
Programa - Comunicação Oral Curta - COC14.3 - Envelhecimento: problemas distintos e múltiplas abordagens
03 DE DEZEMBRO | QUARTA-FEIRA
08:30 - 10:00
08:30 - 10:00
DECLÍNIO COGNITIVO E SEUS FATORES ASSOCIADOS ENTRE IDOSOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS RESIDENTES EM PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Pelotas
Apresentação/Introdução
O envelhecimento no Brasil ocorre de forma acelerada, elevando a prevalência de doenças crônicas e alterações cognitivas. A função cognitiva, envolve memória, linguagem e raciocínio, e tende a declinar com a idade, sendo influenciada por fatores genéticos, comportamentais e sociais. Quando ocorre o declínio cognitivo, pode comprometer a autonomia e a qualidade de vida dos idosos
Objetivos
Avaliar a associação entre o declínio da função cognitiva e fatores sociodemográficos, comportamentais e condições de saúde em idosos residentes em um município do sul do Brasil.
Metodologia
Estudo transversal com dados do quinto acompanhamento do estudo “Como Vai?”, realizado em 2024 com idosos não institucionalizados residentes em Pelotas/RS. A função cognitiva foi avaliada pelo Mini Exame do Estado Mental (MEEM), utilizando pontos de corte ajustados à escolaridade: 19 pontos para analfabetos e 23 pontos para os demais. As variáveis de exposição incluíram sexo, idade, cor da pele, escolaridade, nível econômico, tabagismo, consumo de álcool, atividade física, morbidades autorreferidas e multimorbidade. Utilizou-se regressão de Poisson com variância robusta para estimar razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas, com intervalos de confiança de 95%.
Resultados
Em 2024, foram entrevistados 649 idosos. A prevalência de declínio cognitivo foi de 30,9% (IC95% 27,0; 35,0). Após ajuste, observou-se maior prevalência de declínio cognitivo entre mulheres (RP=1,41; IC95%: 1,07; 1,87), idosos com 80 anos ou mais (RP=1,44; IC95%: 1,14; 1,83) comparados aos de 70 a 79 anos, e indivíduos das classes D/E (RP=1,83; IC95%: 1,11; 3,03). Escolaridade foi fator protetor, com menor prevalência entre os que tinham 12 anos ou mais de estudo (RP=0,37; IC95%: 0,19; 0,69). O tabagismo atual também esteve associado ao desfecho (RP=1,47; IC95%: 1,03; 2,10). Não houve associação significativa com as variáveis de condição de saúde, atividade física e consumo de álcool.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam a importância de políticas públicas que integrem ações intersetoriais voltadas à promoção da saúde cognitiva, com foco no envelhecimento ativo, redução de desigualdades sociais e incentivo a comportamentos saudáveis. Estratégias preventivas devem priorizar os grupos mais vulneráveis, fortalecendo o cuidado integral à população idosa.
FATORES RELACIONADOS A ABORDAGEM DA SEXUALIDADE DE PESSOAS IDOSAS POR PROFISSIONAIS MÉDICOS E ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 Universidade Federal de Juiz de Fora
Apresentação/Introdução
A sexualidade da pessoa idosa ainda é vista sob uma ótica preconceituosa e cercada de tabus. No âmbito dos cuidados na Atenção Primária à Saúde (APS), a falta de conhecimento dos profissionais acerca do tema pode reforçar esta realidade. Muitas vezes a abordagem é focada em olhares negativos da sexualidade, e não nos seus benefícios para qualidade de vida.
Objetivos
Avaliar o conhecimento e a abordagem da sexualidade do indivíduo idoso pelos profissionais de medicina e enfermagem atuantes na APS, comparando o conhecimento e atitude entre diferentes perfis.
Metodologia
Estudo transversal quantitativo realizado com médicos e enfermeiros atuantes na APS, que responderam a um instrumento auto-aplicado. O instrumento continha questões sobre idade, sexo, estado civil, formação e especialização, perguntas sobre a abordagem da sexualidade com pessoas idosas e a escala Aging Sexual Attitudes and Knowledge Scale (ASKAS), que avalia “conhecimento” e “atitude” dos profissionais em relação a este tema com a população idosa. A escala é dividida em duas partes, e o escore total em cada parte foi comparado entre grupos. Pela distribuição não-normal dos dados, foi usado o teste de Mann-Whitney U para as comparações. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética.
Resultados
viúvos, 55,6% enfermeiros. Somente 3 tinham especialização/formação em Saúde do Idoso e 25,5% em Saúde da Família; 52,8% não questionavam sexualidade. A média do escore final da ASKAS foi de 27,30 para “conhecimento” e 12,31 para “atitude”. Em relação a comparação dos grupos, os homens, os médicos(as) e os profissionais com especialização em Saúde da Família/Idoso demonstraram mais conhecimento sobre a sexualidade das pessoas idosas (p<0.05). Já os profissionais homens e os médicos(as) apresentaram atitudes mais liberais (p<0.05).
Conclusões/Considerações
Os homens e médicos tem mais conhecimento e atitudes mais liberais. Destaca-se que a importância da capacitação dos profissionais, para minimizar os preconceitos e negligência do cuidado frente ao pouco conhecimento ou atitude conservadora. Um novo olhar pode trazer a abordagem da sexualidade da pessoa idosa na rotina de consultas e acolhimento, garantindo que ela seja vivenciada de forma segura.
PREVALÊNCIA DE MULTIMORBIDADE EM IDOSOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS DE MINAS GERAIS: ANÁLISE DAS DESIGUALDADES SOCIAIS EM SAÚDE
Comunicação Oral Curta
1 Instituto René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz
2 UNCISAL
Apresentação/Introdução
A multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais condições crônicas em um indivíduo, tem se tornado um desafio significativo para a saúde pública, especialmente entre os idosos. No Brasil a distribuição desigual dos determinantes sociais de saúde agrava o cenário, tornando-se crucial entender essas desigualdades para o desenvolvimento de políticas de saúde mais equitativas.
Objetivos
Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar as desigualdades socioeconômicas relacionadas à multimorbidade na população de idosos não institucionalizados residentes no Estado de Minas Gerais.
Metodologia
O estudo transversal utilizou dados da PNS 2019, com amostra representativa da população. Foram coletadas informações sobre saúde por entrevistas domiciliares, considerando multimorbidade (duas ou mais doenças crônicas). Nesse estudo foram consideradas 14 doenças crônicas. A coleta da informação sobre a presença de condições crônicas foi realizada por meio do autorrelato com base em perguntas pré-definidas. Variáveis independentes foram escolaridade, renda e escore de bens. Foram realizadas análises descritivas e medidas complexas para estimar a prevalência de multimorbidade e identificar desigualdades absolutas e relativas em relação aos indicadores socioeconômicos mencionados.
Resultados
O estudo analisou 1518 idosos em Minas Gerais, maioria mulheres (56,5%) e entre 60-69 anos (56%). A prevalência de multimorbidade foi de 61%, maior entre os menos escolarizados (64,4%). A renda não demonstrou gradiente claro, sendo maior entre os indivíduos com 3-5 salários-mínimos (72,4%). O 2º quintil do escore de bens teve maior prevalência de multimorbidade (69%). As análises indicaram a presença de desigualdades absolutas e relativas desfavorecendo os indivíduos com menor escolaridade, enquanto os indicadores de escore de bens e renda não apresentaram desigualdades significativas.
Conclusões/Considerações
O Estado de Minas Gerais exibe uma diversidade de perfis populacionais e aspectos socioeconômicos, distribuídos em uma vasta extensão territorial. Os resultados demonstram alta prevalência de multimorbidade e que a escolaridade é um determinante social importante na prevalência de multimorbidade entre os idosos de Minas Gerais além de destacar a importância de intervenções precoces para reduzir condições crônicas e custos.
REDE DE ATENÇÃO À PESSOA IDOSA: ANALISANDO DETERMINANTES INTERMEDIÁRIOS DE VULNERABILIDADE
Comunicação Oral Curta
1 FCMSCSP
2 FMJ
3 FMABC
4 FSPUSP
Apresentação/Introdução
Rede de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa no Sistema Único de Saúde (SUS) visa cuidado integral às pessoas 60 anos+, tendo entre outras diretrizes: envelhecimento saudável e intersetorialidade. Todavia, inflexões nas políticas governamentais e o modelo do gerencialismo orientados pela agenda neoliberal limitam essa política, impactando serviços sociais e determinantes intermediários de iniquidade.
Objetivos
Analisar possibilidades e limites de atuação da Rede de Atenção à Pessoa Idosa no cuidado integral às demandas e necessidades das pessoas idosas em Regiões Metropolitanas do estado de São Paulo.
Metodologia
Estudo transversal, descritivo, método qualitativo com técnicas grupo focal e entrevista semi-estruturada, 2023 a 2024. Sujeitos participantes: profissionais dos serviços assistência social e saúde; coordenadores áreas técnicas burocracia pública – direitos humanos, esportes, planejamento urbano. Cidades Jundiaí, Santo André e São Paulo, estado São Paulo, foram campos de pesquisa.
Categorias analíticas das questões dos roteiros: atuação e acesso à rede de atenção; limites e potencialidades da rede de atenção; e barreiras domiciliares e territoriais. Análise de conteúdo foi empregada nos depoimentos transcritos.
Aprovação CEP Irmandade Santa Casa de Misericórdia São Paulo, 68706723.8.0000.5479.
Resultados
46 sujeitos, 10 entrevistas/7 grupos focais. Embora com espeficidades locais, aspectos semelhantes tão forças aos resultados: atuação e acesso - apesar de fluxos estabelecidos, as relações informais efetivam atuação da Rede. Demanda espontânea caracterizam acesso; potencialidades e limites - Estratégia Saúde da Família potente acesso. Falta programas complementares para atenção às pessoas idosas sozinhas, rotatividade profissional, alta demanda, baixa oferta e frágil educação permanente impactam atuação da Rede; barreiras domiciliares e territoriais – precários vínculos familiar e comunitário, inadequações habitacionais e acessibilidade urbanas obstáculos no cuidado integral à pessoa idosa.
Conclusões/Considerações
Envelhecimento heterogêneo e demandas complexas exigem respostas novas e especifícas na atenção integral. Realidade não contemplada na agenda de subinvestimento de políticas públicas. Déficit na oferta, desvalorização profissional e gerencialismo nos serviços resultam sobrecarga, informalidade, rotatividade e baixa qualificação técnica, limitando ações para efetivo acesso, assim, determinantes intermediários de vulnerabilidade à pessoa idosa.
ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA IMPLANAÇÃO DA SEGURANÇA DO RESIDENTE EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Comunicação Oral Curta
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerias / Superintendência de Vigilância Sanitária / Diretoria de Vigilância em Serviços de Saúde / Coordenação de Serviços de Interesse da Saúde
2 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerias / Superintendência de Vigilância Sanitária
Período de Realização
Outubro de 2024 a junho de 2025.
Objeto da produção
Elaboração de documentos para a implantação da segurança do residente em Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) em Minas Gerais.
Objetivos
Elaborar documentos para práticas de segurança do residente; instrumentalizar os profissionais das ILPIs e a rede sociofamiliar; melhorar os indicadores de saúde previstos na Resolução RDC ANVISA nº 502/2021; implantar ações para qualificar o cuidado em ILPI.
Descrição da produção
Os documentos foram elaborados seguindo a premissa de que a segurança do residente compreende o conjunto de ações voltadas à segurança dos indivíduos contra riscos, eventos adversos e danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de interesse da saúde. Esse processo foi constituído pela pesquisa, elaboração, discussão e validação interna e externa. Participaram deste processo referências técnicas da vigilância sanitária, da saúde da pessoa idosa e gestores de ILPI.
Resultados
Foram elaborados três documentos, o documento de referência para a segurança do residente e dois documentos orientadores, um sobre prevenção de lesão por pressão e outro sobre prevenção de quedas. Estes últimos contêm estratégias e ações voltadas para a identificação do residente, higienização das mãos, prevenção e controle de eventos adversos relacionada ao cuidado à saúde, prevenção de lesão por pressão e quedas.
Análise crítica e impactos da produção
Por ser uma ação inovadora, a segurança do residente necessitará da mobilização de todos os atores envolvidos no cuidado da pessoa idosa residente em ILPI, para ser implantada nos territórios de abrangência. Estes documentos irão contribuir para a melhoria da qualidade do cuidado em ILPI, a mitigação dos riscos sanitários e a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas residentes nestes estabelecimentos.
Considerações finais
A experiência reforça o compromisso institucional da Superintendência de Vigilância Sanitária que iniciou a publicação de documentos orientadores para prevenção de eventos adversos e a promoção de práticas de segurança do residente em ILPI. O processo de elaboração desses documentos irá subsidiar o processo de implantação da segurança dos residentes, o qual irá impactar diretamente na qualidade dos serviços prestados e na saúde coletiva.
ENTRE GERAÇÕES E SABERES: VIVÊNCIAS NA UNIVERSIDADE ABERTA PARA IDOSOS
Comunicação Oral Curta
1 UFVJM
Período de Realização
Novembro de 2024 até Junho de 2025
Objeto da experiência
Projeto de extensão universitária voltado à promoção do envelhecimento ativo por meio de vivências educativas e interdisciplinares com idosos.
Objetivos
Oferecer atividades educativas, culturais e sociais voltadas à população idosa, promovendo o envelhecimento ativo, a autonomia e o convívio intergeracional.
Descrição da experiência
A Universidade Aberta para Idosos (UAI), da UFVJM, é um projeto de extensão contínuo destinado a pessoas com 60 anos ou mais. Oferece módulos diversos, com oficinas que vão de tecnologia à culinária, de finanças a práticas corporais. Como discentes, participamos da construção e mediação dessas atividades, em um espaço de troca mútua entre gerações. A cada encontro, vivenciamos saberes que ultrapassam o conteúdo formal, pautados no afeto, escuta e vínculo.
Resultados
A convivência com os idosos revelou o quanto o conhecimento é construído coletivamente. Suas vivências, histórias e modos de vida enriqueceram nossa formação de forma única. As atividades favoreceram a autonomia, autoestima e socialização dos participantes. A amizade entre idosos, estudantes e professores formou uma rede de apoio rica e afetiva, gerando impactos que vão além da sala de aula.
Aprendizado e análise crítica
Vivenciar o projeto nos mostrou a importância do diálogo entre gerações e do reconhecimento das múltiplas formas de saber. As experiências partilhadas pelos idosos ampliaram nossa percepção sobre cuidado, empatia e presença. Como estudantes, aprendemos que o papel da universidade vai além do ensino técnico, ela pode (e deve) ser um espaço de escuta, troca e construção conjunta com a comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A UAI se mostrou um espaço potente de formação humana e cidadã. Recomendamos que experiências intergeracionais como essa sejam cada vez mais incentivadas e reconhecidas pelas universidades, pois ampliam horizontes e fortalecem vínculos entre academia e sociedade
UM NOVO OLHAR PARA O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL: ECONOMIA DA LONGEVIDADE
Comunicação Oral Curta
1 Observatório de Saúde no Trabalho - SESIRS
Apresentação/Introdução
O país enfrenta desafios únicos, como o rápido envelhecimento populacional, em meio a desigualdades estruturais e limitações no acesso a serviços de saúde e oportunidades de requalificação profissional. Enquanto a expectativa de vida cresce significativamente, persistem desigualdades sociais que comprometem o envelhecimento saudável de grande parte da população.
Objetivos
Analisar as tendências do envelhecimento populacional no Brasil sob a ótica da Economia da Longevidade, destacando seus desafios e potencialidades, e ampliar a compreensão sobre como o Brasil pode alinhar-se às demandas de uma sociedade mais longeva.
Metodologia
Estudo que utilizou análise exploratória e descritiva de dados secundários sobre expectativa de vida, expectativa de vida saudável (HALE), e mortalidade no Brasil (1991–2022), combinada com revisão de literatura sobre envelhecimento populacional e Economia da Longevidade. Calculou-se a inflação da idade e a idade prospectiva, relacionando esses conceitos com tendências de saúde e mercado de trabalho. O estudo visa subsidiar políticas públicas e estratégias para promover um envelhecimento saudável e sustentável fundamentado nos marcos da Economia da Longevidade e da Década do Envelhecimento Saudável (OPAS/MS).
Resultados
A análise evidenciou três dimensões críticas do envelhecimento no Brasil: as desigualdades estruturais, com populações vulneráveis desenvolvendo doenças crônicas 10 a 15 anos antes e compondo 80% dos idosos globais até 2050; a reconfiguração temporal, onde a “inflação da idade” indica que 65 anos em 1991 equivalem hoje a 71 anos, com custos concentrados acima dos 76; e o impacto econômico, com o trabalho de cuidado não remunerado — majoritariamente feminino — equivalente a 10% do PIB (R$ 1,1 tri), demandando políticas como a Nacional de Cuidados (2024), com abordagem regionalizada e preventiva.
Conclusões/Considerações
O envelhecimento populacional no Brasil exige políticas públicas integradas que enfrentem desigualdades sociais e promovam um envelhecimento saudável. A Economia da Longevidade oferece caminhos para fortalecer o SUS, ampliar o acesso à saúde e garantir direitos. É essencial uma abordagem intersetorial que valorize a inclusão de populações vulneráveis e o protagonismo das pessoas idosas na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
AGROECOLOGIA, ENVELHECIMENTO ATIVO E PROTAGONISMO RURAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM AGRICULTORES IDOSOS NO SERTÃO PERNAMBUCANO
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
2 SERTA
Período de Realização
30/11/2021 a 30/11/2022
Objeto da experiência
Promoção do envelhecimento ativo de agricultores idosos no Sertão do Moxotó por meio de agroecologia.
Objetivos
Garantir o direito ao envelhecimento ativo e protagonista de agricultores idosos, por meio da implantação de quintais produtivos, ecotecnologias sociais e atividades que promovam segurança alimentar, geração de renda, inclusão social e fortalecimento dos vínculos comunitários.
Metodologia
A experiência foi realizada nos municípios de Ibimirim e Manari (PE) com 10 agricultores/as familiares idosos/as, garantindo paridade de gênero. Implementaram-se quintais produtivos, sistemas de aquaponia, reuso de águas cinzas, irrigação por gotejo e agroflorestas. A metodologia PEADS orientou as ações, que incluíram assistência técnica, oficinas, atividades lúdicas, formação agroecológica e acompanhamento familiar, promovendo autonomia, dignidade e qualidade de vida.
Resultados
A experiência proporcionou melhoria da segurança alimentar, geração de renda, fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e maior autonomia dos idosos. Os quintais produtivos tornaram-se espaços terapêuticos, educativos e de convívio intergeracional. Observou-se aumento na autoestima, no bem-estar e no protagonismo social dos idosos, além da adoção de práticas sustentáveis no semiárido.
Análise Crítica
O projeto evidenciou que a integração de agroecologia, assistência técnica e educação popular fortalece o envelhecimento ativo, o protagonismo social e a segurança alimentar no campo. Destacaram-se como desafios a limitação de recursos e a necessidade de maior apoio das políticas públicas, além de reafirmar que a participação familiar e comunitária é fundamental para o êxito das ações.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstra que políticas públicas integradas à agroecologia e à educação do campo são eficazes para promover saúde, inclusão, autonomia e dignidade das pessoas idosas rurais. Recomenda-se ampliar iniciativas que aliem práticas sustentáveis, cuidado social e fortalecimento comunitário como estratégias permanentes de promoção do envelhecimento ativo no semiárido.
PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO ATIVO, DA INCLUSÃO SOCIAL E DO PROTAGONISMO DA PESSOA IDOSA NA UNIVERSIDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE – RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Comunicação Oral Curta
1 UNESP
2 UENP
Período de Realização
Agosto de 2024 a fevereiro de 2025, na Universidade Aberta da Terceira Idade - UNATI.
Objeto da experiência
Promoção do envelhecimento ativo, inclusão social e protagonismo da pessoa idosa por meio de ações educativas na UNATI.
Objetivos
Promover o envelhecimento ativo por meio de ações educativas que estimulem a autonomia, independência e a percepção de bem-estar, valorizando a pessoa idosa como sujeito central do processo do autocuidado, exercendo cidadania e seu papel ativo na sociedade.
Descrição da experiência
Por meio do Programa de Extensão, foram realizadas oficinas semanais no ambiente universitário, com público-alvo acima de 60 anos. Os temas abordados incluíram primeiros socorros, práticas esportivas, prevenção de síndromes respiratórias, uso de tecnologias, doenças crônicas, cuidados em saúde e meio ambiente. As atividades foram organizadas por uma enfermeira bolsista, com orientação de docentes, participação de acadêmicos e profissionais voluntários, conforme o plano pedagógico do programa.
Resultados
A UNATI é uma iniciativa que promove o aprendizado contínuo e o protagonismo da pessoa idosa em ambiente acadêmico. Observou-se boa adesão, fortalecimento de vínculos, valorização dos saberes e ações intergeracionais. Criar ambientes que favoreçam o envelhecimento ativo e saudável é fundamental para garantir qualidade de vida, alinhado às diretrizes da OMS e às políticas públicas de saúde e envelhecimento.
Aprendizado e análise crítica
O envelhecimento populacional é um fato mundial e exige investimentos em ações que promovam o envelhecimento saudável, com práticas centradas na pessoa idosa e em suas vivências. A educação em saúde favorece o autocuidado e fortalece a saúde física e mental, incentivando o protagonismo no cuidado . A UNATI se destaca por ir de acordo com esses princípios e promover a inclusão da pessoa idosa no ambiente acadêmico, valorizando sua autonomia, saberes e participação ativa no processo de aprendizagem.
Conclusões e/ou Recomendações
Ações que promovem o envelhecimento saudável e o protagonismo da pessoa idosa estão alinhadas às diretrizes da Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030, da Organização Mundial da Saúde (OMS). A experiência contribui para a Saúde Coletiva, fortalecendo estratégias intersetoriais e educativas que garantem o direito à saúde, vínculos sociais, equidade e valorização da pessoa idosa.
GRUPO DE MULHERES NO CLIMATÉRIO: PROMOVENDO SAÚDE, VIDA E BEM-ESTAR ATRAVÉS DE ENCONTROS MENSAIS.
Comunicação Oral Curta
1 CASSI
Período de Realização
janeiro a junho de 2025
Objeto da experiência
Grupo mensal de Educação em saúde, coordenado por equipe de Atenção Primária à Saúde (APS), para mulheres de 60 a 78 anos.
Objetivos
Promover o autocuidado; fortalecer vínculos, suporte emocional e troca de experiências entre mulheres em climatério; realizar atividades educativas com temas como menopausa, nutrição e bem-estar; e melhorar a qualidade de vida e o protagonismo feminino na saúde.
Descrição da experiência
Médica e enfermeira de uma equipe APS criaram um grupo de mulheres com idades entre 60 e 78 anos, em que os encontros ocorrem mensalmente, de forma híbrida (presencial e virtual), e incluem um lanche colaborativo para quem está na Unidade. Através do estímulo à gestão da própria saúde, a iniciativa tem o potencial de estimular o protagonismo feminino na saúde, promovendo autonomia, bem-estar e uma abordagem integral do envelhecimento saudável.
Resultados
As participantes relataram maior compreensão sobre o climatério, redução de sintomas e aumento do sentimento de apoio e pertencimento. O grupo favoreceu a troca de experiências e o engajamento em práticas de autocuidado. A realização de lives virtuais facilitou a comunicação periódica com disseminação de informações relevantes. Observou-se também maior participação nas atividades promovidas pela equipe APS, indicando impacto positivo na qualidade de vida das mulheres envolvidas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de estratégias participativas e de convivência para o cuidado em saúde e no envelhecimento. Contudo, desafios como a manutenção do engajamento a longo prazo e a diversidade de necessidades das participantes devem ser considerados. A integração entre ações presenciais e virtuais mostrou-se eficaz para aumento da participação, reforçando a relevância de iniciativas comunitárias na atenção à saúde da mulher em climatério.
Conclusões e/ou Recomendações
A criação de grupos com encontros periódicos e uso de plataformas digitais é uma estratégia eficaz para promover saúde em mulheres no climatério. Recomenda-se ampliar essa abordagem, adaptando-a às diferentes realidades e necessidades, e fortalecer a integração com ações de promoção da saúde e prevenção. A continuidade e a avaliação sistemática dessas ações são essenciais para aprimorar os resultados e ampliar o impacto na saúde coletiva.
PERFIL DE FORMAÇÃO E CONHECIMENTO NORMATIVO DE GESTORES DA SAÚDE DA PESSOA IDOSA NOS MUNICÍPIOS DE PERNAMBUCO
Comunicação Oral Curta
1 UFPE
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional impõe desafios à gestão municipal do SUS. Compreender o perfil dos gestores e sua familiaridade com as políticas públicas voltadas à pessoa idosa é fundamental para fortalecer ações estratégicas e garantir cuidado integral, conforme os princípios do SUS e da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI).
Objetivos
Caracterizar o perfil de formação e o conhecimento normativo dos profissionais gestores da política de atenção à saúde da pessoa idosa nos municípios de Pernambuco
Metodologia
Trata-se de estudo seccional, desenvolvido com gestores municipais da saúde nos municípios de Pernambuco, entre 2023 e 2024. A coleta foi realizada via questionário eletrônico enviado às gestões municipais. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, ocupacionais e relativas ao conhecimento sobre a política de saúde da pessoa idosa. Os dados foram processados em planilha e tratados com estatística descritiva (frequência, média e desvio padrão), sendo respeitados os princípios éticos da pesquisa com seres humanos.
Resultados
O perfil revelou predominância feminina (91,5%) e média etária de 36,6 anos. A maioria (67,6%) atua na coordenação da atenção básica, com tempo médio de 3,56 anos na função. Quanto à formação, 98,6% possuem graduação e 83% relataram pós-graduação. No entanto, apenas 23,9% afirmaram conhecer formalmente a política da pessoa idosa. A autoavaliação do conhecimento foi regular para 49,3% e considerada ruim ou péssima por 8,4%. Apesar da alta escolaridade, 97,1% relataram necessidade de formação específica sobre a temática, evidenciando lacuna entre qualificação técnica e domínio normativo.
Conclusões/Considerações
A gestão da política da pessoa idosa em Pernambuco é exercida por profissionais qualificados tecnicamente, mas com fragilidade no domínio das normativas específicas. A baixa familiaridade com a PNSPI e a alta demanda por formação apontam a necessidade de investimentos em educação permanente, para fortalecer o cuidado integral e a atuação crítica dos gestores na condução das redes de atenção.
EXPECTATIVAS DE MORAR SOZINHO E DE CUIDADOS: UMA ANÁLISE EM TORNO DE ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS COM PESSOAS IDOSAS NOS MUNICÍPIOS DE JUNDIAÍ, SANTO ANDRÉ E SÃO PAULO
Comunicação Oral Curta
1 FCMSCSP/Grupo de Pesquisa em Gestão da Educação e Trabalho em Saúde - GETS
2 FSP/USP
3 Centro Universitário FMABC
4 Faculdade de Medicina de Jundiaí
5 EACH/USP
6 FESP/FCMSCSP
7 UFABC
8 FCMSCSP/Centro Universitária FMABC
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional é uma tendência global. No Brasil, o número de pessoas com 60 anos ou mais, em 2022, representava 15,8% da população e entre esses 28,7% viviam sozinhos. Fatores como independência financeira, abandono, perda de parceiros e saída dos filhos de casa contribuem para essa realidade, exigindo novas políticas públicas voltadas ao bem-estar e à assistência dessa população.
Objetivos
Compreender os significados de morar só e das necessidades de cuidados entre os participantes do estudo CNPq - Pessoas idosas que moram sozinhas: demandas para políticas públicas (CNPq nº 409932/2022-1), de três Regiões Metropolitanas de São Paulo.
Metodologia
Trata-se de estudo com abordagem qualitativa, transversal e amostra de conveniência, empregando técnica de entrevista semiestruturada, apoiada por roteiro de questões abertas, realizadas no período de maio a junho de 2024. As entrevistas foram gravadas, transcritas e transferidas para o software de análise de dados qualitativos – MAXQDA para análise de conteúdo. Foram entrevistadas 40 pessoas idosas que moram sozinhas, seguindo os critérios de participação equilibrada entre: sexo, cor/raça, gênero, faixas de idade e situações de vulnerabilidade social e dimensão populacional de cada cidade: 10 para Jundiaí e igual número em Santo André. São Paulo ficou com 20 entrevistas.
Resultados
Os pesquisadores debruçaram-se sobre os registros das entrevistas cotejando-os com as sistematizações produzidas pelo software. A partir das entrevistas, foi possível conhecer trajetórias de vida que culminaram na situação atual de viverem sozinhos; os diversos significados de morar sozinho construídos nessas trajetórias, que remetem à independência e autonomia, em alguns casos, mas a solidão e exclusão em outros. Quanto aos cuidados necessários nessa condição e suas representações, esses aparecem nas relações e interfaces entre o espaço privado e o público, estando aí a chave para o fortalecimento de redes de apoio, baseadas tanto no poder público como na comunidade ou ainda na conexão entre ambos.
Conclusões/Considerações
As expectativas sobre morar só e cuidados puderam ser compreendidos em conjunto com esferas públicas da população idosa. A coleta de informações possibilitou uma análise exploratória sobre compreensões acerca também de barreiras domiciliares e territoriais e acessos aos serviços e espaços públicos para idosos que moram sozinhos. Uma atenção às expectativas de pessoas idosas são elementos fundamentais para a formulação de políticas públicas.

Realização: