pública no Brasil, mantendo sua política de acesso aberto e contínua sem cobrança de taxas para autores, pesquisadores e comunidades.
Descrição da produção
Entre as principais ações, destacam-se a reformulação do site da RBSP, com um novo design gráfico, interface intuitiva e a adoção de uma linguagem acessível; a reestruturação do fluxo editorial para o formato de publicação contínua; o lançamento das redes sociais para ampliar o diálogo com autores, leitores e comunidades; e a integração de novos avaliadores com foco em temáticas emergentes como equidade, gênero, raça e sexualidade.
Resultados
A reformulação do site e a reestruturação do fluxo editorial para o formato de publicação contínua resultaram na melhoria da experiência do usuário e ampliaram a disseminação e a divulgação do acesso ao conteúdo científico. O lançamento das redes sociais expandiu e fortaleceu o diálogo com autores, leitores e comunidades, contribuindo para a integração de novos avaliadores. Estes, por sua vez, fortaleceram a qualidade das publicações sobre os temas de equidade, gênero, raça e sexualidade.
Análise crítica e impactos da produção
O layout do site antigo dificultava o acesso de autores, de leitores e de comunidades aos conteúdos científicos publicados na plataforma. A reformulação do site da RBSP, bem como a criação das suas redes sociais, a reestruturação do fluxo editorial para o formato de publicação contínua e a inclusão de novos avaliadores, foram pensadas como uma estratégia de disseminação e divulgação do conhecimento científico na área da Saúde Pública no Brasil.
Considerações finais
A reformulação da RBSP tem demonstrado ser uma ferramenta potente na consolidação da Revista como um instrumento de disseminação e divulgação do conhecimento em Saúde Pública no Brasil, ao passo que ampliou o número de acessos aos artigos científicos publicados no site.
FILOSOFIA E SAÚDE: UMA REFLEXÃO SOBRE AS CAMPANHAS DE VACINA DA POLIOMIELITE
Comunicação Oral Curta
1 UERJ
2 UAS
Apresentação/Introdução
Esta pesquisa aborda questionamentos sobre as primeiras campanhas de vacinação contra a poliomielite no Brasil, e também um olhar filosófico das questões de vacinação no território nacional, no qual apresenta impactos à saúde pública. A mídia é uma ferramenta de disseminação de informações utilizada para proporcionar acesso às informações de saúde para a população.
Objetivos
Refletir sobre as campanhas de vacinação da poliomielite, sob o olhar da filosofia utilizando discursos jornalísticos da época das primeiras campanhas de vacinação de poliomielite que ocorreram no período de 1961-1971.
Metodologia
Utilizou-se como referência principal documentos do Ministério da Saúde que trazem dados importantes sobre a doença, articulando-se às teorias filosóficas que nortearam o fluxo de informações e até a afinidade entre os agentes envolvidos. Com a disseminação de alguns conceitos abordados na filosofia, aspectos foram relacionados criticamente tendo como base as campanhas de vacinação.
Resultados
Teorias como o utilitarismo e a filosofia kantiana justificam a vacinação, argumentando que recusar a vacina é prejudicial e moralmente incoerente. Princípios de justiça e equidade guiam a distribuição das vacinas, garantindo acesso igualitário. Profissionais de saúde devem ser responsáveis, promovendo a saúde pública com base na ciência. A vacinação contra a poliomielite é analisada filosoficamente: Platão apoiaria a vacinação obrigatória, considerando irracional a recusa, enquanto Aristóteles reconheceria variáveis políticas, mas também defenderia a vacinação para o bem comum. Foucault destacaria a responsabilidade dos meios de comunicação em transmitir informações científicas confiáveis.
Conclusões/Considerações
A produção abordou filósofos cujos conceitos, como ética, moral, biopolítica e biopoder, são amplamente aplicados na saúde. Esses conceitos foram associados às campanhas de vacinação contra a poliomielite e aos debates filosóficos sobre o tema, buscando compreender sentidos para o campo da Enfermagem e Saúde Coletiva.
A CONFIANÇA EM MARGARETH DALCOLMO NA PANDEMIA DE COVID-19: CIÊNCIA, JORNALISMO E POLÍTICA EM TEMPOS DE MIDIATIZAÇÃO E DESINFORMAÇÃO – PARA ENFRENTAR DESAFIOS PRÓXIMOS
Comunicação Oral Curta
1 Fiocruz
2 Fiocruz/CNPq/Faperj
3 UERJ/Fiocruz
Apresentação/Introdução
O trabalho reflete sobre a construção da confiança na ciência em sociedades midiatizadas, em pesquisa realizada durante a pandemia de covid-19 no Brasil. As incertezas de uma “ciência feita a céu aberto”, a intensificação da extrema direita e a crise das instituições da democracia representativa desafiam a garantia e o avanço dos direitos inscritos nos princípios do SUS e na Constituição de 1988.
Objetivos
Analisar a inflexão biográfica de Margareth Dalcolmo, médica e pesquisadora da Fiocruz, à figura de grande projeção midiática, no adverso contexto pandêmico, dada a proliferação social de discursos anticiência, presentes também no governo federal.
Metodologia
A pesquisa articulou a perspectiva dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (LATOUR, 2000), da midiatização (HEPP et al., 2004), da produção social dos sentidos (PINTO, 2002) e dos métodos digitais (ROGERS, 2016) para acompanhar a presença de Dalcolmo no espaço público midiático. O percurso foi feito em duas etapas: a) utilização de métricas do Google Trends, YouTube e principais veículos de (tele)jornalismo do país para a caracterização mais geral e b) análise qualitativa de 12 vídeos coletados no YouTube entre 2020-23.
Resultados
A análise aponta que: i) ciência e jornalismo mantiveram-se em aliança, a despeito de tensões anteriores, como a vacinação contra febre amarela em 2007, afirmada na contestação das assim chamadas fake news, na inédita valorização do SUS e na própria relevância midiática de Dalcolmo. Tal projeção conjugou atributos de sua trajetória biográfica – experiência profissional e institucional, com elementos de gênero, geração e grande capacidade discursiva, convergente com as lógicas, os tempos e protocolos contemporâneos de interação midiática. Sua persona foi acolhida no jornalismo tradicional, nas mídias digitais, além de angariar confiança nas esferas empresarial, religiosa, literária.
Conclusões/Considerações
Propomos debater no Congresso, espaço privilegiado da Saúde Coletiva, conclusões à luz do contexto atual: os resultados serão mantidos? Em que condições? Serão suficientes, diante do fortalecimento da articulação entre a extrema direita, a desinformação e as lógicas algorítmicas – socialmente opacas e avessas a qualquer regulamentação? Quais estratégias e políticas de comunicação privilegiar? Como, com quem e em que espaços iremos desenvolvê-las?
NEGÓCIOS DA COMUNICAÇÃO E SAÚDE: ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE PATROCÍNIO DE GRANDES CORPORAÇÕES DA SAÚDE A EMPRESAS DE JORNALISMO
Comunicação Oral Curta
1 ICICT/Fiocruz
Apresentação/Introdução
Este trabalho apresenta uma discussão sobre conexões estruturais entre empresas de comunicação e o setor privado da saúde no Brasil, especialmente na formação de jornalistas. A partir da contextualização desses vínculos, busca-se aprofundar o debate sobre como interesses econômicos influenciam o discurso midiático sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
Evidenciar vínculos entre empresas de mídia e o setor privado da saúde, contribuindo para o debate sobre a produção de sentidos na imprensa acerca do SUS e das políticas públicas de saúde no Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório de análise documental, com levantamento e análise de fontes públicas, como o relatório sobre propriedade de mídia no Brasil (MOM Brasil 2017), notícias jornalísticas e registros institucionais das empresas de comunicação Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo. A contextualização e interpretação do corpus baseou-se em referenciais da Saúde Coletiva; Economia Política; e Economia Política da Comunicação. No campo da Comunicação e Saúde, utilizamos o conceito de SUS Midiático e a discussão sobre Direito à Comunicação como inerente ao Direito à Saúde.
Resultados
Entre 2013 e 2024, a Folha de S. Paulo formou nove turmas no curso de Jornalismo de Ciência e Saúde, todas com patrocínio de empresas do setor privado da saúde como Pfizer, Roche, Qualicorp e Hospital Albert Einstein - três edições contaram também com o patrocínio do Instituto Serrapilheira, entidade filantrópica. O Estadão realizou três edições do Curso de Jornalismo de Saúde, com apoio da Interfarma (2022) e Novartis (2024 e 2025). Em 2025, O Globo lançou o Curso Jornalismo do Futuro: neste contexto, o Valor Econômico promove a Jornada Valor de Jornalismo em Saúde, patrocinada por Rede D’Or, Novo Nordisk e Fleury. Ilustra-se o financiamento privado à formação jornalística na área da saúde.
Conclusões/Considerações
Os vínculos entre a imprensa hegemônica brasileira e setor privado da saúde sugerem um ambiente propício à defesa de interesses privados em detrimento do fortalecimento do SUS. A análise contribui para o debate sobre democratização da comunicação, direito à comunicação e à saúde. Dados complementares sugerem controle de mídias por operadoras de saúde, bem como participação de agentes em fóruns organizados pela grande imprensa.
Realização: