Programa - Comunicação Oral Curta - COC19.5 - Telessaúde e Coordenação do Cuidado
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
IMPLEMENTAÇÃO DO USO DA FERRAMENTA DE COMPARTILHAMENTO DO CUIDADO NO E-SUS APS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SÃO LUÍS MA
Comunicação Oral Curta
SOUSA, I. M. O1, COSTA, Alinne Silva Andrade1, BELFORT, I. K. P.1, SANTANA, J.S1
1 SEMUS/SAO LUIS
Período de Realização
Março a abril de 2024.
Objeto da experiência
Multiprofissionais das equipes de Saúde da Família (eSF), Saúde Bucal (eSB) e eMultis das unidades básicas de saúde de São Luís (MA).
Objetivos
Descrever a implementação e o uso da ferramenta de compartilhamento de cuidado no sistema e-SUS APS pelas equipes da Atenção Primária à Saúde (APS), incluindo eSF, eSB e eMulti, visando melhorar a continuidade e a qualidade da assistência prestada aos usuários do SUS.
Descrição da experiência
Após a implantação das equipes e-MultiS no município de São Luís e a atualização da versão do sistema e-SUS APS, a gestão municipal organizou oficinas de capacitação para os profissionais das unidades básicas de saúde. Essas oficinas visaram treinar os multiprofissionais no manejo da ferramenta de compartilhamento de cuidado, com o objetivo de melhorar a coordenação e continuidade do cuidado.
Resultados
A implementação da ferramenta resultou na institucionalização do compartilhamento de cuidado entre os profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF), Saúde Bucal (eSB) e eMultis. Observou-se um aumento no engajamento das equipes e uma melhor comunicação entre os profissionais de diferentes unidades. Isso resultou em um acompanhamento mais eficaz dos pacientes ao longo do tempo, com um impacto positivo na qualidade da atenção à saúde
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou desafios iniciais, como a resistência de alguns profissionais e a necessidade de melhorias na infraestrutura tecnológica. Contudo, a capacitação contínua e o suporte técnico adequado foram fundamentais para superar esses obstáculos. A análise crítica indicou que a integração das equipes multiprofissionais fortalece a atuação na Atenção Primária, sendo essencial investir na colaboração entre essas equipes para garantir o sucesso da ferramenta
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a expansão da capacitação para todas as equipes de APS, com ênfase no uso da ferramenta de compartilhamento de cuidado. Além disso, deve-se continuar o fortalecimento da infraestrutura tecnológica das unidades de saúde para garantir a plena utilização da ferramenta. Investir em treinamento contínuo e no suporte técnico pode resultar em melhorias significativas na coordenação da assistência e na continuidade do cuidado aos pacientes.
UTILIZAÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE (SIVS) PARA MONITORAMENTO DE AGRAVOS: COMPARATIVO ENTRE PLANTÃO CIEVS E E-MAIL INSTITUCIONAL (2023–2025)
Comunicação Oral Curta
RESENDES, A. P. C.1, CARDOSO, S. C. C.1, LUIZ-SILVA, M. I.1, MOURA, M. E. L.1, BEDIN, S. B.1, ALMEIDA, A. M. P.1, SILVA, C. F.1, COSTA, L. G.1, OLIVEIRA, A. L. B.1, SILVA, M. L.1
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
Período de Realização
A experiência ocorreu de janeiro/2023 a maio/2025 com registros no SIVS no Estado do Rio de Janeiro.
Objeto da experiência
A análise focou o uso do SIVS para registrar e monitorar eventos, considerando e-mail e plantão do CIEVS RJ como canais principais de notificação.
Objetivos
Descrever e comparar os eventos registrados no SIVS segundo o canal de recebimento (plantão e e-mail), tipo de agravo notificado e distribuição temporal dos registros, visando compreender o perfil das notificações e a contribuição de cada canal para a resposta oportuna e eficiente aos agravos.
Descrição da experiência
Estudo descritivo e exploratório com dados do SIVS entre 2023 e 2025. Os eventos foram classificados conforme áreas técnicas: acidentes de trabalho, animais peçonhentos, desastres, doenças hídricas/alimentares, respiratórias e imunopreveníveis, fúngicas, neuroinvasivas, vetoriais/zoonoses, epizootias, MCNT, violência e outros. A análise, feita no Excel, considerou o canal de notificação e a distribuição anual por categoria.
Resultados
Foram registrados 1.818 eventos no SIVS entre 2023 e 2025, sendo 1.562 (85,9%) via e-mail e 256 (14,1%) pelo plantão do CIEVS RJ. O e-mail destacou-se por agravos de rotina: doenças respiratórias/imunopreveníveis (514; 32,9%), vetoriais/zoonoses (329; 21,1%) e acidentes de trabalho (271; 17,3%). O plantão concentrou eventos agudos: animais peçonhentos (61; 23,8%), respiratórias (46; 18%) e zoonoses (45; 17,6%). Em 2025 houve maior volume de notificações.
Aprendizado e análise crítica
A análise mostrou que os canais de notificação são distintos, mas complementares. O e-mail foi eficaz para agravos rotineiros e vigilância contínua, facilitando a organização e planejamento. Já o plantão do CIEVS atuou como canal estratégico para resposta imediata a eventos críticos. A categorização dos agravos permitiu identificar padrões e reforçou a importância da articulação entre os setores da vigilância em saúde para uma atuação mais eficaz.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância da atuação integrada entre e-mail e plantão na vigilância em saúde. Recomenda-se manter o uso articulado dos canais, com capacitação das equipes, padronização dos fluxos e aprimoramento da devolutiva aos municípios. Ampliar o uso do SIVS e fortalecer a cultura de notificação são medidas essenciais para uma vigilância sensível, ágil e eficaz frente aos agravos e emergências.
IMPLEMENTAÇÃO DO TELEDIAGNÓSTICO NO ESTADO DE GOIÁS: DESAFIOS, ESTRATÉGIAS, ACESSIBILIDADE E QUALIDADE DOS SERVIÇOS
Comunicação Oral Curta
Baptistoti, Fernando1
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A Telemedicina usa tecnologias da informação para ampliar o acesso à saúde em áreas remotas. O Telediagnóstico permite que exames sejam analisados à distância por especialistas, promovendo diagnósticos mais rápidos e precisos, reduzindo desigualdades e fortalecendo o SUS.
Objetivos
O estudo analisa o Telediagnóstico em Goiás, suas barreiras, estratégias e impactos, considerando desigualdades regionais e princípios do SUS, com foco na atenção primária e qualidade do cuidado.
Metodologia
A metodologia adotada é mista, com coleta de dados em seis municípios, três com maior e três com menor volume de exames realizados. Serão utilizados questionários estruturados, entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde, análise documental e bibliográfica. A análise dos dados será realizada por meio de estatística descritiva e análise de conteúdo temática.
Resultados
Os resultados preliminares apontam disparidades regionais na oferta do serviço, destacando a influência de fatores técnicos, institucionais e territoriais. Conclui-se que o Telediagnóstico é uma ferramenta estratégica para ampliar o acesso à saúde especializada em áreas vulneráveis, reforçando os princípios do SUS.
Conclusões/Considerações
O Telediagnóstico é uma estratégia eficaz para ampliar o acesso à saúde em regiões com poucos especialistas. Em Goiás, a prática mostra avanços e desafios, como infraestrutura e capacitação. A continuidade do serviço exige gestão alinhada aos princípios do SUS, valorização das equipes locais e políticas que promovam integração e regionalização do cuidado.
SAÚDE DIGITAL NA CESSAÇÃO DO TABAGISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE MÉTODOS MISTOS FOCADA NA IMPLEMENTAÇÃO DE INTERVENÇÕES SÍNCRONAS
Comunicação Oral Curta
Flores, M. G.1, Brant, L. A.1, De Meo, R. L. M.1, Luján, E.A.D1, Mondin, L.G.1
1 USP
Apresentação/Introdução
O tabagismo é um desafio persistente de saúde pública. Intervenções digitais síncronas, realizadas por videochamada ou telefone, emergem como estratégias promissoras para ampliar o cuidado, especialmente em territórios remotos. No entanto, há escassez de revisões que integrem evidências sobre efetividade e implementação dessas estratégias em contextos reais.
Objetivos
Analisar a efetividade, as experiências subjetivas e os fatores contextuais associados à implementação de intervenções digitais síncronas para cessação do tabagismo.
Metodologia
Realizou-se uma revisão sistemática de métodos mistos com síntese convergente segregada, segundo as diretrizes do Joanna Briggs Institute e do PRISMA 2020. A busca foi conduzida nas bases PubMed, Embase, Cochrane e SciELO. Foram incluídos estudos quantitativos (ensaios clínicos e quase-experimentais) e qualitativos que investigassem intervenções síncronas (áudio ou vídeo) para cessação do tabagismo. Os dados foram analisados separadamente e integrados por meio de síntese interpretativa.
Resultados
Foram incluídos 28 estudos. As intervenções variaram quanto ao formato, profissional responsável e uso associado de medicação. Os dados quantitativos indicaram que as intervenções digitais síncronas alcançaram taxas de cessação comparáveis às presenciais, especialmente quando houve envio remoto de terapia de reposição de nicotina. As taxas de abstinência foram mais altas nos primeiros 3 meses. Os dados qualitativos evidenciaram que o vínculo terapêutico, o apoio emocional e a praticidade do atendimento remoto foram aspectos valorizados pelos participantes. Entre as barreiras, destacaram-se dificuldades tecnológicas e limitações no acesso a medicamentos.
Conclusões/Considerações
Intervenções digitais síncronas demonstraram efetividade e aceitabilidade, com potencial para ampliar o acesso ao tratamento do tabagismo. A revisão reforça a importância de estratégias multicomponentes, com suporte farmacológico e acompanhamento contínuo, com foco na adaptação aos contextos locais.
IMPLANTAÇÃO DE TELECONSULTAS EM DUAS ESPECIALIDADES MÉDICAS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO TELESSAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (NUTS/UFPA)
Comunicação Oral Curta
Martins, H.H.S1, Santos, R.P.1, Tavares, V.B1, Faro, N.F.1, Lopes, L.J.S.1, Castelo Branco, S.1
1 UFPA
Período de Realização
De janeiro de 2025 a maio de 2025
Objeto da experiência
Implantação de teleconsultas pelo NUTS/UFPA no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB)
Objetivos
Relatar a experiência de implementação de teleconsultas em duas especialidades médicas no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), avaliando benefícios e desafios.
Descrição da experiência
O NUTS pactuou com a Superintendência do HU, Diretoria Clínica, Coordenação de especialidades, Regulação, TI, a implantação das teleconsultas, montagem das grades e a definição de fluxos. A geriatria foi a primeira a aderir e posteriormente a pneumologia. Inicialmente foram selecionados pacientes com dificuldade de locomoção ou de outros municípios, e informado que a próxima seria teleconsulta. Com a lista dos pacientes, o NUTS realiza teste de conexão com o paciente e a interface na plataforma
Resultados
Observou-se melhora dos pacientes no retorno presencial, além de redução de faltas. Profissionais relataram benefícios no acompanhamento de casos crônicos e que os pacientes com demência demonstraram uma melhor desenvoltura durante a teleconsulta. Entre os principais desafios estiveram a conectividade, e a adaptação tecnológica de pacientes por se tratar em sua maioria de idosos.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que a teleconsulta em hospitais universitários é uma estratégia viável para ampliar o acesso, especialmente na Amazônia, diante das barreiras geográficas. A articulação intersetorial foi essencial. No entanto, desafios como conectividade limitada e baixa familiaridade tecnológica dos idosos evidenciaram a necessidade de estratégias de inclusão digital e suporte ao paciente
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que a teleconsulta, quando bem estruturada por núcleos como o Telessaúde UFPA, é viável e eficaz em hospitais universitários. O modelo contribui para a democratização do acesso, otimização de recursos e fortalecimento da formação acadêmica. Recomenda-se a presença de uma equipe institucional dedicada, não vinculada diretamente à assistência, como é o caso do NUTS/UFPA para garantir a continuidade e expansão das ações
INCORPORAÇÃO DAS TELECONSULTORIAS NO SUS EM MINAS GERAIS: IMPACTO NA CAPACIDADE RESOLUTIVA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NAS MICRORREGIÕES VIÇOSA E MANHUAÇU
Comunicação Oral Curta
Santos, W. J.1, Amaral, C. E. M.2, Melo, M. C. B.3, Santos, A. F.4
1 Monitor de Campo do Projeto “Incorporação de Teleconsultorias no Fluxo Assistencial do Atendimento Especializado no âmbito do SUS em Minas Gerais” do Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG – NUTEL.
2 Professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Gestor do Projeto “Incorporação de Teleconsultorias no Fluxo Assistencial do Atendimento Especializado no âmbito do SUS em Minas Gerais” do Núcleo de Telessaúde da
3 Professora Titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Membro da Coordenação Colegiada do Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG - NUTEL
4 Rede APS de pesquisa da ABRASCO, Professora do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da UFMG, Coordenadora Geral do Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG - NUTEL, e do Projeto “Incorporação de Teleconsultorias no Fluxo Assistencial d
Apresentação/Introdução
Desde 2015 o Brasil possui uma política nacional de informação em Saúde, com foco na APS. A Teleconsultoria constitui-se como consulta registrada e realizada entre profissionais da área da saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer dúvidas de procedimentos clínicos e ações de saúde. As tecnologias digitais podem ampliar a capacidade resolutiva da APS.
Objetivos
Analisar a incorporação de Teleconsultorias nas Unidades Básicas de Saúde das microrregiões Viçosa e Manhuaçu - MG, no período de janeiro a maio de 2025, para subsidiar a discussão do uso dessa tecnologia para ampliar a capacidade resolutiva da APS.
Metodologia
Estudo descritivo com dados consolidados da Plataforma Digital do Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG – NUTEL, referente as Teleconsultorias do projeto “Incorporação de Teleconsultorias no Fluxo Assistencial do Atendimento Especializado no âmbito do SUS em Minas Gerais” realizadas por profissionais da Atenção Primária à Saúde nas microrregiões de Viçosa e Manhuaçu, entre janeiro a maio de 2025. Foi realizada a mineração dos dados buscando o número de teleconsultorias realizadas no período, o número de profissionais cadastrados na plataforma para solicitar teleconsultorias, e o desfecho quando se intenciona encaminhar o usuário para a Atenção Ambulatorial Especializada.
Resultados
O estudo incluiu 1075 profissionais cadastrados da APS de 167 Unidades Básicas de Saúde em 32 cidades do estado de Minas Gerais, situadas nas microrregiões de Viçosa (9 municípios) e Manhuaçu (23 municípios). No período estudado foram realizadas 710 teleconsultorias, sendo 114 Viçosa e 596 Manhuaçu. Dessas 710 teleconsultorias solicitadas, 243 informaram intencionalidade de encaminhar para a Atenção Ambulatorial Especializada, tendo como desfecho: 163 evitou encaminhamento (67%), mantendo a gestão dos cuidados na APS, e 80 foi encaminhado para a Atenção Especializada (33%). Neste período, 14 municípios (44%) estavam solicitando teleconsultorias, e 18 municípios (56%) não tinham iniciado.
Conclusões/Considerações
Minas Gerais está avançando no processo de incorporação das Teleconsultorias na APS. Embora o trabalho de sensibilização dos profissionais para solicitação das teleconsultorias tenha alcançado metade dos municípios, essa tecnologia tem se mostraram efetiva no apoio assistencial em dois terços das solicitações para evitar encaminhamentos para Atenção Especializada, tornando a APS mais resolutiva.
TELEODONTOLOGIA PARA PESSOAS IDOSAS DOMICILIADAS: VALIDAÇÃO DE INTERVENÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
Cruz, G.S.1, Ferreira, E.C.1, Bampi, G.1, Rocha, M.A.1, Godoi, H.2, Castilhos, E.D.3, Cascaes, A.M.1, Mello, A.L.S.F.1
1 PPGO-UFSC
2
3 PPGO-UFPel
Apresentação/Introdução
A teleodontologia é um dos esforços de inovação no Sistema Único de Saúde capazes de responder às crescentes demandas das pessoas idosas que têm dificuldades para sair de casa e acessar os serviços de saúde, em especial, os de atenção primária.
Objetivos
Validar uma proposta para intervenção de teleodontologia voltada a idosos domiciliados, ajustada ao contexto da Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Estudo metodológico de validação de conteúdo cujo modelo foi desenvolvido com base em revisão da literatura (16 estudos: 2004-2024), manuais técnicos e experiência clínica, estruturando-se em dez domínios principais: participantes, duração, abordagem, aparelhos para captura de dados, avaliação da saúde bucal, reabilitação da função oral, desfechos centrados na pessoa, educação em saúde/higiene bucal, avaliação de necessidades de referenciamento e barreiras. Dez cirurgiões-dentistas, atuantes na APS (8) e odontogeriatras (2), validaram o modelo por meio de formulário remoto (março-abril/2025). Foi avaliada a Taxa de Concordância do Comitê (TCC).
Resultados
Dez cirurgiões-dentistas, atuantes na APS (8) e odontogeriatras (2), validaram o modelo por meio de formulário remoto (março-abril/2025). Houve concordância total em participantes, abordagem para teleconsulta síncrona e reabilitação da função oral. Os demais alcançaram TCC ≥80%, sugerindo ajustes pontuais em sete domínios, como avaliação da saúde bucal e desfechos centrados na pessoa, que resultaram em refinamentos como definição de questionários autorreferidos, ações para mitigar barreiras tecnológicas e padronização de fluxos de referência.
Conclusões/Considerações
As características validadas apontam caminhos viáveis para a implementação de intervenção de teleodontologia voltadas à população idosa, como diretrizes para teleconsultas síncronas, estratégias para lidar com baixa literacia digital e uso de instrumentos para registro de dados. Entretanto, alguns aspectos, como planejamento do tratamento e escolha dos instrumentos de avaliação, ainda precisam ser melhor definidos.
UTILIZAÇÃO DE TELECONSULTORIAS PELA ENFERMAGEM PARA APOIO CLÍNICO ASSISTENCIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM SANTA CATARINA
Comunicação Oral Curta
Graupe, A. C. R. A.1, Machado, P. M. de O.2, Nilson, L. G.1
1 FURB
2 UFSC
Apresentação/Introdução
A saúde digital inclui o uso de tecnologias para mediar os processos assistências, logísticos e operacionais em saúde. O Núcleo Telessaúde UFSC contribui para a construção do SUS digital ofertando diversos serviços, entre os quais as teleconsultorias, que beneficiam milhares de profissionais.
Objetivos
Analisar a utilização de teleconsultorias pelo profissional de enfermagem no estado de Santa Catarina.
Metodologia
Estudo exploratório, descritivo, qualitativo. Desenvolvido a partir de: 1) revisão integrativa da literatura para conhecer a utilização da telenfermagem, incluiu artigos publicados entre 2014 e 2024, a partir dos descritores Telenfermagem, Telessaúde e Telemedicina em português, inglês e espanhol. 2) Serão realizadas entrevistas semi-estruturadas para compreender a utilização de teleconsultorias em enfermagem em Santa Catarina. Os sujeitos de pesquisa serão coordenadores de enfermagem e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde, vinculados às cinco Centrais de Regulação que mais utilizaram teleconsultorias em enfermagem nos anos 2023 e 2024
Resultados
A análise da literatura desenvolvida até aqui e os resultados preliminares permitem perceber que a utilização da telenfermagem se dá, principalmente, nas áreas de assistência ao pré-natal, cuidados da pele e doenças crônicas por meio de telemonitoramento e teleconsultoria. Sobre o uso das teleconsultorias pela enfermagem no estado de Santa Catarina, está mais associada à atenção ao pré-natal, doenças crônicas e cuidado de feridas – linhas de cuidados regulamentada aos enfermeiros no âmbito da APS. A utilização de teleconsultorias por enfermeiros não alcança todos os municípios de Santa Catarina.
Conclusões/Considerações
A telenconsultoria é uma estratégia de telessaúde, essencial para educação permanente e apoio à tomada de decisão clínica. Para a enfermagem, tendem a contribuir com uma assistência mais qualificada e com embasamento científico para o melhoria da qualidade do cuidado ao usuário na APS. Tem potencial de ampliar a resolubilidade da APS aprimorando os processos de trabalhos em prol do usuário e ainda apoiar a educação permanente em saúde.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AUDITORIA PÚBLICA EM SAÚDE: UMA ANÁLISE DOCUMENTAL SOBRE USOS, LIMITES E POTENCIALIDADES
Comunicação Oral Curta
COSTA, TD1, BARROS, RMB1, LOPES, RH1, SILVA, CRDV2
1 ESUFRN
2 UFCG
Apresentação/Introdução
O avanço das tecnologias digitais tem estimulado o uso da inteligência artificial para melhoria dos processos de auditoria em saúde, para ampliar a capacidade analítica, detectar não-conformidades e melhorar o uso de recursos públicos. Portanto, como a inteligência artificial tem sido incorporada às práticas de controle e fiscalização do SUS segundo documentos oficiais e científicos disponíveis?
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar a presença da IA em auditorias públicas da saúde no Brasil, mapeando sua utilização, suas limitações e as possibilidades de avanço técnico-institucional.
Metodologia
Análise documental de registros produzidos entre 1998 e 2024, com foco no uso de inteligência artificial em auditorias públicas da saúde no Brasil. A busca ocorreu em bases incluindo: repositório de jurisprudência do TCU, base de dados da CGU, Biblioteca Digital do Senado Federal, catálogo e teses de dissertações da CAPES. Foram incluídos documentos que abordassem auditoria pública com aplicação de inteligência artificial no setor saúde. Foram utilizados os seguintes termos de busca: inteligência artificial, auditoria, saúde. A classificação foi realizada com as variáveis: tipo de documento, ano, uso explícito ou implícito de IA, finalidade, IA envolvida, resultados e contribuição potencial.
Resultados
Dos 88 documentos analisados, 24 foram incluídos a maioria do TCU, destacando-se o uso da plataforma Ágata. Também foram identificadas aplicações de inteligência financeira, que envolvem o COAF e a ABIN, além de discussão sobre ética para o uso seguro da IA e aplicação à governança algorítmica. Quanto à finalidade: 45% concentram-se na detecção de fraudes, 30% em governança de contratos, 15% em monitoramento de conformidade regulatória e 10% em ética e técnica do uso de IA. 13 documentos classificados com contribuição alta, foco em saúde e aplicação prática; 7 com contribuição moderada, menor foco setorial; e 4 com contribuição teórica, relevantes para a construção conceitual do campo.
Conclusões/Considerações
Os achados reforçam a digitalização das práticas de controle, com a adoção de plataformas analíticas, uso de algoritmos explicáveis e articulação com bases públicas, reforça o avanço de investigações científicas e aplicações experimentais sobre auditorias automatizadas e inteligentes no SUS, baseada em experiências já consolidadas e a necessidade de uma governança algorítmica com valores democráticos, interoperabilidade e controle social.