
Programa - Comunicação Oral Curta - COC18.2 - Escola, Família e Prevenção em Saúde
02 DE DEZEMBRO | TERÇA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
CALENDÁRIO VACINAL INFANTIL EM DIA: EDUCAÇÃO E BUSCA ATIVA COMO ESTRATÉGIA DE SAÚDE PÚBLICA
Comunicação Oral Curta
1 FPP
Período de Realização
De Fevereiro a Junho de 25, com ações em Março e Abril, em Unidade Básica de Saúde (UBS) de Curitiba
Objeto da experiência
Promoção da vacinação infantil por meio de ações educativas e busca ativa em território com baixa cobertura vacinal.
Objetivos
Com intenção de promover adesão vacinal nessa UBS, a ação teve como objetivos: identificar crianças de até 5 anos com atraso vacinal; produzir e distribuir material com principais dúvidas sobre vacinação e o calendário vacinal; realizar busca ativa e ação educativa sobre HPV em escola local
Descrição da experiência
A ação foi realizada na área dessa UBS em Curitiba, após demanda trazida pelas ACS sobre baixa adesão vacinal infantil. Planejaram-se buscas ativas domiciliares, com entrega de panfletos e orientação às famílias sobre as vacinas, e uma ação educativa com 290 estudantes sobre HPV na escola local. A experiência contou com 60 horas de atividades distribuídas em encontros de planejamento, execução territorial e ações de educação em saúde, fortalecendo o vínculo entre comunidade e serviço.
Resultados
A ação impactou diretamente 304 pessoas: 14 famílias nas buscas ativas e 290 estudantes na atividade escolar. Os panfletos informativos foram entregues às famílias visitadas, e cerca de 80 unidades foram deixadas na UBS para livre acesso dos usuários. A ausência de responsáveis e cadastros desatualizados dificultaram as visitas.Houve retorno positivo da comunidade, com adesão espontânea à vacinação. Os objetivos foram alcançados, fortalecendo o vínculo entre população e serviços de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência reforçou a importância do contato direto com a comunidade e de ações práticas para superar barreiras à vacinação, como a desinformação. O trabalho intersetorial, a escuta ativa e a abordagem empática foram essenciais, especialmente ao tratar do HPV com adolescentes. A ACEx permitiu aos estudantes vivenciar os desafios do SUS e contribuiu para a formação crítica e sensível à realidade da Saúde Coletiva e suas práticas transformadoras.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que ações intersetoriais, territorializadas e educativas são eficazes para ampliar as coberturas vacinais, a partir da educação em saúde. Recomenda-se a continuidade das buscas ativas pela UBS, manutenção dos materiais educativos e fortalecimento das ações educativas nas escolas. Esta ação reafirma a extensão como elo entre universidade e sociedade, onde ambos são favorecidos pela experiência, tanto alunos como sociedade.
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROMOÇÃO DOS VÍNCULOS FAMILIARES NO CONTEXTO DE UMA USF NO MUNICÍPIO DE SALVADOR-BA
Comunicação Oral Curta
1 Instituto de Saúde Coletiva - UFBA
Apresentação/Introdução
Na primeira infância, aquisições de habilidades essenciais para o desenvolvimento são influenciadas pelo ambiente. Vínculos familiares fortes modelam positivamente aspectos biológicos e psicossociais da criança, construindo bases para o desenvolvimento pleno. Políticas e práticas voltadas para saúde da criança, na Saúde Coletiva, podem ser estruturadas com enfoque na família e cuidado integral.
Objetivos
Analisar conhecimentos e práticas dos profissionais acerca da promoção dos vínculos familiares no âmbito do desenvolvimento infantil em uma USF no município de Salvador-BA.
Metodologia
Estudo de caso em uma USF que possui 4 equipes de saúde da família, uma eMulti e uma Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com Ênfase no Desenvolvimento Infantil para atender 6226 famílias. Os critérios de inclusão foram profissionais envolvidos no atendimento às crianças de 0 a 6 anos e que atuavam no local minimamente por 6 meses. Amostra composta por 14 profissionais da ESF e 3 residentes. Utilizou-se a entrevista semiestruturada para coletar os dados, que foram orientados pela análise de conteúdo e discutidos à luz da promoção dos vínculos familiares na APS para um desenvolvimento infantil integral.
Resultados
Os profissionais concebem família em seus diversos arranjos. Os vínculos iniciais interferem no desenvolvimento da criança. Em famílias com crianças que possuem limitações físicas ou orgânicas, a ESF tem papel de suporte na reorganização da rotina familiar, que foi percebida como um espaço oportuno para fomentar vínculos familiares, através do papel do ACS, incentivo à amamentação, rede de apoio e estímulo ao brincar, utilizando visitas domiciliares, consultas ou atividades coletivas. A residência tem iniciativa interdisciplinar e protagoniza discussões da infância. As dificuldades para construir vínculos sadios incluíram limitações profissionais, organizacionais e comunitárias.
Conclusões/Considerações
Houve uma lacuna entre como os profissionais compreendem a importância deste tema e em como ele é desenvolvido de forma incipiente na prática. Destaca-se como elementos a necessidade de ampliar o desenvolvimento de iniciativas colaborativas, efetivar a participação social da comunidade, maior apoio da gestão municipal, realização de matriciamento com as equipes e a prática do exercício da interprofissionalidade.
IMPACTO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS EM SAÚDE NA MELHORIA DOS PROCESSOS DE LEITURA EM ADOLESCENTES EM MANAUS
Comunicação Oral Curta
1 UEA
2 FMT-HVD
3 UNESP
Apresentação/Introdução
A leitura é essencial para o desenvolvimento cognitivo e social. Implementar, desde cedo, estratégias educativas com diversidade temática por meio de textos escritos, digitais e multissemióticas promovem o desenvolvimento de liderança, autonomia, participação e hábitos de leitura e escrita, sendo fundamental para meninas em transição para adolescência, fase marcada por mudanças e inequidades de gênero.
Objetivos
Caracterizar o impacto de atividades educativas em saúde na melhoria dos processos de leitura antes e após a intervenção e conhecer as percepções das adolescentes sobre o impacto.
Metodologia
Pesquisa participativa, com abordagem quantiqualitativa, realizada em uma escola estadual de tempo integral de Manaus com adolescentes do sexo feminino com 12 anos de idade. As atividades educativas em saúde foram realizadas em 15 encontros, durante três meses, uma ou duas vezes na semana, com duração de 1 hora. Utilizaram-se metodologias ativas e multissemióticas abordando temas desde saúde da mulher, sexualidade, violência, inteligência emocional, autoconhecimento, papel da mulher na sociedade, educação financeira, sustentabilidade e música. Os processos de leitura foram avaliados por meio das Provas de Avaliação dos Processos de Leitura (PROLEC-SE-R).
Resultados
Houve diferença estatisticamente significativa nas provas de Seleção Lexical (p=0,049) e Categorização Semântica (p=0,002), ambos referentes ao processo léxico no período pós-intervenção. Apesar dos avanços, permaneceram desafios nas provas dos processos sintático e semântico. Sobre as percepções das adolescentes, destacaram-se ganhos no vocabulário e na pronúncia, associados ao processo léxico. Entretanto, foram apontadas dificuldades na compreensão textual e no uso das funções sintáticas, relacionados às provas dos processos semântico e sintático, respectivamente, além de barreiras, como a falta de incentivo familiar e metodologias pedagógicas escolares rígidas que comprometem a prática da leitura.
Conclusões/Considerações
As atividades educativas em saúde impactaram positivamente no desempenho nas provas do processo léxico, ampliando o vocabulário e aprimorando a pronúncia. A ausência de incentivo familiar e as barreiras institucionais sugerem a necessidade de ambientes seguros e participativos dentro das escolas de tempo integral que permitam a promoção da leitura e reflexão crítica, promovendo o protagonismo e a autonomia das adolescentes.
LIVRES DA FUMAÇA: PREVENÇÃO AO TABAGISMO COM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DO DF POR MEIO DO LETRAMENTO CIENTÍFICO E DO PROTAGONISMO JUVENIL.
Comunicação Oral Curta
1 SEEDF
Período de Realização
O projeto foi iniciado em abril de 2025 e está em andamento até dezembro deste ano.
Objeto da experiência
Prevenção do tabagismo e do uso de dispositivos eletrônicos de fumar entre adolescentes.
Objetivos
Prevenir o uso de dispositivos eletrônicos de fumar e de tabaco entre estudantes dos Anos Finais, Ensino Médio, EJA e Educação Profissional da rede pública de ensino DF.
Metodologia
A proposta atua em três níveis: rodas de conversa com educadores; palestra gamificada e oficinas com estudantes; e encontros com famílias. Utiliza o letramento científico, o protagonismo juvenil e a abordagem dialógica como eixos metodológicos. Um banco de materiais pedagógicos foi criado para apoiar docentes nas ações educativas.
Resultados
Foram realizadas três rodas de conversa com famílias, palestra gamificada e oficinas com 5.320 estudantes de 6 escolas. Avaliação docente: 63% totalmente satisfeitos, 15% muito satisfeitos, 9% satisfeitos e nenhum insatisfeito. Na análise qualitativa, destacaram-se os termos: exemplos práticos, participação e conscientização.
Análise Crítica
Estudantes, seus familiares e docentes se mostraram participativos, revendo crenças e promovendo diálogo. A gamificação envolveu os jovens. Foi necessário adaptar o material utilizado para estudantes surdos e identificou-se a ausência de materiais acessíveis em LIBRAS sobre o tema. A ação fortalece o protagonismo e a promoção da saúde, conforme preconiza a Carta de Ottawa e a Lei nº 14.819/2024, ao integrar cuidado psicossocial e práticas educativas no ambiente escolar.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidencia a relevância do diálogo e do letramento científico para promover saúde e prevenir o tabagismo. O projeto amplia o acesso à informação, favorece o desenvolvimento de habilidades e fortalece a atuação escolar como espaço de formação crítica e emancipadora.
PADRÃO DE VISITAS AO DENTISTA ENTRE ADOLESCENTES ESCOLARES DO ESTADO DE GOIÁS: ASSOCIAÇÃO COM O SENSO DE COERÊNCIA
Comunicação Oral Curta
1 Instituto Federal de Goiás
2 Faculdade de Odontologia - Universidade Federal de Goiás
Apresentação/Introdução
Visitar o dentista regularmente com finalidade preventiva é um dos principais comportamentos relacionados à saúde bucal. Estudos prévios indicam que este comportamento é influenciado pelo Senso de Coerência (SOC), característica psicossocial dos indivíduos que indica uma capacidade de adotar uma orientação mais saudável na vida. Porém, há pouca evidência sobre essa relação entre adolescentes.
Objetivos
Investigar se há associação entre o SOC e a frequência e motivação para visitas ao dentista entre adolescentes escolares do estado de Goiás.
Metodologia
Realizou-se um estudo transversal em 14 escolas federais sediadas em 13 cidades de Goiás. Os escolares responderam presencialmente um questionário autoexplicativo sobre fatores sociodemográficos, comportamentais e psicossociais. As variáveis dependentes foram a visita ao dentista no último ano (sim ou não) e a motivação usual para visitar o dentista (dor de dente ou check-up preventivo). O SOC médio foi analisado como variável independente. Realizou-se análise descritiva, bem como testes bivariados (α=5%) e regressão logística com estimação da razão de chances (OR) e intervalos de confiança (IC) de 95%. O modelo multivariado foi ajustado por características sociodemográficas dos escolares.
Resultados
Participaram 3034 escolares de 13 a 19 anos, em sua maioria meninas (54%), de cor/raça não branca (68%), cujas mães tinham uma alta escolaridade (70%). A maioria dos estudantes tinha visitado o dentista no último ano (56,2%), e a motivação principal foi o check-up preventivo (38,7%). Os escores do SOC variaram de 13 a 91 (M=49,3; DP=12,1). No modelo de regressão ajustado pelas características sociodemográficas dos adolescentes (idade, sexo, cor/ raça e escolaridade materna), maiores chances de visita no último ano (OR=1,02; p<0,001) e motivação por check-up (OR=1,02; p<0,001) foram observadas entre aqueles com níveis mais altos de SOC.
Conclusões/Considerações
Adolescentes com níveis mais altos de SOC eram mais propensos a ter visitado um dentista no ano anterior e a visitá-lo principalmente para check-ups, em vez de apenas por dor de dente. Esses achados indicam que o SOC é um fator de proteção contra padrões de visita ao dentista pouco saudáveis na adolescência. Intervenções para aumentar o SOC e motivar os adolescentes para consultas preventivas periódicas são recomendáveis.
PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS POLÍTICAS DE SAÚDE INFANTIL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO CONTROLE SOCIAL DE JANEIRO-DEZEMBRO DE 2024
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
O controle social é fundamental para a garantia dos direitos das crianças, entre eles, a formulação e execução de políticas de saúde. Nesse sentido, o Observatório de Análise Política em Saúde, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, realiza o monitoramento e a análise dos fatos políticos relativos à saúde da criança no Brasil, incluindo a participação popular.
Objetivos
Objetivo: sistematizar elementos do controle social das políticas de saúde voltadas para a infância, nas publicações de sites de instituições que atuam na defesa dos direitos das crianças no Brasil, no ano de 2024.
Metodologia
Metodologia: entre janeiro e dezembro de 2024, realizou-se o monitoramento semanal de publicações em sites de sete instituições que atuam em questões relativas à saúde da criança no Brasil: Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Sociedade Brasileira de Bioética, Sociedade Brasileira de Pediatria e Rede Nacional Primeira Infância. Os achados foram sistematizados em uma matriz, permitindo identificar fatos políticos, mapear agentes do controle social e examinar seus posicionamentos sobre políticas públicas para a saúde da criança.
Resultados
Resultados: os principais temas das publicações foram vacinação e violência sexual. No início de 2024, um posicionamento do Conselho Federal de Medicina descredibilizando a vacinação gerou diversos posicionamentos contrários. Contudo, o ponto central dos achados foi a deslegitimação do direito ao aborto legal, como evidenciado pelo PL 1.904/24 e pela PEC 164/2012, que suscitaram a campanha “Criança não é mãe”. Essas iniciativas, fortemente criticadas por entidades como Abrasco, Conanda e Cebes, representam um retrocesso grave: meninas vítimas de violência sexual são forçadas a manter gestações de alto risco, expostas a traumas físicos e psicológicos, além de violações à sua dignidade.
Conclusões/Considerações
Conclusão: o ano de 2024 trouxe à tona discussões sobre temas fundamentais para a saúde infantil. Em meio às tentativas de retirada de direitos e frente ao questionamento infundado de práticas já consolidadas (como a vacinação), a mobilização de organizações da sociedade é fundamental para barrar propostas que representam retrocessos. Para isso, é necessário fortalecer a defesa de políticas baseadas em evidências científicas e direitos humanos.
PERCEPÇÕES DE PAIS SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NA PRIMEIRA INFÂNCIA: REPERCUSSÕES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Comunicação Oral Curta
1 UECE
2 UNIVS
3 URCA
4 UFP
5 UFT
6 MS
7 IDOMED
Apresentação/Introdução
A infância é uma fase essencial do desenvolvimento humano, com aquisições motoras, cognitivas e sociais que impactam a vida adulta. No campo da Saúde Coletiva, destaca-se a influência crescente da mídia digital como fator de risco ao desenvolvimento saudável, exigindo ações intersetoriais de promoção da saúde e educação para o uso consciente das tecnologias pelas crianças e suas famílias.
Objetivos
Compreender a percepção de pais quanto ao uso de telas na primeira infância.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa, realizado no Centro de Educação Infantil Pequeno Cidadão localizado no município de Icó, tendo como público alvo os pais cujos filhos estão no infantil 2 até o infantil 5. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada. A presente pesquisa atendeu aos preceitos ético-legais da pesquisa com seres humanos e foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Juazeiro do Norte por meio do Parecer de nº 6.006.851.
Resultados
Os resultados apresentam as percepções de pais sobre o uso de tecnologias digitais na primeira infância e suas possíveis repercussões no desenvolvimento infantil. Três categorias emergiram: o uso de telas, abordando tipo, idade de início, motivos e tempo de exposição; a supervisão, relacionada ao monitoramento de conteúdo e uso durante as refeições; e o conhecimento dos pais, revelando limitações quanto às orientações recebidas e à compreensão dos benefícios e riscos envolvidos.
Conclusões/Considerações
Observou-se nesse estudo a necessidade de orientar pais sobre o uso saudável de telas na primeira infância, visando promover práticas adequadas que favoreçam o desenvolvimento infantil. O estudo possibilitou compreender a percepção parental sobre o tema, reforçando a importância de estratégias educativas que auxiliem no uso consciente e responsável das tecnologias digitais pelas crianças.
PESQUISAR COM ADOLESCENTES A PARTIR DE FREIRE: CONTRIBUIÇÕES DA INVESTIGAÇÃO TEMÁTICA PARA A EDUCAÇÃO EM SEXUALIDADE NA ESCOLA
Comunicação Oral Curta
1 UPE
2 UFPE
3 Prefeitura da Cidade do Recife
Apresentação/Introdução
Educação sexual com abordagem de empoderamento, gênero, direitos e participação ativa de adolescentes vem demonstrando maior eficácia na ampliação do conhecimento, compreensão de valores e atitudes, aprimoramento de habilidades e redução das vulnerabilidades. A investigação temática freireana utilizada na pesquisa pode ser potente para construção coletiva do conteúdo destes programas dialógicos.
Objetivos
Analisar as contribuições da investigação temática como método crítico e participativo para a construção de conhecimentos sobre sexualidade com adolescentes no contexto escolar.
Metodologia
O estudo corresponde a uma pesquisa participante de abordagem qualitativa, realizada com 42 adolescentes do ensino médio, com idades entre 15 e 18 anos, em escola pública de Recife-PE ao longo do ano de 2022. Foram seguidas as cinco etapas da investigação temática freireana: aproximação ao campo, leitura da realidade, codificação, análise crítica e exploração dos temas geradores. As técnicas coletas de dados utilizadas incluíram observação participante e grupos focais. A análise dos dados foi orientada pelo Método de Interpretação de Sentidos, à luz da pedagogia freireana, articulada à Educação Integral em Sexualidade.
Resultados
A investigação temática favoreceu a criação de vínculos, a escuta ativa e o reconhecimento dos adolescentes como sujeitos históricos e produtores de saber. O processo metodológico permitiu a evocação de suas vivências, a problematização de desigualdades e a proposição coletiva de uma educação sexual crítica. A pesquisa apontou o potencial da investigação temática como método viável no sentido da compreensão e da superação de uma sociedade adultocêntrica, patriarcal, machista, racista, capitalista e capacitista que ignora e menospreza os saberes das adolescências, negando-lhes uma vivência plena e segura de suas sexualidades.
Conclusões/Considerações
A investigação temática mostrou-se eficaz para superar práticas educativas verticalizadas e promover o protagonismo na produção de conhecimentos sobre sexualidade, propondo a Educação em Sexualidade Crítica e Emancipatória. Ao transformar o ato de pesquisar em um exercício de escuta, diálogo e ação crítica, essa abordagem fortalece práticas emancipatórias e contextualizadas, com potencial para inspirar ações intersetoriais na escola e na saúde.
HESITAÇÃO VACINAL: DIALOGANDO COM PAIS HESITANTES À VACINAÇÃO DE ROTINA DE SEUS FILHOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19
Comunicação Oral Curta
1 UNIFESP-EPM
Apresentação/Introdução
a hesitação vacinal (HV) é um fenômeno global e tem representado um grande desafio em saúde coletiva, sendo assinalado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das dez principais ameaças ao sucesso da promoção à saúde. No Brasil tem-se observado uma queda significativa das coberturas vacinais desde 2016, e parte desta queda pode ser atribuída à resistência de pais em vacinar seus filhos.
Objetivos
entender o processo de tomada de decisão dos pais de não vacinar, vacinar parcialmente e/ou postergar a vacinação de rotina de seus filhos. Investigar quais vivências e sentidos estão relacionadas à essa decisão.
Metodologia
pesquisa qualitativa que utilizou entrevistas individuais em profundidade entre setembro de 2020 e julho de 2021. Foram considerados elegíveis para inclusão pais com idade acima de 18 anos e residentes no Brasil. Para aqueles que tivessem filhos em idade escolar, considerou-se elegível aqueles matriculados até o oitavo ano do ensino fundamental 2. A amostragem da pesquisa foi constiuída a partir da estratégia de bola de neve. O tamanho da amostra foi definida por saturação temática. Para a análise das entrevistas foi empregada a fenomenologia interpretativa. O ponto de partida para inclusão foi uma escola privada na cidade de São Paulo
Resultados
Foram entrevistados 10 pais. Todos os participantes tem filhos em escolas privadas, portanto os pais tinham alto nível educacional. Embora fossem hesitantes em relação à vacinação de rotina, muitos pais manifestaram interesse em receber a vacinação contra o Coronavírus bem como dar a vacina em seus filhos. Alguns evocaram o conceito de pacto social e referiram entender que a vacinação tem uma dimensão coletiva. Muitos discutiram o privilégios sociais implicados na decisão de não vacinar. A polarização política também influenciou a posição de pais em relação à vacinação de COVID-19 pois alguns não se identificavam com o espectro político daqueles que negavam a vacinação.
Conclusões/Considerações
Para um grupo de pais hesitantes de um recorte social de alto nível educacional, observou-se receptividade para a vacinação contra COVID-19. A vivência da pandemia e a ampla divulgação dos aspectos relacionais da transmissão e grupos de risco, suscitou em muitos pais a discussão do pacto coletivo e dos privilégios e individualismo implicado na vacinação.
TENDENCIAS EN LAS DEFUNCIONES DE NIÑOS Y NIÑAS DE 0 A 14 AÑOS DE ARGENTINA (2005-2022)
Comunicação Oral Curta
1 UNLA
Apresentação/Introdução
Las defunciones durante la infancia constituyen indicadores sensibles sobre el nivel de desarrollo social de una comunidad y el desempeño del sistema de salud.
En Argentina, su evolución ha estado marcada por logros en la disminución de tasas de mortalidad, aunque persisten desigualdades significativas y desafíos vinculados al acceso y calidad de los servicios sanitarios.
Objetivos
Analizar las tendencias y características de las defunciones infantiles (0 a 14 años) registradas en la República Argentina durante el período 2005–2022.
Metodologia
El estudio se realizó a partir de la base de datos “Defunciones ocurridas y registradas en la República Argentina entre los años 2005–2022”, publicada por el Ministerio de Salud de la Nación. La fuente incluye datos anuales desagregados por jurisdicción de residencia, edad, sexo, causa de defunción (según CIE-10), y otras variables clasificatorias. Adicionalmente se estimó la mortalidad proporcional para el grupo etario de 0-14 años. Se utilizó el software R para el procesamiento y análisis de los mismos.
Resultados
-Se han registrado 187.113 defunciones. Se observa un descenso progresivo de los casos, con un leve aumento de registros en el último año.
-Al inicio del período se identificaron 112 defunciones con datos faltantes, y finalizó en 2022 con 162 casos.
-La mortalidad proporcional en niños ha disminuido de 44.2 defunciones cada mil decesos durante el 2005 a 17.1 casos durante el 2022.
-El 43.6% de las defunciones se han registrado en niñas, y el 56.1% en niños.
-Las causas más frecuentes de defunción incluyen: trastornos relacionados con duración corta de la gestación y bajo peso al nacer, dificultad respiratoria del recién nacido, malformaciones congénitas del corazón, entre otras.
Conclusões/Considerações
Independiente de la baja sostenida en la mortalidad de niños, existen deudas vigentes con las causas de defunción descriptas. Las intervenciones deben orientarse hacia los grupos sociales en los que persisten las desigualdades y fortalecer las intervenciones de naturaleza preventiva y universal. Los datos recientes, reflejan los riesgos de estancamiento o retroceso en el avance hacia la igualdad de acceso en la atención de la salud.
DESIGUALDADES NA REALIZAÇÃO DO TESTE DO PEZINHO ATÉ O 5º DIA DE VIDA EM CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS NO BRASIL: EVIDÊNCIAS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Comunicação Oral Curta
1 UFMG
2 FórumCCNTs
Apresentação/Introdução
O teste do pezinho é essencial para detectar precocemente doenças genéticas e metabólicas, devendo ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida. No entanto, falhas no cumprimento desse prazo e desigualdades regionais, socioeconômicas e raciais persistem no Brasil, comprometendo o acesso equitativo ao exame neonatal.
Objetivos
Analisar a prevalência de não realização do teste do pezinho até o 5º dia de vida em crianças menores de dois anos no Brasil, nos estados e capitais, e sua associação com fatores sociodemográficos.
Metodologia
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Foram analisadas informações de 6.632 crianças menores de dois anos. O desfecho foi a não realização do teste do pezinho até o 5º dia de vida. Estimaram-se prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC95%) segundo sexo, raça/cor, plano de saúde, renda, situação urbana/rural, macrorregião, estados e capitais. As diferenças entre os grupos foram avaliadas pelo teste do Qui-quadrado, considerando nível de significância de 5%. As análises foram conduzidas no Stata, com uso dos pesos de pós-estratificação.
Resultados
A prevalência de não realização do teste até o 5º dia foi de 26,98% (IC95%: 25,30–28,73). Foram mais afetadas crianças de raça/cor parda (34,25%; IC95%: 31,78–36,81), com renda de até 1 salário mínimo (31,16%; IC95%: 29,22–33,16), sem plano de saúde (31,30%; IC95%: 29,35–33,32) e residentes em áreas rurais (39,94%; IC95%: 36,64–43,33), das regiões Norte (45,09%; IC95%: 41,45–48,78) e Nordeste (42,28%; IC95%: 39,33–45,28). Tocantins, Pará, Amapá, Piauí e Paraíba lideraram entre os estados, e Macapá, Palmas, Boa Vista, Cuiabá e João Pessoa entre as capitais (p≤0,05).
Conclusões/Considerações
A não realização do teste do pezinho até o 5º dia esteve associada a desigualdades regionais, econômicas e raciais. Por isso, torna-se fundamental fortalecer políticas públicas que considerem os determinantes sociais do acesso ao exame e promovam a equidade em territórios mais vulneráveis, especialmente no contexto da atenção primária à saúde.
TENDÊNCIA TEMPORAL DAS HOSPITALIZAÇÕES POR ASMA EM CRIANÇAS NO BRASIL E NA REGIÃO NORDESTE ENTRE 2013 E 2023
Comunicação Oral Curta
1 UFBA
Apresentação/Introdução
A asma é a terceira maior causa de internação em crianças e adultos jovens no Brasil. Ela provoca um alto custo para as famílias e para o sistema de saúde pública. Analisar suas tendências permite avaliar o impacto de políticas públicas e orientar estratégias de prevenção mais eficazes, especialmente em regiões com taxas de hospitalizações mais altas, como o Nordeste.
Objetivos
Analisar as taxas de hospitalizações por asma em crianças, suas características sociodemográficas e custos na região Nordeste entre 2013 e 2023
Metodologia
Estudo ecológico de séries temporais de hospitalizações por asma na população de crianças (1 a 9 anos) residentes do Brasil e da região Nordeste, entre 2013 e 2023. Foram utilizados dados do Sistema de Informação hospitalar (SIH-SUS). As hospitalizações foram analisadas segundo variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária e raça/cor) e geográficas (Brasil, Nordeste e suas Unidades Federativas). Foram também calculados os custo total e médio das internações foi corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao consumidor Amplo (IPCA) para dezembro de 2023. Aplicou-se modelo de regressão Joinpoint com cálculo da Variação Percentual Anual (APC) e IC95%.
Resultados
Das 508.879 hospitalizações por asma em crianças no Brasil, 36,05% ocorreram no Nordeste. A Bahia foi o estado com maior número (34,8%). Observou-se maior proporção de internações no sexo masculino, raça/cor parda e faixa etária de 1 a 4 anos. A taxa por 1000 habitantes em 2013 foi de 2,2 no Brasil e 3,1 no Nordeste, em 2023 foi de 2,1 no Brasil e 2,3 no Nordeste, com maior valor na Bahia (3,11). Houve tendência estacionária no Brasil (APC: 0,3; IC95%: -4,5; 2,8) e no Nordeste (APC: -3,0%; IC95% -8,4; 0,0). Apenas a faixa etária de 1 a 4 anos apresentou tendência decrescente no Brasil e Nordeste. As internações por asma geraram um custo anual em milhões de R$33,3 ao país e 11,5 ao Nordeste.
Conclusões/Considerações
Foram identificados uma persistência de altas taxas de internações por asma em crianças com tendências estáveis. Os achados evidenciam desigualdades regionais e sociais, exigindo ampliação de políticas públicas voltadas à prevenção, manejo adequado da doença e redução de fatores ambientais associados.

Realização: